Cadeia produtiva do leite vai realizar campanha nacional para estimular o consumo do produto no país

Tema foi debatido durante reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados.

Campanha da 1ª Semana do Leite, prevista para ocorrer na primeira quinzena de novembro, foi o tema central da 18ª Reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), realizada dia 17 de setembro. O órgão consultivo e propositivo é constituído por 30 instituições membros e convidados permanentes.

Em mensagem transmitida durante a reunião, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, destacou a relevância do setor de leite para o desenvolvimento do país. “Movimenta a economia, contribui para o PIB Nacional, gera emprego e renda para milhares de brasileiros, em todos os elos da cadeia produtiva, do produtor familiar aos grandes laticínios, dos distribuidores aos minimercados, que levam o produto às mãos do consumidor. O Brasil, como um dos maiores produtores de leite do mundo, precisa valorizar, aqui e no exterior, os pontos positivos do setor lácteo”.

Este será um dos objetivos da 1º Semana do Leite: reunir produtores, laticínios e supermercados em um projeto exclusivo para mostrar a importância econômica e a saudabilidade desse alimento e seus derivados. “Uma campanha já foi pensada para ter desdobramentos futuros para todos os públicos e idades”, disse Tereza Cristina.

A ministra destacou que esse será apenas o primeiro passo para fomentar o setor. “Estamos preparando mais ações para divulgar a importância e a qualidade do leite e seus derivados produzidos aqui no Brasil. A ideia é que essa ação seja de longo prazo e faça parte do calendário anual deste segmento. O leite e seus derivados são essenciais para o crescimento do Brasil e dos brasileiros, alimentam as pessoas e a economia”. 

O presidente da Câmara Setorial e da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura do Brasil (CNA), Ronei Volpi, falou sobre as boas perspectivas do setor. “Nós, que há pouco mais de 20 anos éramos o maior importador mundial de lácteos, hoje temos a segurança do abastecimento e também da segurança alimentar de 215 milhões de brasileiros e estamos partindo para um tempo breve em que seremos também um player no mercado internacional de lácteos”, afirma Volpi.

O secretário adjunto de Política Agrícola do Mapa, José Ângelo Mazzillo Júnior, garantiu que o Mapa não mede esforços para apoiar o setor. “Temos a convicção de que o Brasil tem potencial para ser a maior bacia leiteira do mundo. Então, esse evento vai ajudar a criar esse ambiente pró-leite, que a gente precisa resgatar e que precisa potencializar”.

Para construir a campanha de forma coletiva, foram realizadas reuniões com a participação de representantes do Mapa, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), de cooperativas, indústrias e produtores, da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), da Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos) e outros parceiros. “Acredito que nós estamos aqui fazendo história e que essa ação será a primeira de várias que virão. Nós temos toda a capacidade de mostrar que o nosso setor consegue agir de forma coordenada e esse trabalho que está para ser iniciado é um exemplo disso”, disse o consultor da Câmara Setorial, Marcelo Martins.

A campanha visa mostrar que a cadeia produtiva do leite é fundamental para a saúde dos brasileiros, com seus nutrientes; para a economia, com a geração de empregos diretos e indiretos; para o meio ambiente, com boa alimentação e bem-estar animal; e para o país, que se desenvolve com o crescimento de todos os setores envolvidos. 

O Brasil é o 4ª maior produtor de leite do mundo, produz mais de 34 bilhões de litros por ano. Dos 5.570 municípios brasileiros, 99% são produtores de leite. São mais de 1 milhão de produtores nacionais, a maioria da agricultura familiar. O setor movimenta mais de R$ 100 bilhões ao ano, gerando mais de 4 milhões de empregos no campo. 

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Créditos:

Fonte: MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

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Família Cruvinel foca na pecuária familiar no município de Dom Bosco, MG.

A família se dedica à pecuária leiteira e de corte, além de  produtos para o autoconsumo, o que propicia  amparo para que os filhos ingressem no ensino superior.   

Nessa reportagem a equipe do Portal Extensionista entrevista a Família Cruvinel que desenvolve a atividade de produção leiteira no município de Dom Bosco-MG. Nessa experiência é possível perceber  o crescimento  da família durante os sete anos na propriedade.

A HISTÓRIA 

O senhor Júlio César Cruvinel é natural da cidade de Patos de Minas – MG , onde residiu  durante muitos anos. Aos 17 anos, ingressou no curso de Técnico Agrícola. Aos 18 anos, abandonou o curso e se alistou no Exército Brasileiro, permanecendo por cerca de um ano e meio. Após esse período, retornou à escola agrícola onde se formou. Ainda recém-formado, conseguiu um emprego em uma loja de implementos agrícolas onde trabalhou durante alguns anos. Graduou-se em Matemática, trabalhou como técnico em supermercados e lecionou matemática em escolas estaduais em Minas Gerais. 

A matriarca da família, Lucimar Aparecida Costa Cruvinel, teve sua infância no campo, auxiliando os pais nas atividades realizadas na fazenda onde residia. Aos 18 anos, mudou-se para a área urbana a fim de estudar e buscar melhor qualidade de vida. Formou-se em pedagogia e iniciou  o trabalho na área.

Entre as idas e vindas,  Júlio e Lucimar se conheceram, casaram e tiveram um casal de filhos: Letícia Costa Cruvinel e Higor Cesar Costa Cruvinel. Lucimar e Júlio sempre trabalharam para conquistar o seu patrimônio, os quais  pertencem à família. 

A família foi poupando dinheiro até conseguir adquirir as propriedades. Atualmente, os genitores da família Cruvinel estão completando 25 anos de casados, sendo que Júlio está aposentado e dedica boa parte do tempo às atividades realizadas nas propriedades da família. 

PRINCIPAL ATIVIDADE ECONÔMICA DA FAMÍLIA

A Agropecuária Cruvinel é a denominação das três propriedades da família que juntas possuem cerca de 110 hectares. A sede onde a família possui casa e mantém a atividade leiteira está localizada no Assentamento Tamboril, a 10 km da área urbana do município de Dom Bosco-MG. A família adquiriu a propriedade no ano de 2014. As outras duas propriedades também estão situadas no município de Dom Bosco-MG, local em que se investe no gado de corte. 

Desde o início, a produção de leite é a principal fonte de renda da família e, atualmente, possui ordenha mecânica com uma produção média diária de 200 litros, que são entregues à cooperativa Cooperativa Agropecuária do Vale do Paracatu Ltda. (Coopervap). Esse histórico produtivo é um avanço significativo comparado aos outros anos, sendo que, em 2014, a média mensal não ultrapassava 20 litros de leite. A família Cruvinel também cria gado de corte nas propriedades. Anualmente, também é  produzida silagem para alimentação do gado leiteiro. 

A diversificação de culturas, já realizadas pela família, envolvem o plantio de melancia e maracujá sendo que a produção é comercializada nos  municípios mais próximos. Também é cultivado um pomar com as frutíferas: manga e goiaba. Há também a criação de frangos para o autoconsumo.

A IMPORTÂNCIA DA MÃO DE OBRA FAMILIAR

O filho Higor, atualmente com 23 anos, auxilia nas atividades realizadas na fazenda desde 2014, trabalhando e estando à  frente de todas as decisões tomadas em conjunto com os  pais. Em 2019, mudou-se para Brasília para estudar, sendo que hoje está matriculado no 5° período do curso de Agronomia. Devido à pandemia, se deparou com a necessidade de retornar à propriedade, onde desde 2020 trabalha e, ao mesmo tempo, da seguimento à graduação no modelo de ensino remoto emergencial – ERE. Durante o período em que esteve na unidade de produção, procurou ampliar seus conhecimentos realizando cursos extras. 

A filha mais nova do casal, Letícia, atualmente com 17 anos, está matriculada no curso de Direito e sempre que possui tempo disponível também auxilia nas atividades realizadas, como tratar o gado e na ordenha das vacas.

Lucimar Aparecida leciona aulas no município de Brasilândia de Minas-MG onde permanece durante os dias da semana, sendo que a cidade está situada a 60 km de Dom Bosco-MG. Nos finais de semanas ela passa na propriedade junto com a família. No meio rural, é comum mulheres dedicarem-se à docência como uma estratégia de aumentar a renda não-agrícola e fortalecer a família no campo. 

Ordenha manual realizada por Higor Cruvinel

O FUTURO DA  AGROPECUÁRIA CRUVINEL

A família Cruvinel tem planos de melhorias para a propriedade. O filho Higor se capacitou no curso de inseminação artificial em bovinos, e começará a realizar o procedimento no gado leiteiro da propriedade, buscando melhoria genética e o aumento da produção.

Como próximo passo, a família pretende implantar um pivô de 8 hectares na área da unidade de produção. Para tanto, pleitearam linhas de créditos oferecidas no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF). Também pretendem cultivar três safras anualmente na mesma área. A melhoria da propriedade acontece gradativamente, sendo que em sete anos a família já ampliou muito sua produção.

Esse caso da Família Cruvinel é mais um exemplo de sucesso em atividades que envolvem o fortalecimento da Agricultura Familiar no Brasil.

Futuras matrizes leiteiras da propriedade

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Esta notícia foi criada com incentivo do Programa de Bolsas de Apoio à Cultura e à Arte (Procarte) da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). 

Elaboração: Maria Eduarda Cardoso Ferrari (Bolsista) 

Informações e revisão: Higor Cesar Costa Cruvinel

Fotos: Higor Cesar Costa Cruvinel

Revisão final: Prof. Dr. Ezequiel Redin, Michele Weber Lorenzoni; Romário da Silva Santana; Janice Queiroz de Pinho Gonçalves;

Relação entre oferta e demanda provoca alta no preço pago ao produtor de leite em SC

Produtores catarinenses de leite receberam em setembro em média R$1,87 pelo litro do alimento, com parte deles recebendo mais de R$2,00 por litro. Os dados são do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa).

Parte dos produtores de leite em SC receberam mais de R$ 2,00 pelo litro em setembro

O Conseleite/SC estabelece a cada mês o valor projetado do leite, que serve de base para o que os produtores receberão no mês seguinte. Em setembro esse valor ficou em R$1,8276, o segundo maior desde 2007, quando tem início a série histórica. É superado apenas pelos cerca de R$2,00 de julho de 2016, quando considerada a inflação do período. Em agosto, o produto já tinha alcançado valores bem superiores aos parâmetros históricos em Santa Catarina. Naquele mês o leite teve o preço fixado em R$1,7288, um pouco acima do projetado, que era de R$1,6943.

Combinação

Tabajara Marcondes, analista do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa) explica que esta elevação histórica de valores se deve a uma combinação de fatores relacionados à oferta e demanda.

Segundo ele, a produção de leite no Brasil ficou aquém do esperado no primeiro semestre de 2020. Nestes seis meses, a indústria de lácteos recebeu praticamente o mesmo volume de leite captado em igual período de 2019, um acréscimo de apenas 0,4%. As importações também não foram altas. “Embora tenha havido aumento das importações em julho e agosto, somando os volumes de 2020 as importações ficam abaixo do ano passado”, observa o analista.

Se a oferta não cresceu, a demanda sim, principalmente como reflexo da pandemia causada pela Covid-19. O isolamento social forçou famílias a se alimentarem mais em casa. O auxílio emergencial, pago pelo governo federal à famílias de baixa renda por conta da crise sanitária, também ajudou a incluir o alimento no cardápio de muitas famílias que, por falta de recursos financeiros, não o consumiam ou o faziam em pequena quantidade.

Redução

Na avaliação de Tabajara, é pouco provável que os preços pagos aos produtores de leite catarinenses se mantenham nesse patamar elevado nos próximos meses. “Alguns derivados lácteos já dão sinais de queda no mercado atacadista”, relata o técnico da Epagri/Cepa. Isso porque a oferta do produto nacional e as importações começam a crescer. A redução no valor do auxílio emergencial e do número de beneficiados também devem reduzir a demanda.

“O aumento da oferta e a diminuição na capacidade de compra tendem a reverter o mercado de lácteos rapidamente nos meses finais de 2020”, adianta Tabajara. Neste cenário, principalmente a partir de novembro, os preços recebidos pelos produtores deverão ficam bem abaixo dos verificados neste mês de setembro.

Informações e entrevistas
Tabajara Marcondes, analista da Epagri/Cepa, pelo fone (48) 99931-9147

Informações para a imprensa
Gisele Dias, jornalista, pelo fone (48) 99989-2992

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Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI)

Trabalho da ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL eleva a qualidade do leite em propriedades rurais de SC

Em 2019, 8.640 famílias foram orientadas pela Epagri em temas ligados à qualidade do leite.

Para colocar um leite de melhor qualidade na sua mesa, a gente trabalha no campo. É o cuidado do pecuarista que garante que esse alimento saia da propriedade com qualidade superior, atendendo as exigências da legislação e do mercado. Esse esforço acompanha todas as etapas da produção. São medidas que envolvem o piqueteamento das pastagens, o manejo e o bem-estar dos animais, a sanidade do rebanho e o controle de mastite, por exemplo.

A sala de ordenha, quando é bem projetada, torna o trabalho eficiente e humanizado. Os equipamentos adequados não só facilitam a ordenha e a higienização, mas também dão conforto para os animais. Tudo isso, aliado à higiene do processo e ao resfriamento do leite, impacta diretamente nas características do alimento.

Esse assunto está entre as principais diretrizes da Epagri na área de pecuária. Melhorar a qualidade do leite é alvo de pesquisas e do trabalho de assistência técnica e extensão rural realizado em todo o Estado. Em 2019, 8.640 famílias foram orientadas em temas ligados à qualidade do leite.

A Epagri também trabalha o tema nas mais de 250 Unidades de Referência tecnológica (URTs) de pecuária leiteira que acompanha no Estado. São propriedades modelo que adotam as tecnologias da Empresa e cujos resultados motivam outros produtores a seguir no mesmo caminho. Hoje, a maioria dessas URTs produz leite de qualidade muito superior às exigências da legislação.

            Lucas Krug melhorou indicadores técnicos e econômicos da produção

Isso é valorizado pelos laticínios, que pagam entre 9% e 12% acima do preço médio ao produtor. A URT da família Krug, em Presidente Getúlio, tem 30 vacas em lactação e produz 10 mil litros de leite por mês. São 10ha de pastagens perenes divididas em piquetes onde há sombra e água para os animais.

Todos os dias, as vacas entram em um piquete limpo, com pastagens novas, seguem para a ordenha sem excesso de barro no úbere e nos tetos, facilitando a higienização, e depois voltam para o pasto. “Isso foi o que mais ajudou a diminuir a mastite e melhorar a qualidade do leite. Com ajuda da Epagri, começamos a adaptar nosso sistema e estamos vendo bastante resultado não só na parte técnica, mas na econômica também”, comemora o jovem Lucas Krug.

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Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI)

Epagri avaliou trabalho com propriedades produtoras de leite da região de Chapecó

Na sexta-feira, 18, a Epagri apresentou aos agricultores da região de Chapecó resultados técnicos, econômicos e ambientais das suas Unidades de Referência Tecnológicas (URTs) em pecuária, durante o 2° Seminário Estadual de Bovinocultura de Leite Epagri. O evento iniciou às 9h, na Epagri/Cepaf, e seguiu a tarde em uma propriedade da região.

URTs são propriedades rurais selecionadas entre as famílias atendidas pela Epagri para receberem as mais recentes tecnologias. Depois de consolidadas, elas servem de modelo para outras com características semelhantes.

“A pecuária catarinense precisa construir fóruns de discussão, com análise de resultados técnicos-econômicos, visando construir sistemas produtivos competitivos, sustentáveis e com alta capacidade de resiliência”, avalia Carlos Otávio Mader Fernandes, Coordenador Estadual de Pecuária da Epagri.

Ele lembra também que é fundamental que os diferentes elos da cadeia produtiva tenham uma maior participação e comprometimento em relação ao desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva do leite. “Neste sentido, a Epagri espera contribuir com análise dos resultados em relação aos sistemas produtivos propostos, através dos resultados das URTs”, explica Mader.

A primeira parte do Seminário aconteceu na sede do Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar da Epagri (Epagri/Cepaf). Foi apresentada a análise da rentabilidade dos sistemas produtivos à base de pastagens perenes acompanhados pelo Programa Pecuária da Epagri no período de 2014 a 2018. Os resultados técnicos serão relacionados com a margem líquida por hectare e rentabilidade. 

À tarde foi realizado um Dia de Campo na propriedade da família Dedonatti, no município de Arvoredo. No entendimento de Mader essa é atualmente a URT com o sistema mais ajustado em relação à proposta de produção de leite da Epagri.

Serviço

  • O que: 2° Seminário Estadual de Bovinocultura de Leite Epagri
  • Quando: sexta-feira, 18 de outubro
  • Onde: na Epagri/Cepaf no período da manhã (Serv. Ferdinando Tusset, S/N, Bairro São Cristovão, Chapecó) e na propriedade da família Dedonatti, em Arvoredo, no período da tarde.

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Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI).

Congresso em Lages discute qualidade do leite brasileiro

Entre os dias 11 e 13 de setembro especialistas do Brasil e do mundo estarão reunidos em Santa Catarina para o 8º Congresso Brasileiro de Qualidade do Leite. O evento acontece no Centro Serra Convention Center, em Lages e vai reunir representantes de todos os elos dessa cadeia produtiva, além de interessados em geral.

Este é o evento científico mais relevante da área no Brasil e deve reunir mais de 300 trabalhos e resumos, com os resultados mais recentes de pesquisas sobre o tema. O Congresso é realizado pelo Conselho Brasileiro de Qualidade do Leite (CBQL), com apoio da Epagri e de outras instituições.

Na programação, discussões relevantes sobre esse alimento, como controle de resíduos tóxicos e qualidade em condições de estresse térmico, na produção orgânica e em condições de confinamento. O evento se propõe ainda a promover uma visão sobre a qualidade do leite na era 4.0 e debates sobre o futuro dos programas de qualidade do leite em função das novas normativas brasileiras. Também serão oferecidos minicursos sobre a utilização de métodos de identificação de agentes de mastite na propriedade e sobre programas de autocontrole nas indústrias de laticínios.

 

Foto: Aires Mariga

Palestrantes de importantes instituições mundiais vêm ao Estado debater a qualidade desse que é um dos alimentos mais importantes para os brasileiros. Lorraine Sordillo, doutora em imunologia pela Louisiana State University é uma delas. Ela é frequentemente solicitada para falar em reuniões nacionais e internacionais relacionadas à saúde do gado leiteiro e recebeu vário prêmios por sua pesquisa. O Departamento de Agricultura e Ciências Florestais da Universidade de Tuscia-Viterbo, na Itália, estará representado por Umberto Bernabucci, professor de fisiologia ambiental e nutrição de ruminantes. Ainda entre os palestrantes internacionais, destaque para Marcos Muñoz Domon, Ph.D. em Ciência Animal na Universidade de Cornell (EUA) e presidente do Comitê de Monitoramento de Leite de Qualidade daquele país.

A eles se juntam palestrantes de destacadas instituições de ensino e pesquisa do Brasil, como Mônica Maria Oliveira Pinho Cerqueira, Doutora em Ciência Animal pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), instituição na qual é professora titular. Ela é membro da Comissão Científica Consultiva em Tecnologia de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e Vice-presidente do CBQL. A Embrapa será representada por Maria Aparecida Vasconcelos Paiva Brito e Alessandro de Sá Guimarães. Também estarão presentes palestrantes da USP e da Udesc, entres outros.

Santa Catarina é o quarto produtor nacional de leite. De acordo com o Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar (Epagri/Cepa), ao longo dos anos recentes, a produção catarinense cresceu de maneira muito mais significativa do que a da maioria dos estados. Segundo os dados mais recentes, o Oeste responde cerca de 80% da produção catarinense, seguido pelo Sul do Estado. Os dados da Epagri/Cepa mostram ainda um significativo crescimento da produtividade do rebanho leiteiro catarinense, o que explica a maior parte do crescimento de 103,1% da produção leiteira catarinense verificada entre 2006 e 2017.

Em 2018, nada menos de 24,5 bilhões de litros de leite chegaram à mesa dos brasileiros, seja na forma líquida ou em derivados.

Serviço

  • O que: 8º Congresso Brasileiro de Qualidade do Leite
  • Quando: de 11 a 13 de setembro
  • Onde: no Centro Serra Convention Center, em Lages
  • Informações e entrevistas: Vagner Miranda Portes, Diretor da Epagri e coordenador da comissão cientifica do 8º CBQL, pelo fone (48) 3665-5228

Saiba mais sobre o evento, clicando aqui! 
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Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI).

Epagri publica Boletim Agropecuário do mês de junho de 2019

Milho recupera área plantada em Santa Catarina

A recuperação da área plantada e o aumento da produtividade do milho são as grandes notícias da mais recente edição do Boletim Agropecuário, documento que apresenta as principais informações conjunturais referentes ao desenvolvimento das safras, da produção e dos mercados para os produtos agrícolas catarinenses selecionados. O Boletim, que é publicado mensalmente pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa), também aponta alta nos preços pagos ao produtor pelo arroz e feijão e crescimento expressivo nas exportações de carne suína e de frango.

Grãos

Os números finais da safra 2018/19 confirmam a recuperação em 7,24% na área cultivada de milho, primeira e segunda safras, em relação à safra 2017/18, chegando a um total de 346.111ha de área plantada com o grão em Santa Catarina. A produtividade foi a segunda maior entre as três últimas safras, alcançando 8.286kg/ha. No total das duas safras, a produção estadual de milho ficou em 2,89 milhões de toneladas. Apesar da excelente safra nacional, estimada em 98,5 milhões de toneladas, os preços reagiram em junho, recuperando parte das perdas dos últimos meses.

Foto: Nilson Teixeira / Epagri

O arroz está com a safra encerrada e preços que seguem em alta em razão da menor oferta interna. Quem também está comemorando bons preços é o produtor de feijão. A saca de feijão carioca foi comercializada no primeiro semestre de 2019 por um valor 127% maior do que o praticado no mesmo período do ano anterior. Para os produtores de feijão preto, o ganho monetário no semestre chega a 20%.

A soja apresentou recuo de 2% na área plantada no Estado, com 670 mil hectares cultivados e produção estimada em 2,35 milhões de toneladas. Os preços reagiram em junho, mas os produtores seguram o produto, à espera de melhores cotações. O trigo estava com 61% da área plantada na primeira semana de julho. A expectativa da Epagri/Cepa é de redução de 8% na área cultivada, decorrente dos altos custos de produção.

Hortaliças

Os preços do alho apresentaram boa recuperação e os cultivos catarinenses seguem bem, sinalizando boas perspectivas para a safra 2019/20. A cebola é outra hortaliça que vê subida no preço, impulsionado pela redução na importação e oferta mais ajustada da produção nacional.

Pecuária

As carnes de frango e suína experimentaram importante incremento nas exportações nos primeiros seis meses de 2019. No primeiro semestre deste ano, Santa Catarina exportou 727,46 mil toneladas de carne de frango, com faturamento de US$ 1,26 bilhão, o que representa um aumento de 58,77% em quantidade e de 60,48% em valor, quando comparado ao mesmo período de 2018. O Estado foi responsável por 37,02% das receitas brasileiras geradas pela exportação de carne de frango de janeiro a junho.

Já a carne suína teve sua exportação ampliada em 44,53% no primeiro semestre de 2019 em relação a igual período de 2018. Nesses primeiros seis meses o faturamento chegou a US$ 392,51 milhões, expansão de 42,18% na comparação com o ano anterior. Santa Catarina foi responsável por 56,19% das receitas e 58,67% da quantidade de carne suína exportada pelo Brasil de janeiro a junho, consolidando-se como principal exportador de carne suína do país.

No sentido contrário, a carne bovina enfrentou queda de 1,92% em quantidade e 15,76% em valor exportado no primeiro semestre de 2019, na comparação com o mesmo período do ano anterior. No acumulado de janeiro a junho, foram exportadas 2,11 mil toneladas, com faturamento de US$ 5,99 milhões. Hong Kong foi o destino de 59,54% da carne bovina exportada pelo estado este ano.

Os produtores de leite sofreram com queda significativa dos preços no mês de julho. O cenário traçado pela Epagri/Cepa não é promissor, com possibilidade de novas quedas nos próximos meses.

Leia a íntegra do Boletim Agropecuário aqui!

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Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI).