A proposta é implementar um grande projeto e aumentar a competitividade do setor agropecuário brasileiro
Levar a internet ao campo e promover a conectividade do setor agropecuário se configuram como o grande desafio para que o Brasil chegue, efetivamente, à agricultura digital – ou Agricultura 4.0. Para vencer esse desafio, um grupo de trabalho sobre conectividade no meio rural vem promovendo discussões para implementar um grande projeto e aumentar a competitividade do agronegócio brasileiro.

O grupo, liderado pela Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), reúne representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa); Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações; Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater); Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); empresas de telecomunicação; empresas privadas do setor de insumos agropecuários, instituições parceiras como Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Sistema OCB, entre outros.
Para o presidente Ademar Silva Jr, a conectividade no campo é fundamental para o resultado eficaz do trabalho da Anater. “A Anater tem o papel chave de levar conhecimento, inovação e tecnologia para o homem do campo, de forma efetiva. Essa lógica de conectividade da Agricultura 4.0 vai contribuir para elevar a assistência técnica e extensão rural a um novo patamar, com mais acessibilidade e segurança”, avalia.
PARCERIA
Em reunião realizada nesta quinta-feira (4), o grupo avançou na discussão sobre o ponto que considera o principal elemento desse projeto, que é a infraestrutura para promover a conexão, seja 4G, 5G, satélite, fibra óptica ou torre.
O coordenador do grupo de trabalho e da Comissão de Comunicação da FPA, deputado federal Zé Silva destaca que a agricultura precisa acompanhar a transformação digital que vem ocorrendo em todas as áreas. “A automatização dos processos impacta a produção no campo de forma sustentável. Como extensionista rural e engenheiro agrônomo acredito no avanço da produção agrícola por meio da conectividade”, afiança.
Fernando Camargo, secretário de Inovação do Mapa, explica que o grande desafio é fazer com a internet chegue efetivamente ao campo e finalmente o Brasil consiga fazer a chamada Agricultura Digital 4.0. “É uma necessidade do produtor e temos a intenção de atender e colocar o Brasil não apenas como usuário de tecnologia, mas também de exportação de inovação. E para isso é preciso conectar ao máximo o campo, para sair na vanguarda dos produtos brasileiros na exportação do agro”, projeta
Segundo o secretário, a Anater tem tudo a ver com esse processo. “A assistência técnica do futuro é a agricultura digital, ou seja, a agricultura a longa distância, por dispositivos móveis, por vídeo, a Internet das Coisas, que tem infinitas possibilidades para o setor agrícola. E o papel da Anater é levar aos rincões e aos produtores que têm menos acesso tecnologia e conhecimento para que todos cheguemos ao mesmo patamar de excelência que o Brasil precisa e merece”, ressalta

CONECTIVIDADE
De acordo com o Departamento de Inovação para a Agropecuária do MAPA, somente de 6% a 9% da agricultura brasileira possui algum tipo de conectividade e há muito a ser trabalhado para mudar essa realidade, inclusive na área urbana. “Hoje, o Brasil tem em torno de 90 mil torres de conectividade na área urbana. Os Estados Unidos têm cinco vezes esse número, algo em torno de 500 mil torres. A China tem dois milhões de torres”, aponta o diretor Luís Cláudio França.
Cleber Soares, diretor da Embrapa, explica que o grupo de trabalho fez a primeira rodada de ideias de como sobrepor camadas de infraestrutura para a conectividade no campo. “O projeto está em fase de construção e nossa expectativa é que ainda em 2019 já tenhamos disponíveis alguns pontos de conexão”, finaliza.
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Esta notícia foi autorizada para publicação. Créditos à Jerúsia Arruda da Assessoria de Comunicação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater).