Conab estima produção de grãos em 260,8 milhões de toneladas na safra 2020/2021

A nova estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a colheita de grãos na safra 2020/2021 é de 260,8 milhões de toneladas.  Os dados estão no 10º levantamento da Safra de Grãos, divulgado dia 8.

Segundo a Conab, o plantio tardio de milho segunda safra trouxe impacto para o desenvolvimento das lavouras. Com a semeadura sendo realizada fora da janela ideal, o grão ficou mais vulnerável às condições climáticas registradas no período. “O clima adverso em algumas regiões produtoras influenciou de maneira negativa na produtividade estimada do cereal, e a colheita da segunda safra do grão deve chegar a 66,97 milhões de toneladas, queda de 10,8% se comparada com o período anterior”, explica a Companhia. 

Com a atualização, a produtividade do milho 2ª safra pode chegar a 4.502 quilos colhidos por hectare na atual safra – queda de 17,5% em relação à 2019/2020. Já a área plantada do cereal no período registra aumento de aproximadamente 8,1%, chegando a 14,88 milhões de hectares. Mesmo com os problemas enfrentados, a estimativa de produção total do cereal é superior a 93 milhões de toneladas, uma vez que na 1ª safra a colheita ficou em torno de 24,9 milhões de toneladas e para a 3ª é esperada uma produção de aproximadamente 1,5 milhão de toneladas.

A soja, por sua vez, tem um acréscimo na produção estimado em 11,1 milhões de toneladas para esta safra. Com a colheita encerrada, a oleaginosa atinge um novo recorde de 135,9 milhões de toneladas colhidas, mantendo o Brasil como maior produtor da cultura no mundo.

No caso do arroz a produção estimada está em 11,8 milhões de toneladas, aumento de 5,2% frente ao volume produzido na safra anterior. Deste total, cerca de 92% do produto provêm de cultivos irrigados, enquanto que os 8% restantes têm origem em plantios de sequeiro. Já o feijão, a colheita total deve se manter próxima a 3 milhões de toneladas

Mercado 

De acordo com o levantamento da Conab, as exportações de algodão no segundo semestre de 2021 devem atingir patamares menores do que no ano passado. Esta redução se deve à combinação de uma menor produção na atual safra e de um maior consumo das indústrias nacionais. Neste cenário, a tendência é de recuperação  de 16% nos estoques finais da fibra em relação ao volume divulgado no balanço do mês passado. 

Quanto ao milho, a Conab mantém inalterada suas projeções de importação em 2,3 milhões de toneladas e de exportação em 29,5 milhões de toneladas. No caso da soja, em 2021, é esperado que o país bata recorde de volume exportado, finalizando o ano com cerca de 86,69 milhões de toneladas (4,5% a mais que no ano anterior). Nos seis primeiros meses deste ano, os embarques da oleaginosa somaram 57,56 milhões de toneladas.

Para o trigo é esperado um estoque de passagem para a safra 2021/22 em níveis confortáveis, com volume próximo a 1,8 milhão de toneladas. Por fim, para o arroz as exportações em junho foram 19% menores que as ocorridas no mesmo período do ano passado. A queda é ainda maior quando se considera o acumulado do primeiro semestre, chegando a uma redução de 50% no volume exportado.

Para mais detalhes sobre a produção de grãos no país, acesse a íntegra do Boletim do 10º Levantamento – Safra 2020/21. 

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Créditos:

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)

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Para que serve o rolo-faca: conheça esse equipamento usado no plantio direto

Para conduzir suas lavouras no sistema de plantio direto, a família de Gelson Giombelli, residente na Linha Gaúcha, em Descanso, adquiriu recentemente o primeiro rolo-faca fabricado no município. A família, que recebe acompanhamento da Epagri, conduz mais de 80 hectares de lavouras e tem na produção de grãos uma das principais fontes de renda. “Eles necessitavam dessa ferramenta para complementar o conjunto de equipamentos que a propriedade possui e que são utilizados no manejo, na semeadura e na condução das lavouras no sistema de plantio direto”, conta o engenheiro-agrônomo Zolmir Frizzo, extensionista da Epagri em Descanso.

O que é um rolo-faca

Nas décadas de 1980 e 1990, muitos agricultores usavam o rolo-faca para manejar as culturas de inverno e de verão, mas o uso desse equipamento foi se perdendo com o aumento da aplicação de herbicidas nas lavouras. “Hoje ele é fundamental para as propriedades que estão dispostas a realizar melhorias em seus sistemas de produção nos conceitos dessa agricultura que preconizamos”, explica Zolmir.

Manutenção da palhada melhora as características físicas, químicas e biológicas do solo

O rolo-faca faz um amassamento uniforme das plantas de cobertura ou dos restos da cultura anterior, mantendo toda a palhada sobre o solo. Zolmir explica que a manutenção da palhada melhora as características físicas, químicas e biológicas do solo e é um dos pilares do plantio direto. “Esse sistema também prevê o mínimo ou o não revolvimento do solo, a rotação de culturas, a sucessão e/ou o consórcio de outras culturas de espécies diferentes”, acrescenta.

Quando utilizar

O acamamento com rolo-faca deve ser realizado quando as plantas de cobertura estão no estágio máximo de acumulação de reservas, isto é, quando as sementes estão na fase de grão leitoso. “Nesse momento, a planta concluiu o ciclo de crescimento radicular e da parte aérea, armazenando nutrientes em suas estruturas. Acamadas, em breve devolverão ao solo essas reservas. Esse é o princípio do sistema de plantio direto – sempre existindo planta e raiz no sistema, atendendo um dos grandes dizeres do conservacionismo: ‘colher-plantar, plantar-colher’”, diz o agrônomo da Epagri.

Thiago Ansolin Giombelli mostra o equipamento usado pela família no plantio direto de grãos

O rolo-faca utilizado pela família Giombelli foi fabricado pela Tornearia e Mecânica Masiero em ferro carbono, com área de trabalho de 4,4 metros e pistões para recolher os rolos laterais do chão, facilitando as manobras e o transporte do equipamento. “Ele será muito importante para atender os princípios da agricultura conservacionista que a propriedade já vem realizando”, reforça Zolmir.

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Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI)

Epagri tem boas estimativas para safra de verão 2020/21

A Epagri realizou na tarde da terça-feira, 15, evento on-line para apresentar as estimativas para a safra de verão 2020/21 em Santa Catarina. Esse ano a apresentação teve novidades, com a inclusão da maçã, da banana e da mandioca, e também da previsão climática para os próximos três meses. De modo geral, a indicação é de crescimento nas principais culturas agrícolas do Estado, na comparação com o ciclo 2019/20.

A tendência de confirmação do La Niña na primavera foi o destaque da apresentação de Gilsânia Cruz, meteorologista do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de SC (Epagri/Ciram). Ela informou que, em decorrência do fenômeno, a previsão climática para setembro, outubro e novembro indica chuva variando entre normal a abaixo da média, com distribuição irregular no tempo e no espaço. A temperatura deve ficar acima do normal para o período. 

Algumas características vão marcar a próxima safra de verão, entre elas o mercado aquecido para as principais culturas. O aumento do recurso disponível para a safra e a redução dos juros também foram ressaltados pela analista, que chamou atenção ainda para a elevação dos custos de produção, causada pelo impacto do dólar alto nos produtos que utilizam insumos importados.

Grãos

Área plantada do milho silagem vem crescendo à taxa média de 13,6% ao ano

Se as estimativas se confirmarem, o arroz deve chegar ao final da safra 2020/21 com uma produtividade de 8.418 kg/ha, aumento de 0,32% em relação ao último ciclo agrícola. O total produzido esperado é de 1.258.123t. Na safra 2019/20 o grão já alcançou produtividade acima média, quando ficou em 8.391kg/ha.

O feijão primeira safra pode trazer surpresas, caso os preços pagos ao produtor permaneçam em alta. Segundo a Epagri/Cepa, essa cultura enfrenta média histórica de queda de -7,17% na área plantada a cada ano. Contudo, para safra 2020/21 a expectativa é de que a área plantada caia apenas -0,8% em relação ao período anterior. Se o cenário se confirmar, a quantidade produzida do grão deve chegar a 72.553t, volume 15,36% superior à safra 2019/20. A produtividade deve crescer 16,29% entre uma safra e outra.

A soja deve encerrar a safra de verão com uma produção de 2.456.005t, índice 7,02% maior que no ciclo 2019/20, mas ainda inferior à média de crescimento anual, que é de 10,85%. A produtividade desde crescer 6,87% entre uma safra e outra, encerrando o ciclo em 3.575kg/ha.

O milho grão primeira safra deve ter a área de plantio aumentada em 3,14%, o que contraria uma tendência histórica de queda média anual de -4,28%, espaço que vinha sendo perdido para a soja. Mais uma vez, a explicação é o preço elevado no mercado. Caso as expectativas se confirmem, o total produzido vai ficar em 2.827.170t, superando em 12,31% o total produzido no ciclo passado. A produtividade deve ser de 8.532Kg/ha, índice 8,9% maior que no ciclo 2019/20, o que representa uma recuperação de perdas da safra passada.

No caso do milho silagem, a área plantada vem crescendo historicamente à taxa média de 13,6% ao ano. A quantidade produzida deve ser 7,29% maior do que na safra 2019/20 e a produtividade vai crescer 5,93% neste período.

Hortaliças

É a primeira vez que mandioca entra nas estimativas da Epagri/Cepa

A batata deve enfrentar queda de -11,43% na quantidade produzida em relação à safra anterior, acompanhada de diminuição de -7,81% na área plantada. A produtividade do tubérculo deve cair -3,92% entre as duas safras.

Embora ainda ocupe uma área pequena, o tomate vem ganhando espaço no Estado, com crescimento médio anual 7,87% na área plantada. A quantidade produzida na próxima safra deve ficar em 149.388t, volume 5,19% maior do que o registrado em 2019/20. A produtividade vai sofrer uma pequena queda de -1,76%.

Para a próxima safra, a Epagri incluiu nas estimativas a mandioca indústria e de mesa. Como é a primeira vez que a safra será medida, não há dados comparativos com períodos anteriores. A mandioca indústria deve encerrar o ciclo com 149.617t produzidas em 6.525ha e produtividade de 22.801kg/ha. A mandioca de mesa vai ter área plantada de 8.345ha, que devem produzir 162.236t, num índice de produtividade de 19.441Kg/ha.

Frutas

Crescimento na área plantada é destaque na maçã

banana é uma importante cultura para agricultura familiar. A caturra deve fechar o ciclo 2020/21 com 632.009t produzidas, volume 1,54% maior que na safra anterior. A banana-prata deve ter aumento de 16,58% na produção, apesar da queda de -1,83% na área plantada. Ao final da safra 2020/21 Santa Catarina deve ter produzido 127.995t de banana-prata.

No caso da maçã-fuji, o destaque será o crescimento de 10,38% na área plantada, o que supera o aumento histórico de 2,22% ao ano. Como reflexo, a quantidade produzida vai ser 16,11% maior, num total de 292.634t. A produtividade vai ficar em 33.976kg/ha, crescimento de 5,19%, o que contraria a média histórica de queda de -1,43% ao ano.

A maçã-gala também verá a área de colheita crescer expressivamente, numa variação de 20,42% entre a safra 2019/20 e a posterior. Assim, a quantidade produzida vai crescer 14,5%, apesar da expectativa de queda de -5,21% na produtividade. Ao final da próxima safra de verão espera-se que Santa Catarina tenha produzido 353.923t de maçã-gala.

A Epagri/Cepa também fez a estimativa para a maçã precoce, cuja cultura está em crescimento acelerado no Estado. A expectativa é de que na safra 2020/21 Santa Catarina produza 82,41% a mais dessa fruta do que no ciclo anterior, encerrando a safra com 22.918t colhidas. Historicamente, essa produção vinha crescendo 5,65% ao ano, reflexo do aumento de anual médio de 6,53% na área plantada.

Tabaco

O tabaco vai experimentar aumento de 3,89% na quantidade produzida e de 1,54% na produtividade na comparação entre as duas safras. As taxas significam uma recuperação das perdas verificadas no ciclo 2019/20.

Informações e entrevistas

· Previsão climática: Gilsânia Cruz, meteorologista da Epagri/Ciram, pelo fone (48) 3665-5007
· Previsão de grãos: Haroldo Tavares Elias, analista de socioeconomia da Epagri/Cepa, pelo fone (48) 99618-5006
· Previsão de hortaliças e tabaco: Jurandi Teodoro Gugel, analista de socioeconomia da Epagri/Cepa, pelo fone (48) 99695-5139
· Previsão de frutas: Rogério Goulart Junior, analista de socioeconomia da Epagri/Cepa, pelo fone (48) 99971-3991

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Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI)

BOLETIM AGROPECUÁRIO EPAGRI/CEPA

Janeiro registrou um recorde de receitas geradas pelas exportações catarinenses de carne suína em um mês. Nos primeiros 30 dias de 2020, o Estado registrou faturamento de US$ 91,76 milhões com a exportação dessa proteína, alta de 1,7% em relação ao mês anterior e de 74,2% na comparação com janeiro de 2019. Os dados são do mais recente Boletim Agropecuário do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa), que informa ainda que no ano de 2019 Santa Catarina viu a produção de proteínas crescer. No ano que passou o Estado produziu 6,9% a mais de frango, 6% mais de bovinos e 7% a mais de suínos, em comparação com 2018.

Pecuária

O recorde no faturamento da exportação de carne suína é resultado do crescimento no volume exportado. Em janeiro, Santa Catarina exportou 38,56 mil toneladas de carne suína (in natura, industrializada e miúdos), alta de 2% em relação ao mês anterior e de 31,6% na comparação com janeiro de 2019. Esse é o segundo maior volume já exportado num único mês, ficando atrás apenas de julho de 2018.

Por outro lado, a exportação de frango enfrentou queda. No primeiro mês do ano, Santa Catarina exportou 77,84 mil toneladas de carne de frango (in natura e industrializada), queda de 14,8% em relação ao mês anterior e de 23,0% na comparação com janeiro de 2019. Essa foi a menor quantidade exportada pelo estado desde junho de 2018. As receitas de janeiro foram de US$ 134,47 milhões, queda de 15% em relação ao mês anterior e de 21,6% na comparação com janeiro de 2019.

O preço médio estadual do boi gordo em Santa Catarina registra queda de 7,4% na comparação entre fevereiro deste ano e dezembro de 2019. Quedas ainda maiores que a média estadual são observadas nas duas praças de referência nesse período: -20,2% em Chapecó e -9,6% em Lages. Esse movimento já era esperado, pois janeiro e fevereiro normalmente são meses em que o consumo cai. Essa queda natural foi impulsionada pelos altos preços da carne bovina em 2019. Por conta disso, o consumidor substituiu a proteína por outras de origem animal, o que ajudou a puxar os preços para baixo. Contudo, quando se compara a média preliminar de fevereiro com o mesmo mês de 2019, as variações são positivas em todos os casos: 6,8% em Chapecó, 14,8% em Lages e 21,4% na média estadual.

Para os produtores de leite a notícia é boa, já que o preço médio recebido pelos pecuaristas catarinenses em fevereiro ficou acima do recebido em janeiro. A entressafra que se aproxima e o encarecimento das importações devem estimular novas elevações nos próximos meses. 

Grãos

O mercado do arroz segue aquecido em Santa Catarina. Até o momento quase 18% da área plantada na safra 2019/20 já foi colhida e a expectativa é de safra normal.

O feijão terá uma safra maior que a anterior, apesar dos problemas com a estiagem. Quase 60% da área de primeira safra está colhida.

No caso do milho, os preços permanecem fortalecidos no início do ano, mesmo com o avanço da colheita no Sul do Brasil. No Oeste e Santa Catarina já foram colhidos 85% da área plantada. No Planalto (Curitibanos, Campos Novos e Canoinhas/Mafra) a colheita está no início, registrando em torno de 5 a 10% de área colhida até o início de fevereiro.

A soja manteve os preços em função da cotação do dólar frente ao real no início de fevereiro e apesar do impacto do coronavirus no mercado internacional das commodities. A colheita avança no Oeste catarinense, alcançando 60%. Nas demais regiões, os trabalhos de colheita estão na fase inicial.

O trigo vai enfrentar redução de 5,0% em relação à safra 2018/19. A estimativa é de que a produção estadual chegue a 154,5 mil toneladas.

Hortaliças

O Mercado do alho está aquecido internamente. As importações de janeiro foram maiores que no mês anterior, mas não chegaram a afetar as boas perspectivas de mercado para os produtores catarinenses. A safra já foi toda colhida em Santa Catarina e a comercialização segue em ritmo normal.

A safra da cebola em Santa Catarina segue em ritmo normal de comercialização. Até agora os preços pagos ao produtor foram ligeiramente abaixo do custo médio de produção. A expectativa é de que a partir do próximo mês seja possível alguma melhora nos preços pagos ao produtor, puxados pela oferta dos materiais mais tardios, que apresentam maior aceitação pelo consumidor, e também pela gradual redução nos estoques da região Sul, que é a grande fornecedora da hortaliça ao mercado nacional nos próximos meses.

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Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI)

EPAGRI/CEPA APONTA BOM MOMENTO PARA PECUÁRIA, CULTIVO DE GRÃOS E ALHO EM SC

O primeiro Boletim Agropecuário de 2020 elaborado pelo o Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) vem com boas notícias para os produtores catarinenses de grãos, alho, frango, bovinos e suínos. O documento é uma publicação mensal que reúne informações conjunturais de alguns dos principais produtos agropecuários de Santa Catarina.

Grãos

Os preços do arroz continuam em alta. A expectativa de redução da oferta interna pelas dificuldades climáticas enfrentadas no Rio Grande do Sul tem mantido os preços elevados. A safra catarinense está com 75% em floração e 1% em maturação.

Em 2019, os preços do feijão registraram forte oscilação. O mercado iniciou o ano com altas expressivas, acima de R$200,00/saca. Com a entrada da terceira safra proveniente dos cultivos irrigados do Centro-Oeste, em maio, os preços começaram a baixar. Em dezembro, no mercado catarinense, o feijão carioca manteve tendência de alta, registrando aumento de 7,35% em relação a novembro.

Os preços do milho continuam em elevação em dezembro e janeiro. Exportações recordes, menor safra americana e maior consumo interno estão mantendo os preços em alta. No estado, na segunda quinzena de janeiro inicia a colheita no extremo Oeste e em áreas do vale do Rio Uruguai. No Planalto Sul há registro de falta de chuvas que poderá diminuir o potencial produtivo das lavouras.

No mercado de soja, em Santa Catarina, os preços apresentaram nova reação em dezembro. O dólar em alta, a redução da safra americana e o maior consumo interno para ração têm mantido os preços fortalecidos no Brasil.

Depois de muita negociação, a soja americana está livre para compra pela China. Dessa forma, o Brasil perde força na venda para a China e passa a disputar mercado com os EUA. O cenário em 2020 será norteado pela amplitude dos acordos entre EUA e China.

Os preços do trigo de melhor qualidade (PH78) tiveram alta de 1,15% em dezembro. Os produtores catarinenses receberam, em média, R$ 43,00/saca de 60kg, contra R$ 42,51 em novembro.

Hortaliças

A comercialização da safra catarinense de alho está em pleno andamento. O mercado está aquecido e os preços pagos ao produtor estão acima do custo de produção.

A safra de cebola em Santa Catarina é uma das maiores dos últimos anos. A comercialização está fluindo, mas os preços ao produtor estão abaixo do custo de produção. A orientação é de que a comercialização seja escalonada para evitar super oferta, que pode forçar a baixa nos preços.

Pecuária

Em 2019, Santa Catarina exportou 1,26 milhão de toneladas de frango, 0,28% abaixo de 2018. As receitas foram de US$ 2,19 bilhões, aumento de 3,06% em relação ao ano anterior. O resultado deve-se, principalmente, à melhoria no valor médio da tonelada de frango no mercado internacional, especialmente no 1º semestre de 2019.

O estado respondeu por 31,71% do valor das exportações brasileiras de carne de frango em 2019. Apesar da queda no volume embarcado, foi o segundo melhor resultado da série histórica (que inicia em 1997) em termos de quantidade, atrás apenas de 2018. Em termos de receitas, no ano passado obteve-se o terceiro maior valor já registrado. Ou seja, apesar de algumas variações negativas, o ano foi bastante positivo para o setor.

Os preços do boi gordo em Santa Catarina mantiveram-se estáveis no ano passado, com leve tendência de alta. A partir de novembro foram registradas altas significativas. Na comparação entre os preços de dezembro de 2019 e os do mesmo mês do ano anterior, há variações significativas nas duas praças de referência: 36,29% em Chapecó e 31,36% em Lages. A média estadual também apresentou alta expressiva: 33,25%.

As exportações catarinenses de carne suína tiveram crescimento significativo em 2019: foram embarcadas 411,36 mil toneladas, aumento de 14,26% em relação ao ano anterior. Nas receitas, o incremento foi ainda mais expressivo: US$ 856,61 milhões, alta de 30,98%. Tais resultados representam um recorde histórico nas exportações de carne suína do estado, tanto em valor como em quantidade.

Santa Catarina foi responsável por 55,80% da quantidade e 54,13% das receitas brasileiras com exportação de carne suína em 2019. Os resultados devem-se principalmente ao crescimento dos embarques para a China, em decorrência do surto de peste suína africana que atinge aquele país. Em relação a 2018, as exportações para a China cresceram 60,80% em quantidade e 88,8% em valor. China e Hong Kong responderam por 60,76% das receitas catarinenses com exportação de carne suína em 2019.

A produção brasileira de leite teve crescimento discreto em 2019. As importações foram menores, as exportações foram maiores e os preços aos produtores foram superiores aos de 2018.

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Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Cinthia Andruchak Freitas – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI

Epagri publica Boletim Agropecuário do mês de junho de 2019

Milho recupera área plantada em Santa Catarina

A recuperação da área plantada e o aumento da produtividade do milho são as grandes notícias da mais recente edição do Boletim Agropecuário, documento que apresenta as principais informações conjunturais referentes ao desenvolvimento das safras, da produção e dos mercados para os produtos agrícolas catarinenses selecionados. O Boletim, que é publicado mensalmente pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa), também aponta alta nos preços pagos ao produtor pelo arroz e feijão e crescimento expressivo nas exportações de carne suína e de frango.

Grãos

Os números finais da safra 2018/19 confirmam a recuperação em 7,24% na área cultivada de milho, primeira e segunda safras, em relação à safra 2017/18, chegando a um total de 346.111ha de área plantada com o grão em Santa Catarina. A produtividade foi a segunda maior entre as três últimas safras, alcançando 8.286kg/ha. No total das duas safras, a produção estadual de milho ficou em 2,89 milhões de toneladas. Apesar da excelente safra nacional, estimada em 98,5 milhões de toneladas, os preços reagiram em junho, recuperando parte das perdas dos últimos meses.

Foto: Nilson Teixeira / Epagri

O arroz está com a safra encerrada e preços que seguem em alta em razão da menor oferta interna. Quem também está comemorando bons preços é o produtor de feijão. A saca de feijão carioca foi comercializada no primeiro semestre de 2019 por um valor 127% maior do que o praticado no mesmo período do ano anterior. Para os produtores de feijão preto, o ganho monetário no semestre chega a 20%.

A soja apresentou recuo de 2% na área plantada no Estado, com 670 mil hectares cultivados e produção estimada em 2,35 milhões de toneladas. Os preços reagiram em junho, mas os produtores seguram o produto, à espera de melhores cotações. O trigo estava com 61% da área plantada na primeira semana de julho. A expectativa da Epagri/Cepa é de redução de 8% na área cultivada, decorrente dos altos custos de produção.

Hortaliças

Os preços do alho apresentaram boa recuperação e os cultivos catarinenses seguem bem, sinalizando boas perspectivas para a safra 2019/20. A cebola é outra hortaliça que vê subida no preço, impulsionado pela redução na importação e oferta mais ajustada da produção nacional.

Pecuária

As carnes de frango e suína experimentaram importante incremento nas exportações nos primeiros seis meses de 2019. No primeiro semestre deste ano, Santa Catarina exportou 727,46 mil toneladas de carne de frango, com faturamento de US$ 1,26 bilhão, o que representa um aumento de 58,77% em quantidade e de 60,48% em valor, quando comparado ao mesmo período de 2018. O Estado foi responsável por 37,02% das receitas brasileiras geradas pela exportação de carne de frango de janeiro a junho.

Já a carne suína teve sua exportação ampliada em 44,53% no primeiro semestre de 2019 em relação a igual período de 2018. Nesses primeiros seis meses o faturamento chegou a US$ 392,51 milhões, expansão de 42,18% na comparação com o ano anterior. Santa Catarina foi responsável por 56,19% das receitas e 58,67% da quantidade de carne suína exportada pelo Brasil de janeiro a junho, consolidando-se como principal exportador de carne suína do país.

No sentido contrário, a carne bovina enfrentou queda de 1,92% em quantidade e 15,76% em valor exportado no primeiro semestre de 2019, na comparação com o mesmo período do ano anterior. No acumulado de janeiro a junho, foram exportadas 2,11 mil toneladas, com faturamento de US$ 5,99 milhões. Hong Kong foi o destino de 59,54% da carne bovina exportada pelo estado este ano.

Os produtores de leite sofreram com queda significativa dos preços no mês de julho. O cenário traçado pela Epagri/Cepa não é promissor, com possibilidade de novas quedas nos próximos meses.

Leia a íntegra do Boletim Agropecuário aqui!

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Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI).