BOLETIM AGROPECUÁRIO EPAGRI/CEPA

Janeiro registrou um recorde de receitas geradas pelas exportações catarinenses de carne suína em um mês. Nos primeiros 30 dias de 2020, o Estado registrou faturamento de US$ 91,76 milhões com a exportação dessa proteína, alta de 1,7% em relação ao mês anterior e de 74,2% na comparação com janeiro de 2019. Os dados são do mais recente Boletim Agropecuário do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa), que informa ainda que no ano de 2019 Santa Catarina viu a produção de proteínas crescer. No ano que passou o Estado produziu 6,9% a mais de frango, 6% mais de bovinos e 7% a mais de suínos, em comparação com 2018.

Pecuária

O recorde no faturamento da exportação de carne suína é resultado do crescimento no volume exportado. Em janeiro, Santa Catarina exportou 38,56 mil toneladas de carne suína (in natura, industrializada e miúdos), alta de 2% em relação ao mês anterior e de 31,6% na comparação com janeiro de 2019. Esse é o segundo maior volume já exportado num único mês, ficando atrás apenas de julho de 2018.

Por outro lado, a exportação de frango enfrentou queda. No primeiro mês do ano, Santa Catarina exportou 77,84 mil toneladas de carne de frango (in natura e industrializada), queda de 14,8% em relação ao mês anterior e de 23,0% na comparação com janeiro de 2019. Essa foi a menor quantidade exportada pelo estado desde junho de 2018. As receitas de janeiro foram de US$ 134,47 milhões, queda de 15% em relação ao mês anterior e de 21,6% na comparação com janeiro de 2019.

O preço médio estadual do boi gordo em Santa Catarina registra queda de 7,4% na comparação entre fevereiro deste ano e dezembro de 2019. Quedas ainda maiores que a média estadual são observadas nas duas praças de referência nesse período: -20,2% em Chapecó e -9,6% em Lages. Esse movimento já era esperado, pois janeiro e fevereiro normalmente são meses em que o consumo cai. Essa queda natural foi impulsionada pelos altos preços da carne bovina em 2019. Por conta disso, o consumidor substituiu a proteína por outras de origem animal, o que ajudou a puxar os preços para baixo. Contudo, quando se compara a média preliminar de fevereiro com o mesmo mês de 2019, as variações são positivas em todos os casos: 6,8% em Chapecó, 14,8% em Lages e 21,4% na média estadual.

Para os produtores de leite a notícia é boa, já que o preço médio recebido pelos pecuaristas catarinenses em fevereiro ficou acima do recebido em janeiro. A entressafra que se aproxima e o encarecimento das importações devem estimular novas elevações nos próximos meses. 

Grãos

O mercado do arroz segue aquecido em Santa Catarina. Até o momento quase 18% da área plantada na safra 2019/20 já foi colhida e a expectativa é de safra normal.

O feijão terá uma safra maior que a anterior, apesar dos problemas com a estiagem. Quase 60% da área de primeira safra está colhida.

No caso do milho, os preços permanecem fortalecidos no início do ano, mesmo com o avanço da colheita no Sul do Brasil. No Oeste e Santa Catarina já foram colhidos 85% da área plantada. No Planalto (Curitibanos, Campos Novos e Canoinhas/Mafra) a colheita está no início, registrando em torno de 5 a 10% de área colhida até o início de fevereiro.

A soja manteve os preços em função da cotação do dólar frente ao real no início de fevereiro e apesar do impacto do coronavirus no mercado internacional das commodities. A colheita avança no Oeste catarinense, alcançando 60%. Nas demais regiões, os trabalhos de colheita estão na fase inicial.

O trigo vai enfrentar redução de 5,0% em relação à safra 2018/19. A estimativa é de que a produção estadual chegue a 154,5 mil toneladas.

Hortaliças

O Mercado do alho está aquecido internamente. As importações de janeiro foram maiores que no mês anterior, mas não chegaram a afetar as boas perspectivas de mercado para os produtores catarinenses. A safra já foi toda colhida em Santa Catarina e a comercialização segue em ritmo normal.

A safra da cebola em Santa Catarina segue em ritmo normal de comercialização. Até agora os preços pagos ao produtor foram ligeiramente abaixo do custo médio de produção. A expectativa é de que a partir do próximo mês seja possível alguma melhora nos preços pagos ao produtor, puxados pela oferta dos materiais mais tardios, que apresentam maior aceitação pelo consumidor, e também pela gradual redução nos estoques da região Sul, que é a grande fornecedora da hortaliça ao mercado nacional nos próximos meses.

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Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI)

EPAGRI/CEPA APONTA BOM MOMENTO PARA PECUÁRIA, CULTIVO DE GRÃOS E ALHO EM SC

O primeiro Boletim Agropecuário de 2020 elaborado pelo o Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) vem com boas notícias para os produtores catarinenses de grãos, alho, frango, bovinos e suínos. O documento é uma publicação mensal que reúne informações conjunturais de alguns dos principais produtos agropecuários de Santa Catarina.

Grãos

Os preços do arroz continuam em alta. A expectativa de redução da oferta interna pelas dificuldades climáticas enfrentadas no Rio Grande do Sul tem mantido os preços elevados. A safra catarinense está com 75% em floração e 1% em maturação.

Em 2019, os preços do feijão registraram forte oscilação. O mercado iniciou o ano com altas expressivas, acima de R$200,00/saca. Com a entrada da terceira safra proveniente dos cultivos irrigados do Centro-Oeste, em maio, os preços começaram a baixar. Em dezembro, no mercado catarinense, o feijão carioca manteve tendência de alta, registrando aumento de 7,35% em relação a novembro.

Os preços do milho continuam em elevação em dezembro e janeiro. Exportações recordes, menor safra americana e maior consumo interno estão mantendo os preços em alta. No estado, na segunda quinzena de janeiro inicia a colheita no extremo Oeste e em áreas do vale do Rio Uruguai. No Planalto Sul há registro de falta de chuvas que poderá diminuir o potencial produtivo das lavouras.

No mercado de soja, em Santa Catarina, os preços apresentaram nova reação em dezembro. O dólar em alta, a redução da safra americana e o maior consumo interno para ração têm mantido os preços fortalecidos no Brasil.

Depois de muita negociação, a soja americana está livre para compra pela China. Dessa forma, o Brasil perde força na venda para a China e passa a disputar mercado com os EUA. O cenário em 2020 será norteado pela amplitude dos acordos entre EUA e China.

Os preços do trigo de melhor qualidade (PH78) tiveram alta de 1,15% em dezembro. Os produtores catarinenses receberam, em média, R$ 43,00/saca de 60kg, contra R$ 42,51 em novembro.

Hortaliças

A comercialização da safra catarinense de alho está em pleno andamento. O mercado está aquecido e os preços pagos ao produtor estão acima do custo de produção.

A safra de cebola em Santa Catarina é uma das maiores dos últimos anos. A comercialização está fluindo, mas os preços ao produtor estão abaixo do custo de produção. A orientação é de que a comercialização seja escalonada para evitar super oferta, que pode forçar a baixa nos preços.

Pecuária

Em 2019, Santa Catarina exportou 1,26 milhão de toneladas de frango, 0,28% abaixo de 2018. As receitas foram de US$ 2,19 bilhões, aumento de 3,06% em relação ao ano anterior. O resultado deve-se, principalmente, à melhoria no valor médio da tonelada de frango no mercado internacional, especialmente no 1º semestre de 2019.

O estado respondeu por 31,71% do valor das exportações brasileiras de carne de frango em 2019. Apesar da queda no volume embarcado, foi o segundo melhor resultado da série histórica (que inicia em 1997) em termos de quantidade, atrás apenas de 2018. Em termos de receitas, no ano passado obteve-se o terceiro maior valor já registrado. Ou seja, apesar de algumas variações negativas, o ano foi bastante positivo para o setor.

Os preços do boi gordo em Santa Catarina mantiveram-se estáveis no ano passado, com leve tendência de alta. A partir de novembro foram registradas altas significativas. Na comparação entre os preços de dezembro de 2019 e os do mesmo mês do ano anterior, há variações significativas nas duas praças de referência: 36,29% em Chapecó e 31,36% em Lages. A média estadual também apresentou alta expressiva: 33,25%.

As exportações catarinenses de carne suína tiveram crescimento significativo em 2019: foram embarcadas 411,36 mil toneladas, aumento de 14,26% em relação ao ano anterior. Nas receitas, o incremento foi ainda mais expressivo: US$ 856,61 milhões, alta de 30,98%. Tais resultados representam um recorde histórico nas exportações de carne suína do estado, tanto em valor como em quantidade.

Santa Catarina foi responsável por 55,80% da quantidade e 54,13% das receitas brasileiras com exportação de carne suína em 2019. Os resultados devem-se principalmente ao crescimento dos embarques para a China, em decorrência do surto de peste suína africana que atinge aquele país. Em relação a 2018, as exportações para a China cresceram 60,80% em quantidade e 88,8% em valor. China e Hong Kong responderam por 60,76% das receitas catarinenses com exportação de carne suína em 2019.

A produção brasileira de leite teve crescimento discreto em 2019. As importações foram menores, as exportações foram maiores e os preços aos produtores foram superiores aos de 2018.

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Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Cinthia Andruchak Freitas – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI