O II Polifruti será realizado dia 16 de dezembro, sábado, durante o dia nas dependências do Colégio Politécnico da UFSM. O II Polifruti foi criado a partir de estratégias didáticas desenvolvidas na disciplina de Vivências em Fruticultura I, ministrada pelos professores Ezequiel Redin e Róberson Macedo de Oliveira.
Evento protagonizado pelos alunos do Curso Técnico em Fruticultura, oportuniza trocas de conhecimentos técnicos, gerenciais e mercadológicos para o campo da fruticultura no sul do Brasil.
Durante o semestre os alunos vivenciaram propriedades com foco na fruticultura, através de vísitas técnicas e de um roteiro para elaborar um diagnóstico rápido participativo. As experiências nas propriedades apontaram os principais problemas enfrentados pelos Fruticultores. Os problemas encontrados na realidade dos Fruticultores são o foco do II Polifruti. A disciplina foi pensada de forma coletiva entre os professores e a equipe de discentes do curso. Através do uso das metodologias ativas, estratégias de ensino que incentivam os estudantes a aprenderem de forma autônoma e participativa, por meio de problemas e situações reais, os alunos trouxeram problemas práticos dos empreendimentos de fruticultura no Sul do Brasil para sistematização e construção de um evento que possa abordar questões centrais e necessárias ao campo da fruticultura.
Nesse sentido, após a sistematização dos problemas da realidade dos agricultores que trabalham com frutas, a turma definiu os eixos de atuação do evento: a) dificuldades e estratégias do setor da fruticultura em contexto de instabilidade climática; b) relatos de experiências com videiras e vinícolas; c) produção de morango: relatos e experiências; e) produção, mercado e organização da cadeia produtiva da Nogueira-pecã.
O evento possui a finalidade de fortalecer a formação em torno de uma visão sistêmica da fruticultura, por parte dos estudantes, e também os aspectos de comunicação dos alunos em relação ao conhecimento em fruticultura, com uma postura proativa de futuros técnicos em fruticultura. Por outro lado, também visa buscar que os empreendedores da fruticultura tenham mais sucesso na condução de suas atividades.
Programação
7h15min – Credenciamento
8h – Abertura
8h30min – Dificuldades e estratégias do setor da Fruticultura em contexto de instabilidade climática
9h – Relatos de experiências com videiras e vinícolas
9h30min – Painel de debates
10h – Coffee Break ☕
10h30min – Produção de morango: relatos e experiências
11h – Produção, mercado e organização da cadeia produtiva da Nogueira-pecã
11h30min – Painel de debates
12h30min – Encerramento
Público-alvo:
Agricultores, estudantes, pesquisadores, cooperativas, empresas e demais interessados na área de Fruticultura.
Estratégias de aprendizagem na modalidade a distância na Fruticultura
A disciplina de Vivências em Fruticultura I objetiva tornar os alunos protagonistas do seu próprio desenvolvimento, compreendendo a organização da fruticultura na forma de cadeias produtivas. Nesse sentido, os discentes compreendem, de forma sistêmica, uma unidade de produção de fruticultura em diversos eixos de análise, seja dentro ou fora da porteira. Além disso, são incentivados a vivenciar a propriedade, bem como estimular o pensamento crítico, a habilidade de resolução de problemas e a sistematização de conhecimentos.
Evento
O II Polifruti registra um marco histórico no Curso de Fruticultura uma vez que é um evento protagonizado em sua integralidade pelos alunos que estudam na modalidade a distância. As inscrições poderão ser feitas no dia do evento, bem como através de um formulário, disponível aqui!
O II Polifruti conta com a parceria do Colégio Politécnico da UFSM, organizações de extensão rural, empresas públicas e privadas, cooperativas e estudantes do curso Técnico em Fruticultura.
Inscrições
As inscrições são gratuitas e realizadas até o dia 15 de dezembro. Para se inscrever, clique aqui!
A data foi instituída em 1948 pelo Governo Federal, como forma de homenagear esse agente essencial para o desenvolvimento rural sustentável.
Nesta quarta-feira, 06 de Dezembro, é comemorado em todo o Brasil o Dia da Extensão Rural e do Extensionista Rural. A data foi instituída em 1948 pelo Governo Federal, como forma de homenagear e reconhecer o trabalho essencial do agente que trabalha com o objetivo de desenvolver o setor rural. As atividades contínuas desses profissionais ajudam no fortalecimento agrícola, assim como celebrar a relevância do setor para o país.
Foto: Divulgação DNOCS/Governo Federal
A extensão rural tem o intuito de garantir a qualidade da produção, gerando emprego, renda, melhora da qualidade de vida no campo e, consequentemente, implicando resultados positivos nas regiões de todo o país. Além disso, o extensionista está sempre próximo ao agricultor e a agricultura familiar, apoiando, socializando saberes, inovações tecnológicas e políticas públicas, para melhorar a qualidade do trabalho e abrir novas oportunidades de mercados para a comercialização dos produtos. Os extensionistas ainda fazem o trabalho de auxiliar os agricultores a terem uma produção sustentável sob os aspectos econômicos, ambientais e sociais.
De acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Assistência Técnica e Extensão Rural, Pesquisa Agropecuária e Regularização Fundiária (Asbraer), no Brasil existem mais de 5 mil unidades de atendimento, sendo que 1.474 destas (28%) estão situadas nos estados da região Nordeste. Essas unidades atendem cerca de 2 milhões de proprietários rurais em todo o país e 12.766 de extensionistas, sendo 5.414 de nível médio e 7.352 de nível superior.
Nesse contexto, o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas realiza um importante trabalho para que o desenvolvimento chegue ao homem do campo de forma abrangente. Prova disso, é a implantação de novas tecnologias aos perímetros irrigados do DNOCS, proporcionando assim qualidade de trabalho e de vida ao homem do campo. O perímetro irrigado de Tabuleiros de Russas, por exemplo, conta com uma alta tecnologia para facilitar a vida dos produtores. “O DNOCS faz isso muito bem nos seus perímetros irrigados, pois isso ajuda na renda e na segurança dos alimentos. Existem perímetros, como o de Tabuleiros de Russas, que até fazem exportação, contribuindo na alimentação de outros países. Esse é um perímetro com grande eficiência hídrica, com o que há de melhor na irrigação, gotejamento, microaspersor e até com monitoramento simultâneo do que é aplicado na água e produtos, bem como rastreabilidade das produções”, explicou o gerente executivo do perímetro irrigado de Tabuleiros de Russas, Aridiano Belk.
O gerente executivo do perímetro irrigado de Tabuleiros de Russas ressaltou ainda que essas tecnologias são importantes para “dinamizar as economias locais, contribuindo para o aumento da produção e renda dos agricultores, além de contribuir para a segurança alimentar e o aumento de alimentos seguros”.
É plantando conhecimento junto aos trabalhadores do campo que o DNOCS colhe desenvolvimento nas regiões semiáridas. Diante disso, nesta data, o DNOCS parabeniza todos os extensionistas rurais que aceitaram a missão de melhorar a qualidade de vida do homem no campo, mudando a situação da família rural para uma nova realidade e semeando desenvolvimento a milhares de agricultores.
Presente em mais de 75 municípios alagoanos, o Instituto para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas (Emater) completa, nesta sexta-feira (01), 12 anos de história. Dividido em 7 supervisões regionais, o órgão atua contribuindo para a promoção e desenvolvimento da agricultura familiar.
Foto: Divulgação Emater-AL
Referência em assistência técnica e extensão rural, a entidade foi criada pela Lei 7.291, e é uma autarquia ligada à Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (Seagri). Sua missão é prestar assistência técnica, geração e adaptação de tecnologias por meio de metodologias educativas e participativas.
Hoje, a entidade conta com 70 técnicos distribuídos nas regionais: Metropolitana, Alto Sertão, Médio Sertão, Grande Mata Alagoana, Baixo São Francisco, Agreste I e Agreste II. Visando chegar a mais locais e aprimorar a atuação, mais de 65 termos de cooperação com os municípios estão ativos.
“Ao longo dos anos essa nossa casa tem enfrentado desafios. Mas, ao mesmo passo, também nos orgulhamos do trabalho que desenvolvemos junto aos agricultores familiares de Alagoas. O governador Paulo Dantas firma o compromisso com a agricultura e seguimos em frente com políticas que visam beneficiar aqueles em situação de vulnerabilidade social e impulsionar a geração de renda através da produção da agricultura familiar. Nossa missão é apoiar e dinamizar processos sustentáveis para aqueles que assistimos”, declara Moisés Leandro, diretor-presidente da Emater.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), a agricultura familiar responde por 70% da oferta de produtos que chegam à mesa dos brasileiros – entre hortaliças, frutas, grãos, ovos, leite e derivados.
A Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (PNATER) define a ação do extensionista rural como um “educador informal”. Dessa forma, vale dizer essas pessoas são a ponte que liga o mundo da agricultura familiar ao universo das tecnologias disponíveis que, uma vez adequadas e contextualizadas a cada realidade e local, contribuem para viabilizar, de forma sustentável, os sistemas produtivos e promover qualidade de vida.
A secretária de Estado da Agricultura, Carla Dantas, explica que o trabalho desenvolvido pelos extensionistas da Emater é essencial para que os agricultores familiares consigam melhorar a produtividade e organizar os processos produtivos produtivos. Ela pontua, ainda, que o Governo de Alagoas está buscando intensificar a assistência técnica no campo.
“Quando falamos de dar mais segurança alimentar para as famílias alagoanas, sabemos que a produção agropecuária do nosso estado se torna primordial. Por isso, temos fortalecido nosso trabalho para que a agricultura familiar consiga produzir durante todo o ano. Os extensionistas fazem parte dessas políticas públicas de inclusão produtiva lá na ponta. São os técnicos de campo que acompanham os produtores para que possam produzir cada vez mais e melhor, ajudando na sua permanência no campo e na geração de renda”, destaca Carla Dantas.
Ao longo dos anos, os técnicos ligados à Emater acompanham de perto agricultores familiares, e estão junto a eles em todas as etapas da produção, no plantio, cultivo e colheita, levando mais conhecimento e entendendo as especificações de cada produtor e local. A atuação da instituição é diversa e atende várias frentes, aliados aos compromissos traçados pelo Governo de Alagoas.
Produção rural e tecnologia das sementes
No Povoado Pau Ferro, no município de Batalha – que faz parte da Supervisão Agreste II -, o senhor Manoel Messias é acompanhado pela Emater desde 2014 – hoje, com o técnico Douglas Rodrigues. Com a assistência técnica, em 2017 o produtor criou a Associação dos Produtores Familiares e Produtores de Leite e Derivados do Pau Ferro dos Pereras, que hoje conta com mais de 30 associados.
Foto: Divulgação Emater-AL
Lá, em parceria com o Programa Prospera, tocado pela Global Communities, foi implantada uma Unidade Demonstrativa de milho para produção de silagem – um alimento para suplementar as pastagens do gado. Na ocasião, foram utilizadas 55 mil sementes (P3565pwu e P3707vyh) de milho na área de 1 hectare.
O cultivo foi feito do período de maio a setembro deste ano e, como resultado, a colheita foi de aproximadamente 45 toneladas. O objetivo era levar mais qualidade e atender às necessidades do produtor durante o período seco.
“Me surpreendi com os resultados, agora me sinto mais confiante para produzir milho com tecnologia, principalmente com a assistência técnica da Emater e do Prospera, que nos dá uma segurança a mais na hora de investir, pois sei que estou fazendo o certo”, destaca Manoel.
A emissão de CAFs
Para além da assistência técnica, os agricultores alagoanos contam com o órgão para a emissão do Cadastro do Agricultor Familiar (CAF), que permite a inserção do produtor em Políticas Públicas – como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) – assim como o acesso a linhas de crédito.
Foto: Divulgação Emater-AL
Somente neste ano, foram mais de 14 mil emitidos, beneficiando mais de 29 mil pessoas. Para que isso seja possível, a equipe realiza mutirões nos municípios otimizando os atendimentos.
Foi como aconteceu em Girau do Ponciano, que faz parte da Supervisão Agreste I. Lá foram atendidas 132 famílias nos assentamentos de reforma agrária PA Rendeira, Carro Queimado, 25 de Julho, 7 Casas, Primeiro de Maio, Primeiro de Dezembro, Roseli Nunes, Nova Paz e 7 Coqueiros. Nesses momentos são realizadas entrevistas e entrega de documentos exigidos.
“Lideranças locais já sinalizaram a importância da continuidade da Emater nos assentamentos para assessorar as organizações sociais já existentes nas comunidades, como as associações locais e a cooperativa, além do acompanhamento técnico voltado ao desenvolvimento das principais atividades desenvolvidas no assentamento. Na maioria das vezes a Emater é o órgão que está mais próximo do produtor, orientando, munindo de informações, auxiliando na elaboração das propostas para participação das chamadas públicas, bem como sendo o elo de ligação de contatos com as demais instituições”, pontua Patrícia Lanne Nanes, engenheira agrônoma e técnica da Emater.
Comunidades Quilombolas
O Povoado Sapé, na cidade de Igreja Nova – que faz parte da Supervisão Baixo São Francisco – é uma das mais antigas comunidades quilombolas de Alagoas, onde existe o grupo Mulheres Guerreiras. Seu primeiro contato com a Emater foi durante uma ação do Planta Alagoas, quando foi realizada uma oficina de boas práticas sustentáveis para o cultivo de sementes.
Inicialmente, o grupo atendido era de Tabuleiro dos Negros, comunidade quilombola que faz fronteira com Sapé. Muito unidas, as duas comunidades realizaram o cadastramento no PAA. Foi em 2022 que o grupo passou a receber assistência técnica na área do Serviço Social.
“O objetivo do grupo era gerar renda para as mulheres, por conta da saída de muitas famílias migrando para outros Estados. Hoje, somos uma organização de sucesso reconhecida em todo o Brasil, porque nosso trabalho inspira nas receitas tradicionais, como era de costume. A Emater é uma porta aberta que veio solidificar nosso trabalho, nos dando assistência técnica e nos orientando a participar de eventos em todo o Estado para o fortalecimento dos nossos produtos, todos eles quilombolas e feito em casa”, expõe Maria Quitéria Matias, presidente da Mulheres Guerreiras.
Foto: Divulgação Emater-AL
A extensionista rural Cinthia Fontes passou a acompanhar o grupo, que é composto por mais de 50 mulheres. O objetivo é fazer com que essas mulheres possam se desenvolver, gerando renda e independência financeira. Seus setores são: Feira da Agricultura, Artesanato, Produtos da Mandioca, PAA e Diretoria. Dentro deste um ano, elas tiveram acesso ao PAA Leite, PAA Alimentos e conseguiram o resgate de sua sede.
“Trabalhar em comunidades quilombolas é atravessar nossas experiências, é resgatar aspectos singulares em nós. Estar próxima a essas comunidades é perceber que a união pode e deve ser o que move a humanidade desde os seus primórdios. Somos seres coletivos. A gente percebe que é uma, mas que não é só”, expõe Cinthia Fontes.
A comunidade quilombola Jussarinha, em Santana do Mundaú, município da Supervisão Grande Mata Alagoana, é o local onde se encontra a Associação das Mulheres Agricultoras Quilombolas de Santana do Mundaú, que é atendida pelos técnicos da Emater desde 2020.
Dona Raimunda Caetano, que faz parte da associação, recebe assistência técnica da entidade há um pouco mais de tempo, desde 2017, e é acompanhada pelo técnico Marcelo Gomes. Em seu terreno, há 0,5 hectare de hortaliças plantadas. Além da assistência técnica, ela recebeu um kit de irrigação, parte de um projeto da Seagri.
“O acompanhamento possibilitou utilizar técnicas adequadas dentro da nossa realidade de plantio, com espaçamento e adubação adequadas. Com a assistência técnica, melhoramos a qualidade da produção e diversificamos as hortaliças. Temos uma nova visão de produção levando em conta o que o mercado exige”, coloca dona Raimunda.
Os kits entregues são de dois tipos. O primeiro é para áreas de 1 hectare – um sistema de irrigação localizado, dividido em setores, sendo 1/2 hectare por gotejamento e 1/2 por microaspersão; ele é indicado para uso na produção de grãos, fruticultura e horticultura. O segundo tipo, é um sistema para área de 1.000 m² – ele é do tipo gotejamento por gravidade, e acompanha uma caixa de mil litros, indicado para pequenas hortas, produção de grãos e pequenos pomares.
Cultivo sustentável
Há um ano, o senhor Luciano Gomes, de Água Branca – município que corresponde à Supervisão do Alto Sertão -, é acompanhado pela Emater, com o técnico Luciano Pedrosa. Ele foi contemplado pelo projeto Módulos Irrigados de Produção e Aprendizagem da Seagri, recebendo também a assistência técnica de Manejo Integrado de Pragas.
Luciano faz o cultivo de milho, abacaxi, maracujá e goiabeira. Com as orientações recebidas, ele uma colheita de mais qualidade e mais significativa, além de ter utilizado defensivos agroecológicos.
“Percebi uma melhora nas plantas e um aumento na produção, proporcionando frutos com boa aparência. É de grande importância [o acompanhamento] porque o manejo de fruticultura exige perseverança e muita atenção desde o plantio até a colheita. A Assistência técnica teve um papel fundamental para o êxito, proporcionando uma melhor renda”, pontua o agricultor.
Em Santana do Ipanema – cidade da Supervisão Médio Sertão -, no Sítio Sacão, dona Rosivânia Maria de Lourdes é acompanhada pela técnica Hully Lima. Durante uma visita, foi verificada a presença de lagartas nas folhas de maracujá e de arapuá (um tipo de abelha sem ferrão de coloração negra) na cultura do mamoeiro.
Diante disso, foi aconselhado o uso de métodos alternativos de controle. Foram utilizados água, vinagre de álcool, cravos e detergente neutro para as lagartas, e armadilhas de garrafa pet contendo uma solução com açúcar mascavo para o arapuá. Essa é uma forma de garantir a sustentabilidade ambiental e alimentos saudáveis livres de pesticidas, agregando valor e qualidade.
“O acompanhamento é importante porque consigo aumentar a produção das minhas fruteiras e consigo ter frutas com mais qualidade. Antes eu não sabia como controlar o problema que eu tinha com pragas e doenças e graças a assistência que recebi, consegui diminuir esses problemas”, destaca Rosivânia.
Quintal de Vó
Em Santa Luzia do Norte – município da Supervisão Metropolitana – os técnicos da Emater estão desenvolvendo o Projeto Quintal de Vó, em parceria com a prefeitura municipal. Essa é uma forma de aproveitar o espaço de quintais das casas, possibilitando às famílias o cultivo de seu próprio alimento, de forma saudável e sustentável.
Acompanhado pelo extensionista Antônio Duarte e o supervisor da regional Jorge Izidro, a iniciativa visa o resgate de memórias afetivas dos tempos dos avós, que cultivam, de forma empírica, uma variedade de plantas, sobretudo hortaliças.
Estando em sua versão piloto, foram selecionadas 10 famílias que residem nos seguintes conjuntos: Coriolano Pereira, Jalmeiriz e Duda Balbino. Nos canteiros, foi utilizada terra vegetal e calcário dolomítico, como forma de reposição de nutrientes e correção do solo. As hortaliças plantadas serão alface, coentro, pimentão e tomate cereja, com mudas que foram doadas pela prefeitura do município.
“Tô achando maravilhoso. É uma oportunidade de a gente ter uma horta em casa com toda assistência. Sem falar do custo-benefício que é muito bom. Vai ter os produtos de graça em casa, evitando comprar no mercado uma coisa que a gente não sabe como foi produzida. Aqui a gente mesmo tá produzindo”, relata Valderleia Soares da Silva, beneficiária do projeto.
A 64ª Assembleia será realizada em duas partes, tendo a primeira presencial no dia 04/12 na Embrapa e a segunda dia 08/12 virtual
Foto: Divulgação Asbraer
Na segunda-feira (04/12), a Associação Brasileira das Entidades Estatuais de Assistência Técnica e Extensão Rural, Pesquisa Agropecuária e Regularização Fundiária (Asbraer) realizará a primeira parte da 64ª Assembleia Geral Ordinária na sede da Embrapa, em Brasília-DF, e dia 08/12 acontecerá a segunda parte de forma virtual.
No dia 4/12, a assembleia tratará de assuntos da Câmara Técnica de Pesquisa Agropecuária da Asbraer com diálogo sobre assuntos de interesse comum à Embrapa e OEPAS, tais como: (PAC Embrapa-OEPAS, fortalecimento SNPA, entre outros) e contará com a presença da presidente da Embrapa, Sílvia Massruhá, do presidente da Asbraer, Natalino Avance de Souza, e diretores executivos da Embrapa e dirigentes das Organizações Estaduais de Pesquisa Agropecuária (OEPAs) presentes.
No dia 08/12, a assembleia acontecerá de forma virtual para falar de assuntos gerais da Asbraer, sendo realizada apenas internamente, entre as associadas.
Como pauta, o segundo dia terá:
Relato das ações estratégicas da Asbraer;
Apresentação e diálogo sobre a Academia Brasileira de Extensão Rural – ABER;
Apresentação de proposta sobre as contribuições mensais das associadas Asbraer e deliberação;
Diálogo sobre entidades que possam se filiar à Asbraer e procedimento de filiação; Deliberação sobre a criação de regimento interno;
Relato dos encaminhamentos do primeiro dia da Assembleia com as OEPAS.
O Instituto para o Desenvolvimento Rural Sustentável (Emater) e a Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) apresentaram, nesta segunda-feira (27), na Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), projeto de cooperação técnica e o Projeto de Fomento às Atividades Produtivas Rurais para representantes de 56 municípios. As ações, que têm como foco fomentar a atividade agropecuária e beneficiar famílias em situação de vulnerabilidade social, foram direcionadas a municípios do Médio e Alto Sertão, Agreste, Baixo São Francisco e Grande Mata Alagoana.
Foto: Divulgação Emater-AL
Com um investimento de mais de R$ 33 milhões, o Projeto de Fomento às Atividades Produtivas Rurais é uma iniciativa de inclusão produtiva executada através de um acordo de cooperação firmado entre o Ministério da Cidadania, Emater e Seagri. A estimativa é que mais de 7 mil famílias sejam beneficiadas até 2026.
Os municípios convocados foram definidos a partir dos dados do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), priorizando a população quilombola, indígena e aqueles municípios que foram atingidos pelas enchentes no primeiro semestre desse ano, conforme decreto do Governo de Alagoas.
A secretária de Estado da Agricultura, Carla Dantas, e o diretor-presidente da Emater, Moisés Leandro, destacaram a importância da pactuação dos termos de cooperação técnica entre o Governo os municípios, para a prestação de assistência técnica.
“Essa é uma medida que aproxima e integra Estado e municípios, de maneira que haja a melhor assistência técnica possível aos agricultores familiares de Alagoas. O exercício desse acordo aprimora a execução, principalmente, do Programa de Fomento [Às Atividades Produtivas Rurais], emissão de Cadastro Único da Agricultura Familiar (CAF) e do Programa de Aquisição de Alimentos”, pontua Moisés Leandro.
Os Termos de Cooperação são renovados a cada ano. Para o exercício de 2024, os municípios convocados receberam, via Sistema Eletrônico de Informações (SEI), um ofício para manifestar interesse. As informações devem ser enviadas pelas prefeituras até o dia 14 de dezembro.
“O governador Paulo Dantas sabe da importância da agricultura para o desenvolvimento do estado, por isso, considera uma das suas prioridades, principalmente na diminuição da insegurança alimentar e combate a fome em Alagoas. A reunião de hoje ajudou a sensibilizar para que os municípios sejam um dos parceiros na ampliação da assistência técnica no campo, porque a gente sabe que, onde tem extensão rural, a produção é maior e gera a médio prazo um impacto econômico para os municípios”, acredita a secretária Carla Dantas.
Foto: Divulgação Emater- AL
Foram convocados os municípios de Água Branca, Arapiraca, Atalaia, Barra de Santo Antônio, Batalha, Belém, Belo Monte, Branquinha, Cacimbinhas, Cajueiro, Canapi, Capela, Carneiros, Colônia Leopoldina, Delmiro Gouveia, Feira Grande, Flexeiras, Ibateguara, Igaci, Igreja Nova, Inhapi, Jacaré dos Homens, Joaquim Gomes, Major Izidoro, Marechal Deodoro, Monteirópolis, Murici, Olho D’Água do Casado, Olho D’Água das Flores, Palestina, Palmeira dos Índios, Pão de Açúcar, Pariconha, Palmeira dos Índios, Paulo Jacinto, Penedo, Pilar, Piranhas, Poço das Trincheiras, Porto Real do Colégio, Santana do Mundaú, Quebrangulo, Rio Largo, São José da Tapera, São Luís do Quitunde, São Miguel dos Campos, São Sebastião, Senador Rui Palmeira, Taquarana, Teotônio Vilela, Traipú, União dos Palmares, Viçosa.
Lançado na sede da Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RO), em Porto Velho, nesta segunda-feira (27), o livro “Extensão Rural no Brasil – 1948-2023: um olhar na história”, organizado pelo extensionista militante Marcos Inácio Fernandes, traz a trajetória de 75 anos dos serviços de extensão rural em solo brasileiro.
O livro foi produzido pela Academia Brasileira de Extensão Rural (Aber) com apoio da Associação Brasileira das Entidade de Assistência Técnica e Extensão Rural, Pesquisa Agropecuária e Regularização Fundiária (Asbraer) com intuito de fortalecer e preservar os princípios e valores da extensão rural, por meio de reflexões dos extensionistas brasileiros que contribuíram para a implantação do serviço no país.
O livro reuniu personagens que marcaram história na construção e no desenvolvimento do país.
A Academia Brasileira de Extensão Rural foi fundada em 2006, pela Asbraer, com o objetivo de construir e socializar a história da extensão, preservando as experiências já vividas, resgatando a memória e criando um acervo de prospecção de futuro. “O objetivo é promover a importância da extensão rural no país”, explicou o extensionista rural José Tarcísio Batista Mendes, que já foi secretário executivo da Emater/RO, secretário de Estado da Agricultura de Rondônia e hoje é um acadêmico da Aber.
O organizador do livro, professor Marcos Inácio Fernandes, trabalhou por 28 anos nos serviços de assistência técnica e extensão rural, tendo iniciado sua trajetória no estado do Acre, onde ocupou o cargo de Secretário de Estado da Extensão Agroflorestal, acumulando a presidência da Emater/AC. Para ele, o livro traz uma experiência rica, capaz de contribuir para uma nova visão na extensão rural e, parafraseando José Ortega y Gasset, destacou que, “o passado não nos dirá o que devemos fazer, mas o que devemos evitar”.
O livro “Extensão rural no Brasil: um olhar na história” reuniu personagens que, ao longo desses 75 anos, marcaram história na construção e no desenvolvimento do país. O ex-presidente da Asbraer, Argileu Martins da Silva, no prefácio que escreveu para o livro, ressaltou, “são reflexões que remetem à uma trajetória repleta de desafios, conquistas e transformações escritas por especialistas e estudiosos dedicados, todos com larga experiência”.
O livro traz uma experiência rica, capaz de contribuir para uma nova visão na extensão rural
Para o governador Marcos Rocha, os serviços de extensão rural no Estado têm sido relevantes para o fortalecimento da agricultura familiar. “A história da Emater/RO traz o reflexo da experiência dos serviços de extensão rural que fizeram a agricultura crescer no país e com certeza, a experiência narrada servirá de fonte de inspiração e conhecimento para as novas gerações”, pontuou.
O vice-presidente nacional de Assistência Técnica, Extensão Rural e Regularização Fundiária da Asbraer, Luciano Brandão, que também é diretor-presidente da Emater/RO salientou que a obra é essencial para que novos extensionistas, estudiosos e profissionais possam compreender a grandeza do que foi e ainda é a extensão rural para o desenvolvimento da agricultura no país. “A extensão rural completa 75 anos no Brasil e nós, em Rondônia, já temos uma trajetória marcada por 52 anos de serviços no Estado, temos muita história que também merece ser contada”, concluiu.
O grupo era formado por jornalistas, influencers digitais e formadores de opiniões. A intenção foi divulgar a ampla oferta de Turismo Rural na região de São José dos Pinhais.
Foto: Divulgação IDR-PARANÁ
As belezas naturais da bacia do Rio Miringuava, na região metropolitana de Curitiba, foram atrativos para o primeiro press trip – viagens organizadas por órgãos de turismo ou empresas do setor para promover determinado destino – organizado pela equipe da Fundação Grupo Boticário. A Expedição Destino Miringuava aconteceu nos dias 22 e 23 e faz parte do conjunto de ações do Movimento Viva Água, do qual fazem parte o IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater), Sanepar, Fundação Grupo Boticário e Invest Paraná para aliar a agricultura local com a preservação da água.
O engenheiro agrônomo do IDR-Paraná, Tiago Hachmann, que coordena este projeto na região, destaca que esta iniciativa vem a somar com as ações do poder público na região e fortalece a geração de renda destas famílias. O Movimento visa estimular a preservação da água e ao mesmo tempo incentivar a produção sustentável de alimentos, além do fomento a cadeias curtas de comercialização. “A divulgação com este grupo vai fazer com que todos conheçam a beleza que temos na região e atrair mais clientes para as propriedades. Afinal, muitos ainda desconhecem as opções de turismo rural tão perto da capital. É necessária esta divulgação.
Foto: Divulgação IDR-PARANÁ
O Turismo Rural pode ser uma excelente fonte de renda extra ao produtor rural”, afirma Tiago.Para Anke Manuela Salzmann, gerente de projetos da Fundação Grupo Boticário, esta ação contempla uma das três vocações da Bacia do Miringuava, que é o Turismo Rural. “Quando iniciamos este projeto fizemos um estudo e percebemos três principais vocações na região: Além do grande potencial em abastecimento de água, temos também a produção de hortaliças e o Turismo. Estamos trabalhando com estas propriedades nestas três vertentes para garantir a preservação da água, a continuidade da produção de alimentos e a geração de renda. Trazer este grupo aqui foi uma maneira que encontramos de divulgar e atrair mais clientes ao local”, concluiu, Anke.
Destinos escolhidos – As visitas foram realizadas em cinco propriedades rurais que valorizam o turismo responsável e a conservação da natureza. A maioria dos locais são de agricultores assistidos pelo IDR-Paraná. Como as primas e vizinhas Adriane e Alexandra Leschnhak, que possuem propriedades de Turismo Rural na Região. Elas entendem o quanto essa iniciativa pode fortalecer o negócio e destacam a assistência recebida pelos técnicos do IDR-Paraná.
Foto: Divulgação IDR-PARANÁ
Adriana é produtora de morangos e proprietária da LaChoupana – Colha e Deguste Morangos e afirma que os técnicos estiveram do lado deles em todos os aspectos. “Além de nos orientar sobre como manter nossa agricultura e ainda preservar o meio ambiente nos ajudaram com a rotulação dos produtos, com capacitação e, agora, temos auxílio na construção de mais uma cozinha para atender melhor nossos clientes”, afirma.
Utilizar a água de forma racional e sem desperdício tem sido o desafio da Adriane que planta morangos, no sistema elevado e semi-hidropônico – cultivados em bancadas a um metro do chão – e recebem água e nutrientes por irrigação. A solução para evitar o desperdício veio com a instalação de sensores que medem a umidade do substrato e indicam quando o cultivo precisa de água. Além disso, a irrigação é feita em um sistema fechado, o excedente da água das bancadas com os cultivos volta para o reservatório e é reutilizada. A economia de água com o sistema fechado fica entre 20 e 25%.
Adriana acredita que estas visitas servem para divulgar e reconhecer o turismo rural na região. “Através deste grupo de influencers e jornalistas que recebemos hoje temos a oportunidade de mostrar para a sociedade o que temos a oferecer e conquistar mais clientes”, conclui.
Foto: Divulgação IDR-PARANÁ
Alexandra é produtora orgânica e recebeu o grupo com orgulho no local que ela chama de “a maior sala de aula a céu aberto do Miringuava”. A propriedade familiar, além de produzir alimentos orgânicos, também abre a propriedade para grupos de alunos que queiram conhecer mais sobre a produção agroecológica e o respeito com o meio ambiente. Alexandra conta que optou por migar para produção orgânica para evitar a contaminação ao meio ambiente e já está há 15 anos com a certificação. “Com a migração nós conseguimos focar na qualidade e não na quantidade.
Como agregou valor ao produto trabalhamos menos, ganhamos mais e trazemos mais saúde para nossa família e para os consumidores. Então resolvemos abrir o espaço para receber as crianças e ensinar sobre a proteção de água e do meio ambiente desde cedo”, afirmou. Alexandra apostou na produção de microorganismos “on farm”, produtos biológicos, para aplicação no cultivo de olerícolas e frutas. Com isso foi possível eliminar resíduos de agrotóxicos nos alimentos e diminuir a poluição ambiental.
Outro local visitado que também recebe assistência pelo IDR-Paraná é a Pousada Estância Carmello, que preparou o pernoite do grupo. Utilizada para o turismo rural, a Estância Carmello é referência em proteção ambiental na área rural. A proprietária Sônia de Paula explicou que, para ela, o Turismo Rural Responsável significa usar a natureza como parceira, aliar a preservação do local com a geração de renda. “A estância nasceu com o intuito de fazer um Turismo Rural raiz, com recursos existentes na localidade.
Foto: Divulgação IDR-PARANÁ
Usamos a fauna que existe no local como diferencial e quase todos os produtos que utilizamos aqui compramos dos nossos vizinhos para fazer a economia do entorno circular”, afirma Sônia. “Olhar para além da nossa porteira. Isso é fazer turismo de forma responsável. É uma forma de polinizar, como as abelhas fazem, e criar uma grande colmeia de propriedades que fazem uma agricultura limpa e sustentável”, concluiu.
Abastecimento – A bacia do Miringuava é utilizada para captação de água pela Sanepar. Ela abastece atualmente cerca de 500 mil pessoas e, após a conclusão de uma nova barragem – em construção – tem previsão de atender aproximadamente 800 mil pessoas. A água captada é inserida no SAIC (Sistema de Abastecimento Integrado de Curitiba e região metropolitana).
Produtores discutiram, nesta quinta-feira (23), desafios da aquicultura na região; consumo de pescado no DF chega a 60 mil toneladas por ano.
Foto: Divulgação Emater-DF
Cerca de 100 pessoas, entre produtores, extensionistas e empresários do setor, participaram do 17º Encontro de Piscicultores do Distrito Federal e Entorno, realizado nesta quinta-feira (23), na Casa do Cerrado, e promovido pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF).
Na primeira parte do evento, os participantes debateram o cenário da piscicultura no DF e Entorno, apresentado pelo vice-presidente da Câmara Setorial da Aquicultura do DF e Entorno, Eber Maia. Em seguida, o diretor da Cooperativa dos Aquicultores do Amazonas (Coopaquam), Hélio Silva Pontes, falou sobre o caso de sucesso do cooperativismo na aquicultura, a partir da experiência daquela cooperativa.
No período da tarde, o encontro tratou dos principais desafios da atividade elencados pelos produtores na ficha de inscrição e debatidas possíveis soluções. Entre os temas tratados estavam os desafios em relação aos insumos, processamento e agregação de valor, sistemas de produção e comercialização.
Foto: Divulgação Emater-DF
O evento terminou com visita à Unidade de Experimentação de Produção Intensiva de Peixes da Emater-DF, onde os produtores puderam conferir cinco unidades demonstrativas: energia solar e o uso de backup com baterias de lítio; um sistema de criação de peixes com recirculação de água; um de criação de peixes integrada com plantio de vegetais, com o aproveitamento dos efluentes da piscicultura, ricos em nutrientes que alimenta as hortaliças; um sistema de bioflocos, com tanques de ferrocimento; e o uso de sensores inteligentes no controle da produção, monitorando a temperatura da água, alimentação dos peixes e outros detalhes que auxiliam o empreendedor a reduzir os custos.
“A piscicultura é uma cadeia muito importante no Distrito Federal. Nós temos uma grande motivação para levar isso a nossos produtores rurais. A Emater tem feito um trabalho muito grande nesse sentido, junto à Seagri, para que de fato a gente possa ajudar os produtores a aumentar a produção com qualidade e ajudar na comercialização, que é o grande gargalo”, destacou o presidente da Emater-DF, Cleison Duval, presente no evento.
De acordo com a Emater-DF, o consumo de pescado no Distrito Federal chega a 60 mil toneladas por ano, enquanto a piscicultura local produz uma média de duas mil toneladas por ano. O valor cresce a cada ano, junto ao Produto Interno Bruto (PIB) e ao Valor Bruto da Produção (VBP). Atualmente, o valor bruto da produção total da agropecuária do Distrito Federal está na faixa dos R$ 6 bilhões.
Duval descreveu o encontro desta quinta (23) como um alinhamento entre os produtores e técnicos para traçar caminhos a serem seguidos, propostas de trabalho e ações a serem desenvolvidas nos próximos anos. “Esse conjunto de informações entre os pequenos, médios e grandes produtores, junto aos técnicos, promove esse crescimento da cadeia.”
Integração
A abertura do 17° Encontro de Piscicultores do DF e Entorno contou com a presença do superintendente Federal da Pesca no DF e Entorno, Vitor Andrade; do secretário-executivo da Seagri, Rafael Bueno; do presidente do Ibram, Roney Nemer; da diretora-executiva da Asbraer, Mariana Matias; do representante de Crédito do BRB, Haroldo Azambuja, e do vice-presidente da Câmara Setorial da Aquicultura do DF e Entorno, Eber Maia.
Foto: Divulgação Emater-DF
O secretário-executivo da Seagri-DF, Rafael Bueno, falou da importância da união entre os produtores e entre os entes da cadeia produtiva. “A gente precisa nadar em cardume para ter volume, para ter constância, para alcançar o mercado”, disse ele.
Bueno também falou sobre os projetos de governo para a aquicultura do DF. “Nós vamos criar um selo de identidade regional dos produtos do Distrito Federal e nós vamos começar uma campanha, governo e iniciativa privada, para que a população valorize os produtos locais, não apenas de frutas e verduras, mas também de pescado”, afirmou e colocou o Sistema Agricultura à disposição de todos.
Vitor José de Andrade, da Superintendência Federal de Aquicultura do DF trouxe uma visão geral das ações da superintendência em conjunto com os órgãos locais de apoio aos aquicultores.
“Tenho andado muito na Ride e o que as pessoas mais relatam é que a comercialização é um grande gargalo, então eu tenho gastado tempo para criar um sistema efetivo de escoamento da produção”, disse o superintendente, apontando que nosso consumo interno é alto, cerca de 60 mil toneladas por ano, e a produção local é de 2 mil toneladas, podendo ser escoada no mercado interno.
Assistência do menor ao maior
Um dos piscicultores referência no DF, Guilherme Gonçalves Pereira, chega a produzir em torno de 200 toneladas por ano, variando a produção de acordo com os meses – com aumento, por exemplo, durante a época da Semana Santa. Trabalhando na área há quase dez anos, ele possui um sistema de viveiros escavados.
Foto: Divulgação Emater-DF
Guilherme atende peixarias, pesque e pague e outros lugares que trabalham com o peixe vivo, entregando em todo o DF e Entorno. Sua rentabilidade chega a R$ 100 mil por ano. O piscicultor falou sobre o apoio da Emater e importância de compartilhar conhecimentos, chance proporcionada pelo evento. “Sempre teve muito apoio técnico da Emater, usando a tecnologia certa, indo atrás das certificações e autorizações necessárias”, destacou.
O empresário José Romildo da Silva cria peixes como uma atividade paralela. Ele possui dez tanques de peixes em sua propriedade, localizada em Sobradinho dos Melos, na margem do Rio São Bartolomeu, perto do Paranoá. Romildo trabalha com cinco funcionários e tem equipamentos para tirar a pele do peixe. Lá, ele produz cinco toneladas por mês, o que chega a render R$ 60 mil após serem transformados em filé e fornecidos aos restaurantes locais.
Mesmo tendo uma produção menor, Romildo reforça a importância do apoio da Emater em todo processo, desde a formulação do abatedouro dentro das normas até a comercialização do produto. “Eles sempre estão nos ajudando a solucionar problemas na criação. Vão lá todo mês e ajudam a fazer a biometria dos peixes, verificam a sanidade dos animais, nos ajudam no quesito total em relação à criação, compra de insumos e qualidade de água. E minha renda melhorou muito”, declara.
Crescimento da atividade
Entre 2019 e 2022, houve um aumento de 25,32% no número de criadores de peixes na região. De acordo com dados disponibilizados no site da Emater-DF, 2022 foi o ano com maior número de criadores da história, com 782 piscicultores. Em 2019, eram 624.
Foto: Divulgação Emater-DF
As toneladas de peixes produzidas também aumentaram. Enquanto em 2019 foram 1.600 toneladas, em 2023 foram 2.100 toneladas pescadas. Outro número importante é o valor bruto que o produtor recebe por hectare de piscicultura, que saiu de R$ 160 mil em 2019 para R$ 300 mil em 2022. Atualmente, o valor bruto da produção que vem da piscicultura gira em torno de R$ 22 milhões por ano.
“Isso mostra que a atividade vem demonstrando interesse, porque ela tem um atrativo no retorno financeiro”, afirma o coordenador de Aquicultura da Emater-DF, Adalmyr Borges. De acordo com ele, Brasília é o terceiro maior mercado consumidor de pescado no Brasil, sendo uma grande possibilidade para os produtores da região gerarem renda, emprego e abastecerem a população local.
Neta e filha de agricultores, a auxiliar de veterinária Adélia Carvalho, de 17 anos, é a Rainha 2023 da zona rural de Alenquer, no Baixo Amazonas. Eleita agora em novembro na Festa do Produtor Rural, organização do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) em parceria com a Prefeitura, a jovem conquistou o título com uma fantasia inspirada em banana, principal atividade socioeconômica da comunidade onde vive, Morada Nova.
Foto: Divulgação Emater-PA
A 17ª edição do evento realizou-se na Goianinha, no km 8 da rodovia PA-427, com o objetivo de resgatar uma tradição interrompida há mais de duas décadas. Dessa vez, reuniu cerca de 1 mil e 500 pessoas de 12 comunidades.
O planejamento é que, em 2024, a Festa volte a ser em julho, assim como era no passado, anexa às homenagens nacionais do Dia do Produtor Rural, no dia 25 daquele mês. A época coincide, ainda, com safras importantes da região. “É um momento célebre para a agricultura familiar do município, porque mostra a força do campo, prestigia a existência e movimenta renda”, anuncia o chefe do escritório local da Emater em Alenquer, o técnico em agropecuária Waldomiro Yared.
Foto: Divulgação Emater-PA
Exemplo
Para Adélia Carvalho, ser a miss da retomada é uma honra: “Consiste em uma maravilha poder contar minha história, a da minha família e a do meu povo. Não é um mero concurso de beleza: é a materialização de um produto do nosso dia a dia, que nos alimenta e nos sustenta”, diz.
Foto: Divulgação Emater-PA
Outras seis candidatas participaram da disputa, cada uma desfilando o trabalho mais destacado da sua respectiva comunidade, como pecuária de corte e suinocultura. A programação da Festa incluiu distribuição de comidas típicas e premiação com agroequipamentos.O pai da Rainha, Pedro Carvalho, de 54 anos, conhecido como “Pedrinho” e atendido pela Emater desde 1998, doou 300 quilos de banana branca para os convidados: “O melhor brinde do mundo”, considera. Na Fazenda Solo Sagrado, além da banana, a família cria gado de corte e planta macaxeira, entre outros investimentos.”
A Emater é uma amiga, a gente vê até como parenta nossa. Ajuda, acompanha, fortalece e estimula – de a a gente poder passar lá no escritório pra tomar um cafezinho até pra nossos projetos de crédito rural”, relata o agricultor.
Na manhã de domingo, 19 de novembro, foi realizado o evento “Caminhos Religiosos do Vale” no município de São João do Polêsine, no Geoparque Quarta Colônia, RS. A concentração aconteceu na comunidade Sociedade Caravel, com um delicioso café da manhã colonial com cafés, chás, bolos, pães caseiros, pasteis, geleias e frutas da época. O clima agradável durante o dia foi um show à parte para engrandecer o município de São João do Polêsine.
Caminhantes desfrutaram de um dia muito agradável, trilhas maravilhosas em meio a mata, e também de uma gastronomia muito saborosa em São João do Polêsine, RS.
A abertura do evento foi realizada por volta das 8h15min conduzida pela extensionista Jane D’Arc Santos Vargas, do escritório municipal da Emater/RS-Ascar de São João do Polêsine, dando as boas-vindas aos participantes e os informes iniciais. Após, Monique Chaves, supervisora do escritório regional da Emater/RS-Ascar Santa Maria, apresentou a proposta da caminhada e também explicou o funcionamento da organização local através dos carimbos, da infraestrutura de apoio local e do passaporte ao final da caminhada. Para finalizar a abertura, o prefeito de São João do Polêsine, Matione Sonego, recepcionou os participantes apresentando-os ao Geoparque Quarta Colônia, desejando uma boa caminhada os visitantes.
Durante a caminhada, os participantes puderam apreciar as belezas naturais do rural, a religiosidade presente em forma de capelas e capitéis e a interação com animais ao longo do percurso. Além disso, os caminhantes puderam conhecer agroindústrias familiares rurais, como a Cachaçaria Gentil que possui um geoproduto identificado do Geoparque Quarta Colônia. A caminhada proporcionou um aspecto particular em que transitou entre características rurais e urbanas ao confrontar as trilhas com o processo de urbanização do distrito de Vale Vêneto, algo característico do processo de desenvolvimento e que registra em sua arquitetura a história da imigração italiana.
Os caminhantes passaram por pinguelas, por estradas de calçamento e de terra e, ao longo do trajeto, as placas informativas orientavam o percurso e a quilometragem feita para a finalização da caminhada. Os caminhos religiosos conectaram a produção, animais, alimentos e histórias.
Após a chegada dos caminhantes foi servido pela Comunidade da Linha Sant’Ana um saboroso almoço, com pratos típicos, desde galeto e carne de porco assada, complementados por maionese, arroz branco, arroz à grega e saladas diversas.
A caminhada das trilhas, das experiências e das capelas e capitéis religiosos
O evento contou com a presença de caminhantes de cinco estados brasileiros: Rondônia, Pernambuco, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além de um participante da França. Durante o circuito, os participantes trocaram experiências culturais riquíssimas. A caminhada em São João do Polêsine contou com o participante Gildo Rosso, 74 anos, agricultor, morador do município. Ele destacou a importância da caminhada para sua vida, pois aderiu participar de todas as caminhadas na natureza do Geoparque Quarta Colônia. “A caminhada de São João do Polêsine foi uma das melhores, pois teve bastante sombra, em lugares que nunca passei em minha vida, em um lugar maravilhoso”, finalizou Rosso.
No trajeto da caminhada houve pontos de apoio e locais de carimbo durante a passagem dos caminhantes. A paisagem rural foi um destaque, com um valor cênico incrível. Gustavo Neves, 32 anos, formado em Direito e estudante de Relações Públicas da UFSM, natural de Pernambuco, destacou que “foi minha primeira experiência nas caminhadas na natureza, e tive todo o suporte de transporte da UFSM, transporte local, atendimento médico, caso fosse necessário e com um atendimento de muita qualidade proporcionado pelas comunidades, além das instruções para o percurso. Vale muito a pena para conhecer a cultura, a realidade do território e o contato com as pessoas que é fundamental”, finalizou Neves.
Marta Von Ende, Diretora do Colégio Politécnico da UFSM, moradora de São João do Polêsine, destacou que o percurso foi bem acessível, com paisagens exuberantes, gastronomia (café da manhã e almoço) muito saborosos e infraestrutura de apoio muito bem organizada. A professora comentou ainda que estará presente nas próximas caminhadas. Esse é um exemplo de encantamento e de fidelização dos caminhantes, como de várias outras pessoas que participam das caminhadas na Natureza do Geoparque Quarta Colônia, ou seja, quem participa da primeira sempre se motiva para acompanhar as outras.
Pedro Abreu Domingues, estudante de Filosofia da UFSM, morador de Santa Maria, comentou que o percurso foi “muito agradável, muito interessante, pois pude apreciar tanto as belezas naturais da região quanto a cultura local com a sua riqueza de detalhes e com suas várias nuances que caracterizam a região”.
A Caminhada Internacional na Natureza do Geoparque Quarta Colônia na Agenda 2030 da ONU
O impacto das Caminhadas na Natureza é imensurável, pois conecta comunidades, visitantes de vários lugares do Brasil e do mundo, com a cultura local, com a gastronomia e com as belezas naturais do rural do Geoparque Quarta Colônia.
A organização disponibilizou apoio com hidratação e alimentação para dar energia aos caminhantes. A caminhada contou com 147 participantes que percorreram o percurso, com 41 cafés ofertados e 116 almoços. o evento envolveu mais 17 pessoas na organização local e regional, bem como mais de 23 integrantes da Comunidade Caravel e de Sant’ana.
Em 2023, o Caminhadas na Natureza no Geoparque Quarta Colônia é executado pela Pró-reitoria de Extensão (PRE) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em parceria com Emater/RS Escritório Regional em Santa Maria e escritórios locais dos municípios que integram o Geoparque Quarta Colônia e Prefeituras Municipais. Na UFSM, a Caminhadas na Natureza é uma ação do Programa do Geoparque de Assistência Técnica e Extensão Rural (PROGEATER), coordenado pelo Prof. Ezequiel Redin, com foco em estimular o turismo rural no Quarta Colônia Geoparque Mundial da UNESCO, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil.
Com esse evento São João do Polêsine auxilia na construção coletiva dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas no âmbito do Geoparque Quarta Colônia com a organização de um evento de caráter internacional que envolve esporte popular, lazer, natureza e famílias rurais.
Participe da Caminhada na Natureza em Silveira Martins, RS. O evento “Caminhos da Natureza, da Arte e da Fé” está marcado para sábado, 02 de dezembro. A iniciativa, promovida pela Pró-reitoria de Extensão (PRE) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em parceria com Emater/RS Escritório Regional em Santa Maria e escritórios locais dos municípios que compõem o Geoparque Quarta Colônia, bem como o apoio da Prefeitura Municipal de Silveira Martins com toda a infraestrutura do evento, visa fortalecer o desenvolvimento rural na região.O percurso de 11,7 km atravessa pontos turísticos e culturais, proporcionando uma experiência inclusiva e interativa de turismo rural.
O ponto de concentração e início será no campus de Silveira Martins da UFSM, com a abertura programada para as 7h45min e a caminhada começando às 8h.Os participantes têm a opção de iniciar o dia com um café da manhã delicioso por R$ 20,00, composto por cucas, pães, bolachas, geleias, salames, queijos, chás e café. Após o percurso, na Quinta Marco 50, duas opções de retorno estão disponíveis: transporte público sem custo, levando os participantes de volta ao local do almoço na comunidade da Linha Base ou ao centro da cidade; ou transporte particular com caminhão (Grupo Arturismo) por R$ 30,00, levando os caminhantes até o local do almoço e oferecendo um passeio até um Mirante, com retorno ao centro da cidade no mesmo local de partida.
O almoço na comunidade da Linha Base, ao custo de R$ 40,00, incluirá risoto, churrasco, saladas, cuca e pão, proporcionando momentos de convívio e confraternização. Recomenda-se que os participantes levem dinheiro em espécie devido às dificuldades de sinal e internet.As inscrições estão abertas em https://encurtador.com.br/rw249.
A expectativa é reunir um grande número de participantes e destacar a região como um destino turístico de excelência.Em 2023, a Caminhadas na Natureza é uma ação do Programa do Geoparque de Assistência Técnica e Extensão Rural (PROGEATER) da UFSM, sob a liderança do Prof. Ezequiel Redin, estimulando o turismo rural no Quarta Colônia Geoparque Mundial da UNESCO, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil.
Nos dias 07 e 08 de novembro, o município de Jati foi palco de uma capacitação crucial para o fortalecimento da agricultura local. A Escola Municipal Prof. Maria Nubia Vieira Novais sediou o evento, que contou com a participação ativa de cerca de 40 agricultores familiares, além de técnicos da Ematerce Brejo Santo e da Secretaria Municipal de Agricultura da Prefeitura Municipal de Jati.
Foto: Divulgação Ematerce
A iniciativa, fruto de uma parceria estratégica entre a Ematerce e a Secretaria Municipal de Agricultura, teve como foco a cultura da mandioca, um dos pilares da produção agrícola na região. O curso proporcionou uma plataforma para a troca de conhecimentos e o aprimoramento das práticas agrícolas, destacando-se como um passo crucial para impulsionar o setor.
O evento contou com a expertise de dois profissionais renomados na área: o Eng. Agrônomo, D.Sc. em Engenharia Agrícola, Guilherme de Freitas Furtado, e o Tecnólogo em Irrigação e Eng. Agrônomo Jose Édson Gomes Filho, que compartilharam suas experiências e conhecimentos com os participantes.
Entre os principais objetivos da capacitação, destacou-se a discussão sobre novas tecnologias aplicadas ao cultivo da mandioca, a identificação de cultivares mais adaptadas à região e o estímulo ao aumento das áreas produtivas. Além disso, houve um enfoque especial no incremento da produtividade, na geração de renda no setor agrícola e no planejamento estratégico para a implantação de dois campos experimentais.
Foto:Divulgação Ematerce
A proposta de estabelecer campos experimentais visa selecionar novas cultivares mais produtivas e adaptadas à região, reforçando o compromisso com a inovação e a sustentabilidade na agricultura local.
O sucesso da capacitação evidenciou o engajamento da comunidade agrícola de Jati em busca de melhores práticas e tecnologias para impulsionar a produção de mandioca, consolidando-se como um passo significativo para o desenvolvimento econômico e social da região. A Ematerce e a Secretaria Municipal de Agricultura reiteram seu compromisso contínuo em apoiar os agricultores locais e promover o crescimento sustentável do setor agrícola em Jati.
O diálogo foi promovido pelo vice-presidente regional da Asbraer Nordeste e contou com a participação do presidente nacional, Natalino Avance e o deputado Joseildo Ramos (PT/BA) autor da proposta do sistema único de ATER.
Nesta sexta-feira (17/11) a Asbraer Nordeste esteve reunida na 2ª Feira Nordestina de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Fenafes). Na programação, o vice- presidente da região nordeste da Asbraer, César Oliveira (Emater/RN), colocou em pauta discussão sobre o sistema único de ATER, promovido pelo deputado federal Joseildo Ramos (PT/BA). O evento contou com a participação do presidente nacional da Asbraer, Natalino Avance (IDR/PR), do deputado Joseildo, do diretor administrativo-financeiro da Anater, Camilo Capiberibe e representantes dos movimentos sociais como Contag, Contraf, MST e Fetraf.
Asbraer Nordeste discute Sistema Único de Ater – Natalino Avance/Foto: Divulgação Asbraer Nordeste
Natalino Avance abriu a discussão falando do papel importante que a Asbraer tem desempenhado nesse processo representando a ATER Pública e a Pesquisa Agropecuária de forma a fazer os dois segmentos conversarem para dar ainda mais efetividade na assistência ao produtor no campo. “A Asbraer tem buscado se posicionar na representação das associadas, na ATER e, mais recente, na pesquisa.
Por entender esses mecanismo como mecanismos importante da agricultura familiar no contexto socio-econômico”, afirmou. Além disso, a Asbraer tem sido fundamental na articulação com o Governo Federal levando as demandas da ATER e Pesquisa dos estados e buscando uma linha de construção e suporte financeiro entendendo a ATER como elo necessário na qualificação dos serviços para a agricultura familiar e esta como segmento importante na distribuição de alimentos e combate à fome.
“Temos conversado muito com ministro do MDA, com o DATER, com a Anater, e com deputados. Tivemos 3 audiências com o ministro numa linha de construção desse suporte financeiro desse sistema. Na primeira conversa o ministro pediu proposta de equilibrio financeiro. Apresentamos a proposta num evento no Paraná dentro de um assentamento da reforma agrária e o ministro marcou dia 28 de novembro uma reunião de discussão dessa proposta apresentada pela Asbraer.
É um momento de construção de análise e debate. Sem o suporte financeiro temos dificuldade de entender a prestação de um serviço na qualidade que a agricultura familiar necessita”, considerou o presidente da Asbraer. Natalino argumentou, ainda que o projeto de unificação, cujo deputado Joseildo Ramos (PT/BA) tem liderado, é importante para promover a inclusão socioeconomia da agricultura familiar e trazer qualificação para o serviço de ATER.
O autor da proposta de diálogos para criação do sistema unificado de ATER, o deputado Joseildo Ramos, informou que existe um projeto em tramitação que dispõe sobre a temática, mas sem diálogo com os atores envolvidos. A intenção é promover essa escuta para entender as reais necessidades e apresentar um substitutivo ao relator do projeto Jilmar Tatto (PT/SP). “Precisamos ampliar a discussão incluindo a pesquisa e a academia para que a grade de formação do extensionista seja discutida e planejada de acordo com a dinâmica que o país tenha para a agricultura familiar naquele momento. Porque não estamos falando de nada estático. O dinamismo da economia agrícola é muito complexo. Então não temos uma arquitetura formal de toda essa complexidade em nível de Brasil”, afirmou. Para o deputado, o principal desafio é colocar, de preferência na Constituição Federal, o financiamento tripartite (estados, municípios e União), para efetivamente consolidar a ATER.
Camilo Capiberibe, diretor administrativo-financeiro da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), considera necessário esse diálogo com todos os atores políticos para um sistema efetivo e que atenda às necessidades e afirmou que a Anater está dentro desse processo junto do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) em busca de resultados concretos.
O dirigente da Asbraer Nordeste, César Oliveira, chamou a todos os representantes das associadas do nordeste e os movimento sociais presentes para discutir sobre esse sistema e contribuir para sua criação de forma efetiva. “A discussão sobre financiamento de ATER é muito importante, mas estarmos presentes nesse debate do sistema único é tão importante quanto. Porque ele pode viabilizar a estruturação de uma ATER Nacional com busca de qualidade e mostrando nossos resultados. Por isso precisamos estar nesse debate. Para levar as nossas demandas e fazer com que esse sistema reflita a realidade de cada região”, disse.
Sistema Unificado de ATER
O deputado federal Joseildo Ramos (PT/BA) vem promovendo debates sobre a criação de um sistema unificado de ATER desde fevereiro deste ano (2023). As reuniões acontecem com as entidades de ATER, com todos os estados representados por meio da Asbraer, com o Governo Federal, por meio da Anater e MDA, Embrapa, universidades, instituições do terceiro setor como o Instituto Escolhas e movimentos sociais como a Faser e Contag.
Asbraer Nordeste discute Sistema Único de ATER – deputado Joseildo Ramos (PT/BA)/Foto: Divulgação Asbraer Nordeste
No último dia 6/11 o MDA promoveu o Seminário de ATER onde foi discutida a temática do sistema de ATER. Na ocasião, foram apresentados sistemas que obtiveram êxito, como o Sistema Único de Saúde (SUS), Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e o Sistema Nacional de Cultura (SNC). Foram colocadas, também, as dificuldades encontradas e o cenário atual de ATER feito pelo Diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural do MDA, Marenilson Batista.
A Asbraer tem participado de todas as reuniões para levar sempre o posicionamento da ATER Pública e contribuir sobre as necessidades de cada estado e suas peculiaridades para que tenha um sistema efetivo. A participação da ATER Pública é fundamental neste processo, visto que são as instituições de maior capilaridade e pluralidade que atua junto ao agricultor familiar entendendo suas necessidades e especificidades.
2ª Feira Nordestina de Agricultura Familiar e Economia Solidária
O encontro aconteceu de forma hibrida, tendo a participação do presidente da Asbraer e do deputado de forma virtual e dos dirigentes da ATER Nordeste presencial na 2ª Feira Nordestina de Agricultura Familiar e Economia Solidária que é realizada na Paraíba.
A feira teve início na quinta-feira (16/11) e acontecerá até domingo (19/11) no Espaço Cultural José Lins do Rêgo, em João Pessoa. A iniciativa é do Consórcio Nordeste por meio da Câmara Temática da Agricultura Familiar (CTAF) em parceria com o Governo da Paraíba através da Secretaria de Agricultura Familiar e Desenvolvimento do Semiárido (SEAFDS). A feira, com entrada gratuita, reúne diferentes parceiros que, juntos, esperam receber mais de 12 mil visitantes, somando os quatro dias de evento.
O evento é o maior do Nordeste dedicado à agricultura familiar e tem como objetivo promover o intercâmbio de experiências, conhecimentos e produtos entre os agricultores familiares da região. Ele é voltado ao fomento e à valorização da agricultura familiar nordestina, que estima a participação de mais de 300 cooperativas e associações, envolvendo mais de 500 expositores dos nove estados do Nordeste.
Durante a programação serão realizados eventos de formação, palestras, oficinas e cursos sobre as temáticas centrais: acesso à terra; sistemas agroalimentares e produção de alimentos saudáveis; agroecologia; assistência técnica e extensão rural e acesso ao crédito; mudanças climáticas; políticas públicas voltadas à agricultura familiar, economia solidária, acesso aos mercados, troca de experiências entre os estados do Consórcio Nordeste, cooperativismo solidário e protagonismo feminino.
Asbraer Nordeste sistema único de ATER/Foto: Divulgação Asbraer Nordeste
A Fenafes visa fortalecer iniciativas de integração de políticas públicas articuladas em torno do Programa de Alimentos Saudáveis do Nordeste (PAS/NE), criar um espaço de intercâmbio das experiências sobre políticas de apoio à agricultura familiar em andamento na região, fortalecer o cooperativismo solidário e a comercialização.
O IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater) e a Universidade Tecnológica do Paraná realizam um projeto de pesquisa em São José dos Pinhais para desenvolver um sistema de irrigação inteligente, capaz de evitar o desperdício de água no cultivo de hortaliças. O sistema deve assegurar o fornecimento de água para as plantas na hora que elas mais precisam e na quantidade exata.
Foto: Divulgação IDR-PARANÁ
Segundo o extensionista Thiago Hachmann, o IDR-Paraná já orienta produtores do Município sobre o uso de tecnologia que gerencia o funcionamento dos sistemas de irrigação, através de sensores de umidade e temperatura do solo. Segundo Thiago esta solução racionaliza o uso da água, mas pode ainda ser aperfeiçoada. “É este o propósito da pesquisa iniciada. Além destes instrumentos vamos usar informações das estações de monitoramento do tempo – mantidas pelo Simepar e IDR-Paraná em todo o Estado – e a inteligência artificial para uma irrigação planejada nas culturas”.
Thiago conta que a iniciativa é inédita no País e detalha de que forma ela representa avanço em relação ao que é praticado atualmente. “Os sensores instalados no solo acionam a operação do sistema de irrigação levando em conta os índices de umidade e temperatura do solo no momento. Mas, podem fazer isso, na véspera de chegada de uma frente fria. Desta forma com a previsão de chuva a água aplicada poderia ser poupada. Além de evitar prejuízo para a cultura, considerando que água em excesso no solo também pode comprometer o desenvolvimento da planta”, explica.
Foto: Divulgação IDR-PARANÁ
Na avaliação do técnico, atualmente cerca de 30% da água utilizada na irrigação das hortaliças, plantadas em São José do Pinhais, é desperdiçada. “Levando em conta que temos 4 mil hectares cultivados e que durante um ciclo de, mais ou menos 3 meses, o produtor precisa utilizar cerca de 120 mil litros de água para irrigar um hectare cultivado com hortaliças, chegamos a uma perda de 144 mil metros cúbicos, em apenas um cultivo, como o de repolho ou couve-flor, por exemplo. Como durante o ano são realizados mais do que um ciclo de cultivo, este número cresce ainda mais”.
O projeto, intitulado “Irrigação de Baixo Impacto Ambiental”, será realizado na Bacia Hidrográfica do Miringuava, região que é grande polo de produção de hortaliças na Região Metropolitana de Curitiba. O trabalho será realizado em 3 anos, com o uso de R$1,1 milhão de reais que será repassado pelo Finep, Financiadora de Estudos e Projeto, órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, por meio de uma chamada pública do CT-Hidro.
Plantio direto – O trabalho que vai ser realizado se soma a outra iniciativa tecnológica já colocada em prática no município de São José dos Pinhais que também contribui para a preservação da água: O Sistema de Plantio Direto de Hortaliças (SPDH), que permite a redução do escorrimento superficial em situação de chuva mais forte. “Este sistema utiliza a palhada – obtida com o plantio de plantas de coberturas, como a aveia. Esta palhada fica na superfície da área cultivada e, além de matéria seca, produzem raízes que, após processo de decomposição, formam pequenos túneis no solo, deixando-o mais permeável à água da chuva. Água que fica ali, para atender a necessidade da cultura, e também infiltra para aumentar a reserva dos mananciais”, detalha Tiago.
Foto: Divulgação IDR-PARANÁ
Outros benefícios do SPDH na palha é a redução do uso de herbicidas para o controle de plantas invasoras e, consequentemente, diminuição dos riscos de contaminação dos mananciais pelos transporte do agrotóxico com as chuvas. Além de preservar a saúde da família do produtor e seus colaboradores que ficam menos expostos à ação nociva desses agroquímicos.
Atualmente, o município tem cerca de 40 agricultores que adotam o sistema, aplicando a tecnologia numa área de aproximadamente 200 hectares.
A bacia do Miringuava, onde está sendo realizada toda esta ação, é utilizada para captação de água pela Sanepar. Ela abastece atualmente cerca de 500 mil pessoas e, após a conclusão de uma nova barragem – em construção, tem previsão de atender aproximadamente 800 mil pessoas. A água captada é inserida no SAIC (Sistema de Abastecimento Integrado de Curitiba e região metropolitana.
Grupo de pesquisa da UFSM desenvolve a produção de arroz na região da Quarta Colônia por meio de técnicas que evitam o uso de defensivos químicos.
O arroz é um dos alimentos mais tradicionais do país e está sempre na mesa dos brasileiros. Conforme levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população consome em torno de 10 milhões de toneladas de arroz por ano. Com isso, existe a necessidade de diversificar as formas de produção desse grão.
Plantação de arroz sem defensivos agrícolas (Foto: Assessoria de Comunicação Colégio Politécnico)
Na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), o grupo de pesquisa “Arroz Irrigado e Uso Alternativo de Áreas de Várzea” – criado em 2015 e coordenado pelo professor Dr. Enio Marchesan -, busca fomentar a competitividade de pequenos produtores e atender uma nova parcela de consumidores. Esse público opta por alimentos saudáveis e com produção socialmente responsável, vinda de sistemas característicos da agricultura familiar e que preservam os recursos naturais.
No início, a atividade era focada no sistema orgânico, mas após algumas dificuldades com a certificação da produção esse modelo acabou por se tornar inviável. Essas adversidades permitiram a adesão ao modo “sem uso de defensivos químicos”, uma espécie de fase intermediária entre o orgânico e o convencional, que utiliza mão de obra mecanizada e fertilizantes minerais, o que eleva o nível de produtividade por hectare. Desde o princípio, o propósito era alcançar uma valorização superior ao arroz convencional que, mesmo numa produtividade menor, tivesse um resultado líquido por hectare parecido com o que é obtido no sistema convencional.
Quais são as práticas de produção deste arroz?
Conforme o coordenador do projeto, a dinâmica de uso de fertilizantes é reduzida apenas aos minerais, pelo fato de utilizarem como matéria-prima resíduos que são passíveis ao meio ambiente e não deixarem resíduos químicos no alimento. Marchesan explica, ainda, como os produtores evitam o uso de herbicidas: “Em relação aos herbicidas, nós preparamos a área, reduzimos o banco de sementes, cuidamos do entorno para que não produzam sementes e isso é um diferencial do arroz, o nosso é limpo”.
O projeto também está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, plano de ação global criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) que reúne 17 objetivos de desenvolvimento sustentável. As ações desenvolvidas pelo grupo se enquadram nos itens 2 (Fome Zero e Agricultura Sustentável), 4 (Educação de Qualidade) e 12 (Consumo e Produção Responsáveis) da lista.
Um espaço para os alunos aplicarem a teoria na prática
Durante os oito anos de atuação, diversos alunos se envolveram direta e indiretamente no projeto. Ao todo, foram mais de 60 participantes vindos do grupo de pesquisa, alunos de graduação, mestrado e doutorado, bolsistas de Fpergs, CNPq, Fatec, entidades privadas e voluntários dispostos a aprender na prática o que é ensinado em sala de aula. A área didático-experimental de várzea conta com onze hectares sistematizados, possui irrigação individual para cada talhão (Unidade mínima de cultivo em uma propriedade), canais de drenagem e estradas internas.
Evento de lançamento do arroz em parceria com a PoliFeira do Agricultor (Foto: Assessoria de Comunicação Colégio Politécnico)
Em relação à infraestrutura, os locais contam com máquinas e equipamentos destinados aos trabalhos de campo, laboratórios de química para a análise de sementes e processamento pós-colheita, casa de vegetação e sala de aula. Ainda assim, utilizam-se análises de multirresíduos desenvolvidas no Laboratório de Análises de Alimentos do Departamento de Química da UFSM.
A pretensão é garantir ao consumidor final zero resíduos químicos no alimento e assegurar que há transparência e legitimidade quanto ao processo produtivo.
Empresas internas e externas contribuem para as atividades
Mesmo depois da primeira produção bem-sucedida, o arroz não tinha uma destinação definida. Assim, iniciou-se a parceria com a PoliFeira do Agricultor, projeto vinculado ao Colégio Politécnico da UFSM, para produção da rotulagem e venda do produto. Nesse sentido, foram realizadas diversas atividades de lançamento nas edições da feira livre, a fim de impulsionar o produto no mercado e promover as atividades do projeto.
Já no segundo semestre de 2020, algumas instituições somaram-se ao projeto. São elas: EMATER/RS ASCAR, Instituto Riograndense do Arroz (Irga), Prefeituras de Dona Francisca e de Faxinal do Soturno, Cooperativa Agrícola Mista Nova Palma (CAMNPAL), Cooperativa de Produção e Desenvolvimento Rural dos Agricultores Familiares de Santa Maria RS (COOPERCEDRO) e Meta Soluções Agrícolas de Agudo.
Desde então o projeto passou a dialogar com a comunidade regional, fazendo essa possibilidade de produção chegar aos agricultores. Sobre benefícios com a adesão de novas empresas, Marchesan comenta: “Essas empresas chegam com uma visão um pouco maior, um pouco mais abrangente sobre o mercado, eles também estimulam com que outros produtores façam adesão ao projeto”. Aos interessados, atualmente o arroz é comercializado no Armazém Coopercedro na Praça Saturnino de Brito e, em um futuro próximo, vai estar disponível em diversos mercados de Santa Maria como um produto Bella Dica.
Evento de lançamento do arroz em parceria com a PoliFeira do Agricultor (Foto: Assessoria de Comunicação Colégio Politécnico)
Projeto é destaque no agronegócio regional
Em outubro de 2023, o projeto foi reconhecido com dois prêmios de relevância nacional e estadual. Promovido pela Rede Pampa e Banrisul com apoio da Cotrijal, o “Troféu Destaques do Agro” premiou o projeto na categoria “Pesquisa e Inovação” durante a Expointer. O outro prêmio foi o “Destaque APUSM” que tem o objetivo de homenagear projetos, professores e iniciativas de Instituições de Ensino Superior que causam impacto nas comunidades e fortalecem a participação das Instituições de Ensino Superior no desenvolvimento de cidades da região. A homenagem foi entregue durante jantar baile de Dia do Professor.
Texto: João Victor Souza, acadêmico de Jornalismo e bolsista do projeto Revisão: Assessoria de Comunicação do Colégio Politécnico da UFSM
Atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação em tecnologias emergentes serão conduzidas em ambientes denominados Distritos Agrotecnológicos; iniciativa tem o potencial de alcançar até 14 mil pequenas e médias propriedades rurais.
Agência FAPESP – O Centro de Ciência para o Desenvolvimento em Agricultura Digital (CCD-AD/Semear Digital), coordenado pela Embrapa Agricultura Digital e financiado pela FAPESP, dá início este mês a ações de inclusão digital em dez municípios distribuídos pelas cinco regiões do país. A iniciativa tem o potencial de alcançar até 14 mil pequenas e médias propriedades rurais.Atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação em tecnologias emergentes serão realizadas em ambientes de produção denominados Distritos Agrotecnológicos (DATs). Há dois anos, estão em funcionamento pilotos do projeto nos municípios paulistas de Caconde e São Miguel Arcanjo (leia mais em: agencia.fapesp.br/50215).
Em Caconde (SP), produtores associam cultivo de café e piscicultura (foto: Lilian Alves/Embrapa Agricultura Digital)
O Estado de São Paulo vai receber mais três DATs: em Jacupiranga, Lagoinha e Alto Alegre. Ainda na região Sudeste, Ingaí (MG) foi selecionada para as atividades.As regiões Norte e Nordeste serão integradas ao projeto a partir de Breves (PA) e Boa Vista do Tupim (BA), respectivamente. Enquanto no Centro-Oeste participa a cidade de Guia Lopes da Laguna (MS) e, representando o Sul, estará Vacaria (RS). A partir de agora, serão realizados diagnósticos socioeconômicos em cada DAT e identificados os pontos focais e as propriedades rurais referência (veja no box as cadeias produtivas contempladas em cada município).
“Não adianta construir um projeto de inclusão digital sem envolver e ouvir produtores e produtoras sobre suas demandas”, destaca a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, idealizadora da iniciativa e pesquisadora responsável pelo CCD. “O Semear Digital vai atuar junto a associações e cooperativas do setor produtivo de forma interdisciplinar e colaborativa entre as instituições parceiras nas dimensões da pesquisa e inovação, conectividade e capacitação”, completa.
O modelo de operação do Semear Digital explora a agricultura digital inclusiva em seu potencial de reduzir assimetrias de mercado, atuar no bem-estar social das comunidades e transformar-se em pilar para o desenvolvimento sustentável dos múltiplos atores das cadeias produtivas envolvidas, destaca Massruhá.“O centro oferecerá conectividade e tecnologias digitais para pequenos e médios produtores, proporcionando aumento da renda e o acionamento de serviços técnicos via web”, diz Marcio de Castro, diretor científico da FAPESP.
O Semear Digital vai propor soluções adaptadas às diversas realidades rurais no país e, por meio de parcerias, identificar gargalos de conectividade e propor soluções em comunicação; pesquisar, desenvolver e validar tecnologias habilitadoras para soluções digitais. E, ainda, capacitar produtores, técnicos agrícolas e consultores em tecnologias digitais por meio de associações de produtores, cooperativas, escritórios de extensão rural públicos ou privados.Entre os potenciais parceiros do projeto, a depender do estágio do DAT, estão: produtores e cooperativas, grandes empresas fornecedoras, startups e programas de apoio ao empreendedorismo e inovação aberta, agentes financeiros e públicos das esferas federal, estadual e municipal, além de instituições de ensino e pesquisa.
Pesquisa colaborativa
O diálogo entre as diferentes instituições e disciplinas, a criação de metodologias que possibilitem abordagens similares para diversas áreas e culturas, bem como a falta de familiaridade das comunidades rurais no campo da agricultura digital estão entre os desafios da pesquisa na consolidação de novas ferramentas voltadas à inclusão digital de pequenos e médios produtores rurais.
A avaliação é do cientista-chefe do SemeAr Digital, Durval Dourado Neto, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), que também integra o consórcio ao lado do Instituto Agronômico (IAC), do Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), além do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD).Coordenador do Grupo de Políticas Públicas da Esalq, Dourado Neto destaca a contribuição do centro também nesse âmbito, a partir da expertise das equipes em pesquisa na agricultura. “O contato com os ambientes de produção será de extrema importância para identificar os melhores caminhos para avançarmos no conhecimento científico, gerando soluções que atendam às necessidades de cada um dos DATs”, diz.
A Embrapa contará, inicialmente, com o envolvimento de equipes de oito centros de pesquisa de modo a abranger regiões e temáticas: Embrapa Amazônia Oriental, Embrapa Uva e Vinho, Embrapa Agropecuária Oeste, Embrapa Mandioca e Fruticultura, Embrapa Cerrados, Embrapa Meio Ambiente, Embrapa Pecuária Sudeste e Embrapa Instrumentação.
Localização e cadeias produtivas
Fonte: Embrapa
Os municípios que receberão os DATs foram selecionados de forma técnica, com metodologia que utilizou indicadores socioeconômicos, como densidade demográfica, educação, infraestrutura, uso de internet e de computadores. Segundo o professor da Esalq, foram elencados municípios com pontuação mediana do ponto de vista de adoção de novas tecnologias, apresentando potencial para serem beneficiados pela infraestrutura a ser criada no contexto dos DATs.
Critérios de trabalho de campo, como logística e apoio técnico, diversidade de biomas e atividades agropecuárias definiram a escolha final dos municípios. A estruturação do levantamento utilizou informações estatísticas de instituições públicas de reconhecida capacidade técnica. Entre elas, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com dados do último censo agropecuário, realizado em 2017.
Foram considerados 34 indicadores, capazes de caracterizar os municípios nas diferentes regiões do país para que houvesse uma escolha assertiva e aderente aos objetivos do centro, explica Priscilla Fagundes, diretora-técnica do IEA, responsável pela metodologia adotada. “Estudos aplicados nos municípios-piloto trouxeram informações úteis para a execução dos trabalhos nos demais DATs, uma visão de diferentes cenários, facilitando sua expansão no âmbito do centro”, avalia a especialista.
DATs-piloto indicam prioridades
As cadeias produtivas contempladas a partir dos DATs-piloto foram a da cafeicultura, em Caconde, além de fruticultura e horticultura, no município de São Miguel Arcanjo. Na chegada do projeto, as comunidades rurais encontravam-se em distintos estágios de conectividade. No primeiro caso, a rede de internet já estava instalada, estrutura que faltava aos produtores dedicados ao cultivo de hortifrútis. A agregação de valor está no centro das demandas apontadas pelas comunidades rurais dos DATs-piloto.
Segundo a coordenadora de parcerias do Semear Digital e pesquisadora da Embrapa Agricultura Digital, Luciana Romani, 63 produtores de uvas e hortifrútis foram atendidos com conectividade proporcionada no DAT experimental, no município paulista de São Miguel Arcanjo, conduzido pelo CPQD. Pesquisa realizada junto ao público atendido apontou aumento médio de 28% de receita e 24% na redução média de custos.
Professor Durval (de amarelo) e equipes em visita a produtor de café e tilápia em Caconde (foto Valéria Costa)
Cerca de 60% dos produtores observaram melhoria na qualidade dos produtos. O trabalho foi reconhecido com o Prêmio ABDI Anatel de Redes Privativas, na categoria Rede Privada-Agro, em setembro último.
Também o presidente do Sindicato Rural de Caconde e ponto focal do DAT do município, Ademar Pereira, avalia que os impactos positivos da presença do projeto já são perceptíveis, com a atração de instituições públicas e privadas para a área rural.
“Precisamos de técnicos sensíveis, somos dependentes de políticas públicas e, agora, elas estão chegando também com o Semear Digital. Testemunhamos a chegada da conectividade no campo. Hoje, em Caconde, são 73 antenas, 1.350 assinaturas de internet. Dá certo a gente se organizar”, assegura.
Próximos passos
Após a incorporação dos novos municípios ao Semear Digital, serão realizados diagnósticos socioeconômicos para cada localidade, analisando as atividades agropecuárias predominantes. O objetivo é alinhar as necessidades das cadeias produtivas identificadas às demandas digitais dos produtores e às soluções tecnológicas oferecidas. O levantamento vai apontar as propriedades que atuarão como referência em cada DAT.
A fase inicial de identificação de demandas é etapa fundamental para que os resultados sejam consolidados, observa o professor da Esalq. “A construção e articulação dos arranjos institucionais locais serão fundamentais para que os resultados obtidos na pesquisa possam validar estratégias e soluções tecnológicas que impactem positivamente esses locais”, argumenta.
Evento realizado no Rio Grande do Sul é o mais tradicional do setor
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) marcou presença no 28º Congresso Brasileiro de Fruticultura, que termina nesta sexta-feira (10/11) em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Durante os quatro dias de evento, o tema central foi a “A tecnologia e a sustentabilidade na produção de frutas”.
No último dia do congresso, o coordenador técnico estadual da Emater-MG, Deny Sanábio, participou do fórum “Desafios da Extensão Rural na Fruticultura”. Em sua apresentação, ele relacionou os obstáculos que precisam ser superados para expandir a atividade em Minas e no país.
Foto: Divulgação Emater-MG
“No caso de Minas Gerais, a produção de café e de leite é majoritária. Então os filhos de produtores têm pouco conhecimento em outras atividades e acabam mantendo a tradição, com receio de investir em novas culturas. Mas temos vários exemplos onde a fruticultura entrou na propriedade como diversificação e passou a ser a principal fonte de renda ou até a única, substituindo as demais”, afirma Sanábio.
Ainda falando sobre o estado, ele lembra que o acesso ao crédito rural para o investimento na fruticultura precisa ser facilitado. “Como o café e o leite são o carro-chefe, muitas vezes os bancos e outros agentes financeiros direcionam o crédito rural apenas para essas duas áreas, com pouca disponibilidade de recursos para fruticultura”, informa.
Deny Sanábio relata que, nos locais onde existe uma base consolidada de associativismo e cooperativismo, a fruticultura tem mais impulso. “Mas infelizmente, muitos produtores ainda não estão reunidos em associações ou cooperativas”.
Outro ponto levantado pelo coordenador da Emater-MG durante o congresso foi a necessidade de maiores investimentos em rastreabilidade, que dispõe de uma legislação própria, e em certificação, para diferenciar o produto no mercado e conquistar novos consumidores.
O manejo de integrado de pragas e doenças, com o uso racional de agrotóxicos, também foi abordado. Ele lembrou ainda que, no país, muitos produtores ainda usam caixa de madeira para transportar e comercializar as frutas. Este tipo de caixa aumenta o risco de contaminação das lavouras. O ideal é o uso de caixas plásticas, que podem ser higienizadas.
Para Deny Sanábio, muitos fruticultores do Brasil ainda são carentes de assistência técnica, principalmente os agricultores familiares. “É preciso aumentar a presença de técnicos no campo pelas empresas de assistência técnica e extensão rural”.
O Congresso
O Congresso Brasileiro de Fruticultura é promovido pela Sociedade Brasileira de Fruticultura (SBF) a cada dois anos. Ele é considerado o maior e mais tradicional evento técnico-científico desta área no país. O evento conta com exposições, conferências, palestras, mesas-redondas, minicursos, visitas técnicas e apresentação de trabalhos científicos. Participam do encontro pesquisadores, professores, extensionistas, estudantes de graduação e pós-graduação, produtores e técnicos de empresas públicas, privadas e outras instituições que trabalham para o desenvolvimento do setor.
Paralelamente ao congresso, foi realizado este ano o 5º Encontro Nacional de Olivicultura.
Fruticultura em MG
Minas Gerais se destaca na fruticultura nacional, sendo o quarto maior produtor brasileiro. O estado lidera a produção de morangos e também tem relevância na produção de banana, laranja, tangerina e limão. São cerca de 143 mil hectares de área plantada em Minas, com uma produção anual estimada em 4 milhões de toneladas. Segundo a Emater-MG, a atividade gera mais de 540 mil empregos diretos e indiretos.
Uma pesquisa recente publicada na renomada revista científica PNAS revelou uma ligação alarmante entre a expansão da produção de soja no Brasil e um aumento significativo nas taxas de mortalidade por câncer infantil, especialmente leucemia linfoblástica aguda (LLA). O estudo, que se estendeu por 15 anos, abordou a falta de pesquisas em nível populacional sobre os impactos da intensificação do uso de pesticidas na saúde humana.
O Brasil, atualmente o maior produtor mundial de soja, também lidera o consumo global de pesticidas perigosos. Apesar das preocupações sobre os riscos à saúde associados à exposição a pesticidas, a pesquisa destacou a escassez de estudos abrangentes sobre os efeitos dessa intensificação na saúde da população.
Os resultados revelaram um aumento estatisticamente significativo na incidência de leucemia pediátrica após a expansão da produção local de soja. No entanto, os pesquisadores observaram que o acesso oportuno ao tratamento teve um papel mitigador nessa relação. O estudo também apontou que a exposição a pesticidas provavelmente ocorre por meio da contaminação da água potável.
De acordo com as descobertas, estima-se que 123 crianças com menos de 10 anos morreram de LLA associada à exposição à soja entre 2008 e 2019, representando cerca de metade de todas as mortes relatadas de LLA nesse grupo etário durante o mesmo período.
Os pesquisadores enfatizam que esses resultados representam apenas a ponta do iceberg das implicações para a saúde resultantes da produção agrícola intensiva e da mudança no uso da terra. A pesquisa destaca a necessidade urgente de regulamentações mais rígidas sobre o uso de pesticidas e maior atenção da saúde pública à exposição comunitária.
O estudo ressalta ainda que os impactos não se limitam à leucemia, sugerindo que a exposição a pesticidas pode ter efeitos adversos em diversas outras formas de doenças, incluindo outros tipos de câncer, doenças neurológicas e intoxicação aguda por pesticidas.
Diante desses resultados, os pesquisadores instam as autoridades de saúde a adotarem políticas mais rigorosas para mitigar os riscos identificados. Propõem a expansão do acesso ao tratamento do câncer em áreas afetadas, desenvolvimento de registros abrangentes de diagnósticos de câncer, e a implementação de medidas para monitorar e controlar o uso de pesticidas.
O estudo destaca a necessidade crítica de uma abordagem abrangente para enfrentar os desafios à saúde pública relacionados à intensificação da produção agrícola e o uso indiscriminado de pesticidas no Brasil. Essas descobertas chamam a atenção para a importância de considerar as implicações para a saúde humana quando comunidades passam por mudanças significativas na produção agrícola.
Leia mais sobre o estudo na revista científica PNAS, clicando aqui!
Aproximar produtores e consumidores, democratizar o consumo de alimentos orgânicos e agroecológicos são alguns dos objetivos do Projeto Cestas Solidárias, desenvolvido pelo IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná), na Região Metropolitana de Curitiba. O projeto, que nasceu em 2017, amplia e divulga as iniciativas que contribuem para a produção e o consumo de alimentos orgânicos e saudáveis, bem como promove o desenvolvimento local sustentável.
Foto: Divulgação IDR-PARANÁ
Ivo Melão, engenheiro agrônomo da Casa da Agroecologia do IDR-Paraná, é o coordenador do projeto e junto com o quadro técnico de bolsistas faz a mediação entre os produtores e consumidores que participam da iniciativa. Ele conta que o projeto Cestas Solidárias surgiu seguindo um modelo inspirado nas AMAPs (Associação para a Manutenção de uma Agricultura Familiar) criadas na França.
O Projeto tem em seu escopo a oportunidade de colocar em prática um mercado de circuito curto de comercialização, onde as relações de seus principais atores são construídas de forma justa, com preços bons para o agricultor e consumidor e transparente para ambos. “Muito mais do que aproximar quem vende de quem compra, o Projeto busca valorizar e reconhecer a produção desses alimentos e, ao mesmo tempo, ressignificar o seu consumo”.
Atualmente são 20 grupos de consumo em funcionamento na Região Metropolitana de Curitiba, com uma média de 15 famílias consumidoras por grupo, o que representa 1200 cestas por mês, mais de 6 toneladas de produtos comercializados e um movimento em torno de 45 mil reais. Dependendo do número de clientes no grupo, o agricultor pode ter um rendimento com potencial variando de 2 a 8 mil reais mensais. O valor médio mensal para os consumidores é de 150 reais para quatro cestas mensais e os agricultores oferecem uma produção diversificada de forma regular a cada semana.
Para Melão, o papel do IDR-Paraná como articulador e animador do processo de formação dos grupos de consumo tem sido fundamental desde o início. “A experiência do Projeto tem demonstrado que aos poucos cada grupo estabelece uma dinâmica própria de funcionamento, com mediação por parte dos técnicos do IDR-Paraná, quando necessária ou solicitada, por exemplo nas épocas de reajuste dos preços das cestas; na rotatividade de consumidores nos grupos; na programação de visitas de consumidores as propriedades, nos encontros para avaliação do projeto”.
Foto: Divulgação IDR-PARANÁ
Em breve serão formados grupos de consumo que serão atendidos por produtores que estão em transição agroecológica. “O desafio é oportunizar este canal de comercialização a esses produtores que nesta fase, normalmente, encontram mais dificuldades de venda de seus produtos no mercado”, explica Ivo Melão.
Ganha-ganha para agricultores e consumidores – No Projeto Cestas Solidárias todos ganham. Os agricultores têm uma garantia de venda toda semana. Como não existe um intermediário na negociação, os agricultores podem fazer a entrega por um preço melhor.
Valdevino Lorenzi é agricultor e veterano no Projeto Cestas Solidárias. “Estou desde 2017 e o Projeto é excelente para nós produtores. Recebemos com antecipação, assim podemos investir na produção e na programação das culturas. Minha propriedade fica em Mandirituba e temos 45 clientes do Projeto”, conta Valdevino.
Na outra ponta, o consumidor tem acesso facilitado a produtos agroecológicos confiáveis. Em média as cestas têm de sete a nove produtos entre frutas, hortaliças, tubérculos, podendo incluir outros alimentos produzidos pelos agricultores como mel, geleias, compotas, ovos, entre outros. A principal característica é que são produtos de época, da região e produzidos sem agrotóxicos e insumos químicos.
Para a consumidora Maria Ester Gomes, o Projeto é muito inteligente e importante. “Otimiza o tempo dos consumidores e agricultores, auxilia na manutenção de uma vida saudável com o consumo de produtos orgânicos a um preço acessível, além de ter o contato direto com o produtor. Esse contato é fundamental tanto para saber a origem dos alimentos, quanto na conscientização sobre a produção orgânica. Quem sabe no futuro todos os agricultores se tornem orgânicos, pois saúde na mesa é o que todos desejam”, disse Mari.
O professor e engenheiro agrônomo do IDR-Paraná, Moacir Darolt, explica que os consumidores fazem economia e ainda contribuem para melhorar a renda dos produtores familiares. “O Projeto do Cestas Solidárias vem responder a uma demanda crescente por parte dos consumidores por alimentos frescos e diversificados, agroecológicos, com uma identidade e proveniência conhecidas e um preço acessível. Por outro lado, responde a uma dificuldade de comercialização que muitos produtores enfrentam, trazendo segurança de renda e de planejamento da produção, pois toda a produção pode ser comercializada”.
Darolt acrescenta que o consumidor deve ser consciente e solidário com o agricultor, no sentido de aceitar os produtos da cesta sem prévia escolha.
Na aproximação entre consumidores e produtores, intermediada pelos técnicos do IDR-Paraná, são realizadas pelo menos duas reuniões para promover a conscientização do consumo responsável e saudável e também fazer o acerto sobre o número de itens da cesta, dia e horário de entrega, o local e o preço. Cada consumidor recebe uma sacola, confeccionada em material reciclado, que serve para atender a dinâmica de troca (leva e traz). O pagamento é feito de forma antecipada, mensalmente, diretamente ao produtor.
Reconhecimento – O Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA) recebe trabalhos que contribuem para o campo agroecológico nas suas múltiplas expressões e esse ano, no espaço destinado a relatos de experiências técnicas, haverá a apresentação do trabalho de conclusão de curso da bolsista da Casa da Agroecologia IDR-Paraná, Jaqueline Cremonese que foi sobre o Projeto Cestas Solidárias.
Para Jaqueline trabalhar no Projeto é ao mesmo tempo muito gratificante e desafiador, pois a cidade parou de conversar com o campo, e o que não se vê, não se sente. “O canal de diálogo que o projeto cria dos consumidores com os agricultores é importante ao passo que os consumidores entendem o papel que possuem”.
Sobre a oportunidade de apresentar o Cestas Solidárias no Congresso, Jaqueline explica que será incrível relatar essa experiência de circuito curto de comercialização da agricultura familiar e orgânica na região metropolitana de Curitiba. “Mais do que isso, o projeto poderá ter outros pontos de vista, visando aumentar sua abrangência e efetividade. O 12º CBA demonstra ser especialmente importante dado o agravamento das mudanças climáticas nesse ano de 2023, e considerando que a agroecologia é um dos caminhos para enfrentar esse fenômeno”.
Para participar – O agricultor interessado em participar do projeto deve entrar em contato com a sua cooperativa ou com o escritório do IDR-Paraná do seu município para conhecer as demandas dos consumidores mais próximos da sua propriedade.
Os consumidores interessados em apoiar o projeto, adquirindo as cestas, devem procurar no IDR-Paraná se existe algum grupo na sua região. Se não houver, a pessoa pode reunir amigos ou familiares para formar um grupo, com um número mínimo de 15 participantes. A partir daí basta entrar em contato com o IDR-Paraná que vai promover um encontro com produtores para a definição de produtos e detalhes da entrega.
O contato pode ser feito pelo telefone (41) 3544-8110.
Mais de 150 pessoas, entre empreendedores rurais, técnicos e comunidade da região da Serra Catarinense, participaram do 5º Seminário Regional de Turismo Rural. O evento aconteceu no dia 25 de outubro, no município de Bom Retiro, numa promoção conjunta da Epagri com a Prefeitura local, por meio da Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e Turismo. O evento teve apoio da Associação dos Municípios da Região Serrana (Amures), Cresol e Sicredi.
Evento em Bom Retiro foi marcado por palestras, discussões e intercâmbio de experiências (Fotos: Divulgação / Epagri)
O objetivo do Seminário foi fortalecer o turismo rural na Serra catarinense. “Muitos dos presentes já atuam no setor, enquanto outros estão interessados em empreender nessa atividade, que tem se mostrado uma importante fonte de renda em diversos municípios da região”, explica Henrique Massaru Yuri, extensionista da Gerência Regional da Epagri em São Joaquim.
O evento foi marcado por palestras, discussões e intercâmbio de experiências sobre práticas de turismo rural bem-sucedidas. Além disso, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer os desafios e oportunidades desse setor, em crescimento na região. E para finalizar o dia, os participantes conheceram o empreendimento Caminho das Nuvens, onde foi servido café e apresentadas possibilidades de trabalho dentro do turismo rural.
Participantes conheceram empreendimento Caminho das Nuvens
Á medida que o turismo rural se consolida como uma atividade econômica de destaque, Bom Retiro, conhecida por sua economia voltada para a agricultura, está experimentando uma transição significativa. Segundo o extensionista, essa mudança tem contribuído para a diversificação da economia local, impulsionando a renda das famílias rurais e gerando oportunidades tanto para os jovens quanto para as mulheres que residem na região.
O 5º Seminário Regional de Turismo Rural na Serra Catarinense fez parte das comemorações dos 100 anos de emancipação política de Bom Retiro. “Foi também um marco importante para o município e para a região serrana catarinense como um todo, sinalizando o potencial crescente do turismo rural como alavanca econômica e de fortalecimento das comunidades rurais”, conclui Henrique.