Mapa e Anater viabilizam R$ 53,6 milhões para contratações de serviços de assistência técnica

Agricultores assentados, produtores de orgânicos e estudantes de ciências agrárias podem ser beneficiados em todo o país.

A Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) lançou Chamadas Públicas e Instrumentos Específicos de Parceria (IEPs) para contratação de serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), que somam R$ 53,6 milhões e beneficiarão áreas rurais de todas as regiões do Brasil, no início de 2022. Os editais apresentam novas políticas públicas de Ater, direcionadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O lançamento ocorreu nesta segunda-feira (27). A partir desta data, empresas privadas e públicas de Ater interessadas podem participar dos processos de seleção.

Agricultores assentados, produtores de orgânicos e estudantes de ciências agrárias fazem parte do público-alvo. As iniciativas do Governo Federal são referentes ao Programa de Consolidação de Assentamentos – Produzir Brasil – Região Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo; ao Projeto de Ater para Família de Agricultores e Agricultoras Orgânicos Vinculados a Organizações de Controle Social (OCS); e ao Programa AgroResidência.

“Este final de ano traz mais um marco para a história da Ater no Brasil. É com orgulho que anunciamos esse recurso que contemplará todas as regiões. A Anater, com o direcionamento do Mapa, potencializou as ações e iniciaremos 2022 ainda mais fortes”, destacou o presidente da Anater, Ademar Silva Júnior.

A última versão do Produzir Brasil atenderá demandas específicas da área de atuação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). A finalidade é acelerar o processo de consolidação dos projetos de reforma agrária por intermédio da inserção produtiva em cadeias de valor que garantam a sustentabilidade econômica e ambiental, bem como, a estabilidade social das famílias assentadas para inserção dessas em mercados.

Foto: iStock/Mapa

 A iniciativa é executada em parceria com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e, por isso, oferece também o título de posse rural, ampliando o acesso a outras políticas públicas. O recurso de aproximadamente R$ 30,3 milhões beneficiará mais de 6.600 famílias de assentados titulados ou em titulação, de nove estados da Região Nordeste, além de Minas Gerais e Espírito Santo. Além da contratação de empresas privadas por chamamento, o valor inclui a assinatura de seis IEPs com Emateres.

Já o Projeto de Ater para Família de Agricultores e Agricultoras Orgânicos Vinculados a Organizações de Controle Social (OCSs) visa a prestação de serviços para agricultores(as) familiares agrupados(as) em OCSs  que comercializam com venda direta. Devem ser legalmente constituídas e devidamente cadastradas no Mapa.

Será realizado o apoio à produção familiar de alimentos orgânicos, organização e controle social, rastreabilidade, execução de registros das atividades e acesso a mercados. O recurso de R$ 7,8 milhões contemplará mais de 80 OCSs dos seguintes estados: Amazonas, Ceará, Paraíba, Sergipe, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

O AgroResidência tem o objetivo de selecionar propostas de projetos de residência profissional agrícola de instituições de ensino públicas. Serão contemplados os jovens entre 15 e 29 anos de idade, estudantes de nível médio ou superior e recém-egressos de cursos de ciências agrárias e afins. São quatro editais lançados e a abrangência é nacional, com recurso que soma R$ 15,5 milhões.

<< Confira os editais aqui !

Fonte: Mapa 

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A cultura do arroz é destaque na 2ª edição do Boletim da Agricultura Familiar

A 2ª edição do Boletim da Agricultura Familiar, produzido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), destaca a importância da cultura do arroz para os agricultores familiares gaúchos, sendo a principal cadeia produtiva em alguns municípios do estado. A cultura do arroz é uma das mais importantes no Brasil e o Rio Grande do Sul é o maior estado produtor. Dados da Companhia apontam uma produção total de 11.741 mil toneladas do grão, em 2021, das quais 70% foram cultivadas no Rio Grande do Sul. 

Na seção artigo em destaque, esta edição do boletim traz um olhar sobre o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), no que diz respeito à transversalidade e à interseccionalidade, com foco nas questões de gênero e comunidades tradicionais. O trecho foi escrito pelas colaboradoras Priscila de Oliveira Rodrigues, Sued Wilma Caldas Melo e Taíze Carvalho Santos. 

A publicação apresenta também a visão de agricultores e agricultoras familiares que seguiram suas atividades durante a pandemia do novo coronavírus, relatando as dificuldades enfrentadas por eles e a importância da continuidade das políticas públicas nesse momento. Ainda dentro do tema políticas públicas, o boletim apresenta debate sobre a Ação de Doação de Alimentos (ADA), operacionalizada pela Companhia na distribuição de cestas de alimentos de forma complementar a outras estratégias de fomento e acesso à alimentação.

No item comercialização, o trabalho apresenta uma série de preços de produtos ligados às cadeias produtivas da agricultura familiar. No que diz respeito a crédito rural, esta edição se debruça sobre o Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar (PGPAF), seu histórico e aplicabilidade, com o objetivo de fazer chegar ao agricultor que tem direito e não acessa o Programa por desconhecimento.

O boletim traz ainda um texto da pesquisadora Ana Braga Dorneles, que fala sobre a experiência das Comunidades que Sustentam a Agricultura (CSA’s). A redação é um fragmento da dissertação de mestrado apresentada pela autora na Universidade de Brasília (UnB), que buscou compreender melhor o movimento da CSA pelo mundo até sua chegada ao Brasil e em Brasília. O tema desperta interesse acadêmico, motivando novos desafios, questionamentos e limitações.

O Boletim da Agricultura Familiar é publicado bimestralmente no Portal da Conab. Clique aqui para ter acesso à íntegra da publicação.

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Créditos:

Fonte: Conab – Companhia Nacional de Abastecimento

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Mapa lança edital para ofertar assistência técnica a cooperativas e associações da agricultura familiar do AC, AP, AM e PA

O lançamento marcou o Dia da Amazônia, celebrado no dia 5 de setembro. Serão contempladas as cooperativas que atuam com produtos da biodiversidade amazônica, como cacau, açaí e castanha-do-Brasil.

Com o intuito de fortalecer a produção aliada ao uso sustentável dos recursos naturais, o projeto Bioeconomia e Cadeias de Valor lança edital de seleção com o objetivo de ofertar serviços de assessoria técnica para cooperativas e associações da agricultura familiar localizadas nos estados do Acre, Amapá, Amazonas e Pará, que atuam prioritariamente nas cadeias de valor do cacau, do açaí, da castanha-do-brasil e do pirarucu de manejo, e bem como de outros produtos da sociobiodiversidade amazônica. O projeto é uma iniciativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo, em parceria com a Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH.

A consolidação de cadeias de valor da bioeconomia é uma oportunidade de geração de renda para a agricultura familiar, especialmente na Região Norte do país. O fortalecimento das estruturas de gestão e comercialização de cooperativas e associações de comunidades locais, expandindo a comercialização dos seus produtos em cadeias de valor prioritárias, promovem estratégias-chave que aliam produção e conservação dos recursos naturais, construindo uma bioeconomia sustentável e inclusiva para a Amazônia.

“Esse edital reforça nosso compromisso com o cooperativismo, com a promoção da agricultura familiar e com a promoção de cadeias de valor que trabalhem a partir da floresta em pé. O lançamento do edital nesta data também comemora o Dia da Amazônia, dia 5 de setembro, celebrando o potencial que a região tem em apontar para soluções para a bioeconomia”, ressalta o secretário da Agricultura Familiar e Cooperativismo do Mapa, César Halum.

Para realizar a inscrição é necessário preencher, até o dia 5 de outubro de 2021, a Ficha de Candidatura, disponível no link: https://forms.gle/NMpqhYCv8zPqAmbq7 . Todos os critérios, condições para candidatura e cronograma do processo de seleção estão detalhados no edital de seleção.

Assessoria Técnica

As cooperativas e associações selecionadas pelo edital do projeto Bioeconomia e Cadeias de Valor poderão contar com aportes, serviços e ferramentas para identificação de demandas em áreas específicas de gestão do empreendimento coletivo, como também para a construção e execução de um plano de ação e qualificação de processos de planejamento.

Outras possibilidades ofertadas pelo edital são a realização de acompanhamento contábil, financeiro, comercial, organizacional, ambiental, produtivo, de marketing, entre outras áreas, e a elaboração de projetos de investimentos, custeio e/ou capital de giro, e prospecção das diversas fontes possíveis de financiamentos.

Os empreendimentos coletivos selecionados poderão, ainda, solicitar a realização de atividades específicas de formação e capacitação para associados, técnicos e dirigentes do empreendimento e seus familiares e/ou a elaboração e distribuição de materiais didáticos, de divulgação e promoção comercial, bem como de identidade visual do empreendimento e dos produtos.

O edital prevê ações de promoção à articulação, negociação, integração e pactuação do empreendimento com outras organizações da agricultura familiar, da sociedade civil e de governos, para participação em programas de compras institucionais de alimentos, mercados privados e diferenciados, como também com o setor privado, para estabelecer e melhorar relações comerciais e formalizar parcerias.

A primeira atividade a ser realizada após a seleção será a identificação do estágio e do nível de maturidade das associações e cooperativas, além da identificação da visão de futuro e onde os empreendimentos querem chegar.

Os selecionados poderão receber os serviços conforme suas necessidades ou interesse, compatibilizando com ações já desenvolvidas (ou em desenvolvimento) em outros projetos ou programas. Portanto, os atendimentos poderão ser realizados de maneira integral ou parcial, considerando o estágio identificado em cada empreendimento.

A forma de aplicação dos serviços, assim como carga horária e cronograma, será planejada específica e diretamente com cada um dos empreendimentos selecionados no edital, que poderão contar com a assessoria especializada até dezembro de 2023.

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Créditos:

Fonte: MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

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Mapa prepara pavilhão da agricultura familiar para 228 expositores na 44ª Expointer

No espaço, o visitante encontrará queijos, polpas, mel, vinhos e espumantes, plantas, artesanato e outros produtos.

A agricultura familiar tem espaço garantido na 44ª Expointer, a maior feira agropecuária da América Latina, que começa no próximo sábado (4), em Esteio, Rio Grande do Sul. Nos sete mil metros quadrados do Pavilhão da Agricultura Familiar, o visitante encontrará queijos, polpas, mel, vinhos e espumantes, plantas, artesanato e outros produtos, ofertados por 228 expositores, distribuídos em 210 estandes. Durante nove dias de programação, o espaço oferecerá toda a diversidade da produção das agroindústrias familiares.

No pavilhão será realizada a 23ª Feira da Agricultura Familiar seguindo todos os protocolos sanitários preventivos contra o coronavírus. Haverá pontos de higienização com dispensers de álcool gel e lavatórios de mãos, espaçamento de 1,5 metro entre as bancas e monitores fazendo abordagens educativas sobre a prevenção contra a Covid-19, orientando sobre uso da máscara e ajudando a verificar o cumprimento das regras sanitárias.

Os estandes serão divididos entre 216 estabelecimentos do Rio Grande do Sul, oito de Minas Gerais, três do Amapá e um do Rio de Janeiro. Desses, 90 são comandados por mulheres e 48 por jovens. Do total, as agroindústrias lideram com 178 empreendimentos participantes, seguidas por 35 de artesanato. Serão 71 estandes com produtos de origem animal e 103 com produtos de origem vegetal.

“A Expointer é uma feira tradicional que fortalece a agricultura familiar e promove a troca de aprendizados, a realização de negócios e a inovação do agro. Depois de realizar uma edição inédita em 2020, totalmente digital devido à pandemia, agora a feira volta a receber o público com muita alegria e com todos os cuidados sanitários necessários”, destaca o secretário da Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), César Halum, que vai marcar presença na feira.

A ministra Tereza Cristina também é presença confirmada na 44ª Expointer. A visita está prevista para o final da próxima semana. Na oportunidade, além de prestigiar a feira, a ministra participará de reunião com representantes dos diversos setores da agropecuária do Rio Grande do Sul.

O Pavilhão da Agricultura Familiar é organizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em parceria com a Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul (Fetraf-RS), Emater-RS-Ascar e Via Campesina.

Programação

Na 44ª Expointer, que ocorrerá entre os dias 4 e 12 de setembro, além de aproveitar o Pavilhão da Agricultura Familiar, o visitante poderá acompanhar mais de 400 eventos e atrações que acontecerão no Parque Estadual de Exposições Assis Brasil. Nesta edição, a feira contará com mais de 80 empresas expositoras de máquinas e implementos agrícolas e 4.057 animais rústicos e de argola.

A programação conta com palestras técnicas com temas voltados ao aprimoramento da agropecuária; atrações culturais como shows diários de música, dança, apresentações folclóricas e comidas típicas; Exposição de Artesanato do Rio Grande do Sul (Expoargs); exposição de mais de 150 raças de animais; “Desfile dos Campeões”, com apresentação dos animais premiados; e outros eventos.

>> Clique aqui para acessar a programação da 44ª Expointer

Para garantir a segurança de visitantes e trabalhadores, a Expointer deste ano terá presença de público limitado a 15 mil visitantes por dia, que terão que cumprir protocolos de saúde, como o uso de máscara obrigatório. Para que o evento fosse autorizado, a organização, coordenada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), contou com estudos do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), da Secretaria da Saúde, que definiu protocolos sanitários específicos para diversos setores da feira.

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Créditos:

Fonte: MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

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Novos produtos recebem o Selo Arte em São Paulo

O Estado já concedeu o registro para 48 produtos de origem animal que poderão utilizar o Selo Arte.

Mais cinco produtos foram autorizados a utilizar o Selo Arte no Estado de São Paulo O estabelecimento, uma fábrica de laticínio registrada no SISP no município de Fernandópolis irá comercializar seus produtos com a marca Jeito do Mato.

Os certificados de registros dos produtos foram emitidos no dia 6 de agosto, pelo Centro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (CIPOA), da Coordenadoria de Defesa Agropecuária, órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado de São Paulo.

Registrado com o número SISP 1680, “o estabelecimento tem autonomia para o recebimento diário de 300 litros de leite que serão utilizados na produção de queijo Minas frescal, queijo Minas padrão, queijo tipo brie, requeijão e requeijão com raspas de tacho”, disse o médico veterinário Bruno Bergamo Ruffolo, diretor do CIPOA.

Com a certificação de mais este estabelecimento somam-se a cinco os estabelecimentos autorizados e 48 rótulos de produtos de origem animal que poderão ser produzidos e comercializados com o Selo Arte.

Para inclusão do Selo Arte em seus produtos, “o estabelecimento deve estar registrado no CIPOA sob o Serviço de Inspeção de São Paulo na forma artesanal (SISP artesanal)”, explicou Ruffolo.

Como artesanal entende-se o processo utilizado na elaboração, em pequena escala, de produtos comestíveis de origem animal com características tradicionais ou regionais próprias.

Legislação

De acordo com a legislação que estabeleceu as normas para elaboração, sob a forma artesanal, de produtos comestíveis de origem animal e sua comercialização no estado de São Paulo, são considerados passíveis de elaboração sob a forma artesanal, os produtos obtidos a partir da manipulação e/ou transformação, das seguintes matérias-primas: carnes, leite, ovos, produtos apícolas, peixes, crustáceos e moluscos, e outros produtos comestíveis de origem animal.

A legislação estabelece como pequena escala, o limite máximo diário de até 130 quilos de carnes, 300 litros de leite, 100 quilos de peixes, moluscos e crustáceos, 150 dúzias de ovos e três mil quilos/ano para mel e produtos da colmeia.

Os animais destinados à elaboração de produtos cárneos devem ser abatidos em estabelecimento sob a inspeção higiênico-sanitária oficial.

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Créditos:

Teresa Paranhos

Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, Governo do Estado de São Paulo

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Família Ferreira e Costa se destacam na produção de bananas e na criação de gado de corte em Unaí, MG

Produção de banana e gado de corte são as estratégias econômicas  da família rural em Unaí, Minas Gerais   

Nessa reportagem a equipe do Portal Extensionista entrevista a Família Ferreira e Costa que se destaca pela produção de bananas e está na contramão das demais unidades de produção que focam exclusivamente na soja ou na atividade leiteira em Unaí, Minas Gerais. A seguir, contamos a história e as estratégias da família na produção de um alimento muito consumido no café da manhã de todos os brasileiros. 

A HISTÓRIA 

A família Ferreira e Costa tem seus laços ligados à agricultura. Seus antecessores residiam em áreas rurais, trabalhando principalmente com agricultura de autoconsumo. O núcleo familiar é composto pelos genitores: Maria Renilda Ferreira Costa e Elmo da Costa Marinho e pelos filhos Thiago Ferreira Costa e Aline Ferreira Costa. Maria Renilda é natural do município de Unaí, no noroeste de Minas Gerais, região que se destaca na produção agropecuária  estadual. O senhor Elmo da Costa é natural da cidade do Carmo do Paranaíba-MG. 

Durante a formação da família e consolidação de suas raízes na propriedade, o núcleo familiar enfrentou diversos desafios, transitando entre as áreas urbana e rural e dedicando-se à labuta diária, até a conquista da propriedade, o que durou um período aproximado de 15 anos. 

A propriedade da família, denominada Fazenda Galho, contém uma área total de 93 hectares e está  situada no município de Unaí-MG, distante aproximadamente 35 km  da área urbana.

A PRODUÇÃO DE BANANA COMO PRINCIPAL ATIVIDADE ECONÔMICA 

Plantação de banana na propriedade da família Ferreira e Costa

A família Ferreira e Costa decidiu dedicar-se à produção de bananas como uma estratégia de reprodução econômica no meio rural. Com o início das atividades a banana tornou-se um diferencial entre as propriedades na região onde concentra a mão de obra da família em todas as etapas de produção e consumo.

A produção de banana é a principal fonte de renda da unidade de produção, sendo cultivados 20 hectares da cultura. As demais áreas são destinadas ao manejo da pastagem para alimentação do gado de corte, estratégia de reprodução que complementa a renda da propriedade. 

O intuito da família é expandir a produção nos próximos anos, dobrando a área de cultivo da cultura da banana. Atualmente, a mão de obra familiar não supre a demanda dos trabalhos realizados na propriedade, sendo necessária a contratação de trabalhadores externos para execução dos trabalhos. Essa é uma importante estratégia na agricultura, uma vez que a atividade proporciona a criação de empregos e oportunidades de trabalho no campo. 

A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO EM PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS

A comercialização da banana, produzida na propriedade, acontece por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) que tem como objetivo oferecer alimentação escolar e ações de educação alimentar e nutricional aos estudantes de todas as etapas da educação básica pública e para empresas de alimentação coletiva. A outra parte da produção é vendida nos principais mercados varejistas da região de Unaí. Portanto, a família usa de duas formas importantes de comercialização: via mecanismos de compras públicas e o mercado privado. Ambas as estratégias são importantes para a consolidação da renda e a permanência da família rural na atividade. 

O gado que é criado na unidade de produção é vendido nos leilões realizados na região ou por vendas diretas e indiretas, a depender da viabilidade do negócio. As duas atividades são formas de ingresso de renda importantes para o desenvolvimento e crescimento da unidade de produção agrícola em Unaí, Minas Gerais. 

ATIVIDADES NÃO AGRÍCOLAS AJUDAM NA DIVERSIFICAÇÃO DA RENDA DOS FILHOS

Thiago, filho do Sr. Elmo e Maria Regina, é  graduado em Ciências Agrárias e também no curso de Agronomia pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Campus  de Unaí-MG, sendo um dos primeiros alunos a ingressar no curso, com a vinda do campus para Unaí. Ele participou de diversos projetos de pesquisa e extensão na Universidade, sendo que atualmente auxilia sua família nas atividades realizadas na propriedade. 

Aline, por sua vez, é graduada em Administração e trabalha em uma empresa na cidade. Quando necessário, auxilia na comercialização dos produtos, participando de licitações e dos demais processos administrativos necessários à propriedade.

O FUTURO E O APEGO AOS ENSINAMENTOS GERACIONAIS 

A família Ferreira e Costa obteve todas as suas conquistas materiais com muito esforço e herdou grandes ensinamentos, sendo o principal deles: “o legado que os nossos antepassados deixaram, por herança nunca sairá de nós, é o amor pelo semear, regar, cuidar, colher; e isso se aplica tanto para as plantas como para com os animais”, destaca Thiago Costa.

Boa parte das unidades de produção no Brasil carregam ensinamentos herdados de geração em geração, fato que fundamenta a racionalidade das atividades produtivas particulares de cada família rural. Além das características relacionadas às condições edafoclimáticas da região que propiciam ou não o desenvolvimento de certas atividades agrícolas é fato que, em muitos casos, a experiência da família e a herança de determinadas estratégias produtivas ingressam no bojo do presente e do futuro na unidade de produção. 

Esse caso da Família Ferreira e Costa é mais um exemplo de sucesso em atividades que envolvem o fortalecimento da Agricultura Familiar no Brasil. 

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Esta notícia foi criada com incentivo do Programa de Bolsas de Apoio à Cultura e à Arte (Procarte) da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). 

Elaboração: Maria Eduarda Cardoso Ferrari (Bolsista) 

Informações e revisão: Thiago Ferreira Costa

Fotos: Thiago Ferreira Costa

Revisão final: Prof. Dr. Ezequiel Redin; Michele Weber Lorenzoni; Romário da Silva Santana; Janice Queiroz de Pinho Gonçalves

Diversificação das atividades garante rentabilidade à família rural

O município de Seringueiras vem se destacando na diversificação das atividades desenvolvidas nas propriedades rurais. A ação é incentivada pela Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RO) no intuito de buscar alternativas e aumento de renda para a família que vive no campo.

Uma desses casos de sucesso é o da produtora rural familiar Veroni de Fátima Carneiro. O gerente das Emater-RO local, João Francisco dos Santos Filho, que presta assistência a unidade familiar, conta que ao visitar a propriedade encontrou lavouras formadas como café clonal e urucum, no entanto a mesma obteve grande êxito em seu plantio de melancia. “Ela obteve esse sucesso na produção após seguir as nossas orientações desde a realização de análise de solo, cronograma de adubação e controle preventivo de pragas e doenças”, explica João Francisco.

O gerente conta ainda que já foram produzidos cerca de dois mil quilos de frutos em apenas cinco ruas e que os gastos contabilizados com insumos e mão de obra foram de R$ 468,00

Além de vender o produto no mercado local, a família também já está entregando sua produção em programas sociais, como o Programa de Aquisição de Alimento (PAA) municipal, gerando uma receita bruta de mais de R$ 4.000,00.

Segundo a engenheira florestal e técnica em finanças, Alexandra Soares Serra, a diversificação da produção e a gestão financeira são essenciais para a lucratividade da atividade, bem como para verificar a rentabilidade da mesma de forma a gerir recursos. “É uma atividade economicamente viável e socialmente justo para a família rural, além de ser ambientalmente correto”, diz a técnica.

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Créditos:

Fonte: EMATER-RO

Texto: Wania Ressutti
Fotos: esloc de Seringueiras

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Boletim com cenários e perspectivas para agricultura familiar foi lançado segunda-feira

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) fornece uma nova opção para se buscar informações sobre a agricultura familiar. A partir do dia 19, a estatal lança o Boletim da Agricultura Familiar, material que trará uma análise sobre os principais macro temas do setor, abordando também as perspectivas, cenários, desafios e oportunidades.

“Desta forma, a Companhia intensifica suas ações na promoção da inteligência agropecuária. As informações consolidadas podem ser utilizadas de forma a auxiliar a formulação e execução de políticas públicas, contribuindo para a regularidade do abastecimento e formação de renda do produtor rural”, destaca o presidente da Conab, Guilherme Augusto Sanches Ribeiro.

A publicação tem como fio condutor a avaliação da conjuntura encontrada pelos agricultores familiares. Para isso, o documento será dividido em macro temas, com espaços destinados às questões de crédito, análise de mercado dos principais produtos, além de entrevistas com os próprios produtores a fim de trazer uma visão de quem vivencia os desafios e as oportunidades existentes.

Para o secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Cesar Halum, “a assinatura da Conab traz credibilidade ao Boletim que vai nos ajudar muito no nosso trabalho em função de que a Conab opera o PAA, que é o Programa de Aquisição de Alimentos, importante programa para a agricultura familiar, bem como a PGPM-Bio (Política de Garantia de Preços Mínimos para os Produtos da Sociobiodiversidade), que cuida da nossa biodiversidade, e o PGPAF (Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar) que também é um programa de garantia de preços mínimos da agricultura familiar. Então isso são coisas importantes e que vão ser utilizadas e que vai nortear as nossas ações daqui pra frente”.

Em uma linguagem acessível, o Boletim ainda trará um artigo com informações sobre temas diversos afetos à agricultura familiar. “Temos a missão de prover inteligência agropecuária e participar da formulação e execução de políticas públicas, contribuindo para a regularidade do abastecimento e formação de renda do produtor rural, e com essa publicação damos mais um passo nesse pilar importante de promoção da inteligência agropecuária”, ressalta o diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia, Sergio de Zen.

Nesta primeira edição, o artigo em destaque abordará a importância das políticas públicas executadas pela Conab para a agricultura familiar e para a sociedade como um todo, com destaque para os indicadores de execução dos últimos anos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e da Política de Garantia de Preços Mínimos para os Produtos da Sociobiodiversidade (PGPM-Bio).

“O desafio de se apresentar para a sociedade brasileira um Boletim da Agricultura Familiar não é pequeno. Além da importância, a abrangência do tema torna necessária uma grande capacidade de síntese e objetividade” reforça o superintendente de Estudos Agroalimentares e da Sociobiodiversidade da estatal, Marisson Marinho. Ele ainda ressalta que a atuação da Conab junto aos agricultores e agricultoras familiares ocorre desde muito tempo, tendo sido intensificado a partir do início dos anos 2000. “Tal situação fez com que a Companhia se apropriasse de um grande número de informações e passasse a ser uma instituição de referência sobre o setor”. 

O Boletim da Agricultura Familiar será publicado a cada dois meses. Clique aqui para ter acesso à íntegra da publicação.

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Créditos:

Fonte: Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)

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Gestão socioambiental e o desenvolvimento da extensão rural pública será o tema de live com Rodrigo Moraes no canal do YouTube do Portal O Extensionista

Analista Ambiental  na ICMBio, Rodrigo Leal Moraes atualmente é um agente de desenvolvimento que protagoniza ações práticas no âmbito da gestão socioambiental e na Extensão Rural pelo Brasil

Com o objetivo de popularizar o conhecimento sobre Extensão Rural no Brasil, o Portal O Extensionista promoverá uma live nesta quarta-feira, 07/07, com o tema: “Gestão socioambiental e o desenvolvimento da extensão rural pública”. Na ocasião, o Prof. Ezequiel Redin do Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da UFVJM, Campus Unaí, conversará com o Rodrigo Leal Moraes,  Analista Ambiental no Núcleo de Gestão Integrada (NGI) Carajás do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). 

A atividade faz parte do VI Compartilhamento de Experiências em Extensão Rural realizado pela disciplina de Extensão Rural do Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da UFVJM, Campus Unaí e também do Projeto de Extensão: “O Extensionista: a ponte digital entre a pesquisa e a comunidade rural” registrado na PROEXC/UFVJM que está na fase 2 de desenvolvimento. 

O convidado, Ms. Rodrigo Leal Moraes (convidado), é mestre em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável (PPGAA/INEAF/UFPA), possui graduação em Engenharia Florestal pela Universidade Federal Rural da Amazônia-UFRA (2000-2004). Atuou como Engenheiro Florestal/Especialista no Instituto de Meio Ambiente do Estado do Acre – IMAC(2006-2009), onde realizou análise de Planos de Manejo Florestal, georreferenciamento de propriedades rurais e fiscalização ambiental. Atualmente é analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, onde atua na gestão participativa, ordenamento dos recursos pesqueiros, monitoramento da biodiversidade e fortalecimento das organizações sociais locais em Reservas Extrativistas Marinhas localizadas no salgado paraense. Para saber mais, acesse seu Currículo Lattes, clique aqui

O Prof. Ezequiel Redin, moderador da live, é Mestre e Doutor em Extensão Rural pelo Programa de Pós-graduação em Extensão Rural pela Universidade Federal de Santa Maria. (PPGExR/UFSM); Editor da Revista Extensão Rural (UFSM). Atualmente, é professor do Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) – Campus Unaí, MG e Professor Permanente e Coordenador em exercício do Programa de Pós-graduação em Estudos Rurais (PPGER) da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Campus Diamantina, MG. É avaliador credenciado do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (BASis) do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP/MEC. Para saber mais, acesse seu Curriculo Lattes, clique aqui

A disciplina de Extensão Rural do ICA/UFVJM tem como objetivo construir um ethos teórico/empírico que proporcione um contato direto com diferentes profissionais do campo da Extensão Rural para compartilhamento de vivências e experiências que angariaram no mercado de trabalho e que partilhadas possam servir de estímulo aos futuros profissionais para também atuar como extensionistas rurais. 

Para tanto, a disciplina oportuniza diálogo com profissionais das diferentes áreas do conhecimento, com experiência na sua área de atuação, com a finalidade de apresentar experiências sobre o campo da Extensão Rural, ressalta o Prof. Ezequiel Redin. 

⚠ Coloca na agenda: 

📆 Dia: 07/07/2021 (quarta-feira)

⏰ 16h

🚨 Evento 👉 Gestão socioambiental e o desenvolvimento da extensão rural pública

🧑‍🎓Convidado: Rodrigo Leal Moraes 

🎥 Transmissão pelo canal do Youtube O EXTENSIONISTA. Para acessar, clique aqui   💚 💚

 

Para conhecer as outras lives, clique na seção lives do Portal. 

 

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Esse texto possui direitos autorais. 

Como citar esse texto:O EXTENSIONISTA. Gestão socioambiental e o desenvolvimento da extensão rural pública será o tema de live com Rodrigo Moraes no canal do YouTube do Portal O Extensionista. v.3, n.26, p. 1-2, jul. 2021. Disponível em: https://oextensionista.com/gestao-socioambiental-e-o-desenvolvimento-da-extensao-rural-publica-sera-o-tema-de-live-com-rodrigo-moraes-no-canal-do-youtube-do-portal-o-extensionista/. Acesso em: DIA Mês. ANO. 

Família Cruvinel foca na pecuária familiar no município de Dom Bosco, MG.

A família se dedica à pecuária leiteira e de corte, além de  produtos para o autoconsumo, o que propicia  amparo para que os filhos ingressem no ensino superior.   

Nessa reportagem a equipe do Portal Extensionista entrevista a Família Cruvinel que desenvolve a atividade de produção leiteira no município de Dom Bosco-MG. Nessa experiência é possível perceber  o crescimento  da família durante os sete anos na propriedade.

A HISTÓRIA 

O senhor Júlio César Cruvinel é natural da cidade de Patos de Minas – MG , onde residiu  durante muitos anos. Aos 17 anos, ingressou no curso de Técnico Agrícola. Aos 18 anos, abandonou o curso e se alistou no Exército Brasileiro, permanecendo por cerca de um ano e meio. Após esse período, retornou à escola agrícola onde se formou. Ainda recém-formado, conseguiu um emprego em uma loja de implementos agrícolas onde trabalhou durante alguns anos. Graduou-se em Matemática, trabalhou como técnico em supermercados e lecionou matemática em escolas estaduais em Minas Gerais. 

A matriarca da família, Lucimar Aparecida Costa Cruvinel, teve sua infância no campo, auxiliando os pais nas atividades realizadas na fazenda onde residia. Aos 18 anos, mudou-se para a área urbana a fim de estudar e buscar melhor qualidade de vida. Formou-se em pedagogia e iniciou  o trabalho na área.

Entre as idas e vindas,  Júlio e Lucimar se conheceram, casaram e tiveram um casal de filhos: Letícia Costa Cruvinel e Higor Cesar Costa Cruvinel. Lucimar e Júlio sempre trabalharam para conquistar o seu patrimônio, os quais  pertencem à família. 

A família foi poupando dinheiro até conseguir adquirir as propriedades. Atualmente, os genitores da família Cruvinel estão completando 25 anos de casados, sendo que Júlio está aposentado e dedica boa parte do tempo às atividades realizadas nas propriedades da família. 

PRINCIPAL ATIVIDADE ECONÔMICA DA FAMÍLIA

A Agropecuária Cruvinel é a denominação das três propriedades da família que juntas possuem cerca de 110 hectares. A sede onde a família possui casa e mantém a atividade leiteira está localizada no Assentamento Tamboril, a 10 km da área urbana do município de Dom Bosco-MG. A família adquiriu a propriedade no ano de 2014. As outras duas propriedades também estão situadas no município de Dom Bosco-MG, local em que se investe no gado de corte. 

Desde o início, a produção de leite é a principal fonte de renda da família e, atualmente, possui ordenha mecânica com uma produção média diária de 200 litros, que são entregues à cooperativa Cooperativa Agropecuária do Vale do Paracatu Ltda. (Coopervap). Esse histórico produtivo é um avanço significativo comparado aos outros anos, sendo que, em 2014, a média mensal não ultrapassava 20 litros de leite. A família Cruvinel também cria gado de corte nas propriedades. Anualmente, também é  produzida silagem para alimentação do gado leiteiro. 

A diversificação de culturas, já realizadas pela família, envolvem o plantio de melancia e maracujá sendo que a produção é comercializada nos  municípios mais próximos. Também é cultivado um pomar com as frutíferas: manga e goiaba. Há também a criação de frangos para o autoconsumo.

A IMPORTÂNCIA DA MÃO DE OBRA FAMILIAR

O filho Higor, atualmente com 23 anos, auxilia nas atividades realizadas na fazenda desde 2014, trabalhando e estando à  frente de todas as decisões tomadas em conjunto com os  pais. Em 2019, mudou-se para Brasília para estudar, sendo que hoje está matriculado no 5° período do curso de Agronomia. Devido à pandemia, se deparou com a necessidade de retornar à propriedade, onde desde 2020 trabalha e, ao mesmo tempo, da seguimento à graduação no modelo de ensino remoto emergencial – ERE. Durante o período em que esteve na unidade de produção, procurou ampliar seus conhecimentos realizando cursos extras. 

A filha mais nova do casal, Letícia, atualmente com 17 anos, está matriculada no curso de Direito e sempre que possui tempo disponível também auxilia nas atividades realizadas, como tratar o gado e na ordenha das vacas.

Lucimar Aparecida leciona aulas no município de Brasilândia de Minas-MG onde permanece durante os dias da semana, sendo que a cidade está situada a 60 km de Dom Bosco-MG. Nos finais de semanas ela passa na propriedade junto com a família. No meio rural, é comum mulheres dedicarem-se à docência como uma estratégia de aumentar a renda não-agrícola e fortalecer a família no campo. 

Ordenha manual realizada por Higor Cruvinel

O FUTURO DA  AGROPECUÁRIA CRUVINEL

A família Cruvinel tem planos de melhorias para a propriedade. O filho Higor se capacitou no curso de inseminação artificial em bovinos, e começará a realizar o procedimento no gado leiteiro da propriedade, buscando melhoria genética e o aumento da produção.

Como próximo passo, a família pretende implantar um pivô de 8 hectares na área da unidade de produção. Para tanto, pleitearam linhas de créditos oferecidas no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF). Também pretendem cultivar três safras anualmente na mesma área. A melhoria da propriedade acontece gradativamente, sendo que em sete anos a família já ampliou muito sua produção.

Esse caso da Família Cruvinel é mais um exemplo de sucesso em atividades que envolvem o fortalecimento da Agricultura Familiar no Brasil.

Futuras matrizes leiteiras da propriedade

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Esta notícia foi criada com incentivo do Programa de Bolsas de Apoio à Cultura e à Arte (Procarte) da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). 

Elaboração: Maria Eduarda Cardoso Ferrari (Bolsista) 

Informações e revisão: Higor Cesar Costa Cruvinel

Fotos: Higor Cesar Costa Cruvinel

Revisão final: Prof. Dr. Ezequiel Redin, Michele Weber Lorenzoni; Romário da Silva Santana; Janice Queiroz de Pinho Gonçalves;

PoliFeira do Agricultor da UFSM: há quatro anos colocando a Universidade à serviço da agricultura familiar

PoliFeira do Agricultor da UFSM: há quatro anos colocando a Universidade à serviço da agricultura familiar

Um projeto de extensão universitária desenvolvido pelo Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), está sendo um caso de sucesso há quatro anos, no município de Santa Maria, região central do estado do Rio Grande do Sul. Com o intuito de fortalecer os agricultores familiares, a extensão universitária e as práticas de alimentação mais saudáveis surgiu a PoliFeira do Agricultor.

Polifeira do Agricultor

O projeto, começou dentro da Cidade Universitária, com edições todas às terças-feiras e todas às quintas-feiras, com 17 famílias de agricultores familiares locais participando, hoje após 4 anos de trabalho conta com 24 famílias, além de um assentamento de reforma agrária e uma cooperativa, e teve que se adaptar ao contexto da pandemia.

Diante do cenário da pandemia e das medidas restritivas impostas, o projeto teve que adaptar, ocorrendo hoje fora do espaço da Universidade e respeitando todos os protocolos de segurança contra a Covid-19, porém se engana quem pensa que isso desestruturou a feira, que conta com um público fiel, ou que está se restringe ao evento semanal. O projeto não para.

Produtores comercializando seus produtos

Encarregada não apenas pela execução da feira no dia proposto, a iniciativa, que conta com docentes, técnicos e discentes de diversas áreas, como Rurais, Informática, Comunicação Social e Desenho Industrial, é também responsável pela assistência técnica aos agricultores, pela criação de marcas e produtos inovadores. Desde que começou, no dia 24 de abril de 2017, milhares de pessoas já passaram pelos estandes da feira, que se tornou uma referência em visibilidade e aproveitamento de potencialidades da agricultura familiar. Produtos como frutas, hortaliças, grãos, laticínios, ovos coloniais, salames, cucas, massas, sucos naturais, dentre tantos outros, estão entre as ofertas semanais, com produção direta das famílias cadastradas, já que o projeto não permite atravessamento.

Exemplo não só para a região, mas para outros projetos que extrapolam a região sul do Brasil, a Polifeira do Agricultor é até então a única feira livre do país que se tem conhecimento que faz monitoramento contínuo da presença de resíduos de pesticidas e nisto já se somam mais de sete mil resultados com compostos zerados. Amostra das capacidades de inovação do projeto são as elaborações de capítulos de livros, estágios de conclusão de curso, estudos acadêmicos e palestras. Além disso, neste ano, o lançamento dos Ovos Coloniais de Galinhas Livres, uma novidade no mercado local, foi uma confirmação disto, bem como da consolidação de sua marca junto ao público. Com sete produtores envolvidos, os ovos já se encontram à venda não apenas na PoliFeira, mas em supermercados da cidade e em uma cooperativa parceira.

Ovos Coloniais de galinhas livres

O projeto, que não é apenas um exemplo para fora da Universidade, mas dentro também, como prova do papel social que a extensão pode e deve cumprir, ao conectar rural e urbano, universidade e sociedade, irá comemorar seu quarto ano de existência com uma edição especial na manhã do dia 27 de abril, na Avenida Roraima de Santa Maria/RS, com preços e lembranças especiais aos consumidores presentes, respeitando todos os protocolos de segurança contra a Covid-19.

Para conhecer mais sobre o Projeto PoliFeira do Agricultor acesse as redes socais Instagram e Facebook. Mais informações clicando aqui.

Veja o vídeo comemorativo dos 4 anos de aniversário da Polifeira, clicando aqui.

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Esse texto possui direitos autorais. 

Como citar esse texto:

O EXTENSIONISTA. PoliFeira do Agricultor da UFSM: há quatro anos colocando a Universidade à serviço da agricultura familiar. v.3, n.22, p. 1-2, abr. 2021. Disponível em: https://oextensionista.com/polifeira-do-agricultor-da-ufsm-ha-quatro-anos-colocando-a-universidade-a-servico-da-agricultura-familiar/. Acesso em: DIA Mês. ANO

Uma história de sucesso da Família Santana na diversificação de renda no meio rural 

Família que mora no Assentamento de Reforma Agrária é exemplo nas atividades agropecuárias e na valorização e protagonismo no espaço rural.  

 

A HISTÓRIA 

A família Santana mora, vive e reproduz suas atividades econômicas no meio rural de Unaí, Minas Gerais.  A família é formada pelo casal Edmilson Santana e Rosimeire Corrêa da Silva Santana e tem três filhos: Dayane, Rael e Romário. Com o objetivo de melhorar a qualidade de vida fez com que os pais do agricultor Sr. Edmilson se mudou para Unaí, em Minas Gerais, na época quando ele tinha apenas quatro meses de vida. A região sempre foi uma área próspera para trabalho.

O município de Unaí-MG está localizado na Região Noroeste de Minas Gerais, sendo que atualmente está entre os maiores PIBs agropecuários brasileiros. Já Rosimeire nasceu e cresceu na fazenda, na época seus pais eram arrendatários, ambas as famílias vieram de Morada Nova/MG e conseguiram visualizar na região uma oportunidade para criar raízes.

Família Santana após realizarem atividades na propriedade

 

A DIVERSIFICAÇÃO NA PROPRIEDADE 

A área total da propriedade, situada no P.A Tabocas, à 15 KM da  cidade de Unaí-MG, envolve 55 hectares. Na unidade de produção são realizadas inúmeras atividades com foco na diversificação da produção. Uma das atividades econômicas da família envolve a criação de frangos com finalidade de comercialização dos galináceos e dos ovos.  Além disso, a família se dedica na produção para o autoconsumo como criação de porcos, na fabricação de farinha e rapadura; e cultivo de açafrão – tempero muito utilizado na culinária brasileira. Todas as atividades são desenvolvidas pela família Santana contando exclusivamente com a mão de obra dos filhos.

Na fazenda são produzidas culturas como milho e sorgo que são usadas para a alimentação do rebanho.  O espaço de produção conta com áreas de plantio, pastagem e atualmente, cerca de ½ hectare é destinado ao sistema agroflorestal. O sistema agroflorestal visa a produção de culturas de importância agronômica, consorciadas com o plantio de árvores, configurando um sistema totalmente sustentável gerando inúmeros benefícios à propriedade. As atividades cultivadas no sistema são variáveis de acordo com a dinâmica temporal da propriedade.

A família Santana optou pela produção de Banana, Mamão, Citrus, Acerola, Carambola, Figo, Goiaba, Café, Acácia, entre outras. A unidade de produção também produz mel, criando abelhas Apis Mellifera e abelhas sem ferrão das seguintes espécies: Mocinha Preta, Marmelada, Jataí e Mandaguari.

Criação de abelhas

 

O LEITE COMO PRINCIPAL ATIVIDADE ECONÔMICA

A atividade leiteira é a principal fonte de renda da propriedade da Família Santana, consolidando o sustento da família e possibilitando um ingresso de renda mensal na propriedade. Atualmente, a propriedade produz aproximadamente 250 litros por dia que são comercializados na Cooperativa Agropecuária do Vale do Paracatu Ltda (Coopervap). 

A família já investiu no aumento e melhoria do rebanho e, atualmente, está com um novo projeto de alcançar a produção de 500 litros por dia. Para realização da ordenha das vacas, envolve diretamente a mão de obra familiar, sendo realizada por Rosimeire (matriarca) e sua filha Dayane que trabalhou durante muito tempo na gerência de loja na cidade e decidiu retornar ao campo para auxiliar a família nos trabalhos diários. 

Foto: Romário Santana

 

USO DO CRÉDITO RURAL PARA MULHERES 

Para investimento na propriedade, a Sra Rosimeire utiliza a linha de crédito destinada para a agricultura familiar, em especial, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), em função que a propriedade se enquadra nos requisitos estabelecidos pela Lei da Agricultura Familiar. Nesse sentido, Rosimeire optou pelo PRONAF Mulher, sendo que o crédito foi utilizado na construção de um galpão para criação de frangos caipiras e a família já está comercializando os frangos e ovos.

Produção de milho para silagem com a finalidade de alimentar os animais. Foto: Romário Santana

ATIVIDADES NÃO AGRÍCOLAS AJUDAM NA DIVERSIFICAÇÃO DA RENDA DOS FILHOS

O filho Romário tem 32 anos, agricultor, é servidor público municipal, lecionando aulas para anos iniciais de escolas públicas no município de Unaí. Atualmente, é aluno do Mestrado em Estudos Rurais (PPGER) na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). Até 2019, Romário conseguia conciliar o serviço e auxiliar os pais no cultivo da horta e nas vendas dos produtos vindos do sistema agroflorestal. Boa parte dos produtos orgânicos eram comercializados nas feiras municipais da cidade.

Devido a demanda de serviço na escola, trabalhando em tempo integral, Romário teve que interromper a contribuição com sua mão de obra na propriedade da família. Atualmente, devido a necessidade de acesso aos meios de comunicação exigidos pelo trabalho home office como a demanda de internet de qualidade para o trabalho, fez com que Romário se mudasse de vez para a cidade. No entanto, Romário está repensando se esta foi a melhor decisão. Talvez, no futuro possa retornar ao campo novamente. 

Rael e seu pai além de cooperar com os trabalhos desenvolvidos na propriedade no tempo livre prestam serviços aos demais proprietários nas construções de barracões e cercas. Isso fortalece o ingresso de renda na unidade de produção e consolida a família no meio rural Unaiense. 

Sistema Agroflorestal. Foto: Romário Santana

O FUTURO  E O APEGO AOS ENSINAMENTOS GERACIONAIS 

A família Santana tem o projeto de retirar novas linhas de crédito para novos investimentos na propriedade com intuito de aumentar a produção e melhorar as benfeitorias já existentes. 

A família vive no meio rural com os desafios enfrentados no mundo contemporâneo, mas preservando os ensinamentos passados de geração em geração. Apesar das dificuldades encontradas para tocar o próprio negócio, a família Santana buscou permanecer no campo e lutar pela propriedade,  a propriedade encontra-se em processo de regularização de títulos da terra. 

O êxito na realização de tantas atividades deve à vontade e motivação dos membros na lida do campo e na prospecção de um futuro com boa qualidade de vida para os filhos. Diante de vários cenários de desistência das atividades do campo, a família Santana é um exemplo de sucesso e dedicação na agricultura de base familiar no meio rural de Unaí em Minas Gerais. 

Foto: Romário Santana

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Esta notícia foi criada com incentivo do Programa de Bolsas de Apoio à Cultura e à Arte (Procarte) da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). 

Elaboração: Maria Eduarda Cardoso Ferrari (Bolsista)
Informações e revisão: Romário da Silva Santana
Fotos: Romário  da Silva Santana
Revisão final: Ezequiel Redin, André Moura 

 

Família de Porto União se destaca na produção de uva orgânica

Na última safra os Freisleben produziram 13,5 toneladas de uva e garantiram uma renda de  mais de R$ 64 mil com a atividade

Em menos de um hectare, a família de Alcir e Eliane Freisleben produziu, na última safra, 13,5 toneladas de uva e garantiu uma renda de  mais de R$ 64 mil com a atividade. A propriedade está localizada em Porto União, no Planalto Norte Catarinense, e desde 2014  conta com uma Unidade de Referência Técnica da Epagri em cultivo protegido de uva orgânica. Lá são produzidos os cultivares Isabel Precoce, Isabel, Niágara Rosada e Branca, Violeta, Venus, Bordo, Carmem, Magna, Moscato Bailey e Poloski.

Segundo o extensionista rural de Porto União, Guilherme Luis Scaramella Gonçalves, a família já era produtora de hortaliças orgânicas há 20 anos e  há seis procurou a Epagri com o interesse de cultivar uva. Hoje eles ainda cultivam hortaliças, mas maior parte da  renda vem da comercialização da uva. “O empenho e o conhecimento da família se somaram às condições agrícolas da região e a experiência é destaque no município, que é o maior produtor de uva do Planalto Norte um polo de produção orgânica de hortaliças, frutas e grãos”.

Na propriedade são produzidos os cultivares Isabel Precoce, Isabel, Niágara Rosada e Branca, Violeta, Venus, Bordo, Carmem, Magna, Moscato Bailey e Poloski

A família conta com a assistência da Epagri, que constantemente está na propriedade auxiliando em aspectos técnicos, econômico, social e ambiental. Guilherme lembra, ainda, que como lá é uma unidade de referência técnica, os resultados e experiências são compartilhados com outros agricultores e técnicos por meio de dias de campo, reuniões com demonstração de método, oficinas e palestras.

De acordo com o extensionista, na propriedade é desenvolvido um trabalho com melhoria da qualidade de solo, avaliação econômica da atividade, controle de predadores de frutos e avaliações das plantas. “A meta para os próximos anos é trabalhar com outros porta-enxertos para avaliação do comportamento da videira frente ao declínio e morte da planta, avaliação de novos cultivares, ampliação e melhoria de outras frutas na propriedade, como laranja, tangerina, mirtilo, amora-preta e framboesa.”

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Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI)

Desmantelamento da Extensão Rural em são paulo? para onde vai a cati? leia a carta AFITESP/SINDAFITESP

Carta aos beneficiários da Fundação ITESP e toda a sociedade paulista

Neste momento, em que o país se encontra imerso em contexto de grave sobreposição de crises econômica, política e institucional, potencializadas pela pandemia de covid-19 e suas terríveis consequências à saúde pública, em especial às populações empobrecidas e em situação de vulnerabilidade social, o Governo do Estado de São Paulo, num claro ato de desrespeito e desprezo pela vida e dignidade humana, encaminha à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) o Projeto de Lei nº 529/2020 que propõe a extinção de empresas, autarquias e fundações públicas de inestimada importância à garantia do bem-estar social da população paulista, dentre elas a Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo “José Gomes da Silva” (ITESP).

A Fundação ITESP, responsável pela implementação da política agrária e fundiária do estado de São Paulo, presta reconhecido serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) a mais de 7 mil famílias, em 140 assentamentos rurais distribuídos por todo o estado, e a mais de 1.400 famílias quilombolas, pertencentes a 36 comunidades remanescentes de quilombos presentes, sobretudo, na região do Vale do Ribeira. Ambos os públicos atendidos pela ATER da Instituição, agricultores familiares e quilombolas, são reconhecidos, nacional e internacionalmente, por suas imensas contribuições à preservação ambiental e uso racional e sustentável das áreas em que vivem e trabalham, com destaque para a exploração racional dos recursos naturais nas áreas de mata atlântica. Sendo também igualmente reconhecidos como os principais produtores dos gêneros alimentícios básicos, saudáveis e livres de agrotóxicos, que ocupam as mesas e garantem a segurança e soberania alimentar da população.

Para além das atividades de ATER junto às comunidades citadas, a Fundação ainda desenvolve Programa de Regularização Fundiária Urbana e Rural, numa ação social, em parceria com os municípios paulistas onde, após identificadas as áreas passíveis de regularização fundiária, são outorgados títulos de propriedade ou de domínio, de legitimação de posse e de legitimação fundiária, via de regra, nas periferias das cidades, sem nenhum custo para os beneficiários, somando-se, ao longo da história, mais de 45 mil títulos concedidos.

Cabe destacar, também, que grande parte das atividades citadas são desenvolvidas em regiões e municípios de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), contribuindo, assim, para a dinamização da economia urbana e rural de pequenos e médios municípios e, consequente, geração de empregos, distribuição de renda e redução das desigualdades sociais e regionais.

Ressaltamos ainda que o cenário que se impõe torna imperativo o massivo investimento estatal em geração de empregos, garantia da saúde da população e promoção do bem-estar social como instrumentos de política anticíclica, capazes de atenuar e reverter os dramáticos efeitos de tal crise sobre o próprio orçamento público e, sobretudo, sobre a população empobrecida. Entretanto, com a proposta de extinção da Instituição, o governo do estado de São Paulo sinaliza em direção contrária, tornando clara sua opção por deixar sem qualquer assistência técnica, aproximadamente, 9.000 famílias residentes e produtoras nos assentamentos rurais e comunidades quilombolas, comprometendo a segurança e soberania alimentar do estado, além de lançar às fileiras do desemprego os mais de 500 servidores atualmente em serviço.

Diante do exposto, entendemos que a nefasta proposta do governo de João Dória para extinção da Fundação ITESP revela a verdadeira face de um governo que, em que pese a aparência que busca transmitir, em essência, apenas corrobora as políticas implementadas em esfera federal, demonstrando igual mesquinhez e desprezo para com o meio ambiente e a dignidade humana.

Por esse motivo, a Diretoria da Associação dos Funcionários da Fundação ITESP (AFITESP) vem a público expressar o seu repúdio em relação às ações do governo estadual e exigir a imediata retirada do referido Projeto de Lei apresentado pelo Governo do Estado de São Paulo.

A Diretoria

AFITESP/SINDAFITESP

Assine a petição e ajude a ITESP, clique aqui!

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Esta notícia foi autorizada para publicação.

Epagri e supermercados lançam campanha para estimular consumo de produtos da agricultura familiar

Uma iniciativa da Associação Catarinense de Supermercados (Acats) e da Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural (SAR), através da Epagri, pretende estimular a demanda de consumo por produtos oriundos da agricultura familiar catarinense. Uma pesquisa feita pela Epagri em dez regiões do Estado mapeou fornecedores qualificados por categorias, para a aproximação com as redes supermercadistas, a fim de facilitar a chegada destes produtos às famílias catarinenses.

A Acats tem um histórico de ações em parceria com a SAR e a Epagri. Desde 2009, a Feira de Produtos, Serviços e Equipamentos para Supermercados (Exposuper) abre espaço para o projeto Pequenos Produtores da Agricultura Familiar de Santa Catarina, para que estes produtos possam ser apresentados e negociados diretamente aos supermercadistas catarinenses.

O projeto tem como objetivo fortalecer a participação de pequenas empresas sediadas no Estado, com a qualificação necessária (qualidade, preço e prazo) para oferecer produtos aos supermercados catarinenses, de forma regionalizada. Nessa primeira etapa foram mapeados 517 empreendimentos, em 13 categorias de produtos, que movimentará a economia nas 10 regiões de atuação da Acats.

O Presidente Acats, Paulo Cesar Lopes, ressalta que este apoio a produtores familiares já acontece de forma espontânea por parte de várias empresas supermercadistas, principalmente as que têm lojas em regiões de forte demanda agrícola. O que vai acontecer a partir desta parceria é que as possibilidades de conexões entre os produtores e os profissionais compradores das empresas será ampliada e poderá se dar o ano inteiro. E a deflagração da campanha certamente vai atrair atenção de novos produtores que buscam mais varejos para as demandas de produção, afirma o dirigente. Ainda segundo Lopes, o consumidor catarinense será beneficiado com oferta de produtos locais ou regionais com aproveitamento pleno das safras de hortifrutigranjeiros.


Vantagens

A Presidente da Epagri, Edilene Steinwandter, chama a atenção para mais aspectos vantajosos, entre eles, a agregação de valores à atividade do campo, geração de empregos e a consequente fixação de famílias, disponibilização de produtos frescos e saudáveis aos consumidores.
“Acredito que a rede de trocas possa se organizar muito melhor em busca de eficiência diante desta campanha que busca ser facilitadora: o produtor terá ganho de novos conhecimentos com a capacitação de sua atividade e os mercados terão soluções de agro muito mais próximas, agilizando a questão logística tendo produtores mais perto de suas lojas. Enfim, é uma soma de razões para levar esta iniciativa ao sucesso”, afirma a presidente da Epagri.

O secretário da Agricultura, Ricardo de Gouvêa, entende que esta parceria vai ao encontro de uma das finalidades da atuação de sua pasta, que é a de intervir para que o segmento produtor fixado no campo ganhe mais competitividade, através de novas conexões de negócios dentro do próprio Estado.

“O setor supermercadista, assim como a produção agrícola, tem grande capilaridade regional e será muito positiva esta aproximação que ganha mais força neste momento. O Governo do Estado está entusiasmado com o projeto e temos certeza de que agregará muito mais famílias em relação a este grupo inicial”, pontua o secretário.

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Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI)

Família cultiva horta e lança delivery de verduras orgânicas em Alfredo Chaves

O método foi aderido como forma de driblar a crise, após o fechamento de feiras livres, devido ao coronavírus.

Imagine cultivar uma horta orgânica no quintal, colher mais de vinte tipos de verduras sem o uso de agrotóxicos, e ainda vender para os vizinhos pela internet. É o que tem feito a família Roversi no bairro Cachoerinha, em Alfredo Chaves, município da região Sul do Estado.

A nutricionista Fabiana Roversi, de 34 anos, foi quem trouxe a ideia para dentro de casa na intenção de aumentar a renda familiar durante a crise, causada pela pandemia no novo coronavírus. Eles só usam esterco de caprinos criados na propriedade.

“Só usamos adubo de carneiro que papai cria aqui em casa mesmo e o de gado, que compramos fora. Convidei uma grande amiga da gente, a tia Cida, porque ela sempre nos incentivou e também precisava engordar o orçamento. E a gente também. Né? Ela morava no interior, mas sempre usou agrotóxico. Além disso, eu sempre quis investir nesse mercado. Por aqui não tem nada de orgânico e o que tem é muito caro. E mais do que nunca, precisamos manter a imunidade alta e as verduras repletas de venenos fazem o efeito contrário disso” relata a nutricionista Fabiana.

A família realiza as vendas através das redes sociais. Foto: Clovis Rangel.

Responsável pela publicidade dos produtos, a nutricionista enfatiza ainda que as entregas são feitas diariamente com o auxílio das redes sociais, uma vez que a feira da cidade está interditada para bloquear a proliferação da Covid-19 no município. “Posto as fotos no meu Facebook e Instagram e deixo nossos números de telefone. Daí os vizinhos fazem as encomendam pelo WhatsApp e nós entregamos. Sempre de máscaras, álcool-gel e mantendo o distanciamento”.

Todos os detalhes técnicos da plantação foram projetados e são mantidos pelo pai da Fabiana, o Jomar Luiz Roversi, de 61 anos, técnico agrícola aposentado do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). “A parte de irrigação foi eu que fiz e ainda plantei diversas plantas aqui para combater as pragas. A horta começou a ter vida no final de abril deste ano e já produziu couve, couve-flor; pimentão, couve-chinesa; repolho, pepino; quiabo, brócolis; beterraba, alho-poró; rúcula, espinafre; almeirão, alface; salsa, cebolinha verde e coentro. Temos plantados o agrião e o brócolis de cabeça, mas ainda não começaram a produzir. O cultivo é ecologicamente correto, sem uso de aditivos químicos. Nosso objetivo é conseguir o selo orgânico em breve”, salienta Jomar.

Já a limpeza dos canteiros, escarificação e os serviços capinas ficam por conta da Janete Roversi, a matriarca da família, de 59 anos, e da dona de casa Aparecia Simoura, 47, a tia Cida. Segundo elas, o amor pelo trabalho no campo é uma herança. “Aprendemos a plantar com nossos pais e até hoje não paramos. Amamos a roça. E toda semana temos o nosso dinheirinho”, divertem-se.

Quem aprova a ideia é o servidor público Darcy de Paula Gaigher, 30 anos. Vizinho da horta, ele salienta que tem um “disque-entrega” de verdura orgânica bem ao lado de onde mora. “Delivery de hortaliça sem agrotóxico bem no meu bairro foi a melhor ideia. Tenho um filho de menos de 1 ano e minha esposa precisa consumir alimentos de qualidade. Compro toda semana!”, comemora.

Texto: Clovis Rangel.

Publicação original: Redação Folhaonline.es

 

Governo Federal divulga Plano Safra 2020/2021

O governo federal anunciou nesta quarta-feira (17), durante cerimônia no Palácio do Planalto, a liberação de R$ 236,3 bilhões em financiamentos por meio do Plano Safra 2020/2021 para os agricultores familiares, médios e grandes produtores. Os financiamentos poderão ser contratados de 1º de julho de 2020 a 30 de junho de 2021.

Do total, R$ 179,38 bilhões serão destinados ao custeio e comercialização (5,9% acima do valor da safra passada) e R$ 56,92 bilhões serão para investimentos em infraestrutura (aumento de 6,6%). Todos esses recursos vão garantir a continuidade da produção no campo e o abastecimento de alimentos no país durante e após a pandemia do novo Coronavírus.

É cerca de R$ 10 bilhões a mais que os R$ 225,59 bilhões anunciados na safra passada. A liberação dos recursos do plano agrícola começará em julho, quando se encerra o atual, e seguirá até junho do ano que vem.

O valor total do plano desta temporada será distribuído da seguinte maneira:

  • R$ 33 bilhões para agricultores familiares participantes do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf);
  • R$ 33,20 bilhões para médios agricultores (Pronamp);
  • R$ 170,17 bilhões para demais produtores e cooperativas.

Do total, R$ 179,38 bilhões serão destinados a linhas de crédito custeio e comercialização e R$ 56,92 bilhões serão para investimentos em infraestrutura.

Agricultura familiar

Segundo o governo, os agricultores familiares terão R$ 33 bilhões para financiamento pelo Pronaf, com juros de 2,75% e 4% ao ano, para custeio e comercialização.

Do total, R$ 19,4 bilhões são para linhas de custeio da atividade e R$ 13,6 bilhões para investimentos na propriedade.

Os agricultores familiares poderão continuar usando o crédito para financiar e reformar casas rurais. Nesta safra, os recursos para este fim somam R$ 500 milhões.

O filho ou filha do agricultor familiar, que possua Declaração de Aptidão (DAP) da sua unidade familiar, poderá também solicitar financiamento para construção ou reforma de moradia na propriedade dos pais.

No Programa de Garantia de Preços para Agricultura Familiar (PGPAF), o bônus de desconto será elevado para as operações de custeio e de investimento.

Nos investimentos coletivos para atividades de suinocultura, avicultura, aquicultura, carcinicultura (criação de crustáceos) e fruticultura, o limite por beneficiário foi ampliado.

Seguro rural

O Estado Brasileiro anunciou que haverá R$ 1,3 bilhão para subsídio do seguro rural, recurso que será distribuído ao longo de 2021. Se confirmado, já que o montante costuma passar por contingenciamento durante o ano, será o maior valor da história.

Segundo o governo brasileiro, o valor deve possibilitar a contratação de 298 mil apólices, possibilitando um montante segurado da ordem de R$ 52 bilhões e cobertura de 21 milhões de hectares.

Sustentabilidade

O Plano Safra destaca linhas de crédito que contribuem para a sustentabilidade da agricultura. O Programa para Redução de Emissão de Gases de Efeito Estufa na Agricultura (Programa ABC), que é a principal linha para financiamento de técnicas sustentáveis, terá R$ 2,5 bilhões em recursos com taxa de juros de 6% ao ano, uma ampliação de R$ 400 milhões. Na safra 2020-2021, os produtores terão acesso à linha ABC Ambiental, com recursos para restauração florestal, voltada para contribuir com a adequação das propriedades rurais ao Código Florestal. A taxa de juros é de 4,5% ao ano.

A partir de 1º de julho de 2020, os produtores poderão financiar aquisição de cotas de reserva ambiental, medida aprovada pelo Conselho Monetário Nacional.

Também há incentivos à adoção de tecnologias relacionadas aos bioinsumos dentro das propriedades rurais e pelas cooperativas. Os produtores podem acessar pelas modalidades de custeio, para aquisição de bioinsumos, ou investimento, na montagem de biofábricas dentro das propriedades (onfarm). Os recursos estão previstos no Inovagro e, no caso dos investimentos em biofábricas, podem chegar a 30% do valor de todo o financiamento. Para as cooperativas, as linhas de crédito é o Prodecoop, para a aquisição de equipamentos para a produção dos bioinsumos.

Outra novidade é o Pronaf-Bio, voltado para apoiar as cadeias produtivas da bioeconomia.

Inovação

No Plano Safra 2020/2021, está disponível financiamento para aquisição de equipamentos de monitoramento climatológico, como estações meteorológicas e softwares, e de monitoramento da umidade do solo. Os financiamentos poderão ser feitos pelo Programa de Incentivo à Irrigação e à Produção em Ambiente Protegido (Moderinfra).

A pecuária também terá apoio financeiro por meio do Programa de Incentivo à Inovação e Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro). Os pecuaristas poderão financiar a aquisição de equipamentos e serviços de pecuária de precisão.

Os setores da pecuária bovina e bubalina, de leite e de corte também estão contempladas nos financiamentos para automação, adequação e construção de instalações.

Assistência Técnica

Os agricultores familiares e os médios produtores poderão financiar atividades de assistência técnica e extensão rural, de forma isolada, por meio do Pronaf e Pronamp, respectivamente.

Fonte: MAPA.

PROPRIEDADE EM CARIACICA É EXEMPLO DE AGRICULTURA FAMILIAR E PRODUÇÃO ORGÂNICA

Caminhar pela propriedade de Kemisson Geraldo Scalzer, em Cariacica, é conhecer na prática diversos conceitos relacionados à agricultura familiar. O agricultor e a família cultivam frutas em sistema orgânico, criam gado e têm duas agroindústrias: uma para produzir pães, bolos e biscoitos e outra para produzir queijo.

Com uma mesa farta de café da manhã, Kemisson recebeu os integrantes do projeto HorizontES em Extensão desenvolvido pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). O projeto levou à propriedade do agricultor uma comitiva formada por representantes de diversas instituições.

Estavam presentes representantes do Incaper, da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), das Centrais de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa), da Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Prefeitura de Cariacica.

As delícias servidas aos convidados são cultivadas e processadas ali mesmo no sítio. “Nós, simples produtores, estamos muito felizes e honrados com a presença de tanta gente importante aqui”, diz o agricultor, revelando a humildade de quem não se envaidece com os próprios méritos.

Kemisson e a família eram as pessoas mais importantes naquele encontro. Sentado ao lado do pai, ele começa a contar a própria história aos visitantes. Kemisson trabalhou como meeiro, tornou-se atravessador, colocando-se entre o produtor rural e o comerciante varejista, mas sempre teve um sonho a mais.

“Eu trabalhava em Santa Teresa como meeiro, aí saí. Eu lembro até hoje, foi no dia que o Brasil perdeu a Copa do Mundo para a França, em 1998. Trabalhei de atravessador na Ceasa, comprava de um e tentava vender mais caro para outro para ganhar alguma coisa. Mas eu tinha que apertar muito o produtor, não achava isso bom. Foi quando Deus me deu a oportunidade”, diz.

Para ele, não bastava ser agricultor. Era preciso produzir alimentos saudáveis, beneficiar os produtos ali mesmo na propriedade, envolver toda a família toda e comercializar diretamente ao consumidor final. Até que o sonho de Kemisson tornou-se realidade.

Ele adquiriu a propriedade rural de quatros hectares em Cariacica e hoje pratica agricultura sustentável na região Metropolitana da Grande Vitória. Kemisson fez questão de manter o nome que o antigo dono tinha dado à propriedade, que traduzia justamente os anseios do agricultor. Atualmente, o Sítio Um Sonho a Mais é administrado por Kemisson, com a ajuda dos pais, da esposa e dos filhos dele. “Eu gostei do nome e resolvi deixar”, diz.

A diversificação está presente na lavoura, onde são plantadas banana, acerola e aipim. “Essa banana Janaúba precisa de muito insumo, não dá para mim. Vou plantar a banana Vitória, que inclusive foi o Incaper que desenvolveu, porque ela é mais resistente”, menciona em meio ao bananal extinto, referindo-se às ações integradas de pesquisa, assistência técnica e extensão rural desenvolvidas pelo Instituto.

Foto: O sítio de Kemisson Geraldo Scalzer recebeu os integrantes do projeto HorizontES em Extensão.

O empreendedorismo se mostra nas agroindústrias e nas ações de comercialização, por meio de políticas públicas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), eventos e feiras. “Eu acho que a única barraca de feira que não leva um item de outro produtor é a minha. Eu só levo o que eu produzo”, orgulha-se.

A sucessão familiar encontra-se no envolvimento dos filhos do agricultor. “Meu pai e minha mãe estão fazendo queijo. Meu filho de 15 anos está na feira vendendo. Minha filha Mayara levou ele de carro. Minha esposa está na outra agroindústria e eu estou aqui recebendo vocês. Mas normalmente estou cuidando da plantação, das vacas”, detalha Kemisson.

E a sustentabilidade permeia todos os contextos, explicitando-se no manejo orgânico e agroecológico adotado na propriedade. “Ordenho as vacas duas vezes por dia. O leite vai para agroindústria para virar queijo. Cuido do esterco que elas produzem e uso para jogar na plantação. Isso daqui é uma das vantagens de a gente ter o esterco como ‘compost’. Olha a textura que o esterco fica! A gente mexe ele duas vezes por dia e o esterco fica soltinho! Isso aqui, para as nossas lavouras, é excelente” afirma enquanto esfarinha com as mãos o adubo fininho que acabou de produzir e que, em breve, será depositado no pé de cada planta que cultiva.

O Projeto HorizontES em Extensão

A experiência de Kemisson Geraldo Scalzer pode servir de exemplo para outras famílias rurais do Espírito Santo, pois agrega, em uma pequena propriedade, práticas relacionadas a empreendedorismo, sustentabilidade, cultivo orgânico, pecuária, agroindústria, geração de emprego e renda. Por isso foi selecionada para participar do projeto HorizontES em Extensão, que pretende mostrar 11 experiências de relevância para o desenvolvimento rural capixaba.

Kemisson participa do Grupo de Agricultores Agroecológicos de Cariacica e faz parte da Associação de Produtores Rurais de Boa Vista. “Ele é atendido pelo Incaper e pela Seag, que o estimulam a produzir de forma orgânica e comercializar nas feiras da Grande Vitória. Assim consegue sustentar com qualidade a sua família e ainda gerar postos de trabalho na propriedade de apenas quatro hectares” analisa o extensionista do Incaper e coordenador do Centro Regional de Desenvolvimento Rural (CRDR) Metropolitano, Luiz Carlos Leonardi Bricalli.

O extensionista do Escritório Local de Desenvolvimento Rural (ELDR) do Incaper em Cariacica, Leonardo Moreira Borges de Souza, lembra que o instituto presta assistência à propriedade do agricultor há algum tempo. “Tem dois anos que estamos no município acompanhando o Kemisson, mas o trabalho começou lá atrás com o colega Edegar Formentini, que já se aposentou”, conta ao lado do colega Haroldo Mascarenhas da Silva.

A indicação da propriedade do agricultor Kemisson Geraldo Scalzer para receber a comitiva do HorizontES em Extensão foi elogiada pelo Secretário de Agricultura e Pesca de Cariacica, Carlos Ceschin. “Foi uma feliz escolha. No passado, o Kemisson utilizou a agricultura convencional. Depois passou para o orgânico mais a agroindústria. É um trabalho brilhante, um marco para Cariacica. Kemisson representa os nossos melhores agricultores”, destaca o secretário.

O representante da Seag, Luciano Fazolo, complementa: “Acompanhamos o Kemisson há algum tempo e somos testemunhas de toda essa transformação. O poder público é facilitador deste processo. Este conjunto de instituições presentes aqui neste momento está justamente reconhecendo esses resultados”, afirma.

“Viemos até aqui para mostrar o quanto a Ceasa pode ser útil na comercialização, orientando quanto à rastreabilidade, que é uma exigência nacional. Além disso, coordenamos o Núcleo de Atendimento ao contribuinte (NAC), e podemos contribuir com preciosas informações sobre a nota fiscal do produtor”, pontua o representante da Ceasa, Marcos Magalhães.

Segundo o superintendente federal do Mapa, Aureliano Nogueira da Costa, a visita à propriedade do Kemisson mostra a importância das parcerias. “Temos que reconhecer a importância das ações estratégicas das instituições e do agricultor. Estes resultados belíssimos apresentados aqui são fruto de um esforço coletivo. Em um único momento, estão reunidas todas as entidades públicas ligadas à agricultura”, diz após animar os participantes ao som da concertina.

Para o diretor-técnico do Incaper, Nilson Araujo Barbosa, a integração das diversas instituições é o segredo do sucesso. “Ninguém faz nada sozinho. Todos temos desafios, orçamentários inclusive, e as parcerias são fundamentais para todos os envolvidos. O Incaper tem uma rede de parceiros e profissionais que garante excelência aos trabalhos realizados. A atuação do Incaper está além da integração entre pesquisa, assistência técnica e extensão rural, e o HorizontES em Extensão traz todo esse arcabouço dentro de um contexto maior: beneficiar a sociedade capixaba como um todo”, conta.

A coordenadora do HorizontES em Extensão e Gerente de Assistência Técnica e Extensão Rural (Gater) do Incaper, Jaqueline Sanz, ratifica que é justamente este o propósito do projeto. “A proposta é dar visibilidade às ações que tenham relevância para o desenvolvimento rural capixaba. Todos os dias o Incaper constrói lindas ações junto à agricultura familiar do Espírito Santo. Neste momento, em outros municípios, estão existem várias outras experiências. A ideia do HorizontES é que estas experiências sejam conhecidas pelo maior número de pessoas, que sirvam de bons exemplos”, diz.

O projeto HorizontES em Extensão é viabilizado com recursos oriundos de um convênio estabelecido entre o Incaper e o Ministério da Agricultura, Pecuária de Abastecimento (Mapa). A parceria prevê, entre outras metas, a realização de ações no Programa de Aperfeiçoamento em Práticas e Projetos de Desenvolvimento Rural dos Agentes do Incaper.

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Esta notícia foi autorizada para publicação. 

Créditos: Juliana Esteves da Coordenação de Comunicação e Marketing do Incaper

EM RORAIMA, AGRICULTORES FAMILIARES SE QUALIFICAM PARA PRODUÇÃO DE FRANGOS

Através do programa Ater Mais Gestão, cooperativas recebem assessoria técnica e gerencial para qualificar a gestão da produção e comercialização de seus produtos.

Empreendimentos da agricultura familiar do estado de Roraima estão tendo a oportunidade de qualificar o processo de gestão através do Programa Ater Mais Gestão.

Foto: Curso de boas práticas de fabricação para abatedouro de frangos

Realizado pela Agência Nacional e Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), em Roraima o programa integra 10 empreendimentos, entre cooperativas e associações, que recebem assessoria técnica através da parceria com a Strada Consultoria e Projetos, para qualificar a gestão da produção e comercialização de seus produtos.

Nesta semana, a Strada realizou um curso de boas práticas de fabricação para o abatedouro de frangos da cooperativa Coopercinco, em Boa Vista. O abatedouro foi inaugurado no último dia 15 e, de acordo com o coordenador-geral da Strada, Marcílio Fonseca, é uma importante conquista para os produtores da região.

“A Coopercinco vem se destacando na produção de hortifrutigranjeiros no estado de Roraima, e teve uma evolução muito grande em seu processo de gestão após o acompanhamento do Ater Mais Gestão, aplicando todas as ações do plano de trabalho de forma primorosa. São aproximadamente 600 cooperados, e o abatedouro de frangos é uma conquista importante, que vai possibilitar agregar mais uma fonte de renda para suas famílias. A cooperativa tem um potencial muito grande para crescer cada vez mais, e vai implementar grandes ações num futuro próximo”, avalia.

O Ater Mais Gestão é programa do Governo Federal coordenado pela Anater que visa promover a melhoria dos processos internos de gestão que envolvam planejamento, execução de metas, controles, monitoramento e avaliação.

Em todo o país, o programa integra 1.222 empreendimentos, entre cooperativas e associações, com objetivo é torná-los mais eficientes e participantes nos mercados disponíveis, especialmente o institucional. Com a assessoria técnica e gerencial recebida através do programa, os empreendimentos estão aprimorando a gestão e a participação dos associados, expandindo a comercialização, racionalizando custos e lançando novos produtos.

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Esta notícia foi autorizada para publicação. 

Créditos: Jerúsia Arruda da Assessoria de Comunicação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater)

PESQUISADORES DA EPAGRI RELATAM OCORRÊNCIA INÉDITA EM SC DE PRAGA DOS CITROS

Pesquisadores do Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar (Epagri/Cepaf), em Chapecó, relataram pela primeira vez a ocorrência da mosca-negra-dos-citros (Aleurocanthus woglumi) em Santa Catarina. As infestações do inseto podem resultar em perdas de produção, redução da qualidade dos frutos e aumento de custos de produção em função de eventuais pulverizações.

O inseto foi encontrado infestando de forma relativamente severa um pomar doméstico de citros, no município de Coronel Freitas. Brotações infestadas com ovos, ninfas e adultos do inseto foram coletadas, e o material foi enviado ao Laboratório de Fitossanidade da Epagri/Cepaf, onde foi identificado.

O registro da ocorrência foi publicado na principal revista científica especializada em citricultura do Brasil, a Citrus Research & Technology, editada pelo Centro de Citricultura Sylvio Moreira, vinculado ao Instituto Agronômico (IAC, São Paulo). Os pesquisadores da Epagri/Cepaf Rodolfo Vargas Castilhos, Eduardo Cesar Brugnara e Rafael Roveri Sabião estão entre os autores do artigo da publicação, disponível em https://citrusrt.ccsm.br/article/doi/10.4322/crt.18919.

A mosca-negra-dos-citros suga a seiva da planta, que leva ao seu enfraquecimento. Em consequência, um fungo escuro conhecido como fumagina cresce sobre ramos, folhas e frutos infestados, causando redução da respiração e fotossíntese.  O pesquisador em entomologia da Epagri/Cepaf, Rodolfo Vargas Castilhos, ressalta que apesar da praga não ser altamente destrutiva, as infestações da mosca-negra-dos-citros podem trazer prejuízos aos produtores, o que torna necessário o monitoramento da ocorrência desta espécie e um plano de manejo integrado para evitar sua disseminação.

Foto: Fumagina cresce sobre ramos, folhas e frutos infestados

Santa Catarina tem 1.907 hectares de citros, cujo valor bruto da produção alcançou R$ 16,7 milhões em 2017. Os pomares cítricos têm grande relevância para o Oeste do Estado, onde as plantas também são frequentes em pomares domésticos. Mais de 70% das propriedades rurais da região têm plantas cítricas cultivadas para consumo da família e venda ocasional de excedentes. Os pomares domésticos raramente são pulverizados com produtos fitossanitários para o controle de pragas, assim como muitos pomares comerciais.

Além de ser um problema para a citricultura catarinense, a ocorrência da mosca-negra-dos-citros no Oeste do Estado representa um risco para a dispersão dela para o Rio Grande do Sul. A área colhida de laranjeiras, limoeiros e tangerineiras no Rio Grande do Sul em 2017 foi de cerca de 35 mil hectares, com valor bruto da produção aproximado de R$ 390 milhões.

A mosca-negra-dos-citros é uma importante praga da citricultura mundial, com ocorrência em regiões tropicais e subtropicais como África, Índia Ocidental, Oceania e Américas Central, do Norte e do Sul. No continente sul-americano ela já foi encontrada na Venezuela, Colômbia, Equador, Suriname, Peru, Guiana, Paraguai e Argentina

Foto: Adultos do inseto coletados em Coronel Freitas

No Brasil, o primeiro relato da praga aconteceu em 2001, no Pará. Atualmente está presente em praticamente todos os estados do país, com exceção do Acre, do Rio Grande do Sul e do Distrito Federal, seja em pequenos focos ou em áreas de produção comercial.

O inseto pode infestar mais de 300 espécies de plantas, como mangueira, cajueiro, abacateiro, mandioca, goiabeira, pitangueira, aceroleira e plantas ornamentais. Assim, o seu transporte em mudas não cítricas é uma hipótese plausível para explicar a sua introdução em Santa Catarina, acreditam os pesquisadores da Epagri/Cepaf.

Diante do potencial risco que mosca-negra-dos-citros oferece à citricultura catarinense, os pesquisadores da Epagri/Cepaf recomendam o monitoramento da sua ocorrência nas principais regiões citrícolas, quantificação dos danos e estabelecimento de um plano de manejo integrado regional, a fim de evitar o aumento da sua disseminação e minimizar os impactos negativos na produção.

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Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI)