ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DA EPAGRI EM ITUPORANGA COMEMORA 35 ANOS COM LANÇAMENTO DE CEBOLA RESISTENTE A DOENÇAS E PRAGAS

A Estação Experimental da Epagri em Ituporanga (EEItu) lança o seu nono cultivar de cebola, o SCS379 Robusta, em evento de comemoração dos 35 anos de fundação da unidade de pesquisa e dos 28 anos da Epagri.

Cebola Robusta

A EEItu desenvolveu a cebola SCS379 Robusta para ser um cultivar mais tolerante às pragas e doenças, o que lhe proporciona menor necessidade de utilização de agrotóxicos e maior produtividade no cultivo convencional, orgânico ou agroecológico.

Fonte: Cebola

A SCS379 Robusta é tolerante ao míldio, a principal doença dos cultivos de cebola no Sul do país. “Com a menor severidade da doença, o cultivar é mais produtivo que o padrão, sendo uma excelente opção para todos os sistemas de produção: convencional, Sistema de Produção Direta de Hortaliças (SPDH), produção integrada, orgânico e agroecológico” explica Daniel Pedrosa Alves, gerente da EEItu e um dos pesquisadores responsáveis pelo desenvolvimento do cultivar.

O ciclo superprecoce da Robusta é outra vantagem. Ele permite que a planta seja semeada por volta de 15 de abril e colhida já a partir de 20 de outubro. Assim, ela foge dos meses mais quentes do ano, quando o ataque do tripes – principal praga que ataca as plantações – é mais intenso. Para se ter uma comparação, a bola precoce, o cultivar mais plantado em Santa Catarina, tem ciclo que vai do início de junho até por volta de 20 de novembro.

Foto: Plantação de cebola

Foram necessários cerca de 15 anos de pesquisas, desenvolvidas por engenheiros-agrônomos mestres e doutores da EEItu, para oferecer ao produtor catarinense o cultivar de cebola SCS379 Robusta. O trabalho atende a uma necessidade latente da agricultura catarinense, já que Santa Catarina é o maior produtor nacional de cebola e a hortaliça é cultivada basicamente por agricultores familiares. O Alto Vale do Itajaí reponde por mais de 70% da produção do Estado.

35 anos da Estação

O lançamento do novo cultivar de cebola vai servir para comemorar os 35 anos de fundação da EEEItu. A unidade de pesquisa nasceu antes da Epagri e era ligada à Empasc, empresa então responsável pela pesquisa agropecuária no Estado. Sete anos depois, a Empasc se uniu a outras instituições para fundar a Epagri, de cuja estrutura a EEItu passou a fazer parte.

Nos seus 35 anos de história, a EEItu vem atuando com forte foco na cebola, principal cultura da região. Nesse sentido, são trabalhados o melhoramento genético da planta visando à resistência a doenças e pragas, a produção orgânica, o desenvolvimento de cultivares híbridos adaptados às condições do Alto Vale do Itajaí, a implantação do Sistema de Produção Integrada de Cebola (SISPIC), tecnologias para o uso eficiente de nutriente e manejo do solo e o manejo convencional e alternativo de doenças.

Além da cebola, a unidade de pesquisa também atua no melhoramento genético da batata-doce, tendo desenvolvido seis cultivares, sendo três em conjunto com a Estação Experimental da Epagri em Itajaí. Sempre pensando na sustentabilidade, os pesquisadores da unidade desenvolvem tecnologias de manejo para o cultivo de hortaliças em ambiente protegido, tecnologias para racionalizar o uso de insumos e homeopatia, além de manejo convencional e ecológico de insetos praga.

28 anos da Epagri

O evento integra a programação comemorativa dos 28 anos de fundação da Epagri. A série de eventos de aniversário da Empresa segue por todo o Estado durante novembro, com lançamento de tecnologias, Dias de Campo, seminários, atividades de educação ambiental e outras, que vão apresentar à sociedade um pouco do trabalho desenvolvido nestas quase três décadas de extensão rural e pesquisa agropecuária em Santa Catarina.

O Estado catarinense foi o primeiro, e até hoje é um dos únicos, a reunir numa empresa os serviços de pesquisa agropecuária e extensão rural. A partir desse ato de ousadia e inovação se construiu uma história de sucesso. Hoje a Epagri é referência nacional e internacional em pesquisa e extensão rural. O conhecimento que produz é empregado não só em benefício dos catarinenses, mas também repercute no Brasil e no exterior.

Os cultivares de arroz, por exemplo, são utilizados em diversos países. O Sistema de Plantio Direto de Hortaliças (SPDH), criado e difundido pela extensão rural da Epagri, hoje é modelo de agricultura sustentável em nível nacional e internacional. Já existe maçã desenvolvida pela Epagri que pode ser produzida e vendida na União Europeia com royalties revertidos para Santa Catarina.

O sucesso da Epagri nesses 28 anos de existência se reflete na força do agronegócio catarinense. Santa Catarina é líder nacional na produção de maçã, cebola, moluscos e suíno, tem a segunda maior produtividade de arroz irrigado do país, é a quarta maior produtora de leite e de mel do Brasil, tudo isso ocupando apenas 1,1% do território nacional. Grande parte desse resultado se deve ao trabalho da Epagri, que com apoio e confiança dos agricultores, vem inovando para uma agricultura cada vez mais sustentável.

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Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Cinthia Andruchak Freitas – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI)