Como fazer uma composteira doméstica: Epagri ensina o passo a passo

A composteira doméstica é uma solução sustentável, simples e barata para dar destino correto aos resíduos orgânicos da cozinha. Esse lixo representa a metade dos resíduos gerados pelas residências e, com uma mãozinha, pode ser transformado em um poderoso adubo para hortas e jardins.

Composteira feita de baldes plásticos é barata e fácil de fazer

A extensionista rural da Epagri Renata Murara Vieira ensina a construir uma composteira doméstica usando baldes plásticos. Ela ocupa pouco espaço, não tem cheiro, não atrai insetos e pode ser mantida até em apartamento.

Furos nas laterais superiores dos baldes 1 e 2 permitem a circulação de ar

Materiais:

– 3 baldes de plástico com tampa. Os de gordura vegetal são ótimas opções e podem ser encontrados em qualquer panificadora;

– 1 kit torneira;

– 1 furadeira ou retífica;

– 1 meia calça de nylon ou uma tela qualquer de malha bem fina;

– Minhocas.

Baldes 1 e 2 devem ser furados no fundo

Como construir a composteira:

– Para entender melhor as instruções de montagem, numere os baldes de 1 a 3. Depois que a composteira estiver pronta, eles serão empilhados.

– Faça vários furos nas laterais superiores dos baldes 1 e 2 para que o ar consiga entrar e sair.

– Faça vários furos no fundo dos baldes 1 e 2.

– Faça, ainda, um recorte circular nas tampas dos baldes 2 e 3 para que o chorume escorra de um balde para o outro.

– Fixe uma meia calça ou tela entre a tampa e a boca do balde 3 para que as minhocas não caiam no chorume.

– Instale a torneira na lateral do balde 3, próxima ao fundo. É por ela que será coletado o chorume.

Corte a tampa do balde 3 em círculo e fixe uma meia calça ou tela fina

O que colocar na composteira: Restos de frutas e verduras, borra de café com o papel-filtro, restos de pães (umedecer antes), galhos finos, folhas, flores de jardins e grama cortada, cascas de ovo, de preferência moídas, papelão do rolo de papel higiênico, guardanapos usados, sem resíduos de carne, sabugo de milho em pedaços (ajuda a oxigenar o meio).

O que não colocar na composteira: Resíduos de carne, restos de queijo, fezes de cachorro, papel higiênico.

Evite colocar na composteira: Cascas de frutas cítricas, folhas de jornal coloridas, alimentos temperados com sal ou açúcar.

Coloque na composteira resíduos orgânicos da cozinha e matéria seca, como restos de jardim

Como usar e abastecer a composteira:

Balde 1: recebe resíduos orgânicos e restos de jardim, matéria seca

Balde 2: composto sólido

Balde 3: composto líquido

Empilhe os baldes na ordem numérica, com o número 1 no topo. Os baldes 1 e 2 trocam de posições ao longo do processo e o 3 fica sempre fixo na base.

No balde 1, coloque as minhocas, juntamente com o substrato em que elas estão envoltas. Esse procedimento protege as minhocas do contato direto com alimentos que ainda não estão em fase de decomposição, criando um ambiente confortável para elas.

Em seguida, coloque no balde 1 os resíduos orgânicos da cozinha (que são ricos em nitrogênio) e adicione uma camada de material vegetal seco (que são ricos em carbono), como grama cortada e folhas secas. As camadas de diferentes materiais garantem uma boa relação carbono/nitrogênio. Uma boa proporção é um volume de três partes de materiais ricos em carbono para uma parte de materiais ricos em nitrogênio. Esses dois materiais serão adicionados aos poucos, até encher o balde 1. A composteira deve ser abastecida diariamente ou a cada dois dias.

Quando o balde 1 estiver cheio, ele troca de lugar com o balde 2, que estará vazio (depois que o adubo for retirado), pronto para começar o mesmo procedimento que foi feito no balde 1. Apesar de as minhocas se deslocarem de um balde para outro pelos orifícios, nesse momento é recomendado colocá-las no balde de cima com um pouco de substrato.

A composteira doméstica deve ficar em um lugar arejado, protegido da chuva e do sol.

O chorume do balde 3 é retirado pela torneira

Como usar o adubo e o chorume:

O conteúdo formado nos baldes 1 e 2, depois da completa decomposição, é um adubo natural que pode ser usado em jardins e hortas. O tempo para os resíduos orgânicos de cozinha serem transformados em composto varia de 45 a 60 dias. Esse prazo depende do tipo e da quantidade de resíduos utilizados, da quantidade de minhocas, da temperatura, da umidade, etc.

Uma maneira simples de verificar se o composto está pronto para ser usado é observar se o conteúdo se tornou uma massa uniforme, sem cheiro, e sem que nenhum resíduo de alimento consiga ser identificado. Esse composto pode ser aplicado no solo, como adubo.

O chorume deve ser diluído em 10 partes de água para aplicação nas plantas

Enquanto os restos de matéria orgânica se decompõem, um líquido escuro vai sendo armazenado no balde 3. Esse líquido é o chorume, um poderoso fertilizante natural para as plantas, que é retirado pela torneira do balde 3.

O chorume pode ser utilizado diretamente no solo, em fruteiras e canteiros de hortas. Deve ser diluído em água (1 medida de chorume para 10 de água). Pode ser aplicado semanalmente ou quinzenalmente.

Para saber mais, assista aqui ao passo a passo de como fazer a composteira doméstica.

________________________

Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI)

Bastão desenvolvido pela Epagri facilita o manejo das pastagens

Para quem trabalha com pecuária, saber quando a pastagem está pronta para receber os animais e a hora certa de retirá-los para que as plantas se recuperem é fundamental. Foi pensando nisso que pesquisadores do Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar (Epagri/Cepaf) desenvolveram o bastão forrageiro: uma espécie de régua que, colocada ao lado das plantas dentro da pastagem, indica a altura ideal para o uso (pastejo) e a altura mínima da pastagem para a retirada dos animais. O bastão contém informações sobre diversas espécies forrageiras, facilitando a decisão sobre a entrada e a saída dos animais da área para uma elevada produção de pasto.

“A ideia surgiu após reuniões com colegas extensionistas, quando se constatou que os limitadores produtivos mais frequentes nas propriedades são os erros de manejo nas pastagens e a grande variação de espécies forrageiras que são utilizadas pelos produtores”, conta o pesquisador Felipe Jochims. A equipe decidiu, então, juntar os dados produzidos nas unidades de pesquisa da Epagri com dados científicos para desenvolver um instrumento simples, utilizando marcadores coloridos para demonstrar como manejar cada espécie da forma mais produtiva e sustentável possível.

O bastão traz orientações para as espécies cultivadas mais importantes em Santa Catarina: catarina-gigante (missioneira-gigante), tifton 85, 68 e jiggs, hemártria, estrela-africana, capim-áries e aruana, principais cultivares de braquiárias, capim-elefante-pioneiro, capim-elefante-anão-Kurumi e as anuais de inverno aveia e azevém. As alturas de manejo levam em consideração características fisiológicas das plantas, quantidade de folhas novas, capacidade de interceptar radiação solar (para fazer fotossíntese), velocidade de ingestão de pasto pelos animais e o equilíbrio entre o crescimento do pasto e o volume que o animal retira da planta.

Para a confecção do bastão, foi feito um levantamento de dados publicados pelas unidades de pesquisa da Epagri e também na literatura científica. “Além dos dados próprios, utilizamos 39 artigos científicos e duas teses de doutorado para a obtenção dos valores de altura que estão no bastão”, diz Felipe.

Sinal verde

Com faixas nas cores amarelo, verde e vermelho, o instrumento faz alusão a um semáforo. A faixa amarela indica que a altura ideal de manejo foi ultrapassada. A altura dessa linha significa redução da qualidade da pastagem e aumento da dificuldade dos animais para comer. O verde é a faixa de altura indicada para pastejo. A parte mais alta da linha indica que a pastagem está na altura ideal. A parte mais baixa, em divisão com o vermelho, indica que o limite mínimo de folhas foi atingido e que os animais devem ser retirados para que a pastagem apresente a máxima taxa de crescimento. Quando o pasto está na altura da linha vermelha, significa que não deve ser usado, pois o resíduo está muito baixo, com poucas folhas, e vai prejudicar o rebrote e a estabilidade das plantas.

Para definir o momento de entrada dos animais na pastagem, a medida deve ser feita em, pelo menos, seis pontos do potreiro. Quanto maior for a área, maior será a quantidade de pontos medidos. Se mais da metade das medidas estiver na parte alta da barra verde do bastão, a pastagem está pronta para receber os animais.

O instrumento facilita a decisão do pecuarista sobre a entrada e a saída dos animais da área para uma elevada produção de pasto

Adequação do manejo

Felipe Jochims ressalta que, quando as pastagens são manejadas de forma muito intensiva, deixando um resíduo de pasto muito baixo, as alturas indicadas no bastão para entrada dos animais não são atingidas logo no início. No caso da missioneira-gigante, por exemplo, o ideal é fazer a entrada com 26 a 28cm e a saída com 12 a 14cm. “Essas alturas são as ideais, mas logo após começar a adequação do manejo, pelo histórico de utilização, a pastagem não irá atingir os 28cm. Será necessário fazer a entrada com alturas menores e ir adequando a pastagem para atingir as condições ideais. As plantas apresentam o que chamamos de plasticidade fenotípica, que é sua adaptação ao manejo corriqueiro que vem sendo imposto”, explica. De acordo com os dados levantados, no terceiro ou no quarto uso, as pastagens já recuperam a altura ideal de manejo, aumentando a produtividade em mais de 50% quando comparado a esse manejo intensivo “sem resíduo”.

A ferramenta é usada pelos técnicos da Epagri para orientar os produtores. “A régua não pode ser comercializada, mas nada impede os produtores, caso tenham interesse, de ir ao escritório municipal e fazer uma réplica caseira do bastão, utilizando as informações que estão impressas ali, inclusive marcando as alturas de manejo das espécies desejadas no cano da bota”, diz Felipe. Para produzir o próprio bastão forrageiro, basta entrar em contato com a Epagri/Cepaf e pedir a “arte” do bastão. Basta imprimir na gráfica em um adesivo, que já vai nas medidas corretas para ser colado em um cano rígido de PVC de 32mm.

O instrumento serve para bovinocultura de leite e de corte, ovinocultura e até para manejo de pastagens em regime de cortes (para produção de feno, por exemplo).  “A altura é baseada principalmente nas características e respostas fisiológicas para a otimização da produção do pasto com a maior qualidade possível e sem prejudicar o consumo pelos animais”, esclarece o pesquisador.

O que significa cada cor do bastão forrageiro

Faixa amarela: Indica que a altura ideal de manejo foi ultrapassada. Apesar de ser pouco prejudicial à pastagem em curto prazo, quanto mais distante o pasto estiver da divisão com a faixa verde, haverá aumento na senescência de folhas e redução na qualidade da pastagem, assim como na estrutura do dossel, causando pequena queda no desempenho animal.

Faixa verde: Indica a condição adequada de uso, aquela que apresenta melhor consumo e desempenho animal e manutenção da produtividade da pastagem. O momento da entrada dos animais na pastagem deve ser na altura máxima da coluna verde. No caso de manejo em potreiros (método contínuo), a altura de manejo indicada é “na metade” da parte verde, ajustando a carga animal de acordo com o aumento ou a redução da altura.

Faixa vermelha: Indica que a pastagem está com resíduo baixo e deve estar em descanso para recuperação de uma massa adequada de folhas. Não se deve utilizar a pastagem nessa faixa, pois ocasiona o superpastejo, comprometendo o rebrote (inicialmente na velocidade de crescimento) e, a longo prazo, a persistência dela.

Alturas de entrada e saída das principais forrageiras utilizadas em Santa Catarina

Forrageiras Altura de entrada (cm) Altura de saída (cm)
Missioneira-gigante 28 12
Tífton + Jiggs 27 14
Hemártria 28 14
Estrela-africana 29 15
Capim-áries + Aruana 40 18
Braquiárias 35-40 18
Capim-pioneiro 115-120 55-60
Capim-kurumi 80 35
Aveia 28 14
Azevém 26 12
Fonte: Diversos autores

Para solicitar a imagem do bastão para imprimir ou obter mais informações, entre em contato com o pesquisador Felipe Jochims pelo e-mail felipejochims@epagri.sc.gov.br

________________________

Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI)

Epagri e Cravil lançam cultivar de pastagem no dia 15

Epagri e a Cooperativa Regional Agropecuária Vale do Itajaí (Cravil) lançam nesta quinta-feira, 15 de outubro, o cultivar de azevém-anual SCS 316 CR Altovale. O lançamento acontece em evento virtual, a partir das 14h. O material foi desenvolvido pelas Estações Experimentais da Epagri em Ituporanga, Canoinhas e Lages, em parceria com a Cravil.

O novo cultivar de azevém-anual tem vantagens importantes sobre os similares disponíveis no mercado. Destaca-se pela produtividade, precocidade ao primeiro pastejo, ciclo intermediário, rapidez de rebrote e também por sua adaptação ao clima Cfa, onde as temperaturas no inverno são mais elevadas. Também apresenta tolerância a estiagens e é altamente tolerante a geadas. Possui porte mais ereto em relação aos azevéns-anuais da variedade westerwoldicum, sem perder a capacidade de produzir perfilhos.

Produtividade é uma das vantagens do novo cultivar

O azevém-anual SCS 316 CR Altovale tem três indicações de uso recomendadas pelos pesquisadores. Pode ser usado em pastagem anual de clima temperado, com formação precoce. Também pode ser empregado na integração lavoura-pecuária, com produção de massa verde (cobertura do solo) até novembro, além de servir para silagem pré-secada de alta qualidade.

A época do plantio se dá entre abril e junho e a indicação de cultivo é de 25kg de sementes por hectare. A altura de pastejo recomendada é de 25 a 30cm e os animais devem ser retirados do piquete deixando resíduo entre 12 e 15cm de altura.

História

Ana Lucia Hanisch, pesquisadora da Epagri em Canoinhas, conta que o azevém-anual SCS 316 CR Altovale é resultado de quase uma década de trabalho. Os estudos iniciaram em 2007, em visitas de prospecção de materiais, realizadas em conjunto pela Estação Experimental da Epagri em Ituporanga (EEItu) e a Cravil. Nestas visitas, os técnicos conheceram uma propriedade em Lontras, no Alto Vale do Itajaí, onde o azevém era cultivado há mais de 60 anos, o que chamou a atenção dos profissionais.

Estudos iniciaram em 2007

A partir daí, teve início a avaliação em unidades de observação da Cravil, onde o material continuou se destacando por vários anos. Em função disso, em 2012 foi realizado um acordo entre a Cravil e a Epagri e esse material entrou no processo de seleção da Empresa. Em 2014 começaram os ensaios de avaliação de Valor de Cultivo e Uso, implantados em Ituporanga, Lages e Papanduva, regiões que se diferenciam por suas condições de clima e de solo. Apesar das diferenças entre as regiões, o cultivar apresentou resultados promissores em todas elas, sobretudo em relação à produtividade, precocidade e ciclo, explica Ana Lúcia.

Ulisses de Arruda Córdova, gerente da Estação Experimental da Epagri em Lages, conta que, como trata-se de uma pastagem de inverno, as sementes estarão disponíveis para os agricultores a partir de março de 2021. Os pecuaristas interessados poderão adquiri-las nas lojas da Cravil, que pretende produzir entre 80 e 100 toneladas da semente para comercialização no ano que vem.

Serviço

  • O que: lançamento do cultivar de azevém-anual SCS 316 CR Altovale
  • Quando: na quinta-feira, 15 de outubro, a partir das 14h
  • Onde: no canal de capacitações da Epagri no YouTube (https://www.youtube.com/watch?v=QG_ZAAqWois)

Informações e entrevistas

  • Ana Lucia Hanisch, pesquisadora da Epagri em Canoinhas, pelo fone (47) 99762-3274
  • Ulisses de Arruda Córdova, gerente da Estação Experimental da Epagri em Lages, pelo fone (49) 99914-2580

________________________

Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI)

Relação entre oferta e demanda provoca alta no preço pago ao produtor de leite em SC

Produtores catarinenses de leite receberam em setembro em média R$1,87 pelo litro do alimento, com parte deles recebendo mais de R$2,00 por litro. Os dados são do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa).

Parte dos produtores de leite em SC receberam mais de R$ 2,00 pelo litro em setembro

O Conseleite/SC estabelece a cada mês o valor projetado do leite, que serve de base para o que os produtores receberão no mês seguinte. Em setembro esse valor ficou em R$1,8276, o segundo maior desde 2007, quando tem início a série histórica. É superado apenas pelos cerca de R$2,00 de julho de 2016, quando considerada a inflação do período. Em agosto, o produto já tinha alcançado valores bem superiores aos parâmetros históricos em Santa Catarina. Naquele mês o leite teve o preço fixado em R$1,7288, um pouco acima do projetado, que era de R$1,6943.

Combinação

Tabajara Marcondes, analista do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa) explica que esta elevação histórica de valores se deve a uma combinação de fatores relacionados à oferta e demanda.

Segundo ele, a produção de leite no Brasil ficou aquém do esperado no primeiro semestre de 2020. Nestes seis meses, a indústria de lácteos recebeu praticamente o mesmo volume de leite captado em igual período de 2019, um acréscimo de apenas 0,4%. As importações também não foram altas. “Embora tenha havido aumento das importações em julho e agosto, somando os volumes de 2020 as importações ficam abaixo do ano passado”, observa o analista.

Se a oferta não cresceu, a demanda sim, principalmente como reflexo da pandemia causada pela Covid-19. O isolamento social forçou famílias a se alimentarem mais em casa. O auxílio emergencial, pago pelo governo federal à famílias de baixa renda por conta da crise sanitária, também ajudou a incluir o alimento no cardápio de muitas famílias que, por falta de recursos financeiros, não o consumiam ou o faziam em pequena quantidade.

Redução

Na avaliação de Tabajara, é pouco provável que os preços pagos aos produtores de leite catarinenses se mantenham nesse patamar elevado nos próximos meses. “Alguns derivados lácteos já dão sinais de queda no mercado atacadista”, relata o técnico da Epagri/Cepa. Isso porque a oferta do produto nacional e as importações começam a crescer. A redução no valor do auxílio emergencial e do número de beneficiados também devem reduzir a demanda.

“O aumento da oferta e a diminuição na capacidade de compra tendem a reverter o mercado de lácteos rapidamente nos meses finais de 2020”, adianta Tabajara. Neste cenário, principalmente a partir de novembro, os preços recebidos pelos produtores deverão ficam bem abaixo dos verificados neste mês de setembro.

Informações e entrevistas
Tabajara Marcondes, analista da Epagri/Cepa, pelo fone (48) 99931-9147

Informações para a imprensa
Gisele Dias, jornalista, pelo fone (48) 99989-2992

________________________

Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI)

Publicação da Epagri ensina a selecionar e produzir abelhas rainhas

Um boletim técnico lançado pela Epagri e disponível para livre download orienta apicultores e técnicos sobre métodos de seleção, produção e introdução de rainhas de abelhas Apis mellifera nas colmeias. A tecnologia de melhoramento genético, resultado de pesquisas da Epagri, torna a apicultura mais sustentável e permite elevar a produtividade de mel em até 200% quando as rainhas são jovens e selecionadas. A Empresa estima que cerca de 3 mil apicultores catarinenses tenham aplicado a tecnologia em 12 mil colmeias no ano passado, gerando incremento de 64t de mel.

Capa do boletim

“Uma rainha jovem e selecionada geneticamente confere à colônia alta capacidade de crescimento populacional, resistência a pragas e doenças e pouca enxameação, o que se traduz em alta produtividade e resistência das colônias em situações de adversidades que podem levar à mortalidade, especialmente no inverno”, destaca a pesquisadora Tânia Patrícia Schafaschek, da Epagri/Estação Experimental de Videira, autora do boletim.

Sanidade nas colmeias

De acordo com as pesquisas da Epagri, a seleção e substituição de abelhas rainhas é capaz de reduzir o índice de infestação pelo ácaro Varroa destructor de 6% para 1% a 2%. “Essa é uma das práticas recomendadas para manter a sanidade dos apiários, dispensando o uso de produtos para controlar pragas e doenças e garantindo um alimento mais seguro”, destaca Tânia.

A seleção e substituição de abelhas rainhas é uma das práticas recomendadas para manter a sanidade dos apiários

O Boletim Técnico nº 190 – “Seleção e produção de rainhas de abelhas Apis mellifera” apresenta métodos que podem ser aplicados por apicultores em diferentes situações e escalas de produção. A publicação trata sobre o melhoramento genético das abelhas e a substituição periódica de rainhas, além de apresentar três métodos de produção de rainhas: transferência de larvas, nucleação e puxada natural. O leitor encontra o passo a passo para selecionar colônias e rainhas, informações sobre marcação de rainhas, quando fazer a substituição, como introduzir a nova rainha na colônia, cuidados pós introdução e outras dicas.

Para baixar o boletim gratuitamente, clique aqui e digite “Seleção e produção de rainhas” na busca.

Para adquirir a publicação impressa, escreva para demc@epagri.sc.gov.br.

Mais informações: Tânia Patrícia Schafaschek, engenheira-agrônoma, pesquisadora da Epagri/Estação Experimental de Videira: (49)3533-5629 / tanias@epagri.sc.gov.br.

________________________

Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI)

Abelhas sem ferrão: um mundo fascinante dentro de pequenas caixas

Jataí, Mandaçaia, Uruçu, Guaraipo, Manduri, Bugia, Mirim e centenas de outras espécies fazem parte do fascinante mundo das abelhas sem ferrão, que nativas do Brasil e também conhecidas como abelhas indígenas. Essas pequenas trabalhadoras são gigantes na tarefa de manter a biodiversidade dos biomas brasileiros. Muitas espécies vegetais são totalmente dependentes delas para que possam se reproduzir. Ao passar de flor em flor, essas abelhinhas carregam o pólen e fazem a fecundação, gerando assim a produção da semente e o surgimento de uma nova planta. Em torno de 90% das espécies da Mata Atlântica dependem das abelhas em ferrão para se reproduzirem. 

Série de vídeos da Epagri ensina como criar essas valiosas guardiãs da natureza

Diferentemente do que indica o nome, essas abelhas possuem ferrão, porém é atrofiado e, assim, elas são incapazes de ferroar.  Não são necessários equipamentos de proteção e nem fumaça para o manejo. Por isso, elas podem ser criadas próximas de residências, inclusive em áreas urbanas. Muita gente possui algumas caixas nos jardins de casa.

Na atividade comercial, denominada meliponicultura, as colônias vivem em caixas pequenas

No ambiente natural, as abelhas sem ferrão costumam se alojar em cavidades de árvores, ninhos abandonados de cupins ou formigas ou em galhos. Já na atividade comercial, denominada meliponicultura, as colônias vivem em caixas pequenas, disponibilizadas pelo meliponicultor, e ali mantêm o controle da produção e a família fortalecida. A organização social é composta pelas operárias que fazem a manutenção da colmeia, alguns zangões e uma rainha, responsável pela postura, nascimento de novas abelhas e por manter a colônia unida.

As espécies de abelhas sem ferrão possuem tamanhos, cores, formas e hábitos distintos. Elas são divididas em duas grandes tribos: a Trigonini e a Meliponini. Cada tribo possui uma estrutura que a identifica na entrada do ninho. A Trigonini constrói um pito com cerume na entrada e a Meliponini faz raios salientes de barro ou geoprópolis ao redor da entrada que, por sinal, permanece sempre protegida pelas sentinelas.

Criação racional

Essas abelhas são dóceis e usadas, inclusive, para educação ambiental

A meliponicultura está em expansão no Brasil e em Santa Catarina.  A criação racional de abelhas sem ferrão é uma alternativa de geração de renda em muitas propriedades catarinenses. Por serem dóceis e de fácil manejo, cada vez mais novos produtores despertam o interesse em trabalhar com essas abelhinhas. Os motivos são muitos e vão desde a produção de mel, delicioso e muito utilizado para fins terapêuticos, produção própolis, geoprópolis, pólen e cera, multiplicação e venda de colônias até para fins de educação ambiental ou, simplesmente, passatempo.

Elas estão na TV e nas redes sociais da Epagri

A tribo Trigonini constrói um pito com cerume na entrada do ninho

Para que o meliponicultor tenha sucesso na atividade, é preciso conhecer as características e técnicas de manejo dessas abelhas. No Centro de Treinamento, em Florianópolis, a Epagri possui unidade didática em Meliponicultura, com diferentes espécies. O local tem sido palco para a gravação de uma série de vídeos técnicos sobre como criar abelhas sem ferrão. A equipe de TV da Epagri já produziu cinco módulos, e publicou três, que abordam dicas práticas de manejo, cuidados com as colônias, características das espécies, tudo o que o meliponicultor precisa saber antes de iniciar a atividade. Os temas são os seguintes: manejo das colônias e alimentação de inverno, iscas para atrair enxames, como fazer o extrato de própolis, fabricação de potes e lâminas de cerume e uma receita prática de verniz ecológico, um tratamento natural para as caixas das abelhas.

Cada vídeo apresenta de maneira simples, passo a passo, as tecnologias mais recomendadas pela Epagri, com a orientação do extensionista rural Edegar Becker, que atua no município de Botuverá e Rodrigo Durieux da Cunha, gestor da Divisão de Estudos Apícolas da Epagri. “A criação racional de abelhas sem ferrão diminuiu de forma significativa a atividade extrativista. Técnicas e manejos adequados para o desenvolvimento e a multiplicação de colônias têm contribuído para o restabelecimento das populações naturais, além de promover a meliponicultura como uma importante atividade formadora de renda por meio da produção de mel e da multiplicação e venda de colônias”, explica Rodrigo.

________________________

Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI

Cultivo e usos de Panc é tema de curso on-line da Epagri no dia 30

No dia 30 de setembro a Epagri realiza mais um curso on-line e gratuito sobre Plantas Alimentícias Não Convencionais (Panc). Na live, que ocorre entre 14h e 16h no canal de capacitações da Epagri no YouTube, os extensionistas da Epagri Cristina Ramos Callegari e Altamiro Morais Matos Filho conversam sobre cultivo e usos de Panc com o convidado Nuno Madeira, pesquisador da Embrapa Hortaliças.

Malvavisco pode ser usado no preparo de geleias

Nuno Madeira é Agrônomo pela Universidade Federal de Viçosa, formado em 1994. Em 2002 tornou-se pesquisador da Embrapa Hortaliças, onde é responsável pelos trabalhos com Hortaliças Tradicionais, além de curador e guardião das coleções de germoplasma da Embrapa de Hortaliças Panc, Mandioquinha-Salsa, Inhame e Inhame-Cará.

Não é preciso se inscrever para participar do curso, basta acessar o link no dia e hora marcados. Durante o evento on-line será disponibilizado um formulário para ser preenchido por aqueles que tiverem interesse em receber certificado.

Sobre Panc

As Panc não fazem parte do cotidiano alimentar da população, mas ainda são usadas tradicionalmente em determinadas regiões ou culturas. Segundo a extensionista da Epagri, o termo “não convencionais” significa que não são produzidas e comercializadas em grande escala, fazendo com que seu cultivo e uso possam cair no esquecimento. “Seu consumo tem diminuído em áreas rurais e urbanas e entre todas as classes sociais, resultado da globalização, da urbanização e do crescente uso de alimentos industrializados”, alerta Cristina.   

A extensionista destaca que o uso dessas plantas na alimentação é amparado pelo saber popular e pesquisas científicas, porém é necessário poder identificar corretamente os vegetais, conhecer suas partes comestíveis e as formas de preparo indicadas. Para estudar e demonstrar os benefícios das Panc para agricultores e consumidores, a Epagri desenvolve em Florianópolis o Projeto de Identificação, Cultivo e Uso de Panc.

Projeto

Projeto da Epagri capacitou cerca de 500 pessoas em atividades presenciais

O projeto inclui atividades de capacitação do público, como dias de campo, palestras, oficinas e visitas a agricultores que utilizam Panc. Também são promovidas articulações para comercialização das plantas, principalmente em feiras, em cestas agroecológicas e no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), além da participação em campanhas de educação alimentar e nutricional. A Epagri ainda vem promovendo encontros de trocas de sementes, mudas e receitas e capacitando seus extensionistas em diversos municípios. Outras ações da Empresa foram publicar boletim didático sobre o tema e, mais recentemente, realizar as capacitações on-line.

As oficinas iniciaram em 2017, nas hortas urbanas da capital, e seguiram em 2019, na unidade didática existente no Centro de Treinamento da Epagri em Florianópolis (Cetre). Os eventos contam com rodas de conversa, atividades na horta e na cozinha, degustação e momentos para trocas de sementes, mudas e receitas. A cada encontro são eleitas duas Pancs ou um grupo delas. “A escolha das plantas está relacionada ao que estamos observando como espontâneas, plantando ou colhendo em cada época do ano” descreve a extensionista.

Público

Cerca de 500 pessoas participaram das atividades presenciais do projeto. O público inclui agricultores familiares, maricultores, pescadores, líderes comunitários, professores (desde escolas básicas até universidades), profissionais das áreas da gastronomia, nutrição, turismo, agronomia, química, tecnologia de alimentos, farmácia, equipes de atenção básica à saúde, equipes que trabalham com alimentação escolar, agricultores urbanos e periurbanos e outras pessoas que buscam troca de experiências e agregação de conhecimentos para aplicar ao seu cotidiano e melhorar sua alimentação.

Com a pandemia, as atividades presenciais foram suspensas e a Epagri realizou em 22 de julho a primeira capacitação online em Panc. Participaram mais de 600 pessoas, de diversos estados e de todas as regiões do país.

“Saber identificar, cultivar e usar as Panc contribui com a valorização das culturas alimentares nas quais essas plantas estão presentes e evita que elas desapareçam do nosso cotidiano. Contribui também com a conservação e uso da biodiversidade, a promoção da segurança alimentar e nutricional, a soberania alimentar e a garantia do direito humano à alimentação adequada e saudável”, finaliza Cristina.

Serviço

· O que: capacitação on-line sobre Panc
· Quando: 30 de setembro, quarta-feira, das 14h às 16h
· Onde: no canal de capacitações da Epagri (https://www.youtube.com/watch?v=FVY7cqoRVGQ)
· Informações: Marta Correia, extensionista da Epagri, pelo e-mail martacorreia@epagri.sc.gov.br ou fone (48) 99912-3633
· Entrevistas: Cristina Ramos Callegari, extensionista da Epagri, pelo fone (48) 99676-3696

________________________

Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI)

Com linguagem simples, Epagri publica livro com conteúdo científico sobre SPDH

A Epagri acaba de publicar o livro Sistema de Plantio Direto de Hortaliças: método de transição para um novo modo de produção, no qual traz, em uma linguagem simples, conteúdo científico sobre o SPDH, sistema que a Empresa preconiza para a transição de cultivos convencionais de hortaliças para o sistema de cultivo saudável, com viabilidade técnica, ambiental e econômica. A obra é de livre download.

O sistema é baseado, fundamentalmente, no conceito de redução substancial até a eliminação do uso de agroquímicos

Darlan Marchesi, gerente de extensão rural e pesqueira da Epagri e um dos organizadores da obra, explica que o SPDH se diferencia do modelo tradicional de cultivo de hortaliças devido à qualificação teórica e prática de sujeitos envolvidos na produção. O sistema é baseado, fundamentalmente, no conceito de redução substancial até a eliminação do uso de agroquímicos visando à promoção da saúde de planta e, consequentemente, obtenção de saúde do solo e da água, dos profissionais da agricultura, de suas famílias e consumidores.

O SPDH é usado para a transição de cultivos convencionais de hortaliças para o sistema de cultivo saudável

A Epagri e parceiros como a Udesc, a UFSC e as organizações de agricultores vem desenvolvendo trabalhos com esse sistema há 30 anos. Segundo Marchesi, os fundamentos do SPDH têm possibilitado a adoção por profissionais da agricultura distribuídos em todo o território de Santa Catarina e também em outros estados brasileiros.

Para a presidente da Empresa, Edilene Steinwander, a Epagri, de forma inovadora e consciente de sua missão, apresenta essa obra à sociedade, onde a prática e a continuidade do desenvolvimento do conteúdo proposto vai preencher uma lacuna importante no cenário da produção de alimentos saudáveis e seguros aos consumidores.

Livro de cabeceira do agricultor moderno

A obra tem como autores um coletivo de profissionais do Brasil e do exterior que trabalham com o SPDH

Com 428 páginas, o livro é dividido em cinco seções que indicam os seguintes assuntos: eixos político-pedagógico e técnico-científico; promoção da saúde do solo; promoção da saúde de planta; preparando o ambiente para o cultivo das plantas e cultivando plantas. A obra tem como autores um coletivo de profissionais do Brasil e do exterior que trabalham com o SPDH, os quais trazem exemplos das principais culturas trabalhadas com o método, como hortaliças e frutas.

Marchesi explica que a abordagem dos temas é nova quando comparada ao que já existe em termos de conceitos de produção de hortaliças e, ao mesmo tempo, é técnica e científica. “É o livro de cabeceira do agricultor moderno e do técnico  que trabalha com agricultura”, diz. O grupo de autores não vê a publicação como acabada e traz novidades:  segundo Marchesi, está em andamento um segundo livro, desta vez abordando a prática do SPDH na produção de grãos e na pecuária.

Além de Marchesi, a obra tem como organizadores Jamil Fayad (extensionista aposentado da Epagri), Valdemar Arl (educador popular), Jucinei Comin (professor da UFSC) e Alvaro Mafra (professor da Udesc).

________________________

Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI)

Como escolher as plantas de cobertura: confira dicas da Epagri

Onde se pratica o plantio direto, depois da colheita é hora de as plantas de cobertura assumirem a área de cultivo. Essas plantas, também conhecidas como adubos verdes, têm o papel de proteger a superfície e melhorar as condições químicas, físicas e biológicas do solo, beneficiando as culturas comerciais. Mas para escolher a espécie adequada a cada situação, é preciso prestar atenção a uma série de fatores. Confira as dicas dos profissionais da Epagri:

Necessidades da cultura comercial

Cada espécie de planta de cobertura pode ter efeitos diferentes sobre as culturas implantadas na sequência. O engenheiro-agrônomo Lauro Krunwald, extensionista da Epagri de Atalanta, aconselha que se leve em consideração o fator mais limitante na produção da cultura comercial. “Se eu trabalho com uma cultura altamente exigente em nitrogênio, como o milho, é interessante que entre as culturas que estão nessa área haja alguma leguminosa, pois elas são fixadoras de naturais de nitrogênio”, explica. Alguns exemplos de leguminosas são o tremoço, as ervilhacas, a ervilha forrageira, as mucunas, o feijão de porco e o guandu anão.

No caso da fruticultura, por exemplo, a situação é diferente. “Se houver muita fixação de nitrogênio no solo, isso poderá aumentar a incidência de doenças na videira e diminuir o grau brix da uva”, cita o extensionista. Ainda nos pomares, é preciso analisar se a florada da planta de cobertura pode competir com a florada da cultura principal, já que as fruteiras dividem a área com as espécies de cobertura. Nos pomares catarinenses, a aveia preta, o nabo forrageiro e consórcios de aveia preta com ervilhaca ou com nabo são as plantas de cobertura mais comuns.

Tremoço produz bastante massa seca e é capaz de fixar nitrogênio no solo

Produção de fitomassa

Em um solo com baixo teor de matéria orgânica, a dica de Lauro é incluir plantas de cobertura que fixam maior quantidade de carbono em menor tempo e que tenham raízes agressivas e profundas e bastante massa seca, como milheto, capim sudão, braquiária, nabo forrageiro ou tremoço. “Ao longo de anos teremos um solo com características físicas talvez muito parecidas com as originais após a retirada da mata nativa”, diz o extensionista.

Características da planta de cobertura

É fundamental conhecer o comportamento da planta de cobertura antes de levá-la a campo. O pesquisador Leandro do Prado Wildner, do Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar (Epagri/Cepaf), cita características importantes para observar na hora da escolha: “Velocidade de crescimento inicial, eficiência na cobertura do solo, capacidade de reciclagem de nutrientes, sistema radicular profundo e bem desenvolvido, elevada produção de fitomassa, resistência à seca, resistência à geada, baixo nível de ataque de pragas e doenças, tolerância à baixa fertilidade, capacidade de adaptação a solos degradados e não ter comportamento de invasora”, destaca.

Época de semeadura

Existem plantas de cobertura mais indicadas para cultivo no verão e outras para o inverno. “No entanto, usamos essa denominação apenas para identificar as espécies, uma vez que a época de plantio ocorre a partir do momento em que o solo não se encontra cultivado com uma cultura comercial. Em função do tamanho dessa janela e da próxima cultura é que o agricultor vai escolher a planta de cobertura”, explica Leandro.

Mucuna é uma planta de cobertura de verão

Espécies de verão

As plantas de cobertura de verão podem ser semeadas de meados de setembro até dezembro (onde não há risco de geada, o período pode se estender até o fim do verão). Elas são cultivadas, preferencialmente, entre a colheita da cultura de verão (primeira safra) e a semeadura da cultura de inverno. “É o período chamado de janela outonal, no qual o solo tem ficado descoberto, sendo tomado por inços, perpetuando pragas e doenças e sofrendo sérios problemas de erosão por causa das chuvas intensas do período”, ressalta Leandro.

As espécies de verão mais comuns são as mucunas, as crotalárias, feijão-de-porco, guandu anão, caupi ou feijão miúdo, teosinto, milheto, capim sudão, sorgo e trigo mourisco.

Espécies de inverno

São chamadas de plantas de cobertura de inverno as semeadas desde o fim do verão (início de março) até o início do inverno (junho). As principais são aveia preta, aveia branca, centeio, azevém, tremoço branco, tremoço azul, ervilha forrageira, ervilhaca comum, ervilhaca peluda, gorga e nabo forrageiro.

Ervilha forrageira é planta de cobertura de inverno

Capacidade de manejo

De nada adianta a planta de cobertura ter as características desejadas se o produtor não tem condições de manejá-la adequadamente. No caso de plantas que produzem bastante massa seca, é preciso ter equipamentos adequados para acamá-las e implantar os cultivos em sucessão. “É importante saber se o produtor tem as ferramentas para colher, armazenar e semear adequadamente cada tipo de planta de cobertura”, acrescenta Lauro. Outro fator importante é a capacidade de produzir sementes em quantidade suficiente para aumentar a área de cultivo.

Produtor precisa analisar se tem equipamentos adequados para manejar as plantas de cobertura

Coloque na balança

O pesquisador Leandro pondera que, apesar de tantas características a serem observadas, dificilmente uma única espécie vai atender a todos os critérios. Por isso, vale colocar os prós e contras na balança. “Em função da espécie de adubo verde disponível na propriedade ou no mercado próximo, do sistema de produção e da condição do agricultor, deve-se considerar somente alguns desses critérios”, explica.

Busque orientação

A Epagri orienta agricultores de todas as regiões de Santa Catarina a cultivar plantas de cobertura para proteger e melhorar as condições do solo. Se precisar de ajuda para selecionar espécies ideais para sua área de cultivo, clique aqui para encontrar o escritório da Empresa no seu município.

________________________

Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI)

Preço do arroz: produtor catarinense não é o responsável, avalia Epagri/Cepa

De janeiro a julho aproximadamente 87% da produção já havia sido comercializada

Os altos preços pagos pelo arroz alcançaram uma pequena parcela dos produtores catarinenses, avalia Gláucia Padrão, analista do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa). “De janeiro a julho, período da colheita do grão no Estado, aproximadamente 87% da produção já havia sido comercializada, ao preço médio de R$51,42 pago pela saca de 50kg”, informa a economista. “A culpa não é do produtor, quando se fala que o preço ao consumidor está aumentando”, sentencia.

Em agosto, cerca 2,5% da produção foi comercializada ao preço médio de R$65,85. Em setembro, espera-se que apenas 2,5% da produção seja comercializada. Até o final do ano, restam aproximadamente 8% da produção para ser vendida, que pode alcançar preços maiores.

No mês de agosto os preços pagos ao produtor catarinense valorizaram 12,22% em relação a julho, enquanto no mercado gaúcho a variação dos preços foi de 17,52%. Já na primeira quinzena de setembro, os preços pagos ao rizicultor catarinense aumentaram 26,56%, tendo como média parcial R$83,34 pagos pela saca de 50kg. No Rio Grande do Sul, os preços ultrapassaram R$100,00 a saca de 50kg na primeira quinzena de setembro, representando uma variação de 30,56% em relação à média do mês anterior.

Comportamento atípico

Gláucia destaca o comportamento atípico dos preços pagos pelo arroz, principalmente a partir do mês de abril. O normal é que, entre fevereiro e junho, aconteça uma queda acentuada nos preços em função do período de colheita, que aumenta a oferta interna. “Contudo, o avanço da pandemia e as incertezas quanto ao abastecimento provocaram uma corrida aos mercados, reduzindo ainda mais os estoques industriais do grão, o que refletiu nos preços”, descreve a analista.

A partir de julho, o comportamento esperado para os preços ao produtor é de aumento. Isso se justifica pelo fato de boa parte da safra ser comercializada imediatamente após colheita, diante da necessidade dos produtores em fazer caixa. “Assim, resta para comercialização apenas o arroz dos produtores capitalizados, que conseguem esperar para alcançar melhores preços no segundo semestre”, explica Gláucia.

A safra 2019/20 de arroz foi maior que a média, mas mesmo assim os preços seguiram altos. “A demanda é o principal fator que tem segurado os preços em patamares tão elevados”, pondera a analista da Epagri/Cepa. Ela lembra que o aumento das exportações do grão em 2020 foi outro fator importante de manutenção dos preços elevados.

Exportações

As exportações catarinenses também apresentaram comportamento atípico nos últimos meses. Até o momento, o total exportado pelo Estado equivale a quase oito vezes o volume vendido a outros países em 2019. De janeiro a agosto, Santa Catarina exportou quase 47 mil toneladas de arroz e importou mais de 16 mil toneladas.

África do Sul, Guatemala e Senegal são os principais destinos do arroz catarinense. O Uruguai tem sido o principal fornecedor do grão importado pelo Estado, com cerca 77% do total, seguido do Paraguai, de onde vieram em torno de 15% do arroz que chegou a Santa Catarina neste ano.

Gláucia enxerga com reservas a decisão da Câmara de Comércio Exterior (Camex), do Ministério da Economia, de reduzir até dezembro a alíquota do imposto de importação de até 400 mil toneladas de arroz com casca não parboilizado e arroz semibranqueado e branqueado, não parboilizado. Ela tem dúvidas a respeito do efeito desta medida no mercado doméstico. “Entre os países que já comercializaram com Santa Catarina neste e em outros anos e, portanto, podem ser origem de maiores volumes de importação nos meses que se seguem, destacam-se os Estados Unidos, que enfrentaram vários problemas nesta safra, como furacão e tempestades, além da Argentina e do Paquistão, que historicamente entram no mercado catarinense no segundo semestre”, relata a analista.

Informações e entrevistas
Gláucia Padrão, analista da Epagri/Cepa, pelo fone (47) 98843-4922

________________________

Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI)

Para que serve o rolo-faca: conheça esse equipamento usado no plantio direto

Para conduzir suas lavouras no sistema de plantio direto, a família de Gelson Giombelli, residente na Linha Gaúcha, em Descanso, adquiriu recentemente o primeiro rolo-faca fabricado no município. A família, que recebe acompanhamento da Epagri, conduz mais de 80 hectares de lavouras e tem na produção de grãos uma das principais fontes de renda. “Eles necessitavam dessa ferramenta para complementar o conjunto de equipamentos que a propriedade possui e que são utilizados no manejo, na semeadura e na condução das lavouras no sistema de plantio direto”, conta o engenheiro-agrônomo Zolmir Frizzo, extensionista da Epagri em Descanso.

O que é um rolo-faca

Nas décadas de 1980 e 1990, muitos agricultores usavam o rolo-faca para manejar as culturas de inverno e de verão, mas o uso desse equipamento foi se perdendo com o aumento da aplicação de herbicidas nas lavouras. “Hoje ele é fundamental para as propriedades que estão dispostas a realizar melhorias em seus sistemas de produção nos conceitos dessa agricultura que preconizamos”, explica Zolmir.

Manutenção da palhada melhora as características físicas, químicas e biológicas do solo

O rolo-faca faz um amassamento uniforme das plantas de cobertura ou dos restos da cultura anterior, mantendo toda a palhada sobre o solo. Zolmir explica que a manutenção da palhada melhora as características físicas, químicas e biológicas do solo e é um dos pilares do plantio direto. “Esse sistema também prevê o mínimo ou o não revolvimento do solo, a rotação de culturas, a sucessão e/ou o consórcio de outras culturas de espécies diferentes”, acrescenta.

Quando utilizar

O acamamento com rolo-faca deve ser realizado quando as plantas de cobertura estão no estágio máximo de acumulação de reservas, isto é, quando as sementes estão na fase de grão leitoso. “Nesse momento, a planta concluiu o ciclo de crescimento radicular e da parte aérea, armazenando nutrientes em suas estruturas. Acamadas, em breve devolverão ao solo essas reservas. Esse é o princípio do sistema de plantio direto – sempre existindo planta e raiz no sistema, atendendo um dos grandes dizeres do conservacionismo: ‘colher-plantar, plantar-colher’”, diz o agrônomo da Epagri.

Thiago Ansolin Giombelli mostra o equipamento usado pela família no plantio direto de grãos

O rolo-faca utilizado pela família Giombelli foi fabricado pela Tornearia e Mecânica Masiero em ferro carbono, com área de trabalho de 4,4 metros e pistões para recolher os rolos laterais do chão, facilitando as manobras e o transporte do equipamento. “Ele será muito importante para atender os princípios da agricultura conservacionista que a propriedade já vem realizando”, reforça Zolmir.

________________________

Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI)

Família de Porto União se destaca na produção de uva orgânica

Na última safra os Freisleben produziram 13,5 toneladas de uva e garantiram uma renda de  mais de R$ 64 mil com a atividade

Em menos de um hectare, a família de Alcir e Eliane Freisleben produziu, na última safra, 13,5 toneladas de uva e garantiu uma renda de  mais de R$ 64 mil com a atividade. A propriedade está localizada em Porto União, no Planalto Norte Catarinense, e desde 2014  conta com uma Unidade de Referência Técnica da Epagri em cultivo protegido de uva orgânica. Lá são produzidos os cultivares Isabel Precoce, Isabel, Niágara Rosada e Branca, Violeta, Venus, Bordo, Carmem, Magna, Moscato Bailey e Poloski.

Segundo o extensionista rural de Porto União, Guilherme Luis Scaramella Gonçalves, a família já era produtora de hortaliças orgânicas há 20 anos e  há seis procurou a Epagri com o interesse de cultivar uva. Hoje eles ainda cultivam hortaliças, mas maior parte da  renda vem da comercialização da uva. “O empenho e o conhecimento da família se somaram às condições agrícolas da região e a experiência é destaque no município, que é o maior produtor de uva do Planalto Norte um polo de produção orgânica de hortaliças, frutas e grãos”.

Na propriedade são produzidos os cultivares Isabel Precoce, Isabel, Niágara Rosada e Branca, Violeta, Venus, Bordo, Carmem, Magna, Moscato Bailey e Poloski

A família conta com a assistência da Epagri, que constantemente está na propriedade auxiliando em aspectos técnicos, econômico, social e ambiental. Guilherme lembra, ainda, que como lá é uma unidade de referência técnica, os resultados e experiências são compartilhados com outros agricultores e técnicos por meio de dias de campo, reuniões com demonstração de método, oficinas e palestras.

De acordo com o extensionista, na propriedade é desenvolvido um trabalho com melhoria da qualidade de solo, avaliação econômica da atividade, controle de predadores de frutos e avaliações das plantas. “A meta para os próximos anos é trabalhar com outros porta-enxertos para avaliação do comportamento da videira frente ao declínio e morte da planta, avaliação de novos cultivares, ampliação e melhoria de outras frutas na propriedade, como laranja, tangerina, mirtilo, amora-preta e framboesa.”

________________________

Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI)

Epagri tem boas estimativas para safra de verão 2020/21

A Epagri realizou na tarde da terça-feira, 15, evento on-line para apresentar as estimativas para a safra de verão 2020/21 em Santa Catarina. Esse ano a apresentação teve novidades, com a inclusão da maçã, da banana e da mandioca, e também da previsão climática para os próximos três meses. De modo geral, a indicação é de crescimento nas principais culturas agrícolas do Estado, na comparação com o ciclo 2019/20.

A tendência de confirmação do La Niña na primavera foi o destaque da apresentação de Gilsânia Cruz, meteorologista do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de SC (Epagri/Ciram). Ela informou que, em decorrência do fenômeno, a previsão climática para setembro, outubro e novembro indica chuva variando entre normal a abaixo da média, com distribuição irregular no tempo e no espaço. A temperatura deve ficar acima do normal para o período. 

Algumas características vão marcar a próxima safra de verão, entre elas o mercado aquecido para as principais culturas. O aumento do recurso disponível para a safra e a redução dos juros também foram ressaltados pela analista, que chamou atenção ainda para a elevação dos custos de produção, causada pelo impacto do dólar alto nos produtos que utilizam insumos importados.

Grãos

Área plantada do milho silagem vem crescendo à taxa média de 13,6% ao ano

Se as estimativas se confirmarem, o arroz deve chegar ao final da safra 2020/21 com uma produtividade de 8.418 kg/ha, aumento de 0,32% em relação ao último ciclo agrícola. O total produzido esperado é de 1.258.123t. Na safra 2019/20 o grão já alcançou produtividade acima média, quando ficou em 8.391kg/ha.

O feijão primeira safra pode trazer surpresas, caso os preços pagos ao produtor permaneçam em alta. Segundo a Epagri/Cepa, essa cultura enfrenta média histórica de queda de -7,17% na área plantada a cada ano. Contudo, para safra 2020/21 a expectativa é de que a área plantada caia apenas -0,8% em relação ao período anterior. Se o cenário se confirmar, a quantidade produzida do grão deve chegar a 72.553t, volume 15,36% superior à safra 2019/20. A produtividade deve crescer 16,29% entre uma safra e outra.

A soja deve encerrar a safra de verão com uma produção de 2.456.005t, índice 7,02% maior que no ciclo 2019/20, mas ainda inferior à média de crescimento anual, que é de 10,85%. A produtividade desde crescer 6,87% entre uma safra e outra, encerrando o ciclo em 3.575kg/ha.

O milho grão primeira safra deve ter a área de plantio aumentada em 3,14%, o que contraria uma tendência histórica de queda média anual de -4,28%, espaço que vinha sendo perdido para a soja. Mais uma vez, a explicação é o preço elevado no mercado. Caso as expectativas se confirmem, o total produzido vai ficar em 2.827.170t, superando em 12,31% o total produzido no ciclo passado. A produtividade deve ser de 8.532Kg/ha, índice 8,9% maior que no ciclo 2019/20, o que representa uma recuperação de perdas da safra passada.

No caso do milho silagem, a área plantada vem crescendo historicamente à taxa média de 13,6% ao ano. A quantidade produzida deve ser 7,29% maior do que na safra 2019/20 e a produtividade vai crescer 5,93% neste período.

Hortaliças

É a primeira vez que mandioca entra nas estimativas da Epagri/Cepa

A batata deve enfrentar queda de -11,43% na quantidade produzida em relação à safra anterior, acompanhada de diminuição de -7,81% na área plantada. A produtividade do tubérculo deve cair -3,92% entre as duas safras.

Embora ainda ocupe uma área pequena, o tomate vem ganhando espaço no Estado, com crescimento médio anual 7,87% na área plantada. A quantidade produzida na próxima safra deve ficar em 149.388t, volume 5,19% maior do que o registrado em 2019/20. A produtividade vai sofrer uma pequena queda de -1,76%.

Para a próxima safra, a Epagri incluiu nas estimativas a mandioca indústria e de mesa. Como é a primeira vez que a safra será medida, não há dados comparativos com períodos anteriores. A mandioca indústria deve encerrar o ciclo com 149.617t produzidas em 6.525ha e produtividade de 22.801kg/ha. A mandioca de mesa vai ter área plantada de 8.345ha, que devem produzir 162.236t, num índice de produtividade de 19.441Kg/ha.

Frutas

Crescimento na área plantada é destaque na maçã

banana é uma importante cultura para agricultura familiar. A caturra deve fechar o ciclo 2020/21 com 632.009t produzidas, volume 1,54% maior que na safra anterior. A banana-prata deve ter aumento de 16,58% na produção, apesar da queda de -1,83% na área plantada. Ao final da safra 2020/21 Santa Catarina deve ter produzido 127.995t de banana-prata.

No caso da maçã-fuji, o destaque será o crescimento de 10,38% na área plantada, o que supera o aumento histórico de 2,22% ao ano. Como reflexo, a quantidade produzida vai ser 16,11% maior, num total de 292.634t. A produtividade vai ficar em 33.976kg/ha, crescimento de 5,19%, o que contraria a média histórica de queda de -1,43% ao ano.

A maçã-gala também verá a área de colheita crescer expressivamente, numa variação de 20,42% entre a safra 2019/20 e a posterior. Assim, a quantidade produzida vai crescer 14,5%, apesar da expectativa de queda de -5,21% na produtividade. Ao final da próxima safra de verão espera-se que Santa Catarina tenha produzido 353.923t de maçã-gala.

A Epagri/Cepa também fez a estimativa para a maçã precoce, cuja cultura está em crescimento acelerado no Estado. A expectativa é de que na safra 2020/21 Santa Catarina produza 82,41% a mais dessa fruta do que no ciclo anterior, encerrando a safra com 22.918t colhidas. Historicamente, essa produção vinha crescendo 5,65% ao ano, reflexo do aumento de anual médio de 6,53% na área plantada.

Tabaco

O tabaco vai experimentar aumento de 3,89% na quantidade produzida e de 1,54% na produtividade na comparação entre as duas safras. As taxas significam uma recuperação das perdas verificadas no ciclo 2019/20.

Informações e entrevistas

· Previsão climática: Gilsânia Cruz, meteorologista da Epagri/Ciram, pelo fone (48) 3665-5007
· Previsão de grãos: Haroldo Tavares Elias, analista de socioeconomia da Epagri/Cepa, pelo fone (48) 99618-5006
· Previsão de hortaliças e tabaco: Jurandi Teodoro Gugel, analista de socioeconomia da Epagri/Cepa, pelo fone (48) 99695-5139
· Previsão de frutas: Rogério Goulart Junior, analista de socioeconomia da Epagri/Cepa, pelo fone (48) 99971-3991

________________________

Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI)

Safra catarinense de mel 2019/20 chega a 7,5 mil toneladas e supera anos anteriores

Santa Catarina produziu 7,5 mil toneladas de mel na safra 2019/20, volume acima da média estadual, que é de 6,5 mil toneladas. Poucas chuvas e a safra do mel de melato da bracatinga, que é colhida a cada dois anos, foram os fatores que elevaram a produção, explica Rodrigo Durieux da Cunha, chefe da divisão de estudos apícolas da Epagri.

SC produz 68 kg/km²/ano, muito acima da média nacional, que é de 5 kg/km²/ano

O levantamento, feito em parceria pela Epagri e Federação das Associações de Apicultores e Meliponicultores de Santa Catarina (Faasc), mostra um crescimento de cerca de duas mil toneladas em relação aos últimos dois anos. Na safra 2017/18 o Estado produziu 5,5 mil toneladas de mel e no ciclo agrícola 2018/19 foram colhidas 5,8 mil toneladas do alimento. Os números recentes só não são maiores dos que os da supersafra 2016/17, quando foram produzidas 8,2 mil toneladas de mel no território catarinense.

O censo agropecuário 2017 do IBGE aponta cerca de 17 mil estabelecimentos agropecuários com apicultura no Estado e 300 mil colmeias. “A apicultura é uma ótima oportunidade de renda para a agricultura familiar devido à possibilidade de conciliar com outras atividades. As condições de clima e a abundancia e variedade de flora apícola em Santa Catarina também favorecem”, descreve Rodrigo.

Produtividade

Santa Catarina se coloca normalmente entre o terceiro ou quarto maior produtor de mel do Brasil, mas os destaques do produto catarinense são a qualidade e a produtividade. O alimento já foi classificado seis vezes entre os melhores do mundo. A tecnologia e acompanhamento técnico promovidos pela Epagri são fatores fundamentais nesse resultado e também ajudam a impulsionar a produtividade. Santa Catarina produz 68 quilos por quilômetro quadrado de mel ao ano, número muito superior ao da média nacional, que é de 5 kg/km²/ano.

Em 2019 a Epagri atendeu 5.991 famílias apicultoras catarinenses e 182 entidades ligadas ao tema. Naquele ano, foram distribuídos pela Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural (SAR), através da Epagri, 392 kits apicultura, que beneficiaram 378 apicultores. Também em projeto da SAR executado pela Epagri 2.717 abelhas rainhas foram entregues a 66 produtores no ano passado. “Esses são exemplos de como a Epagri atua fortemente junto aos apicultores, disseminando tecnologias em cursos, reuniões, visitas e outras atividades, e também distribuindo implementos que possam incrementar a produção”, relata Rodrigo.

Embora o mel seja o produto mais famoso resultante das colmeias, o maior impacto econômico da apicultura catarinense está no ganho de produtividade da maçã, pera, ameixa e outras culturas, pelo trabalho de polinização das abelhas. Segundo o levantamento mais recente feito pela Faasc, em 2014 foram alugadas em Santa Catarina aproximadamente 45 mil colmeias para serviço de polinização em pomares de macieira. Criar abelhas também se destina à produção de própolis, pólen, geleia real e apitoxina, produtos que servem de matéria-prima para as indústrias farmacêutica, alimentícia e cosmética.

Biodiversidade

As abelhas também prestam importante serviço na manutenção da biodiversidade, visto que que são responsáveis pela polinização de aproximadamente 73% das plantas no mundo. Nesse “serviço” destacam-se as abelhas nativas sem ferrão. A meliponicultura, que é a criação racional de abelhas sem ferrão, vem se popularizando na agricultura familiar catarinense.

De acordo com levantamento feito pela Epagri e Faasc, em 2019 aproximadamente 6 mil famílias rurais de Santa Catarina tinham na meliponicultura uma fonte de renda complementar. Esses pequenos animais produzem cera, própolis e mel com propriedades medicinais e cosméticas surpreendentes. A maior parte da produção fica nas propriedades, para consumo das famílias rurais. Contudo, a multiplicação racional e venda das colônias vem se tornando alternativa de renda no campo.

As abelhas sem ferrão são animais dóceis, que não costumam atacar pessoas, o que permite sua criação também nos meios urbano e periurbanos. Muitos meliponicultores praticam a atividade com o objetivo de preservação e multiplicação das espécies, visando o restabelecimento das populações, o que também auxilia no equilíbrio dos ecossistemas. Um serviço impossível de mensurar na frieza dos números.

Para comprar mel catarinense e seu derivados visite a Feira Virtual do Mel promovida pela Faasc e Epagri.

________________________

Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI)

Inscrições abertas para curso de Boas Práticas de Fabricação de Alimentos

Foto: Aires Mariga

O curso é direcionado aos manipuladores de alimentos de agroindústrias familiares.

A Epagri oferece, nos dias 16 e 23 de setembro, uma capacitação on-line gratuita sobre Boas Práticas de Fabricação de Alimentos (BPF). O curso é direcionado aos manipuladores de alimentos de agroindústrias familiares para que eles possam preparar, armazenar e vender os alimentos de forma adequada, higiênica e segura. As inscrições estão abertas e podem ser feitas aqui.

A capacitação será oferecida em dois módulos. O primeiro, no dia 16/9, vai abordar as seguintes temáticas:  boas práticas e higiene pessoal, microbiologia dos alimentos,  higienização do ambiente, equipamentos e utensílios. O segundo, dia 23/9, traz como conteúdos qualidade da água, controle de pragas, layout da agroindústria e legalização. Os ministrantes serão os engenheiros de alimentos Henrique Rett e Ezequiel Nunes, o médico-veterinário Marcelo Pedroso e a nutricionista Elisiane Casaril, todos da Epagri.

Foto: Aires Mariga

A cada dois anos a capacitação em BPF é obrigatória a todos os manipuladores de alimentos

O curso é oferecido pelo Programa Gestão de Mercados, sob coordenação da extensionista Telma Tatiana Köene. Segundo Telma, essa capacitação é obrigatória para os estabelecimentos que trabalham com manipulação de alimentos a cada dois anos, como é o caso das agroindústrias. “Devem participar tanto os manipuladores que nunca fizeram o curso como os que já têm longa caminhada na atividade, pois as boas práticas colaboram para a segurança sanitária do alimento e devem ser relembradas”. diz ela.

Em muitos municípios, para retirar o alvará sanitário junto à vigilância municipal, é preciso apresentar o certificado de capacitação na área.  A Epagri oferece o curso de BPF regularmente em todas as regiões catarinenses e agora, devido às restrições impostas pela pandemia, está promovendo na modalidade on-line. O curso terá emissão de certificado, inclusive com duas avaliações para ajudar a fixar os conteúdos. Os certificados são reconhecidos pela Vigilância Sanitária Estadual e pela Cidasc.

Foto: Aires Mariga

O curso terá emissão de certificado reconhecido pela Vigilância Sanitária Estadual e pela Cidasc.

Serviço:

O que: curso Boas Práticas de Fabricação de Alimentos – módulo básico – 2 etapas

Quando: dias 16 e 23 de setembro, das 13h30min às 17h

Inscrições aqui

Informações para a imprensa: Gisele Dias, jornalista, pelo fone (48) 99989-2992

Informações e entrevistas: Telma Tatiana Köene, coordenadora de extensão do Programa Gestão de Mercados: (47) 99955-2740

________________________

Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI)

Terraceamento reduz erosão e efeitos da estiagem no Oeste Catarinense

Terraços de base larga já somam 1.000 ha em 80 propriedades rurais do Oeste de SC

A prática do terraceamento é uma grande aliada do trabalho de conservação do solo e da água que a Epagri realiza nas propriedades rurais do Oeste Catarinense. Capazes de proteger a lavoura da erosão nas chuvas intensas e armazenar água no solo para períodos de estiagem, os terraços de base larga já somam cerca de 1.000ha em 80 propriedades rurais da região. Eles são uma das práticas orientadas pela Empresa dentro de um projeto que envolve ações integradas de conservação do solo e da água, conduzido nas regiões de Xanxerê e Chapecó.

A metodologia introduzida pela Epagri se chama Terraço for Windows. Ela foi desenvolvida pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e validada pela Embrapa de Passo Fundo e agora também pelo grupo de trabalho da Epagri. “Esse método tem como base a declividade do terreno, a infiltração de água no solo e o histórico de chuvas da região. A tecnologia visa captar e armazenar água no solo e evitar a erosão e a degradação do terreno, com o objetivo de obter maiores ganhos de produtividade e rentabilidade das lavouras, além dos ganhos ambientais e sociais”, explica o engenheiro-agrônomo da Epagri Marcelo Henrique Bassani, da Gerência Regional de Xanxerê.

Água que faz diferença

Terraços são construídos em nível, de modo a concentrar toda a água da chuva dentro da lavoura

Os terraços são construídos em nível, de modo a concentrar toda a água da chuva dentro da lavoura. Essa água se infiltra; parte vai para o lençol freático abastecer os mananciais e outra parte fica armazenada no próprio solo para atender a demanda das culturas. O tamanho do camalhão (crista de terra) é calculado para que cada metro linear de terraço seja capaz de receber até 2 mil litros de água, em média.  “Essa água fica armazenada no solo. Cerca de 30% dela as plantas são capazes de usar em épocas de estiagem”, destaca Juliano Gonçalves Garcez, extensionista da Epagri em Caxambu do Sul.

Cerca de 30% da água armazenada no solo é aproveitada pelas plantas

Outra vantagem é a economia de adubo. Os terraços evitam que a água escoe pela lavoura, carregando adubo e matéria orgânica. Nas propriedades onde o sistema está consolidado, os nutrientes ficam seis vezes mais concentrados no solo.

Manejo conservacionista

O terraceamento precisa ser aliado a outras práticas de conservação do solo, como o plantio direto

A construção dos terraços precisa ser aliada a outras práticas de conservação do solo, como o plantio direto. “É fundamental ter em cada propriedade um plano de manejo conservacionista no qual sejam planejados os terraços e o sistema de produção com rotação de culturas, prevendo manter a cobertura permanente do solo. Esse planejamento de culturas deve garantir em torno de 12kg de palha por metro quadrado por ano e raízes para absorver a água do solo”, ressalta Juliano. Ele acrescenta que a cobertura do solo permite reter 25mm a mais de chuva em relação ao solo descoberto.

O engenheiro-agrônomo Leandro do Prado Wildner, pesquisador da Epagri no Centro de Pesquisas para a Agricultura Familiar (Cepaf), em Chapecó, explica que a cobertura do solo é eficiente para eliminar a erosão causada pela chuva, mas não é tão eficiente para controlar a erosão causada pelo escoamento da água sobre o solo. “Por isso devemos associar sempre o plantio direto com o uso dos terraços ou práticas semelhantes”, complementa.

Epagri realiza capacitações para orientar os agricultores no uso da tecnologia

A Epagri desenvolveu e está testando um novo software para fazer o planejamento dos terraços, em substituição ao Terraços For Windows. Ele é resultado do trabalho do pesquisador Álvaro Back, da Estação Experimental da Epagri de Urussanga em parceria com o Grupo Água e Solo da região de Chapecó e Xanxerê.

________________________

Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI)

Epagri e supermercados lançam campanha para estimular consumo de produtos da agricultura familiar

Uma iniciativa da Associação Catarinense de Supermercados (Acats) e da Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural (SAR), através da Epagri, pretende estimular a demanda de consumo por produtos oriundos da agricultura familiar catarinense. Uma pesquisa feita pela Epagri em dez regiões do Estado mapeou fornecedores qualificados por categorias, para a aproximação com as redes supermercadistas, a fim de facilitar a chegada destes produtos às famílias catarinenses.

A Acats tem um histórico de ações em parceria com a SAR e a Epagri. Desde 2009, a Feira de Produtos, Serviços e Equipamentos para Supermercados (Exposuper) abre espaço para o projeto Pequenos Produtores da Agricultura Familiar de Santa Catarina, para que estes produtos possam ser apresentados e negociados diretamente aos supermercadistas catarinenses.

O projeto tem como objetivo fortalecer a participação de pequenas empresas sediadas no Estado, com a qualificação necessária (qualidade, preço e prazo) para oferecer produtos aos supermercados catarinenses, de forma regionalizada. Nessa primeira etapa foram mapeados 517 empreendimentos, em 13 categorias de produtos, que movimentará a economia nas 10 regiões de atuação da Acats.

O Presidente Acats, Paulo Cesar Lopes, ressalta que este apoio a produtores familiares já acontece de forma espontânea por parte de várias empresas supermercadistas, principalmente as que têm lojas em regiões de forte demanda agrícola. O que vai acontecer a partir desta parceria é que as possibilidades de conexões entre os produtores e os profissionais compradores das empresas será ampliada e poderá se dar o ano inteiro. E a deflagração da campanha certamente vai atrair atenção de novos produtores que buscam mais varejos para as demandas de produção, afirma o dirigente. Ainda segundo Lopes, o consumidor catarinense será beneficiado com oferta de produtos locais ou regionais com aproveitamento pleno das safras de hortifrutigranjeiros.


Vantagens

A Presidente da Epagri, Edilene Steinwandter, chama a atenção para mais aspectos vantajosos, entre eles, a agregação de valores à atividade do campo, geração de empregos e a consequente fixação de famílias, disponibilização de produtos frescos e saudáveis aos consumidores.
“Acredito que a rede de trocas possa se organizar muito melhor em busca de eficiência diante desta campanha que busca ser facilitadora: o produtor terá ganho de novos conhecimentos com a capacitação de sua atividade e os mercados terão soluções de agro muito mais próximas, agilizando a questão logística tendo produtores mais perto de suas lojas. Enfim, é uma soma de razões para levar esta iniciativa ao sucesso”, afirma a presidente da Epagri.

O secretário da Agricultura, Ricardo de Gouvêa, entende que esta parceria vai ao encontro de uma das finalidades da atuação de sua pasta, que é a de intervir para que o segmento produtor fixado no campo ganhe mais competitividade, através de novas conexões de negócios dentro do próprio Estado.

“O setor supermercadista, assim como a produção agrícola, tem grande capilaridade regional e será muito positiva esta aproximação que ganha mais força neste momento. O Governo do Estado está entusiasmado com o projeto e temos certeza de que agregará muito mais famílias em relação a este grupo inicial”, pontua o secretário.

________________________

Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI)

Santa Catarina exportou quantidade recorde de soja até junho, aponta Epagri/Cepa

Os embarques do complexo soja catarinense somaram mais de 1,15 milhões de toneladas de janeiro a maio, volume recorde da série de 2015/20, gerando divisas de US$ 398,7 milhões. No contexto geral dos produtos exportados por Santa Catarina nos primeiros cinco meses de 2020, a soja tem destaque, com participação de 11% no total das exportações. “O complexo soja envolve grão, mais farelo, farinha, óleo refinado e bruto”, explica Haroldo Tavares Elias, analista do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa).

Exportações de soja neste ano geraram divisas de US$ 398,7 milhões para SC

A China continua sendo destino preferencial da soja catarinense, somando 93% do total embarcado entre janeiro e maio. “A crescente dependência do mercado chinês deve merecer atenção do agronegócio, mercado e produtores”, observa Haroldo.

Preços

A análise da Epagri/Cepa também mostra recuperação dos valores pagos pelo grão. Em maio, os preços da soja catarinense apresentaram uma reação de 9,57% em relação a abril e alta de 33% frente ao mesmo mês de 2019. Desde fevereiro a alta dos preços foi de 23%, acompanhando a relação cambial entre real e dólar.

Os bons preços registrados desde o início do ano mantêm elevada a participação da soja no valor bruto da produção estadual, apesar da queda de mais de 20% na produtividade da safra 2019/20 em relação ao ciclo agrícola anterior. A produção esperada aponta para uma redução de 1,88% em relação a 2018/19, com volume estimado de 2,31 milhões de toneladas, contra 2,51 da safra passada. Tal redução é reflexo da falta de chuvas nas regiões de Curitibanos/Campos Novos e Campos de Lages, em especial em janeiro e fevereiro, descreve o analista da Epagri/Cepa.

Brasil

O Brasil se consolida como maior exportador mundial e agora também assume a posição de maior produtor. Neste ano, as exportações estão sendo recordes. De janeiro a junho, mais de 50 milhões de toneladas foram embarcadas pelo Brasil, posicionando a soja como primeiro item no ranking geral de exportações nacional. O grão representa mais de 70% das exportações do agro brasileiro.

“Em que pese a contribuição significativa da soja na balança comercial brasileira, é necessário analisar o contraponto de todo este sucesso, sem imputar culpas a um setor específico, mas sim da conjuntura atual”, avalia Haroldo. Ele lembra que outras culturas, como feijão, arroz e mandioca, registram retrações sucessivas nos cultivos ao longo das últimas décadas. “São espécies que geram a base da alimentação do brasileiro”, alerta o analista.

“No Estado, ainda temos um componente importante, o suprimento de milho para as agroindústrias e produção de proteína animal”, acrescenta Haroldo. A área cultivada com soja concorre com o espaço do cultivo do milho. As duas culturas somam cerca de 1,24 milhões de hectares cultivados, 690 mil hectares com soja e 550 mil hectares com milho grão e silagem. O desbalanço entre estas atividades prejudica o suprimento interno de milho, assim as agroindústrias deverão comprar mais milho de fora e até importar. Haroldo esclarece que Santa Catarina tem poucas áreas com possibilidade de ampliação de cultivo, assim a saída para minimizar esta condição é ganho por rendimento de área e alternativas de outros grãos na composição das rações, avalia.

O cultivo da soja no Brasil vem crescendo há mais de 30 anos, mudou o cenário da geografia econômica, superando os ciclos anteriores, como da cana-de-açúcar e do café. Na safra 1999/00 foram cultivados 13,69 milhões de hectares no Brasil, enquanto em 2019/20 foram cultivados 36,8 milhões de toneladas, aumento superior a 260% no período, ou seja, mais de um milhão de hectares de incremento da área cultivada por ano, revela Haroldo.

Em Santa Catarina a expansão do cultivo de soja tem evoluído significativamente. De 2000 a 2020 o crescimento da área de cultivo foi superior a 85%, incorporando 317 mil hectares. A partir de 2017, o Estado passou a produzir cerca de 2,3 a 2,4 milhões de toneladas.

China

A planta de origem Chinesa foi adaptada às mais diversas regiões e climas, ganhando o mundo. De seus múltiplos usos, do óleo de cozinha, passando pelo biocombustível ao concentrado proteico para rações, o cultivo da leguminosa tem sua demanda crescente para abastecer o complexo agroindustrial. Haroldo lembra que sua adaptação às diversas regiões do Brasil foi fruto de intensa pesquisa em melhoramento genético por instituições nacionais. “A soja é uma vitória graças aos pioneiros, às políticas públicas, às pesquisas, à tecnologia, às demandas da globalização e ao potencial do país de terras cultiváveis.

________________________

Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI)

Arroz catarinense tem preço, produtividade e exportações em alta, avalia Epagri/Cepa

Com preços, produtividade e exportações em alta, a cadeia produtiva do arroz em Santa Catarina comemora um bom momento, impulsionado pelo aumento da demanda. Com as últimas colheitas realizadas até o início de junho, os preços seguem estáveis, contrariando as expectativas dos analistas, que diante da maior oferta do produto no mercado, esperavam queda nos valores.

Valor pago ao produtor teve alta de 22% na primeira quinzena de junho em relação ao mesmo período de 2019
(Foto: Aires Mariga/Epagri)

Gláucia de Almeida Padrão, analista do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa) explica que na primeira quinzena de junho os produtores catarinenses de arroz receberam em média R$ 55,96 pela saca de 60kg. No ano passado, nesta mesma época, o valor estava em R$ 45,84, já corrigida a inflação do período. “Em termos absolutos tivemos uma alta de 22%”, ressalta a analista.

Esta alta é inédita para os produtores de arroz catarinenses, que há anos vêm sofrendo com valores que sequer cobriam os custos de produção. Na avaliação de Gláucia, a alta de 2020 vem se configurando desde dezembro, quando a estiagem em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul apontava para uma safra ruim de arroz. Com base na expectativa de baixa oferta do produto, os preços se mantiveram e vieram crescendo. No início de março, a corrida dos consumidores ao mercado, em decorrência da chegada ao Brasil da pandemia da Covid 19, fez a demanda pelo cereal crescer e, consequentemente, os preços do arroz seguirem em tendência de alta, que se mantém até agora.

Produtividade

A produtividade foi outra questão que surpreendeu, apesar de o cenário não ser o ideal, formado pela combinação de estiagem, calor excessivo em janeiro e ataque de pragas. No Sul do Estado, o desempenho da safra foi surpreendente. Nas microrregiões de Criciúma e Araranguá as produtividades superaram as obtidas na safra 2018/19 em 14,74% e 10,63%, respectivamente.

No Alto Vale, o andamento da colheita também confirmou rendimentos superiores aos do ano anterior na microrregião de Rio do Sul. No Litoral Norte e Baixo Vale do Itajaí, observou-se que a safra principal se desenvolveu bem, mas a colheita da soca teve rendimentos baixos, principalmente pela ocorrência de cigarrinha sogata, que trouxe prejuízos para muitas lavouras. Contudo, ao final da safra apenas as microrregiões de Ituporanga e Blumenau tiveram produtividades menores em relação à safra passada.

Para Gláucia, o investimento em tecnologia por parte dos agricultores, que têm acesso a sementes de qualidade e cultivares de alto potencial produtivo, é um dos motivos que explica a alta produtividade do arroz catarinense. Santa Catarina é o segundo maior produtor de arroz do país, atrás do Rio Grande do Sul, posição que deve manter neste ano, avalia a analista. O Estado também divide com o vizinho gaúcho a liderança do país na produtividade do grão.

A área plantada com arroz na safra 2019/20 foi de 149.592 hectares. Esse número já está corrigido com base no mapeamento por imagens de satélite coordenado pelo Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Epagri/Ciram). Gláucia explica que, nas últimas safras, tanto a Epagri/Cepa, quanto o IBGE e a Conab trabalhavam com uma área plantada de 143 mil hectares, indicada por levantamentos feitos por extensionistas da Epagri. O uso da tecnologia permitiu à Epagri/Ciram apurar a área real, 4% superior à estimada anteriormente, que passa a ser utilizada nos cálculos realizados pelos órgãos oficiais.

Exportações

O arroz não é um produto tradicional na carteira de exportações catarinense, mas neste ano o produto ampliou a sua presença no mercado internacional. Segundo Gláucia, entre janeiro e maio de 2019 Santa Catarina exportou nove vezes mais arroz do que no mesmo período do ano passado. O exportado nos cinco primeiros meses de 2020 também supera em 2,3% o volume de arroz que foi vendido ao exterior pelo Estado durante todo o ano de 2019.

A alta nas exportações do arroz catarinense se deve ao aquecimento do mercado externo, avalia a analista da Epagri/Cepa. Os principais países compradores foram África do Sul, Senegal e Namíbia.

___________________

Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI)

Trabalho da ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL eleva a qualidade do leite em propriedades rurais de SC

Em 2019, 8.640 famílias foram orientadas pela Epagri em temas ligados à qualidade do leite.

Para colocar um leite de melhor qualidade na sua mesa, a gente trabalha no campo. É o cuidado do pecuarista que garante que esse alimento saia da propriedade com qualidade superior, atendendo as exigências da legislação e do mercado. Esse esforço acompanha todas as etapas da produção. São medidas que envolvem o piqueteamento das pastagens, o manejo e o bem-estar dos animais, a sanidade do rebanho e o controle de mastite, por exemplo.

A sala de ordenha, quando é bem projetada, torna o trabalho eficiente e humanizado. Os equipamentos adequados não só facilitam a ordenha e a higienização, mas também dão conforto para os animais. Tudo isso, aliado à higiene do processo e ao resfriamento do leite, impacta diretamente nas características do alimento.

Esse assunto está entre as principais diretrizes da Epagri na área de pecuária. Melhorar a qualidade do leite é alvo de pesquisas e do trabalho de assistência técnica e extensão rural realizado em todo o Estado. Em 2019, 8.640 famílias foram orientadas em temas ligados à qualidade do leite.

A Epagri também trabalha o tema nas mais de 250 Unidades de Referência tecnológica (URTs) de pecuária leiteira que acompanha no Estado. São propriedades modelo que adotam as tecnologias da Empresa e cujos resultados motivam outros produtores a seguir no mesmo caminho. Hoje, a maioria dessas URTs produz leite de qualidade muito superior às exigências da legislação.

            Lucas Krug melhorou indicadores técnicos e econômicos da produção

Isso é valorizado pelos laticínios, que pagam entre 9% e 12% acima do preço médio ao produtor. A URT da família Krug, em Presidente Getúlio, tem 30 vacas em lactação e produz 10 mil litros de leite por mês. São 10ha de pastagens perenes divididas em piquetes onde há sombra e água para os animais.

Todos os dias, as vacas entram em um piquete limpo, com pastagens novas, seguem para a ordenha sem excesso de barro no úbere e nos tetos, facilitando a higienização, e depois voltam para o pasto. “Isso foi o que mais ajudou a diminuir a mastite e melhorar a qualidade do leite. Com ajuda da Epagri, começamos a adaptar nosso sistema e estamos vendo bastante resultado não só na parte técnica, mas na econômica também”, comemora o jovem Lucas Krug.

___________________

Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI)