Mesmo com queda, IBGE estima safra recorde para este ano

Previsão de maio é que safra chegue a 262,8 milhões de toneladas

A produção brasileira de grãos, cereais e leguminosas deve render uma safra recorde de 262,8 milhões de toneladas em 2021. Apesar do resultado apresentar a segunda queda consecutiva na estimativa mensal, o volume representa aumento de 3,4% em relação à safra do ano passado, que alcançou 254,1 milhões de toneladas.

É o que revela a estimativa de maio do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado hoje (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A queda na comparação com a estimativa de abril foi de 0,6%, ou 1,7 milhão de toneladas. Segundo o IBGE, a retração ocorreu por causa do atraso na colheita da soja, que levou à redução da janela de plantio do milho, além da baixa ocorrência de chuvas em estados produtores, como Paraná e Mato Grosso.

A área total a ser colhida teve alta de 3,9% em relação ao ano passado e chegou a 68 milhões de hectares. Na comparação com abril, a estimativa da área a ser colhida cresceu 119,7 mil hectares, o que representa acréscimo de 0,2%.

Milho

O instituto ressalta que a segunda safra do milho representa 73,9% da produção total desse grão e a estimativa da produção para essa safra caiu 4,4% em relação a abril – 3,4 milhões de toneladas a menos. A queda em relação à produção de maio de 2020 é de 4,3%.

Somadas, as duas safras de milho devem chegar a 99,2 milhões de toneladas, o que é 3,2% a menos do que a estimativa de abril. Na comparação anual, a produção total deve ser 3,9% menor, mesmo com os aumentos de 6% na área plantada e de 6,2% na área a ser colhida.

Soja

A soja, principal cultura do país, deve ter uma safra recorde este ano, com 132,9 milhões de toneladas, um aumento de 9,4% frente ao ano passado. Na comparação com abril, o aumento na estimativa é de 0,7%. De acordo com o IBGE, o crescimento se deve ao preço do grão no mercado internacional, que está vantajoso para o produtor brasileiro.

Arroz

A estimativa para a produção do arroz também cresceu, um aumento de 2,4% na comparação com abril, e deve chegar a 11,4 milhões de toneladas. Para o instituto, a produção é suficiente para abastecer o mercado interno, depois da alta no preço visto em 2020 devido ao aumento do consumo interno e ao crescimento das exportações. Em 2021, a produção do arroz deve ficar 2,8% acima da do ano passado, beneficiado pela seca no sul, que facilita a colheita.

Feijão

A produção de feijão deve chegar a 2,9 milhões de toneladas este ano, o suficiente para atender ao consumo interno. Na comparação com abril, a estimativa caiu 2,3%, mas está praticamente estável em relação ao que foi produzido no ano anterior, com 577 toneladas a menos.

As estimativas para o feijão são de queda de 0,3% na primeira safra, com total de 1,3 milhão de toneladas. A segunda safra foi estimada em 1 milhão de toneladas, 7,2% frente à estimativa do mês anterior. E a estimativa para a terceira safra de feijão é de produzir 578,4 mil toneladas, aumento de 2,7% frente à previsão de abril.

Café

Para o café, o crescimento previsto é de 4,3% frente a abril, mas houve queda de 21% na comparação anual. O café arábica deve chegar a 2 milhões de toneladas, um aumento de 6% em relação a abril e queda de 29,3% frente a produção de 2020. Para o IBGE, a queda é esperada, depois da safra recorde no ano passado, devido ao fato de o café ser uma cultura com bienalidade negativa, ou seja, produz muito em um ano e produz menos no ano seguinte.

Para o café canephora, também chamado de conillon, a produção deve alcançar 919,8 mil toneladas, um aumento de 0,9% em relação à estimativa de abril e de 6,3% em relação a 2020.

Outros

Houve redução também na estimativa da produção do algodão herbáceo em relação a abril, com -3,4% e 5,7 milhões de toneladas. Com relação à área plantada, a queda foi de 16%. O cacau também apresentou queda, com estimativa de -1,5% e total de 269,1 mil toneladas.

Por outro lado, a estimativa de maio apresentou variações positivas na comparação mensal para a produção do trigo (7,2% ou 527,2 mil toneladas), castanha-de-caju (7,2% ou 8,3 mil toneladas), aveia (4% ou 39,2 mil toneladas) e cevada (1,9% ou 8,2 mil toneladas).

Produção regional

Entre as regiões do país, quatro tiveram aumento em suas estimativas de produção de grãos, leguminosas e oleaginosas em relação à safra de 2020. O Sul deve crescer 10,8% e alcançar 81 milhões de toneladas, o Sudeste teve aumento de 6% na estimativa e deve produzir 27,3 milhões de toneladas, o Nordeste cresceu 5,3% e deve chegar a 23,8 milhões de toneladas e a Região Norte teve aumento na estimativa de 1,4%, com total de 11,1 milhões de toneladas. O Centro-Oeste, que responde por 45,5% da produção nacional, apresentou queda de 1,8% na estimativa para o ano e deve colher 119,5 milhões de toneladas.

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Créditos:

Reportagem – Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro

Edição – Lílian Beraldo

Fonte: Agência Brasil

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Santa Catarina exportou quantidade recorde de soja até junho, aponta Epagri/Cepa

Os embarques do complexo soja catarinense somaram mais de 1,15 milhões de toneladas de janeiro a maio, volume recorde da série de 2015/20, gerando divisas de US$ 398,7 milhões. No contexto geral dos produtos exportados por Santa Catarina nos primeiros cinco meses de 2020, a soja tem destaque, com participação de 11% no total das exportações. “O complexo soja envolve grão, mais farelo, farinha, óleo refinado e bruto”, explica Haroldo Tavares Elias, analista do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa).

Exportações de soja neste ano geraram divisas de US$ 398,7 milhões para SC

A China continua sendo destino preferencial da soja catarinense, somando 93% do total embarcado entre janeiro e maio. “A crescente dependência do mercado chinês deve merecer atenção do agronegócio, mercado e produtores”, observa Haroldo.

Preços

A análise da Epagri/Cepa também mostra recuperação dos valores pagos pelo grão. Em maio, os preços da soja catarinense apresentaram uma reação de 9,57% em relação a abril e alta de 33% frente ao mesmo mês de 2019. Desde fevereiro a alta dos preços foi de 23%, acompanhando a relação cambial entre real e dólar.

Os bons preços registrados desde o início do ano mantêm elevada a participação da soja no valor bruto da produção estadual, apesar da queda de mais de 20% na produtividade da safra 2019/20 em relação ao ciclo agrícola anterior. A produção esperada aponta para uma redução de 1,88% em relação a 2018/19, com volume estimado de 2,31 milhões de toneladas, contra 2,51 da safra passada. Tal redução é reflexo da falta de chuvas nas regiões de Curitibanos/Campos Novos e Campos de Lages, em especial em janeiro e fevereiro, descreve o analista da Epagri/Cepa.

Brasil

O Brasil se consolida como maior exportador mundial e agora também assume a posição de maior produtor. Neste ano, as exportações estão sendo recordes. De janeiro a junho, mais de 50 milhões de toneladas foram embarcadas pelo Brasil, posicionando a soja como primeiro item no ranking geral de exportações nacional. O grão representa mais de 70% das exportações do agro brasileiro.

“Em que pese a contribuição significativa da soja na balança comercial brasileira, é necessário analisar o contraponto de todo este sucesso, sem imputar culpas a um setor específico, mas sim da conjuntura atual”, avalia Haroldo. Ele lembra que outras culturas, como feijão, arroz e mandioca, registram retrações sucessivas nos cultivos ao longo das últimas décadas. “São espécies que geram a base da alimentação do brasileiro”, alerta o analista.

“No Estado, ainda temos um componente importante, o suprimento de milho para as agroindústrias e produção de proteína animal”, acrescenta Haroldo. A área cultivada com soja concorre com o espaço do cultivo do milho. As duas culturas somam cerca de 1,24 milhões de hectares cultivados, 690 mil hectares com soja e 550 mil hectares com milho grão e silagem. O desbalanço entre estas atividades prejudica o suprimento interno de milho, assim as agroindústrias deverão comprar mais milho de fora e até importar. Haroldo esclarece que Santa Catarina tem poucas áreas com possibilidade de ampliação de cultivo, assim a saída para minimizar esta condição é ganho por rendimento de área e alternativas de outros grãos na composição das rações, avalia.

O cultivo da soja no Brasil vem crescendo há mais de 30 anos, mudou o cenário da geografia econômica, superando os ciclos anteriores, como da cana-de-açúcar e do café. Na safra 1999/00 foram cultivados 13,69 milhões de hectares no Brasil, enquanto em 2019/20 foram cultivados 36,8 milhões de toneladas, aumento superior a 260% no período, ou seja, mais de um milhão de hectares de incremento da área cultivada por ano, revela Haroldo.

Em Santa Catarina a expansão do cultivo de soja tem evoluído significativamente. De 2000 a 2020 o crescimento da área de cultivo foi superior a 85%, incorporando 317 mil hectares. A partir de 2017, o Estado passou a produzir cerca de 2,3 a 2,4 milhões de toneladas.

China

A planta de origem Chinesa foi adaptada às mais diversas regiões e climas, ganhando o mundo. De seus múltiplos usos, do óleo de cozinha, passando pelo biocombustível ao concentrado proteico para rações, o cultivo da leguminosa tem sua demanda crescente para abastecer o complexo agroindustrial. Haroldo lembra que sua adaptação às diversas regiões do Brasil foi fruto de intensa pesquisa em melhoramento genético por instituições nacionais. “A soja é uma vitória graças aos pioneiros, às políticas públicas, às pesquisas, à tecnologia, às demandas da globalização e ao potencial do país de terras cultiváveis.

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Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI)

Epagri publica Boletim Agropecuário do mês de junho de 2019

Milho recupera área plantada em Santa Catarina

A recuperação da área plantada e o aumento da produtividade do milho são as grandes notícias da mais recente edição do Boletim Agropecuário, documento que apresenta as principais informações conjunturais referentes ao desenvolvimento das safras, da produção e dos mercados para os produtos agrícolas catarinenses selecionados. O Boletim, que é publicado mensalmente pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa), também aponta alta nos preços pagos ao produtor pelo arroz e feijão e crescimento expressivo nas exportações de carne suína e de frango.

Grãos

Os números finais da safra 2018/19 confirmam a recuperação em 7,24% na área cultivada de milho, primeira e segunda safras, em relação à safra 2017/18, chegando a um total de 346.111ha de área plantada com o grão em Santa Catarina. A produtividade foi a segunda maior entre as três últimas safras, alcançando 8.286kg/ha. No total das duas safras, a produção estadual de milho ficou em 2,89 milhões de toneladas. Apesar da excelente safra nacional, estimada em 98,5 milhões de toneladas, os preços reagiram em junho, recuperando parte das perdas dos últimos meses.

Foto: Nilson Teixeira / Epagri

O arroz está com a safra encerrada e preços que seguem em alta em razão da menor oferta interna. Quem também está comemorando bons preços é o produtor de feijão. A saca de feijão carioca foi comercializada no primeiro semestre de 2019 por um valor 127% maior do que o praticado no mesmo período do ano anterior. Para os produtores de feijão preto, o ganho monetário no semestre chega a 20%.

A soja apresentou recuo de 2% na área plantada no Estado, com 670 mil hectares cultivados e produção estimada em 2,35 milhões de toneladas. Os preços reagiram em junho, mas os produtores seguram o produto, à espera de melhores cotações. O trigo estava com 61% da área plantada na primeira semana de julho. A expectativa da Epagri/Cepa é de redução de 8% na área cultivada, decorrente dos altos custos de produção.

Hortaliças

Os preços do alho apresentaram boa recuperação e os cultivos catarinenses seguem bem, sinalizando boas perspectivas para a safra 2019/20. A cebola é outra hortaliça que vê subida no preço, impulsionado pela redução na importação e oferta mais ajustada da produção nacional.

Pecuária

As carnes de frango e suína experimentaram importante incremento nas exportações nos primeiros seis meses de 2019. No primeiro semestre deste ano, Santa Catarina exportou 727,46 mil toneladas de carne de frango, com faturamento de US$ 1,26 bilhão, o que representa um aumento de 58,77% em quantidade e de 60,48% em valor, quando comparado ao mesmo período de 2018. O Estado foi responsável por 37,02% das receitas brasileiras geradas pela exportação de carne de frango de janeiro a junho.

Já a carne suína teve sua exportação ampliada em 44,53% no primeiro semestre de 2019 em relação a igual período de 2018. Nesses primeiros seis meses o faturamento chegou a US$ 392,51 milhões, expansão de 42,18% na comparação com o ano anterior. Santa Catarina foi responsável por 56,19% das receitas e 58,67% da quantidade de carne suína exportada pelo Brasil de janeiro a junho, consolidando-se como principal exportador de carne suína do país.

No sentido contrário, a carne bovina enfrentou queda de 1,92% em quantidade e 15,76% em valor exportado no primeiro semestre de 2019, na comparação com o mesmo período do ano anterior. No acumulado de janeiro a junho, foram exportadas 2,11 mil toneladas, com faturamento de US$ 5,99 milhões. Hong Kong foi o destino de 59,54% da carne bovina exportada pelo estado este ano.

Os produtores de leite sofreram com queda significativa dos preços no mês de julho. O cenário traçado pela Epagri/Cepa não é promissor, com possibilidade de novas quedas nos próximos meses.

Leia a íntegra do Boletim Agropecuário aqui!

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Esta notícia foi autorizada para publicação.

Créditos: Gisele Dias – Assessoria de Comunicação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI).