Campanha anual de promoção de orgânicos será lançada segunda-feira

Com o tema “Alimento Orgânico: Sabor e Saúde em sua Vida”, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) lança na próxima segunda-feira (12) a XVII Campanha Anual de Promoção do Produto Orgânico. O objetivo é discutir o desenvolvimento do setor a partir de estudos, práticas e experiências de produtores, técnicos, acadêmicos e representantes do governo.

A mesa de abertura do evento será realizada no dia 12, às 14h, com a participação da ministra Tereza Cristina. 

Mesas de diálogos compõem o Seminário Virtual, a ser realizado nos dias 12 e 13 de julho. As transmissões serão ao vivo pelo Youtube da Escola Nacional de Gestão Agropecuária (Enagro).

Confira a programação completa da Campanha

Assista:

12/07: https://youtu.be/OlnPt4SSrLs 

13/07: https://youtu.be/xt6-a4HRhRA

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Créditos:

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)

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PROPRIEDADE EM CARIACICA É EXEMPLO DE AGRICULTURA FAMILIAR E PRODUÇÃO ORGÂNICA

Caminhar pela propriedade de Kemisson Geraldo Scalzer, em Cariacica, é conhecer na prática diversos conceitos relacionados à agricultura familiar. O agricultor e a família cultivam frutas em sistema orgânico, criam gado e têm duas agroindústrias: uma para produzir pães, bolos e biscoitos e outra para produzir queijo.

Com uma mesa farta de café da manhã, Kemisson recebeu os integrantes do projeto HorizontES em Extensão desenvolvido pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). O projeto levou à propriedade do agricultor uma comitiva formada por representantes de diversas instituições.

Estavam presentes representantes do Incaper, da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), das Centrais de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa), da Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Prefeitura de Cariacica.

As delícias servidas aos convidados são cultivadas e processadas ali mesmo no sítio. “Nós, simples produtores, estamos muito felizes e honrados com a presença de tanta gente importante aqui”, diz o agricultor, revelando a humildade de quem não se envaidece com os próprios méritos.

Kemisson e a família eram as pessoas mais importantes naquele encontro. Sentado ao lado do pai, ele começa a contar a própria história aos visitantes. Kemisson trabalhou como meeiro, tornou-se atravessador, colocando-se entre o produtor rural e o comerciante varejista, mas sempre teve um sonho a mais.

“Eu trabalhava em Santa Teresa como meeiro, aí saí. Eu lembro até hoje, foi no dia que o Brasil perdeu a Copa do Mundo para a França, em 1998. Trabalhei de atravessador na Ceasa, comprava de um e tentava vender mais caro para outro para ganhar alguma coisa. Mas eu tinha que apertar muito o produtor, não achava isso bom. Foi quando Deus me deu a oportunidade”, diz.

Para ele, não bastava ser agricultor. Era preciso produzir alimentos saudáveis, beneficiar os produtos ali mesmo na propriedade, envolver toda a família toda e comercializar diretamente ao consumidor final. Até que o sonho de Kemisson tornou-se realidade.

Ele adquiriu a propriedade rural de quatros hectares em Cariacica e hoje pratica agricultura sustentável na região Metropolitana da Grande Vitória. Kemisson fez questão de manter o nome que o antigo dono tinha dado à propriedade, que traduzia justamente os anseios do agricultor. Atualmente, o Sítio Um Sonho a Mais é administrado por Kemisson, com a ajuda dos pais, da esposa e dos filhos dele. “Eu gostei do nome e resolvi deixar”, diz.

A diversificação está presente na lavoura, onde são plantadas banana, acerola e aipim. “Essa banana Janaúba precisa de muito insumo, não dá para mim. Vou plantar a banana Vitória, que inclusive foi o Incaper que desenvolveu, porque ela é mais resistente”, menciona em meio ao bananal extinto, referindo-se às ações integradas de pesquisa, assistência técnica e extensão rural desenvolvidas pelo Instituto.

Foto: O sítio de Kemisson Geraldo Scalzer recebeu os integrantes do projeto HorizontES em Extensão.

O empreendedorismo se mostra nas agroindústrias e nas ações de comercialização, por meio de políticas públicas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), eventos e feiras. “Eu acho que a única barraca de feira que não leva um item de outro produtor é a minha. Eu só levo o que eu produzo”, orgulha-se.

A sucessão familiar encontra-se no envolvimento dos filhos do agricultor. “Meu pai e minha mãe estão fazendo queijo. Meu filho de 15 anos está na feira vendendo. Minha filha Mayara levou ele de carro. Minha esposa está na outra agroindústria e eu estou aqui recebendo vocês. Mas normalmente estou cuidando da plantação, das vacas”, detalha Kemisson.

E a sustentabilidade permeia todos os contextos, explicitando-se no manejo orgânico e agroecológico adotado na propriedade. “Ordenho as vacas duas vezes por dia. O leite vai para agroindústria para virar queijo. Cuido do esterco que elas produzem e uso para jogar na plantação. Isso daqui é uma das vantagens de a gente ter o esterco como ‘compost’. Olha a textura que o esterco fica! A gente mexe ele duas vezes por dia e o esterco fica soltinho! Isso aqui, para as nossas lavouras, é excelente” afirma enquanto esfarinha com as mãos o adubo fininho que acabou de produzir e que, em breve, será depositado no pé de cada planta que cultiva.

O Projeto HorizontES em Extensão

A experiência de Kemisson Geraldo Scalzer pode servir de exemplo para outras famílias rurais do Espírito Santo, pois agrega, em uma pequena propriedade, práticas relacionadas a empreendedorismo, sustentabilidade, cultivo orgânico, pecuária, agroindústria, geração de emprego e renda. Por isso foi selecionada para participar do projeto HorizontES em Extensão, que pretende mostrar 11 experiências de relevância para o desenvolvimento rural capixaba.

Kemisson participa do Grupo de Agricultores Agroecológicos de Cariacica e faz parte da Associação de Produtores Rurais de Boa Vista. “Ele é atendido pelo Incaper e pela Seag, que o estimulam a produzir de forma orgânica e comercializar nas feiras da Grande Vitória. Assim consegue sustentar com qualidade a sua família e ainda gerar postos de trabalho na propriedade de apenas quatro hectares” analisa o extensionista do Incaper e coordenador do Centro Regional de Desenvolvimento Rural (CRDR) Metropolitano, Luiz Carlos Leonardi Bricalli.

O extensionista do Escritório Local de Desenvolvimento Rural (ELDR) do Incaper em Cariacica, Leonardo Moreira Borges de Souza, lembra que o instituto presta assistência à propriedade do agricultor há algum tempo. “Tem dois anos que estamos no município acompanhando o Kemisson, mas o trabalho começou lá atrás com o colega Edegar Formentini, que já se aposentou”, conta ao lado do colega Haroldo Mascarenhas da Silva.

A indicação da propriedade do agricultor Kemisson Geraldo Scalzer para receber a comitiva do HorizontES em Extensão foi elogiada pelo Secretário de Agricultura e Pesca de Cariacica, Carlos Ceschin. “Foi uma feliz escolha. No passado, o Kemisson utilizou a agricultura convencional. Depois passou para o orgânico mais a agroindústria. É um trabalho brilhante, um marco para Cariacica. Kemisson representa os nossos melhores agricultores”, destaca o secretário.

O representante da Seag, Luciano Fazolo, complementa: “Acompanhamos o Kemisson há algum tempo e somos testemunhas de toda essa transformação. O poder público é facilitador deste processo. Este conjunto de instituições presentes aqui neste momento está justamente reconhecendo esses resultados”, afirma.

“Viemos até aqui para mostrar o quanto a Ceasa pode ser útil na comercialização, orientando quanto à rastreabilidade, que é uma exigência nacional. Além disso, coordenamos o Núcleo de Atendimento ao contribuinte (NAC), e podemos contribuir com preciosas informações sobre a nota fiscal do produtor”, pontua o representante da Ceasa, Marcos Magalhães.

Segundo o superintendente federal do Mapa, Aureliano Nogueira da Costa, a visita à propriedade do Kemisson mostra a importância das parcerias. “Temos que reconhecer a importância das ações estratégicas das instituições e do agricultor. Estes resultados belíssimos apresentados aqui são fruto de um esforço coletivo. Em um único momento, estão reunidas todas as entidades públicas ligadas à agricultura”, diz após animar os participantes ao som da concertina.

Para o diretor-técnico do Incaper, Nilson Araujo Barbosa, a integração das diversas instituições é o segredo do sucesso. “Ninguém faz nada sozinho. Todos temos desafios, orçamentários inclusive, e as parcerias são fundamentais para todos os envolvidos. O Incaper tem uma rede de parceiros e profissionais que garante excelência aos trabalhos realizados. A atuação do Incaper está além da integração entre pesquisa, assistência técnica e extensão rural, e o HorizontES em Extensão traz todo esse arcabouço dentro de um contexto maior: beneficiar a sociedade capixaba como um todo”, conta.

A coordenadora do HorizontES em Extensão e Gerente de Assistência Técnica e Extensão Rural (Gater) do Incaper, Jaqueline Sanz, ratifica que é justamente este o propósito do projeto. “A proposta é dar visibilidade às ações que tenham relevância para o desenvolvimento rural capixaba. Todos os dias o Incaper constrói lindas ações junto à agricultura familiar do Espírito Santo. Neste momento, em outros municípios, estão existem várias outras experiências. A ideia do HorizontES é que estas experiências sejam conhecidas pelo maior número de pessoas, que sirvam de bons exemplos”, diz.

O projeto HorizontES em Extensão é viabilizado com recursos oriundos de um convênio estabelecido entre o Incaper e o Ministério da Agricultura, Pecuária de Abastecimento (Mapa). A parceria prevê, entre outras metas, a realização de ações no Programa de Aperfeiçoamento em Práticas e Projetos de Desenvolvimento Rural dos Agentes do Incaper.

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Esta notícia foi autorizada para publicação. 

Créditos: Juliana Esteves da Coordenação de Comunicação e Marketing do Incaper

CHEGAM AO MERCADO SEMENTES DA ALFACE LITORÂNEA, DESENVOLVIDA PELA EPAGRI PARA CULTIVO ORGÂNICO

Já estão disponíveis no mercado as sementes da alface SCS374 Litorânea, desenvolvida pela Estação Experimental da Epagri em Itajaí (EEI) para cultivo orgânico. As sementes da hortaliça foram multiplicadas e serão distribuídas pela Isla Sementes empresa campeã da chamada pública realizada pela Epagri no início do ano. Os interessados em cultivar a alface Litorânea podem comprar as sementes em casas agropecuárias ou no site da empresa: www.islasementes.com.br

Foto: Alface SCS374 Litorânea

O cultivar é resultante de um extenso trabalho de seleção de plantas de alface, realizado dentro do sistema orgânico de cultivo, iniciado em 2008. O objetivo foi obter plantas mais produtivas, pendoamento tardio e menor suscetibilidade às doenças foliares, conforme explica Rafael Morales, pesquisador em Olericultura da EPAGRI, que liderou o projeto de desenvolvimento da hortaliça. 


“Como resultado dessa pesquisa foi obtido um cultivar muito promissor, selecionado para o sistema orgânico, mas que serve para o produtor de alface convencional igualmente”, ressalta Morales.


A produção do cultivar geralmente apresenta crescimento semiereto, peso médio de cabeça de 300g no momento da colheita, diâmetro de cabeça de 40cm e número médio de 44 folhas por planta. Seu ciclo tem em torno de 50 dias no verão e 60 no inverno.

Foto: Lavoura alface SCS374 Litorânea


“Ao visitar lavouras de alface litorânea e ver a satisfação do agricultor com o aumento de produtividade, confirmo as expectativas iniciais e vislumbro um futuro muito promissor para a Alface Litorânea. Fico seguro em saber que o produtor estará levando para casa um cultivar que não deixa a desejar em nada quando comparado com outros cultivares disponíveis no mercado”, finaliza o pesquisador.

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Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI)

Sistema de produção limpa de alimentos da Epagri é premiado pela FGV

A Epagri será premiada pela Fundação Getúlio Vargas por ter desenvolvido um sistema de produção limpa de alimentos. O Sistema de Plantio Direto de Hortaliças (SPDH) foi um dos 12 casos selecionados no Brasil, na área de inovação para a inclusão da agricultura familiar em cadeias de alimentos. A entrega do prêmio aconteceu nesta quinta-feira, 12 de setembro, em São Paulo, no Centro de Estudos em Sustentabilidade (FGVces) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV/EAESP.

                   SPDH sistema de produção limpa de alimentos. Foto: Marcelo Zanella

A premiação é realizada por meio do Projeto Bota na Mesa, da FGVces, com o tema Mudança do Clima e Transição Agroecológica. O caso da Epagri foi selecionado entre outros 80 inscritos por instituições públicas e privadas do País.

O objetivo da premiação é inspirar a construção de referências de atuação para empresas e governos em relação à cadeia produtiva de alimentos. Para selecionar os casos, pesquisadores do FGVces levaram em consideração o grau de inovação, a conexão com os temas de transição agroecológica e mudança do clima, a contribuição para a inclusão da agricultura familiar e o potencial de escala e replicabilidade de cada iniciativa.

                   SPDH sistema de produção limpa de alimentos. Foto: Marcelo Zanella

 

SPDH

O Sistema de Plantio Direto de Hortaliças vem sendo desenvolvido há 25 anos em Santa Catarina. Ele consiste em alguns princípios fundamentais que, se forem aplicados corretamente, levam a reduzir ou até eliminar o uso de produtos químicos nas propriedades, no curto ou médio prazo, explica Marcelo Zanella, extensionista rural da Epagri na Grande Florianópolis e especialista no assunto. Entre esses princípios estão o uso plantas de cobertura para proteger o solo, a rotação de culturas, a nutrição adequada da planta segundo suas taxas diárias de absorção, o não revolvimento do solo e o manejo mecânico das plantas espontâneas sem produtos químicos.

                  SPDH sistema de produção limpa de alimentos. Foto: Marcelo Zanella

Existem atualmente em Santa Catarina entre 1,2 mil e 1,3 mil propriedades trabalhando em SPDH, que abrangem uma área de 3,5 mil a 4 mil hectares. As principais lavouras de SPDH no Estado são maracujá, couve, repolho e brócolis. Na Grande Florianópolis, praticante todo o chuchu é cultivado no sistema. A área cultivada com alface e tomate também vem crescendo muito no Estado.

“A gente chama de plantio direto propriedades que estão em transição para o sistema de produção limpa. Algumas estão mais adiantadas, outras mais atrasadas, mas todas estão num processo de adequação“, descreve o extensionista da Epagri. Santa Catarina é pioneira nesse sistema no país, que surgiu da necessidade de diminuir custos e elevar a competitividade da agricultura familiar. “A ideia é reduzir o trabalho do produtor e aumentar a qualidade dos alimentos”, explica Marcelo.

                            SPDH sistema de produção limpa de alimentos. Foto: Marcelo Zanella

 

Mais informações sobre o projeto, clique aqui!  

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Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI).