Família Cruvinel foca na pecuária familiar no município de Dom Bosco, MG.

A família se dedica à pecuária leiteira e de corte, além de  produtos para o autoconsumo, o que propicia  amparo para que os filhos ingressem no ensino superior.   

Nessa reportagem a equipe do Portal Extensionista entrevista a Família Cruvinel que desenvolve a atividade de produção leiteira no município de Dom Bosco-MG. Nessa experiência é possível perceber  o crescimento  da família durante os sete anos na propriedade.

A HISTÓRIA 

O senhor Júlio César Cruvinel é natural da cidade de Patos de Minas – MG , onde residiu  durante muitos anos. Aos 17 anos, ingressou no curso de Técnico Agrícola. Aos 18 anos, abandonou o curso e se alistou no Exército Brasileiro, permanecendo por cerca de um ano e meio. Após esse período, retornou à escola agrícola onde se formou. Ainda recém-formado, conseguiu um emprego em uma loja de implementos agrícolas onde trabalhou durante alguns anos. Graduou-se em Matemática, trabalhou como técnico em supermercados e lecionou matemática em escolas estaduais em Minas Gerais. 

A matriarca da família, Lucimar Aparecida Costa Cruvinel, teve sua infância no campo, auxiliando os pais nas atividades realizadas na fazenda onde residia. Aos 18 anos, mudou-se para a área urbana a fim de estudar e buscar melhor qualidade de vida. Formou-se em pedagogia e iniciou  o trabalho na área.

Entre as idas e vindas,  Júlio e Lucimar se conheceram, casaram e tiveram um casal de filhos: Letícia Costa Cruvinel e Higor Cesar Costa Cruvinel. Lucimar e Júlio sempre trabalharam para conquistar o seu patrimônio, os quais  pertencem à família. 

A família foi poupando dinheiro até conseguir adquirir as propriedades. Atualmente, os genitores da família Cruvinel estão completando 25 anos de casados, sendo que Júlio está aposentado e dedica boa parte do tempo às atividades realizadas nas propriedades da família. 

PRINCIPAL ATIVIDADE ECONÔMICA DA FAMÍLIA

A Agropecuária Cruvinel é a denominação das três propriedades da família que juntas possuem cerca de 110 hectares. A sede onde a família possui casa e mantém a atividade leiteira está localizada no Assentamento Tamboril, a 10 km da área urbana do município de Dom Bosco-MG. A família adquiriu a propriedade no ano de 2014. As outras duas propriedades também estão situadas no município de Dom Bosco-MG, local em que se investe no gado de corte. 

Desde o início, a produção de leite é a principal fonte de renda da família e, atualmente, possui ordenha mecânica com uma produção média diária de 200 litros, que são entregues à cooperativa Cooperativa Agropecuária do Vale do Paracatu Ltda. (Coopervap). Esse histórico produtivo é um avanço significativo comparado aos outros anos, sendo que, em 2014, a média mensal não ultrapassava 20 litros de leite. A família Cruvinel também cria gado de corte nas propriedades. Anualmente, também é  produzida silagem para alimentação do gado leiteiro. 

A diversificação de culturas, já realizadas pela família, envolvem o plantio de melancia e maracujá sendo que a produção é comercializada nos  municípios mais próximos. Também é cultivado um pomar com as frutíferas: manga e goiaba. Há também a criação de frangos para o autoconsumo.

A IMPORTÂNCIA DA MÃO DE OBRA FAMILIAR

O filho Higor, atualmente com 23 anos, auxilia nas atividades realizadas na fazenda desde 2014, trabalhando e estando à  frente de todas as decisões tomadas em conjunto com os  pais. Em 2019, mudou-se para Brasília para estudar, sendo que hoje está matriculado no 5° período do curso de Agronomia. Devido à pandemia, se deparou com a necessidade de retornar à propriedade, onde desde 2020 trabalha e, ao mesmo tempo, da seguimento à graduação no modelo de ensino remoto emergencial – ERE. Durante o período em que esteve na unidade de produção, procurou ampliar seus conhecimentos realizando cursos extras. 

A filha mais nova do casal, Letícia, atualmente com 17 anos, está matriculada no curso de Direito e sempre que possui tempo disponível também auxilia nas atividades realizadas, como tratar o gado e na ordenha das vacas.

Lucimar Aparecida leciona aulas no município de Brasilândia de Minas-MG onde permanece durante os dias da semana, sendo que a cidade está situada a 60 km de Dom Bosco-MG. Nos finais de semanas ela passa na propriedade junto com a família. No meio rural, é comum mulheres dedicarem-se à docência como uma estratégia de aumentar a renda não-agrícola e fortalecer a família no campo. 

Ordenha manual realizada por Higor Cruvinel

O FUTURO DA  AGROPECUÁRIA CRUVINEL

A família Cruvinel tem planos de melhorias para a propriedade. O filho Higor se capacitou no curso de inseminação artificial em bovinos, e começará a realizar o procedimento no gado leiteiro da propriedade, buscando melhoria genética e o aumento da produção.

Como próximo passo, a família pretende implantar um pivô de 8 hectares na área da unidade de produção. Para tanto, pleitearam linhas de créditos oferecidas no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF). Também pretendem cultivar três safras anualmente na mesma área. A melhoria da propriedade acontece gradativamente, sendo que em sete anos a família já ampliou muito sua produção.

Esse caso da Família Cruvinel é mais um exemplo de sucesso em atividades que envolvem o fortalecimento da Agricultura Familiar no Brasil.

Futuras matrizes leiteiras da propriedade

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Esta notícia foi criada com incentivo do Programa de Bolsas de Apoio à Cultura e à Arte (Procarte) da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). 

Elaboração: Maria Eduarda Cardoso Ferrari (Bolsista) 

Informações e revisão: Higor Cesar Costa Cruvinel

Fotos: Higor Cesar Costa Cruvinel

Revisão final: Prof. Dr. Ezequiel Redin, Michele Weber Lorenzoni; Romário da Silva Santana; Janice Queiroz de Pinho Gonçalves;

Seminário em Sombrio discute cultivo do maracujá

Cultura, importante para economia do Sul do Estado, correu risco de desaparecer após ataque de virose

A Epagri realiza nesta terça-feira, 25, em Sombrio, o III Seminário Regional sobre Maracujazeiro. A programação, que inicia às 9h e segue às 16h, vai tratar principalmente do combate à virose do endurecimento do fruto, doença que quase dizimou os pomares da fruta em Santa Catarina e que foi controlada graças a um esforço conjunto de toda a cadeia produtiva, liderado pela Epagri.

Santa Catarina produz o melhor maracujá do Brasil para consumo in natura. Seu tamanho e volume de polpa são os diferenciais que fazem a fruta ser quase toda comercializada na região Sudeste do país. Essa qualidade é resultado de anos de trabalho com a fruta, que começou a ser cultivada de forma profissional no território catarinense por volta de 1990. Em 2005 teve início a pesquisa da Epagri que, uma década depois, resultou no lançamento da variedade SCS437 Catarina. A seleção genética destacou as melhores características do fruto: grande, bem preenchido, com polpa de boa cor, casca espessa e formato mais ovalado.

Todo esse trabalho correu o risco de desaparecer em 2016, quando o vírus causador do endurecimento do fruto chegou aos pomares do Sul de Santa Catarina, a principal região produtora do Estado. Não fosse uma ação rápida e conjunta liderada pela Epagri, esse ser microscópico poderia ter dizimado a produção da região, como já aconteceu no Norte Catarinense, onde a área plantada reduziu drasticamente nos últimos anos devido a uma série de percalços, entre eles o ataque de doenças. Leia reportagem sobre esta ação.

Hoje Santa Catarina conta com mais de 2 mil hectares de maracujazeiros, 90% desse total concentrado na região Sul do Estado. São aproximadamente 900 famílias que têm essa cultura agrícola como atividade econômica. Mais de 95% da produção é realizada por agricultores familiares.

Sombrio, que vai sediar o Seminário, tem a maior área plantada do Estado, com 535 hectares. Segundo Sandoval Miguel Ferreira, extensionista da Epagri no município, Santa Catarina deve colher 48 mil toneladas de maracujá na safra 2018/2019, que se encerra agora em junho. “O preço médio do quilo deve fica no patamar de R$ 1,52, um valor bruto total estimado em R$ 72,9 milhões”, calcula Sandoval.

Diante da importância do maracujá para Santa Catarina e especialmente para o Sul do Estado a Epagri promove a terceira edição do Seminário do maracujazeiro que busca, principalmente, consolidar o trabalho de controle à virose, que deve ser contínuo e contar com apoio de todos os membros da cadeia produtiva.

Serviço

  • O que: III Seminário Regional sobre Maracujazeiro
  • Quando: terça-feira, 25 de junho, a partir das 9h
  • Onde: em Sombrio, no auditório da escola Nair Alves Bratti (av. Nereu Ramos, 2611, Parque das Avenidas)
  • Informações e entrevistas: Sandoval Miguel Ferreira, extensionista da Epagri em Sombrio, pelo fone (48) 3529-0225.

 

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Esta notícia foi autorizada para publicação. Créditos à Gisele Dias, da Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI).