A Associação Paulista de Extensão Rural (Apaer) condenou decreto do governo de São Paulo que deve reduzir ainda mais a capacidade de atendimento para cerca de 300 mil agricultores que produzem alimentos no Estado. Segundo a Apaer, apesar de não citar a palavra fechamento das Casas da Agricultura, o Decreto 66.417, incluído no Diário Oficial do Estado de quinta-feira (30), estabelece a reestruturação da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) e prevê, em vez de atendimento ao agricultor, que estas Casas da Agricultura “serão consideradas como unidades administrativas, não lhes correspondendo, porém, qualquer nível hierárquico”.
O presidente da Apaer, Antônio Marchiori, disse em nota que “apesar da importância da extensão rural para apoiar a produção de alimentos e a conservação dos patrimônios naturais, a gestão da Secretaria da Agricultura em São Paulo tem caminhado na direção contrária das necessidades”. “O quadro de servidores é cada vez menor, reduzido à menos da metade, e não há um compromisso da SAA em repor estes profissionais, ao contrário, o Estado tem jogado esta responsabilidade para as Prefeituras”, criticou.
Um levantamento feito pela Apaer mostra que o Estado tem cerca de 390 mil cadastros na fila para regularização ambiental e apenas 120 analistas para fazer o atendimento. A entidade afirmou que o quadro ficou ainda pior desde 2020, porque a “agricultura de São Paulo, que tem o segundo pior orçamento do Brasil, usou a pandemia como desculpa para limitar ainda mais os serviços oferecidos aos produtores rurais”.
Foto: Apaer
Além do fechamento das Casas da Agricultura, a Apaer argumenta que “o decreto cria cargos em comissão, promovendo um inchaço no topo da hierarquia com apadrinhamento político e enxugando na ponta, onde estão os extensionistas, responsáveis pela assistência efetiva aos produtores”.
A reestruturação da Agricultura e outras medidas, como aumento de impostos para o setor, vêm sendo criticadas por entidades do setor desde 2020. Produtores rurais chegaram a fazer um tratoraço em diferentes regiões do Estado. Para conter a crise, o então secretário, Gustavo Junqueira, que lançou a ideia de fechar as Casas da Agricultura, foi substituído por Itamar Borges, que adiou a decisão para o fim de 2021.
“Na prática, estamos assistindo, na calada da noite e sem diálogo com a categoria, o estrangulamento do serviço de extensão rural em São Paulo, o que representa riscos para a produção de alimentos e para o meio ambiente, o que já vem acontecendo em diversos municípios, por falta de um programa de governo efetivo para melhorar o manejo dos recursos naturais – a crise hídrica e as recentes nuvens de poeira são um exemplo disso”, destacou Marchiori.
A Emater-RN segue com atividades para capacitação dos seus técnicos das regiões de Mossoró, Pau dos Ferros e Umarizal, além das prefeituras dessas localidades, o Centro Terra Viva e a Cooperativa Terra Livre, para o avanço do Projeto Algodão Agroecológico Potiguar. Desta vez, foi realizado um encontro entre os dias 24 e 25 de novembro para apresentar detalhadamente o plano de manejo orgânico e orientar o preenchimento do cadastro do agricultor.
A atividade contou com a participação do engenheiro agrônomo da EMPAER-PB, Vlamink Saraiva, facilitador do espaço de formação sobre a importância dos extensionistas rurais para a sociedade, e também sobre Plano de Manejo Orgânico do Algodão. Na atividade, estiveram presentes 21 participantes dos municípios de Pilões, Venha Ver, Baraúna, Mossoró, Grossos, Pau dos Ferros, José da Penha, Francisco Dantas, João Dias, Marcelino Vieira.
Foto: Emater Mossoró
Como parte do processo de formação, foi oferecida uma atividade prática, com visita técnica a uma propriedade no Sítio Senegal, em Mossoró, pertencente à dona Ivaneide e seu Edson, ambos cadastros no Projeto Algodão Agroecológico. Nessa oportunidade, foi realizado o diagnóstico voltado para avaliação da propriedade para receber o selo de orgânico e conformidade.
Na ocasião, também foi elaborado o plano de manejo do algodão agroecológico da área a ser cultivada. Dona Neidinha, como é conhecida na comunidade, que além de agricultora também é artesã, relatou que vê uma grande oportunidade do cultivo do algodão em consórcio com feijão.
O Projeto de Algodão Agroecológico é uma ação do Governo do Estado, através da Sedraf e Emater-RN, com a colaboração de ONGs que já atuam com a atividade, como o Instituto Casaca de Couro, Diaconia e Justa Trama. O projeto iniciará no Rio Grande do Norte em 20 municípios.
Especialista em Extensão Rural lista, ironicamente, ações e situações que prejudicam o trabalho dos Extensionistas Rurais com os agricultores. Confira abaixo alguns dos maiores erros cometidos!
Por Ezequiel Redin*
O trabalho na Assistência Técnica e Extensão Rural, muito especialmente no Brasil, tem o desafio constante de combinar a técnica com a capacidade de criar laços de confiança com as famílias rurais para desenvolver um trabalho duradouro no médio e no longo prazo. Os agricultores familiares, responsáveis por boa parte da produção de alimentos no Brasil, possuem muitas dificuldades de gestão, entram diariamente em confronto diante das experiências acumuladas sobre a produção que são repassadas de geração em geração com as técnicas modernas de produção. Além disso, os produtores precisam ficar atentos ao que acontece fora da porteira, ou seja, as oscilações de custos de produção e a volatilidade dos preços dos produtos agropecuários.
Nesse sentido, inspirado na psicologia reversa, veja a seguir cinco passos infalíveis para colapsar o seu trabalho de Extensionista Rural e ajudar a afastar ainda mais o agricultor do profissional técnico, auxiliando-o a permanecer com as suas convicções de produção e fazê-lo esquecer de uma vez por todas que, para um trabalho de assistência técnica bem-feito, os resultados poderiam ser diferentes. Então, preparados? Vamos iniciar o nosso roteiro de insucesso garantido e, o pior, de garantia de um fracasso total do trabalho de um extensionista rural.
Cinco dicas para afundar seu trabalho como Extensionista Rural
1. Diagnóstico da região e da propriedade
Não se importe em realizar um diagnóstico da região e da propriedade rural em questão. O sistema agrário, ou seja, conhecer a história da região, o zoneamento agroecológico, a tipologia dos agricultores e dos sistemas de produção, pouco é relevante, afinal, uma unidade de produção pode sobreviver sozinha e independente disso. Entender o sistema de produção da propriedade rural, como os itinerários técnicos, análises agronômicas, análises econômicas e criar modelos, é algo que, somente, se perde tempo, além de burocratizar o trabalho do extensionista. Sendo assim, sinta-se livre para definir, sem o aval da família rural, o que é bom e ruim para a vida produtiva e econômica da propriedade assistida por você. Afinal, como o mundo da agricultura tornou-se global, essas particularidades locais são sem importância para o sucesso de uma unidade de produção agrícola.
2. Difusão de tecnologias
Seja um verdadeiro difusionista. Mostre o melhor produto do mercado para atender a propriedade. Nunca queira saber se a família tem ou não condições para isso, afinal, ela comprando o melhor produto/serviço é certeza de sucesso total na unidade de produção. Não tem como dar errado! Fuja de métodos participativos, eles demoram muito e não dão resultados. Toda propriedade é uma verdadeira empresa e precisa de resultado imediato. É, somente, você comprar o pacote tecnológico, aplicar e colher os frutos. Pensar no longo prazo? Esqueça! Isso são invencionices de algum chato de plantão que acha que agricultor não precisa de dinheiro logo. O negócio é comprar o que o mercado tem a lhe oferecer sem pensar no preço. Adquira logo seu pacote tecnológico que o sucesso é certo. Afinal, o problema do agricultor é apenas sua teimosia em não comprar o que tem de melhor, senão tudo seria diferente!
3. Conhecimento
Quem possui conhecimento técnico é o Extensionista Rural e ponto final. Nada dessa de achar que o agricultor sabe alguma coisa. Afinal, você ficou cinco anos fazendo uma graduação, agora você já sabe tudo. E se a propriedade não evoluiu até agora é porque está fazendo algo de errado. Confia no Extensionista Rural que não conhece a sua propriedade, mas com uma visita já é suficiente. Profissional estudado conhece muito de técnica, então, ele vai te ajudar a sair dessa crise e você, agricultor, irá ganhar muito dinheiro. Usar aquela cartilha que aprendeu com a realidade de outra região é uma receita infalível e inquestionável. Larga de mão esse saber que você tem da família e confia na cartilha que vou lhe passar que será suficiente para você, agricultor.
4. Planejamento
O trabalho do bom Extensionista Rural é aquele que vai lá conversar, toma um café na propriedade e vai lá contar uns causos. É um negócio infalível adotar, somente, essa metodologia de relacionamento porque o agricultor só precisa de atenção. Não o ajude a planejar nada na sua propriedade, afinal, essas coisas nunca dão certo porque todo ano é um problema novo. Na hora de selecionar o carro-chefe da produção, bem como suas estratégias complementares, seja um conformista, adote sempre aquilo que já vem sendo feito ou se quiser inovar, jogue tudo fora e mande o agricultor começar tudo do zero. Adote somente seu conhecimento técnico infalível, aquele que você aprendeu naquela disciplina que mais adorou na sua universidade, ou apenas algo que você saiba fazer. Afinal, o agricultor não pode saber que você não domina tudo, até porque isso pode colocar em jogo a sua reputação profissional. Assim, você garante seu lugar como profissional inteligente e ser um bom conversador garante confiança do produtor. Afinal, se nada der certo, o problema é do produtor e não seu.
5. Produção
Produza apenas o que o mercado de commodities lhe diz para produzir. Não se preocupe com diferenciação. Produção orgânica ou transição para uma propriedade agroecológica? Que nada, isso é loucura. Afinal, orgânicos não alimentam o mundo e uma propriedade agroecológica é puro romantismo. Esqueça essas coisas de produção voltada para a preservação ambiental ou do cuidado com os recursos de produção, afinal, o produtor só vive de lucros. É preciso ganhar dinheiro a qualquer custo, por isso o modelo convencional é o melhor que temos para o momento. Junte-se aos grandes produtores e ao mercado de exportação que o sucesso é garantido.
PRONTO! AGORA É APENAS UMA QUESTÃO DE TEMPO PARA QUE SEU TRABALHO DE EXTENSIONISTA RURAL POSSA AFUNDAR. VOCÊ FEZ O SEU MELHOR!
Seguindo esses passos não é preciso ficar ansioso, porque é apenas uma questão de tempo para tudo dar certo! Ah, mas tem uma questão, tão desimportante quanto o seu próprio trabalho nessas alturas do jogo: lamentavelmente, você não irá conseguir apreciar as etapas da destruição da sua imagem profissional, pois elas são dissimuladas e quase silenciosas, confundidas com a incapacidade do agricultor se adaptar aos seus ensinamentos infalíveis. Quando se der conta, tudo já terá acabado e ninguém irá perceber muito. Lamentavelmente, o pior, na verdade, está para iniciar. Para mais dicas, sigam-me nas redes sociais.
Texto inspirado em “Cinco dicas para ‘afundar’ sua fazenda” publicado na revista Globo Rural em 2018.
*Ezequiel Redin é Doutor em Extensão Rural, professor, pesquisador, Extensionista e filho de agricultor familiar. É editor há 12 anos da Revista Extensão Rural (Santa Maria). Criador do Projeto do Portal O Extensionista. Vice-Coordenador do PPG em Estudos Rurais, além de membro correspondente da Academia Centro Serra de Letras.
O portal O Extensionista gostaria que todos os leitores respondessem a nossa pesquisa que tem como objetivo analisar o perfil dos seguidores do portal “O Extensionista” em suas diversas plataformas digitais.
Analista Ambiental na ICMBio, Rodrigo Leal Moraes atualmente é um agente de desenvolvimento que protagoniza ações práticas no âmbito da gestão socioambiental e na Extensão Rural pelo Brasil
Com o objetivo de popularizar o conhecimento sobre Extensão Rural no Brasil, o Portal O Extensionista promoverá uma live nesta quarta-feira, 07/07, com o tema: “Gestão socioambiental e o desenvolvimento da extensão rural pública”. Na ocasião, o Prof. Ezequiel Redin do Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da UFVJM, Campus Unaí, conversará com o Rodrigo Leal Moraes, Analista Ambiental no Núcleo de Gestão Integrada (NGI) Carajás do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
A atividade faz parte do VI Compartilhamento de Experiências em Extensão Rural realizado pela disciplina de Extensão Rural do Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da UFVJM, Campus Unaí e também do Projeto de Extensão: “O Extensionista: a ponte digital entre a pesquisa e a comunidade rural” registrado na PROEXC/UFVJM que está na fase 2 de desenvolvimento.
O convidado, Ms. Rodrigo Leal Moraes (convidado), é mestre em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável (PPGAA/INEAF/UFPA), possui graduação em Engenharia Florestal pela Universidade Federal Rural da Amazônia-UFRA (2000-2004). Atuou como Engenheiro Florestal/Especialista no Instituto de Meio Ambiente do Estado do Acre – IMAC(2006-2009), onde realizou análise de Planos de Manejo Florestal, georreferenciamento de propriedades rurais e fiscalização ambiental. Atualmente é analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, onde atua na gestão participativa, ordenamento dos recursos pesqueiros, monitoramento da biodiversidade e fortalecimento das organizações sociais locais em Reservas Extrativistas Marinhas localizadas no salgado paraense. Para saber mais, acesse seu Currículo Lattes, clique aqui!
O Prof. Ezequiel Redin, moderador da live, é Mestre e Doutor em Extensão Rural pelo Programa de Pós-graduação em Extensão Rural pela Universidade Federal de Santa Maria. (PPGExR/UFSM); Editor da Revista Extensão Rural (UFSM). Atualmente, é professor do Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) – Campus Unaí, MG e Professor Permanente e Coordenador em exercício do Programa de Pós-graduação em Estudos Rurais (PPGER) da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Campus Diamantina, MG. É avaliador credenciado do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (BASis) do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP/MEC. Para saber mais, acesse seu Curriculo Lattes, clique aqui!
A disciplina de Extensão Rural do ICA/UFVJM tem como objetivo construir um ethos teórico/empírico que proporcione um contato direto com diferentes profissionais do campo da Extensão Rural para compartilhamento de vivências e experiências que angariaram no mercado de trabalho e que partilhadas possam servir de estímulo aos futuros profissionais para também atuar como extensionistas rurais.
Para tanto, a disciplina oportuniza diálogo com profissionais das diferentes áreas do conhecimento, com experiência na sua área de atuação, com a finalidade de apresentar experiências sobre o campo da Extensão Rural, ressalta o Prof. Ezequiel Redin.
Em sua 5ª edição, a campanha quer dar visibilidade às mulheres como guardiãs e promotoras do desenvolvimento, seguindo o princípio da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável
Foi lançada nesta quarta-feira (29/07), a 5ª edição da campanha ‘Mulheres Rurais, Mulheres com Direitos’, que, neste ano, tem a proposta de dar visibilidade às mulheres rurais, indígenas e afrodescendentes que vivem e trabalham em um contexto desigualdades estruturais e desafios sociais, econômicos e ambientais, agravado pelo impacto da pandemia de Covid-19 na América Latina e Caribe.
O lançamento, realizado no Palácio do Planalto, às 16h, contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro, da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e das ministras Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Damares Alves (Mulher, da Família e dos Direitos Humanos), e do representante da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) no Brasil, Rafael Zavala.
Durante o lançamento, Zavala explicou que a campanha é uma iniciativa conjunta, promovida pela FAO na América Latina e no Caribe, com a colaboração de diversas instituições e entidades governamentais, além de organizações da sociedade civil e entidades privadas. “O Brasil tem uma experiência significativa na implementação da campanha ‘Mulheres Rurais, Mulheres com Direitos’, através do seu trabalho intersetorial, promovendo o intercâmbio de conhecimento e cooperação. Isso é essencial para a garantia do pleno exercício do direito das mulheres rurais, indígenas, extrativistas e quilombolas. Entendemos que esse é o momento de reforçar esse trabalho, e a campanha chega em boa hora, para tornar mais visível o papel dessas mulheres”.
No Brasil, a organização da campanha está a cargo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que atuará em conjunto com o gabinete da primeira-dama e com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
“Queremos ver mais mulheres administrando fazendas, dirigindo tratores, chefiando cooperativas, pescando, plantando e colhendo. Enfim, mais mulheres se beneficiando da pujança do agro brasileiro. Por isso, as ações previstas no âmbito desta campanha que estamos lançando hoje são tão importantes. O intercâmbio de informações, a difusão de conhecimento e a troca de experiências são vitais para mostrar toda a luta e a capacidade da mulher do campo e para dar às mulheres rurais os meios para seguir crescendo”, destacou a ministra Tereza Cristina.
Inclusão pela Ater
Nos projetos e programas desenvolvidos pela Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), a mulher tem papel de protagonista, liderando cerca de 30% famílias assistidas pela agência, onde assumem um importante papel no processo produtivo. Elas atuam no plantio, na colheita, no beneficiamento e na comercialização da produção, lideram associações e cooperativas, são empreendedoras, administradoras, e também contribuem na qualificação do processo, atuando como extensionistas rurais.
O presidente da Anater, Ademar Silva Jr, destaca que essa participação é fundamental para a organização produtiva e na construção de soluções para superação das situações de desigualdade. “Além de contribuir de forma eficiente e efetiva na atividade agropecuária, a participação da mulher garante a sucessão familiar. Se a mulher fica no campo, o filho também fica. Isso é fundamental para a continuidade da atividade produtiva no campo”.
Para a presidente da Emater do Distrito Federal, Denise Fonseca, as mulheres têm, historicamente, importância fundamental no processo de cooperação, pelas relações de amizade, parentesco com a vizinhança, sempre temperada com amor, compreensão, doação, solidariedade. “A maioria das organizações rurais que apoiamos tem nas mulheres grande parte de sua sustentabilidade. Cooperativas e associações que comercializam no mercado institucional têm principalmente nas mulheres a execução, o preparo e a organização dos produtos e processos, o que demonstra a importância das mulheres empreendedoras no contexto das organizações”, observa.
Edilene Steinwandter, presidente da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), diz que a mulher no agronegócio é sinônimo de sucesso no estado catarinense. “O processamento de alimentos para agregação de valor é uma das principiais atividades desenvolvidas pelas agricultoras catarinenses, o que nos faz ter a certeza de que o empreendedorismo corre nas veias deste público”, pondera.
De acordo com a presidente, em 2020, 9,13% do crédito rural aplicado no Estado foi para as mulheres. “O número ainda é baixo, mas mostra uma constante evolução, já que no ano passado esse índice ficou em 7,39% e em 2018 foi de 7,45%. Nas nossas capacitações, principalmente as voltadas para jovens de até 29 anos, elas são destaque não só pela participação massiva, mas também pelo interesse nos temas abordados. Vemos o resultado na prática, com cada vez mais mulheres tomando a frente dos negócios no meio rural, sempre com zelo, carinho e organização, que redundam em lucro para as famílias”, avalia.
Na história de cada família atendida pela Anater e entidades parcerias é possível perceber como a Ater é capaz de promover cidadania, inclusão social e qualidade de vida. Elas também mostram o papel destacado das mulheres no desenvolvimento da agricultura, sendo as principais responsáveis pela garantia da segurança alimentar e nutricional das famílias.
Desafios
Segundo a FAO, atualmente, 60 milhões de mulheres vivem em zonais rurais da América Latina e do Caribe e parte delas têm papel central na produção e abastecimento de alimentos. No entanto, muitas delas enfrentam sérias limitações para acessar recursos produtivos, como terra, água, insumos agrícolas, financiamento, seguro e treinamento, além de várias barreiras para colocar seus produtos no mercado.
Além disso, grande parte dessas mulheres trabalha informalmente, dispõe de poucas redes de apoio. E, mesmo com a pandemia da Covid-19, não pararam de trabalhar para responder à demanda por alimentos nas cidades e comunidades rurais, assim como a necessidade de alimentar suas próprias famílias.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o número de mulheres dirigindo propriedades rurais no Brasil é pequeno. Dos 5,07 milhões de desses estabelecimentos, quase 1 milhão contam com mulheres rurais à frente, o que representa apenas 19% do total, segundo o Censo Agropecuário de 2017.
A maioria está na região Nordeste (57%), seguida pelo Sudeste (14%), Norte (12%), Sul (11%) e Centro-Oeste, que concentra apenas 6% do universo de mulheres dirigentes. Os dados foram obtidos a partir de um trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o IBGE. De acordo com a pesquisa, juntas, elas administram cerca de 30 milhões de hectares, o que corresponde apenas a 8,5% da área total ocupada pelos estabelecimentos rurais no país.
Histórico da campanha
No Brasil, a campanha ‘Mulheres Rurais, Mulheres com Direitos’ começou em 2015, como uma iniciativa para dar visibilidade ao trabalho da mulher rural. O lema da primeira campanha foi “Sou trabalhadora rural, não sou ajudante”. A partir de 2016, a campanha se estendeu para a América Latina e o Caribe e incluiu o tema dos direitos relacionados à igualdade de gênero, principalmente o combate à violência.
A edição deste ano quer dar visibilidade às mulheres como guardiãs e promotoras do desenvolvimento, seguindo o princípio da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Da mesma forma, busca unir esforços e continuar avançando na implementação de políticas públicas e privadas coordenadas e intersetoriais que reconheçam e atuem nos desafios enfrentados pelas mulheres rurais, colocando-as no centro das estratégias de desenvolvimento sustentável.
Entre as ações que integram a campanha estão a identificação e difusão de experiências e conhecimentos sobre o poder transformador das mulheres rurais, indígenas e afrodescendentes, e a realização de concurso, seminários e oficinas que levem até as mulheres do campo o conhecimento de direitos e políticas públicas ao seu alcance.
________________
Esta notícia foi autorizada para publicação.
Créditos: Comunicação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater)
A Associação Argentina de Extensão Rural está ofertando um curso de formação profissional para extensionistas rurais sobre trabalho em grupo. O curso será realizado a distância de forma virtual integrando aulas e trabalhos nos fóruns de discussão.
Curso a distância: TRABALHANDO COM GRUPOS E ORGANIZAÇÕES NO ÂMBITO DA EXTENSÃO RURAL
Pré-inscrição: até 10 de setembro de 2020. Os participantes serão contatados por e-mail até 11 de setembro para confirmar a abertura do curso (até o número mínimo e máximo de participantes). A prioridade do curso é por ordem de inscrição.
Sétima edição do Seminário realizado pela Associação Paulista de Extensão Rural (Apaer) promoveu debate de estratégias de fortalecimento da extensão rural em São Paulo, com a participação de um grupo de extensionistas da Secretaria de Agricultura e Abastecimento que atuam na Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS), do qual quatro foram homenageados.
Debater estratégias para fortalecer a extensão rural, como agente de articulação com os produtores rurais, o poder público, a iniciativa privada e a sociedade civil organizada, sob a ótica da agricultura regenerativa e da segurança alimentar como molas propulsoras para o desenvolvimento sustentável nas áreas rural e urbana; este foi o foco do 7.° Seminário Paulista de Extensão Rural, organizado pela Apaer.
Realizado nos dias 17 e 18 de outubro, no auditório da Adunicamp/Unicamp, em Campinas, a edição de 2019 reuniu mais de 100 pessoas, público formado principalmente por extensionistas da Secretaria de Agricultura e Abastecimento e da Secretaria da Justiça e Cidadania, dos respectivos órgãos CDRS e Fundação Itesp. “Nosso objetivo com este Seminário foi estimular a reflexão, o debate, a troca de experiências e a consolidação de estratégias para construir uma forte e firme integração e aliança para que, articulados e comprometidos, possamos contribuir com maior efetividade para o desenvolvimento rural com sustentabilidade”, disse Antônio Marchiori, presidente da Apaer.
E o desejo de aprofundar a integração e as ações conjuntas para o fortalecimento do segmento ficou comprovado na fala dos profissionais das diversas entidades presentes, que representam os servidores da extensão rural, da pesquisa, da defesa agropecuária, de apoio ao associativismo e de assistência aos assentamentos rurais; incluindo também representantes de produtores rurais, os quais se uniram para atuar em defesa de um serviço público de qualidade, principalmente em benefício dos pequenos e médios produtores.
“Eventos dessa natureza ajudam a uma aproximação de conceitos e experiências. Trazer as diversas experiências dos extensionistas, das entidades acadêmicas e da sociedade civil, favorece o entendimento do trabalho de mediação de conhecimento dos agricultores com o conhecimento técnico e científico para o desenvolvimento da agricultura familiar, a qual tem papel fundamental na produção de alimentos e na conservação da biodiversidade e dos recursos naturais, contribuindo para um enfrentamento dos problemas oriundos das mudanças climáticas. Sendo assim, minha mensagem para os extensionistas é de que se reconheçam como sujeitos de um projeto de mediação de conhecimentos e saberes, pois os agricultores são os nossos principais educadores na construção de um desenvolvimento sustentável de base agroecológica e solidária”, ressaltou Alexandre Pires, coordenador do Centro Sabiá, ONG de Pernambuco.
Luiz Henrique Bambini, engenheiro agrônomo da Prefeitura de São Paulo e um dos responsáveis pelas compras da agricultura familiar e agroecológica, destacou a importância do evento pela promoção da intersetorialidade. “O Seminário foi um espaço para que extensionistas, pesquisadores, poder público, produtores e a sociedade civil dialogassem e buscassem entendimento comum sobre temas complexos. Na modalidade de compra institucional, vemos como essas trocas são importantes, principalmente para os agricultores familiares, que têm que participar de um certame complexo e muitas vezes diferente da sua realidade de comercialização; e atestamos a importância do trabalho da extensão rural como facilitadora desse processo”.
Para os participantes, foi difícil dizer qual o ponto alto do Seminário. “As palestras foram excelentes, os depoimentos e as análises dos agricultores no painel da sociedade civil foram assertivos e contundentes sobre a importância do papel da extensão rural no desenvolvimento da agropecuária e do negócio rural, com foco no fortalecimento e melhoria da renda e qualidade de vida das famílias rurais”, afirmou Beatriz Cantusio Pazinato, diretora da Divisão de Extensão Rural da CDRS.
Ao encerrar o Seminário, Antonio Marchiori salientou: “Como extensionistas, entendemos que o objetivo do trabalho deve ser difundir e incentivar a adoção das melhores práticas, pois sempre podemos evoluir. Com esse Seminário tivemos a convicção de que plantamos uma semente para atender à demanda da sociedade por alimentos mais saudáveis e sem resíduos. Estamos trabalhando por isso e sabemos que os frutos desse Seminário serão abundantes, principalmente porque atingimos um público muito maior que o presente ao auditório da Adunicamp, pois pela primeira vez tivemos a oportunidade de transmitir o Seminário ao vivo, via internet, e futuramente disponibilizaremos o conteúdo no site da Apaer”.
Programação
Com palestras e painéis que trataram de assuntos diversos, tendo como eixo o tema central “Agricultura regenerativa e segurança alimentar”, o debate foi dividido em áreas temáticas e com exemplos de ações que tem transformado vidas e o cenário rural de agricultores tradicionais que estão transição agroecológica, comunidades tradicionais e ribeirinhas em São Paulo e outros estados.
Para o presidente da Apaer, o tema sustentabilidade foi abordado de forma diferente. “O tema sustentabilidade às vezes acaba sendo repetitivo, mas desta vez trouxemos o conceito de agricultura regenerativa, o qual vai além do debate tradicional, pois traz um enfoque de evolução, que pode nos levar, inclusive a refletir sobre a nossa regeneração e a possibilidade de se reinventar. Saímos dos debates com energia para nos reinventar, aproveitando as inovações e as nossas tradições para alcançar outro patamar. O outro tema, relacionado à segurança alimentar também foi muito oportuno, pois o que vemos hoje, principalmente nos mercados europeus, é a não aceitação de resíduos nos alimentos. Por isso, neste Seminário trouxemos para o debate a reflexão sobre as estratégias para incentivar a agricultura orgânica e a transição agroecológica”.
No painel “As estratégias da sociedade civil”, representantes de entidades de produtores e da sociedade civil se expressaram sobre o impacto do trabalho de extensão rural para a geração de renda e emprego no campo e para a garantia de oferta de alimentos seguros em quantidade e qualidade. Marcelo Fukunaga, da Cooperativa Central, que congrega organizações de produtores do Vale do Ribeira, mostrou com gráficos, números e fotos e muita emoção, os resultados da atuação dos extensionistas, por meio do Projeto Microbacias II, inciativa do governo do Estado, por meio do qual foram investidos cerca de R$ 5 milhões nas organizações cooperadas. “Com esse trabalho e os recursos investidos nos tornamos gestores e mostramos que os pequenos agricultores organizados e unidos, com suporte técnico, conhecimento, tecnologia, gestão e infraestrutura de logística (a qual obtivemos com os recursos do Microbacias II), podem ter uma grande participação nos mercados interno e externo”.
Artur Dalton Lima, engenheiro florestal e coordenador de projetos da Cooperafloresta, também falou sobre a importância do trabalho extensionista para a formação da organização. “A nossa cooperativa foi criada por meio do trabalho do extensionista Oswaldo Luiz de Souza, da Casa da Agricultura, que, em 1996, incentivou três famílias a investirem na organização de um grupo para trabalhar no sistema de agroflorestal. Hoje, a Cooperafloresta conta com 80 famílias cooperadas, que produzem uma diversidade de produtos, com valor agregado e marca própria”.
Prêmio Extensionista Rural do Ano e Mérito da Extensão – extensionistas da CDRS foram homenageados
Presente à solenidade, a secretária-executiva da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, Gabriela Chiste, enalteceu o papel da extensão rural no desenvolvimento do agro e do Estado de São Paulo. “A extensão rural é fundamental, pois é por meio dela que temos e continuaremos a ter uma agricultura pujante no Estado de São Paulo. Entendemos que a extensão rural é o coração da Secretaria e os extensionistas são a força motriz, pois estão ligados aos agricultores, atendendo às suas demandas. O desenvolvimento rural sustentável só acontece por meio da extensão, que leva cidadania ao campo. É para isso que a Secretaria tem trabalhado incansavelmente nesses últimos 10 meses, contando sempre com o trabalho dos extensionistas”, avaliou a secretária, destacando a importância do Seminário nesse contexto: “Nesse evento foram tratados temas relacionados à cidadania no campo, os quais fazem parte dos objetivos da Secretaria: agroecologia; fixação do homem no campo com geração de renda e qualidade de vida, o que garante que os empreendedores rurais continuem entregando para a sociedade produtos saudáveis e seguros”.
Os depoimentos emocionados dos extensionistas homenageados foram a síntese do espírito desta sétima edição. Homenageada com o diploma de mérito da extensão rural, por sua contribuição ao segmento no Brasil, Sônia Bergamasco, professora da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri)/Unicamp, fez um discurso emocionado. “Eu sou muito grata, pois estive na assembleia de formação da Apaer, que foi um marco para o setor. Estou muito feliz com esta homenagem, pois sou fruto da extensão, meu pai era extensionista e toda a minha vida está na prática, no ensino e na pesquisa da extensão rural. Mas esta homenagem me fez refletir sobre o momento atual, no qual é preciso intensificar a nossa atuação junto aos agricultores familiares, às comunidades tradicionais e aos assentados. Por isso, minha mensagem é para reforçar que ser extensionista, em qualquer época, principalmente neste momento em que se fala da extensão 4.0, do futuro, é necessário que o técnico tenha uma compreensão de que ela é um processo educativo de construção conjunta do conhecimento, o qual considera o conhecimento da prática dos agricultores. Então, é nessa discussão da prática empírica e conhecimento técnico que a extensão do futuro poderá ser inovadora e efetiva”.
Valorizando a união entre os extensionistas, o zootecnista Newton Rodrigues, da Casa da Agricultura de Santos, ligada à CDRS Regional São Paulo, homenageado na categoria Atuação junto às comunidades tradicionais, compartilhou o prêmio com todos. “Este prêmio é um reconhecimento de uma história da qual muitos participaram; sozinhos não fazemos nada; por isso a importância de se atuar em redes sociotécnicas, pois entendemos que nenhuma ideia se impõe sozinha; são as pessoas que viabilizam as ideias”, disse emocionado, incentivando uma atuação da extensão em busca de uma visão de atuação em prol da economia solidária.
Destacando o impacto social do trabalho, Sérgio Nishimoto, da Casa da Agricultura de Mesópolis, ligada à CDRS Regional Jales, homenageado na categoria “Atuação em comunidades da agricultura familiar”, declarou que trabalhar na extensão rural impacta positivamente a vida dos produtores e dos extensionistas, a partir de um olhar integral que vai além da atuação técnica. “Como fruto do meu trabalho, criei e formei meus filhos. E tenho a graça de ver muitas famílias rurais também fazendo isso com seus filhos, com a renda de seu trabalho no campo”.
Já Osmar Mosca Diz, extensinista da Divisão de Extensão Rural (Dextru) da CDRS, homenageado na categoria “Inovações Tecnológicas na Agroecologia”, por seu trabalho dedicado à difusão da meliponicultura, apicultura e cultivo de Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC), ressaltou a extensão rural como ato de amor, que deve ser direcionado principalmente às crianças, para que o conceito de sustentabilidade seja internalizado desde cedo nas novas gerações. “Umas das missões do extensionista é ‘amorizar’ o mundo!”
Em um relato emocionado, Antonio Segundo Quito, extensionista da Casa da Agricultura de Lupércio, ligada à CDRS Regional Marília, que recebeu seu prêmio – na categoria Atuação no âmbito do desenvolvimento municipal -, das mãos da extensionista Sônia Bergamasco, que foi sua professora na década de 1960, o engenheiro agrônomo, que iniciou o seu trabalho na Secretaria de Agricultura em 1972 e está na ativa desde então, tendo vivido e contribuído na transformação que o meio rural paulista vem passando nas últimas quatro décadas, afirmou: “Atuar na extensão rural é, antes de tudo, entender que é mais que um trabalho, é uma missão. O extensionista não é só o técnico: é psicólogo, professor, amigo etc. Em Lupércio, município onde atuo na Casa da Agricultura há décadas, ver uma geração de jovens que querem ficar no campo e de outros que estudam e me procuram dizendo que a escolha pela Agronomia se deu pelo meu exemplo, é motivo de muita felicidade e orgulho!”
Esses foram apenas alguns fragmentos da fala dos extensionistas homenageados nesta que foi a 3.ª edição do Prêmio Extensionista Rural do Ano, criado pela Apaer com a finalidade de proporcionar maior visibilidade, perante a sociedade e lideranças políticas, ao trabalho de homens e mulheres que se destacaram na atividade ao longo de suas carreiras, em cinco categorias: Atuação em comunidades da agricultura familiar; Assentamentos da reforma agrária; Comunidades tradicionais; Desenvolvimento municipal; e inovações tecnológicas na agroecologia.
Segundo os organizadores, a escolha dos homenageados se deu a partir de um processo amplo de indicação de candidatos, apoiados por grupos de extensionistas rurais. “Na sequência, o conselho diretor da Apaer elegeu os profissionais a serem homenageados, a partir da análise comparativa de seus currículos, referências de colegas, relatórios e destaques na mídia”, informa Abelardo Gonçalves Pinto, vice-presidente da Apaer.
Homenageados 2019
Engenheiro agrônomo Sérgio Nishimoto – Casa da Agricultura de Mesópolis/CDRS Regional Jales/ Secretaria de Agricultura e Abastecimento – categoria Atuação em comunidades da agricultura familiar.
Zootecnista Newton José Rodrigues da Silva – Casa da Agricultura de Santos/CDRS Regional São Paulo/Secretaria de Agricultura e Abastecimento – categoria Atuação junto a comunidades tradicionais.
Engenheiro agrônomo Osmar Mosca Diz – Divisão de Extensão Rural – Gabinete/CDRS/ Secretaria de Agricultura e Abastecimento – categoria Inovações tecnológicas na agroecologia.
Engenheiro agrônomo Antonio Segundo Quito – Casa da Agricultura de Lupércio/CDRS Regional Marília/ Secretaria de Agricultura e Abastecimento – categoria Atuação no âmbito do desenvolvimento municipal.
Engenheiro agrônomo José Carlos Bagnoli – Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo/Secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania – categoria Atuação em assentamentos rurais.
Sessão de Pôsteres
Nos eventos da Apaer, um momento muito importante é a apresentação de trabalhos efetivamente vinculados à extensão rural, os quais permitem a divulgação do serviço no Estado de São Paulo, bem como os trabalhos do ensino e de pesquisa na área, propiciando oportunidade de trocas de experiências e intercâmbio entre os extensionistas. “A Sessão de Pôsteres é uma parte importante do Seminário, pois favorece a troca de experiências e incentiva a réplica de bons trabalhos, projetos e ações para todo o Estado, disseminando conhecimento e experiências de sucesso”, avalia a engenheira agrônoma Maria Cláudia S. G. Blanco, uma das responsáveis pela seleção e organização da Sessão.
De acordo com ela, os trabalhos podem ser submetidos em três categorias: trabalho de extensão rural; pesquisa em extensão rural e experiência no ensino de extensão rural. “Neste ano foram apresentados 36 trabalhos com temas diversificados, ilustrando a amplitude de atuação dos extensionistas rurais, entre os quais podemos citar: transição agroecológica, desenvolvimento local e novas oportunidades de negócios: um estudo de caso da Coopermogi-ecoverde, apresentado por extensionistas da CDRS Regional Mogi das Cruzes; Fornecimento de alimentos para prefeituras municipais por associações de produtores rurais, apresentado por técnicos do Itesp; e um trabalho apresentado por uma start up vinculada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), intitulado Sensor para controle de agrotóxicos: qualificando a agricultura familiar da serra fluminense para agricultura de precisão.
Maria Cláudia destacou, ainda, alguns temas relacionados ao ensino como o Projeto de extensão educacional rural nos assentamentos de produtores de leite do município de Colômbia; Atividade agroecológica em escola rural de ensino fundamental em São Pedro, realizado pela Esalq/USP. Na área de pesquisa em extensão rural, destacou o trabalho apresentando por uma doutoranda da Feagri-Unicamp, intitulado “O envelhecimento em assentamentos rurais do Pontal do Paranapanema e a assistência técnica e extensão rural (Ater), novos desafios?”.
Sobre a Apaer
Criada em setembro de 2012, em Campinas, durante o I Seminário Paulista de Extensão Rural, a Apaer congrega extensionistas dos setores público e privado, agricultores, professores e pesquisadores.
Para a diretoria da Apaer, pelo fato de a Associação entender a extensão rural como instrumento não apenas de transferência de tecnologia e conhecimento para o produtor, mas como um trabalho amplo que abrange todos aqueles que atuam de forma a promover a construção do saber com o homem e a mulher do campo, sendo facilitadores no processo de elaboração e acesso às políticas públicas, a sua base de associados é aberta a todos aqueles que entendem a assistência técnica e extensão rural como instrumento catalisador e agregador de ações, projetos e programas desenvolvidos em uma rede de atores.
Desde a fundação, foram realizados sete seminários e um congresso. Nos últimos anos, tem se consolidado como um espaço de debates, intercâmbio de conhecimentos, elaboração de propostas, mobilização e articulação com instituições e órgãos governamentais, visando ao fortalecimento e à valorização da extensão rural.
____________
Esta notícia foi autorizada para publicação.
Créditos: Cleusa Pinheiro – Centro de Comunicação Rural (Cecor/CDRS)
Representantes de entidades ligadas à agricultura familiar e à assistência técnica e extensão rural se reúnem com a Frente Parlamentar da Agropecuária em busca de apoio para a recomposição orçamentária para o setor em 2020.
Representantes da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) e da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) participaram, nesta terça-feira (15), da reunião da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) em busca de apoio para a recomposição orçamentária para o setor em 2020.
Pelo Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), o setor deve sofrer um corte de 57% nos recursos, caindo de R$ 118 milhões, em 2019, para R$ 51 milhões, em 2020, conforme valor apresentado pela Secretaria de Orçamento e Finanças do Ministério da Economia.
“É preciso estabelecer uma estratégia para a recomposição dos orçamentos do Mapa”, disse o presidente da FPA, deputado Alceu Moreira (MDB-RS), durante a reunião da FPA, que contou com a participação do presidente da Anater, Ademar Silva Jr e do secretário-adjunto de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Mapa, Márcio Cândido.
De acordo com o secretário-adjunto Márcio Cândido, o orçamento todo da Secretaria de Agricultura Familiar também vai cair de R$ 263 milhões para 141 milhões, um corte de 47%.
O presidente da Anater destacou que os recursos recebidos pela Anater são viabilizados por um contrato de gestão com a União, por intermédio da SAF/Mapa, e defendeu a importância da Ater para a efetividade das políticas públicas voltadas para o meio rural. “O trabalho Anater potencializa as demais políticas públicas para o setor e o apoio da FPA é fundamental para reverter a redução no orçamento, de forma a que os serviços de assistência técnica sejam mantidos e ampliados”, ressalta.
________
Esta notícia foi autorizada para publicação.
Créditos: Jerúsia Arruda da Assessoria de Comunicação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater).
A Epagri será premiada pela Fundação Getúlio Vargas por ter desenvolvido um sistema de produção limpa de alimentos. O Sistema de Plantio Direto de Hortaliças (SPDH) foi um dos 12 casos selecionados no Brasil, na área de inovação para a inclusão da agricultura familiar em cadeias de alimentos. A entrega do prêmio aconteceu nesta quinta-feira, 12 de setembro, em São Paulo, no Centro de Estudos em Sustentabilidade (FGVces) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV/EAESP.
SPDH sistema de produção limpa de alimentos. Foto: Marcelo Zanella
A premiação é realizada por meio do Projeto Bota na Mesa, da FGVces, com o tema Mudança do Clima e Transição Agroecológica. O caso da Epagri foi selecionado entre outros 80 inscritos por instituições públicas e privadas do País.
O objetivo da premiação é inspirar a construção de referências de atuação para empresas e governos em relação à cadeia produtiva de alimentos. Para selecionar os casos, pesquisadores do FGVces levaram em consideração o grau de inovação, a conexão com os temas de transição agroecológica e mudança do clima, a contribuição para a inclusão da agricultura familiar e o potencial de escala e replicabilidade de cada iniciativa.
SPDH sistema de produção limpa de alimentos. Foto: Marcelo Zanella
SPDH
O Sistema de Plantio Direto de Hortaliças vem sendo desenvolvido há 25 anos em Santa Catarina. Ele consiste em alguns princípios fundamentais que, se forem aplicados corretamente, levam a reduzir ou até eliminar o uso de produtos químicos nas propriedades, no curto ou médio prazo, explica Marcelo Zanella, extensionista rural da Epagri na Grande Florianópolis e especialista no assunto. Entre esses princípios estão o uso plantas de cobertura para proteger o solo, a rotação de culturas, a nutrição adequada da planta segundo suas taxas diárias de absorção, o não revolvimento do solo e o manejo mecânico das plantas espontâneas sem produtos químicos.
SPDH sistema de produção limpa de alimentos. Foto: Marcelo Zanella
Existem atualmente em Santa Catarina entre 1,2 mil e 1,3 mil propriedades trabalhando em SPDH, que abrangem uma área de 3,5 mil a 4 mil hectares. As principais lavouras de SPDH no Estado são maracujá, couve, repolho e brócolis. Na Grande Florianópolis, praticante todo o chuchu é cultivado no sistema. A área cultivada com alface e tomate também vem crescendo muito no Estado.
“A gente chama de plantio direto propriedades que estão em transição para o sistema de produção limpa. Algumas estão mais adiantadas, outras mais atrasadas, mas todas estão num processo de adequação“, descreve o extensionista da Epagri. Santa Catarina é pioneira nesse sistema no país, que surgiu da necessidade de diminuir custos e elevar a competitividade da agricultura familiar. “A ideia é reduzir o trabalho do produtor e aumentar a qualidade dos alimentos”, explica Marcelo.
SPDH sistema de produção limpa de alimentos. Foto: Marcelo Zanella
Durantes a reunião, os membros do Conselho tiraram dúvidas e fizeram várias sugestões ao presidente Ademar Jr, dentre elas, a de que é preciso mudar a legislação para que a Anater possa receber recursos de outros órgãos
Durante a reunião ordinária do Conselho Nacional de Secretários de Estado de Agricultura (Conseagri) realizada na manhã desta quarta-feira (17), em Brasília/DF, o presidente da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), Ademar Silva Jr destacou a importância da parceria com os Estados para o fortalecimento do serviço de Extensão Rural no Brasil. “Queremos fortalecer e priorizar o trabalho em parceria com as empresas públicas prestadoras de Ater, e o apoio do Conseagri é fundamental, não somente para garantir a efetividade da política nacional, mas também no atendimento às demandas estaduais e suas especificidades regionais”, explica.
Segundo o presidente, a Anater está reavaliando os projetos em execução, que estão sendo ajustados ao novo contexto econômico do País e à nova perspectiva de Estado. “Estamos fazendo o realinhamento de todos os projetos e queremos contar com as experiências que já funcionam nos Estados, especialmente as relacionadas à utilização da tecnologia, para que possamos replicar e garantir que o serviço de Ater possa alcançar com qualidade todas as regiões do País. Projetos como o D. Helder Câmara, cujos beneficiários são os agricultores familiares do Semiárido brasileiro, está ganhando uma nova roupagem, para que as ações cheguem com efetividade ao público beneficiário, que tanto precisa desse serviço”, completa.
Os conselheiros presentes tiraram dúvidas e fizeram várias sugestões ao presidente, dentre elas, a de que é preciso mudar a legislação de forma que a Anater possa receber recursos de outros órgãos públicos, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), e também acessar fundos internacionais e recursos privados.
Foto: Ademar Jr e Efraim Morais na reunião do CONSEAGRI
Ademar Jr explicou que está trabalhando junto com o MAPA nesse sentido. “A mudança no decreto que institui a Anater está sendo estudada justamente para deixar a agência mais flexível. A proposta é tornar a Anater uma agência mais robusta, com um escopo maior e com maior amplitude em sua atuação. Nossa expectativa é que nos próximos 60 dias já tenhamos um encaminhamento nesse sentido”.
Ao final da reunião o presidente do Conseagri e secretário de Agricultura do Estado da Paraíba, Efraim morais, agradeceu ao presidente da Anater pela disponibilidade e ressaltou a importância de manter o diálogo e a parceria. “A palestra do presidente da Ademar Silva Jr foi muito esclarecedora e, assim como ele, não queremos discutir problemas, mas construir soluções que possam promover o progresso e o desenvolvimento no campo, e garantir o desenvolvimento do nosso Brasil de forma sustentável. E quando a Ministra Tereza Cristina coloca toda sua equipe para essas discussões, isso nos fortalece”, finaliza.
________
Esta notícia foi autorizada para publicação.
Créditos: Jerúsia Arruda da Assessoria de Comunicação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater).
A declaração foi feita pelo presidente da Asbraer, Nivaldo Magalhães, durante encontro realizado em Brasília
Em encontro realizado nesta quinta-feira (11/07), em Brasília/DF, com o propósito de construir uma agenda positiva para alinhar as ações dos projetos realizados em parceria entre a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) e as empresas associadas da Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer), o presidente Nivaldo Moreno de Magalhães afiançou que a Asbraer está fechada com a Anater. “Esse encontro está sendo muito importante por nos dar a oportunidade de traçar metas, discutir propostas e dar encaminhamento para a solução das dificuldades. Com certeza, nós da Asbraer e a Anater estamos juntos para o bem da agricultura familiar brasileira. A Asbraer está fechada com a Anater”, declarou.
Com pouco mais de 60 dias na presidência da Anater, o presidente Ademar Silva Jr explicou que nesse período fez uma análise de todos os projetos em execução. “Estamos trabalhando para ajustar os projetos ao novo contexto político e econômico do País e à nova perspectiva de Estado, mas ressaltamos que estamos aqui para promover um alinhamento, de forma que a missão da Anater de fortalecer e reestruturar o setor no Brasil possa ser cumprida, com a parceria, apoio e participação efetiva dos Estados. São muitas as dificuldades e queremos buscar, junto com vocês, soluções possíveis de execução para avançarmos rumo ao nosso objetivo maior, que é promover mais qualidade de vida para o produtor rural e o desenvolvimento rural sustentável do Brasil”.
A presidente Edilene Steinwandter disse que a Epagri vem enfrentando algumas dificuldades para acompanhar as demandas dos projetos em parceria, como aquisição de equipamentos mais modernos para utilizar o aplicativo do Sistema de Gestão de Ater, o SGA Mobile, e também para cumprir as metas do plano de trabalho, devido ao contingenciamento de recursos. “Desde 2017, a Epagri mantém uma parceria muito interessante com a Anater, com os projetos Piloto, Diversificação da Cultura do Tabaco e o Programa Ater Mais Gestão. E esses projetos estão fortalecendo o que a Epagri já desenvolvia no meio rural, mas com um olhar diferenciado, com um aporte de recurso também interessante. Com a nossa expertise e conhecimento, somados à capacitação e os recursos disponibilizados pela Anater, podemos entregar à sociedade catarinense um trabalho mais qualificado, com resultados que venham ao encontro da missão da nossa empresa, que é desenvolver o meio rural com sustentabilidade, trazendo para a população alimentos seguros, limpos, visando a renda do agricultor, a preservação ambiental e o desenvolvimento social das comunidades. Precisamos do apoio e da parceria da Anater para manter esses resultados”, destaca.
Para Gustavo Laterza, presidente da Emater-MG, é fundamental a parceria das Emateres com a Anater para a implementação de políticas públicas e atendimento às famílias rurais. “Em Minas temos uma parceria muito profícua, com vários projetos sendo desenvolvidos, levando essa oportunidade ao campo. Para nós é fundamental que a Anater continue forte e continue fazendo essa agenda positiva com as Emateres visando subsidiar recursos e construir ações que possam promover o desenvolvimento no campo”, conclui.
ENCAMINHAMENTOS
Ao final do encontro, o presidente Nivaldo Magalhães informou que a Asbraer realizará assembleia-geral no dia 07 de agosto, em Brasília/DF, reunindo representantes das associadas de todos os estados. O presidente da Anater se comprometeu em apresentar na assembleia-geral o resultado da análise dos projetos que estão sendo realizados em parceria com as Emateres e as proposta para superar as eventuais dificuldades com a operação com o SGA Mobile.
________
Esta notícia foi autorizada para publicação.
Créditos: Jerúsia Arruda da Assessoria de Comunicação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater).
A proposta é implementar um grande projeto e aumentar a competitividade do setor agropecuário brasileiro
Levar a internet ao campo e promover a conectividade do setor agropecuário se configuram como o grande desafio para que o Brasil chegue, efetivamente, à agricultura digital – ou Agricultura 4.0. Para vencer esse desafio, um grupo de trabalho sobre conectividade no meio rural vem promovendo discussões para implementar um grande projeto e aumentar a competitividade do agronegócio brasileiro.
O grupo, liderado pela Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), reúne representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa); Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações; Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater); Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); empresas de telecomunicação; empresas privadas do setor de insumos agropecuários, instituições parceiras como Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Sistema OCB, entre outros.
Para o presidente Ademar Silva Jr, a conectividade no campo é fundamental para o resultado eficaz do trabalho da Anater. “A Anater tem o papel chave de levar conhecimento, inovação e tecnologia para o homem do campo, de forma efetiva. Essa lógica de conectividade da Agricultura 4.0 vai contribuir para elevar a assistência técnica e extensão rural a um novo patamar, com mais acessibilidade e segurança”, avalia.
PARCERIA
Em reunião realizada nesta quinta-feira (4), o grupo avançou na discussão sobre o ponto que considera o principal elemento desse projeto, que é a infraestrutura para promover a conexão, seja 4G, 5G, satélite, fibra óptica ou torre.
O coordenador do grupo de trabalho e da Comissão de Comunicação da FPA, deputado federal Zé Silva destaca que a agricultura precisa acompanhar a transformação digital que vem ocorrendo em todas as áreas. “A automatização dos processos impacta a produção no campo de forma sustentável. Como extensionista rural e engenheiro agrônomo acredito no avanço da produção agrícola por meio da conectividade”, afiança.
Fernando Camargo, secretário de Inovação do Mapa, explica que o grande desafio é fazer com a internet chegue efetivamente ao campo e finalmente o Brasil consiga fazer a chamada Agricultura Digital 4.0. “É uma necessidade do produtor e temos a intenção de atender e colocar o Brasil não apenas como usuário de tecnologia, mas também de exportação de inovação. E para isso é preciso conectar ao máximo o campo, para sair na vanguarda dos produtos brasileiros na exportação do agro”, projeta
Segundo o secretário, a Anater tem tudo a ver com esse processo. “A assistência técnica do futuro é a agricultura digital, ou seja, a agricultura a longa distância, por dispositivos móveis, por vídeo, a Internet das Coisas, que tem infinitas possibilidades para o setor agrícola. E o papel da Anater é levar aos rincões e aos produtores que têm menos acesso tecnologia e conhecimento para que todos cheguemos ao mesmo patamar de excelência que o Brasil precisa e merece”, ressalta
CONECTIVIDADE
De acordo com o Departamento de Inovação para a Agropecuária do MAPA, somente de 6% a 9% da agricultura brasileira possui algum tipo de conectividade e há muito a ser trabalhado para mudar essa realidade, inclusive na área urbana. “Hoje, o Brasil tem em torno de 90 mil torres de conectividade na área urbana. Os Estados Unidos têm cinco vezes esse número, algo em torno de 500 mil torres. A China tem dois milhões de torres”, aponta o diretor Luís Cláudio França.
Cleber Soares, diretor da Embrapa, explica que o grupo de trabalho fez a primeira rodada de ideias de como sobrepor camadas de infraestrutura para a conectividade no campo. “O projeto está em fase de construção e nossa expectativa é que ainda em 2019 já tenhamos disponíveis alguns pontos de conexão”, finaliza.
________
Esta notícia foi autorizada para publicação. Créditos à Jerúsia Arruda da Assessoria de Comunicação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater).
Operando on-line e off-line, com o aplicativo SGA Mobile é possível comprovar, por georreferenciamento, que a visita ao produtor foi realmente realizada, ao mesmo tempo em que proporciona ao técnico mais facilidade no preenchimento dos dados e segurança nas informações
Nesta semana, a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) começou a utilizar o aplicativo do Sistema de Gestão de Ater – o SGA Mobile. O aplicativo possibilita o acompanhamento e avaliação das ações do técnico, facilitando a tomada de decisão e melhorando o desempenho no cumprimento das metas propostas através de uma interface amigável. O SGA Mobile é gratuito e está disponível para o sistema Android, podendo ser baixado na Play Store dos dispositivos móveis.
Alexandre Oliveira, Gerente de TI da Anater, explica que a plataforma SGA já possibilita o acompanhamento e avaliação das ações dos projetos realizados pela Anater, em tempo real. “Com o SGA Mobile esse acompanhamento será ainda mais efetivo. Isso porque será possível comprovar, por georreferenciamento, que a visita ao produtor foi realmente realizada, ao mesmo tempo em que proporciona ao técnico mais facilidade no preenchimento dos dados, que são lançados diretamente no aplicativo, dispensando o uso de papel e o retrabalho em digitar as informações que antes eram previamente anotadas”, avalia.
Como muitas propriedades estão fora de área de cobertura da internet, Alexandre explica que outra grande vantagem do SGA Mobile é a operação off-line”. Ainda no escritório, o extensionista planeja a visita no aplicativo, programando as coordenadas da propriedade a ser visitada e cadastrando as atividades que serão realizadas. Depois disso, ele não precisará mais estar conectado à internet, bastando deixar a localização do smartphone ou tablet ligada.
Na propriedade, o produtor visitado será identificado no SGA Mobile por reconhecimento facial, e todas as informações serão lançadas diretamente no aplicativo, sem necessidade de conexão. Quando retornar ao escritório e se conectar à internet, após a visita, as informações lançadas no app serão sincronizadas e lançadas em definitivo na plataforma SGA. Tudo isso de forma simples, e sem utilização de papel”, explica.
Para facilitar ao técnico a utilização do SGA Mobile na realização das atividades individuais em campo, a Anater disponibilizou em seu portal um manual e uma videoaula com orientações, desde a preparação da visita até a validação das atividades na propriedade.
O manual pode ser consultado no link, clicando aqui!
Já a videoaula pode ser acessada pelo link, clicando aqui!
_____________
Esta notícia foi autorizada para publicação. Créditos à Jerúsia Arruda da Assessoria de Comunicação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater).
O Fórum Global de Serviços de Extensão Rural (GFRAS) divulgou as novas orientações para os Extensionistas. O perfil do novo extensionista tem uma visão global dos serviços de extensão e consultoria (EAS) que reinventa e articula claramente o papel dos serviços de extensão no contexto rural em processos de rápidas transformações. Nesse sentido, o Extensionista tem um papel ampliado nos sistemas de inovação agrícola (AIS) e carece de desenvolvimento de novas capacidades em diferentes níveis para desempenhar esse objetivo.
O Kit de Aprendizagem contém 13 módulos concebidos para aprendizagem autónoma, presencial ou combinada e pode ser uma ferramenta útil para (não exclusivamente) o pessoal de campo de extensão, mas também para uso individual, gestores, professores e organizações não governamentais e outras instituições de formação. O processo de desenvolvimento foi concebido e gerenciado como uma jornada interativa de amplas consultas, discussões e feedback de uma ampla gama de partes interessadas.
Os módulos podem ser estudos em conjunto ou como uma pasta de trabalho. É encorajado que cada usuário comece com o Módulo 1: Introdução ao Novo Extensionista, pois ele fornece a base e o contexto através dos quais os outros módulos podem ser compreendidos.
Módulo 1: Introdução ao novo extensionista
Módulo 2: Abordagens e ferramentas de extensão
Módulo 3: Gerenciamento do Programa de Extensão Rural
Módulo 4: Ética Profissional
Módulo 5: Aprendizagem de adultos para mudança comportamental
Módulo 6: Gerenciamento básico de conhecimento e extensão
Módulo 7: Introdução para Facilitação para o Desenvolvimento
Módulo 8: Mobilização Comunitária
Módulo 9: Desenvolvimento Organizacional dos Agricultores
Módulo 10: O papel da extensão nas cadeias de valor
Módulo 11: Empreendedorismo Rural
Módulo 12: Gênero nos Serviços de Consultoria
Módulo 13: Mitigação de riscos e adaptação na extensão
Quer conhecer os módulos e estudá-los?
Acesse o site do GFRAS e baixe todos os documentos norteadores, clicando aqui!
Ou faça um módulo como um curso online e obtenha um certificado, clicando aqui!
Em 2017, um grupo de extensionistas rurais da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba (EMATER-PB) iniciou um debate para construção de uma publicação de viés científico para sistematizar as ações de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER). Com isso, iniciou-se um processo de construção de um livro anual sobre a temática em que haveria participação com capítulos enviados pelos profissionais vinculados as duas entidades sindicais ligadas aos servidores da EMATER-PB: Sindicato dos Trabalhadores em Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba (SINTER-PB) e o Sindicatos dos Agrônomos, Veterinários e Zootecnistas dos Entes Públicos da Paraíba (SINAVEZ).
O primeiro livro foi lançando em 6 de dezembro de 2018, Dia do Extensionista Rural, em Campina Grande-PB, com o título “Extensão Rural: experiências, pesquisa e sindicalismo”, organizado por Ailton Francisco dos Santos e Gustavo José Barbosa, com capítulos produzidos por profissionais da EMATER-PB, EMEPA, IFPB, UFOPA, SINTER-PB e SINAVEZ. As temáticas relacionadas à pesquisa agropecuária e ao sindicalismo estão inseridas no livro devido à relação próxima com as entidades que editaram o trabalho.
Em 2019, os sindicatos planejam lançar um novo volume. No dia 20 de março foi publicada uma chamada de artigos para o segundo volume do livro que receberá contribuições até 30 de junho de 2019. Todavia, o lançamento anual do livro não cessa o trabalho do grupo que o organiza, mas é uma semente na construção de um grupo de pesquisa de abrangência nacional reunindo profissionais, professores e pesquisadores que venham a sistematizar as ações de ATER.
Sobre a Obra
A referida publicação terá como objetivo reunir textos inéditos resultados de atividades de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) com 10 (dez artigos), movimento sindical 02 (dois artigos) e pesquisa científica em agropecuária com 05 (cinco artigos). Serão recebidos textos de servidores da Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regulamentação Fundiária (EMPAER), da direção do SINTER-PB, do SINAVEZ e de entidades sindicais colaboradoras do livro, e de membros de entidades de pesquisa agropecuária. Os textos deverão ser enviados em formato Word para o e-mail: livroater@gmail.com.
Atualmente, o Brasil possui 2.062.256 beneficiários atendidos pelos serviços de Extensão Rural.
Destes, 28% do público beneficiário concentra-se na região Sudeste, 26% na região Nordeste, 22% na região Sul, 13% na região Norte e 11% na região Centro-Oeste, conforme dados da Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (ASBRAER, 2018).
No Brasil, a extensão rural pública oficial possui 5.295 unidades de atendimento distribuídos pelos estados (ASBRAER, 2018).
Os estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina estão entre as cinco unidades federativas que tem maior atuação das empresas oficiais de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER).
Estes estados se constituem referência em extensão rural no país.
O Portal O Extensionista sistematizou os dez estados que representam o maior número de Unidades de Atendimento de ATER por Unidade Federativa (UF):
Minas Gerais: 749 unidades da EMATER-MG
São Paulo: 635 unidades da CATI-SP
Rio Grande do Sul: 513 unidades da EMATER-RS
Paraná: 429 unidades da EMATER-PR.
Santa Catarina: 340 unidades da EPAGRI-SC
Bahia: 325 unidades da Bahiater/SDR
Paraíba: 238 unidades da EMPAER
Goiás: 228 unidades da EMATER-GO
Pernambuco: 209 unidades do IPA
Ceará: 190 unidades da EMATERCE-CE
Os estados brasileiros listados com maior número de unidades de atendimento de ATER foram, justamente, os locais que focaram maior atenção e investimentos financeiros na prestação de serviços de ATER e na mobilização dos agentes de desenvolvimento para qualificar os agricultores.
Distrito Federal, Acre e Maranhão são as unidades federativas que possuem o menor número de atendimentos de ATER com, respectivamente, 23, 27 e 28 unidades.
Referências
Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural – ASBRAER. Rede de Extensão Rural oficial. 2018. Disponível em: http://www.asbraer.org.br/.
As pessoas que se interessam pelo trabalho no campo com nossos agricultores, sem dúvida, apostam em uma especialização na área de Extensão Rural para dar um up no seu currículo. E como resultado, aposta em um perfil de profissional do futuro.
Histórico
👉 Os serviços de Extensão Rural foram oficializados no Brasil em 1948, com a criação de um Programa Piloto de Santa Rita do Passa Quatro, no Estado de São Paulo, e na fundação da Associação de Crédito e Assistência Rural (ACAR) em Minas Gerais.
De lá para cá, a Extensão rural passou por várias fases e processos de reflexão sobre a sua atuação no campo. Algumas escolas são tradicionais na formação de Extensionistas no Brasil.
Tal formação ajuda a desenvolver habilidades, competências e atitudes necessárias para encarar o mercado de trabalho no campo que, cada dia mais, está buscando um profissional multidisciplinar, articulador, mediador e apto a compreender as racionalidades das famílias agricultoras.
TOP 4: Os melhores cursos de Pós-graduação no Brasil
O Portal O Extensionista analisou os programas mais importantes no Brasil, sem qualquer tipo de custo para sua realização. Confira a seguir a lista:
#1
– Programa de Pós-graduação em Extensão Rural (UFSM)
Programa de Extensão Rural da Universidade Federal de Santa Maria
O Programa de Pós-graduação em Extensão Rural (PPGExR) está vinculado ao Departamento de Educação Agrícola e Extensão Rural (DEAER) e ao o Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Oferta pós-graduação em nível de mestrado e doutorado. O mestrado iniciou suas atividades em março de 1975 e o Doutorado foi iniciado em 2008.
É o primeiro curso de Doutorado em Extensão Rural do Brasil e da América Latina, possibilitando um amplo campo de investigação e de trabalho, por ser um dos pioneiros na formação de pesquisadores da área de extensão rural e desenvolvimento.
A primeira defesa de tese ocorreu em 2011, sendo a primeira tese de Doutorado defendida no Brasil e na América Latina. Acesse o curso aqui!
A primeira defesa de tese ocorreu em 2011, sendo a primeira tese de Doutorado defendida no Brasil e na América Latina. Acesse o curso aqui!
#2
– Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural (UFV)
O Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural (PPGER) está vinculado ao Departamento de Economia Rural (DER) e ao o Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Viçosa (UFV).
Oferta pós-graduação em nível de mestrado e doutorado. O mestrado iniciou suas atividades em março de 1968 e o Doutorado foi iniciado em março de 2012. Acesse o curso aqui!
#3
– Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural e Desenvolvimento Local (UFRPE)
O Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural e Desenvolvimento Local (POSMEX) está vinculado a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
O Mestrado iniciou suas atividades em 2004. O Programa de Pós-Graduação não oferta o nível de Doutorado. Acesse o curso aqui!
#4
– Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural (Univasf)
O Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural (PPGExR) está vinculado a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). O Mestrado foi aberto recentemente.
O Programa de Pós-Graduação não oferta o nível de Doutorado. Acesse o curso aqui!
Programa de Pós-Graduação em Extensão
Rural e Desenvolvimento Local – POSMEX. O
Programa. Pernambuco, Universidade Federal Rural de Pernambuco, 2019.
Disponível em: http://www.posmex.ufrpe.br/?q=pt-br/o-programa.