Nessa reportagem a equipe do Portal O Extensionista entrevista a Família Parreiras que desenvolve a atividade de produção de Fubá Moinho d’água, no Sitio das Paineiras, localizado na cidade de Bonfim, Minas Gerais.
A HISTÓRIA
A propriedade da Família Parreiras está localizada a 2km do centro da cidade de Bonfim em Minas Gerais. Bonfim está localizado a 98 km de Belo Horizonte. A população estimada é de 7 mil habitantes. O Sítio das Paineiras foi construído em 1984, pelos proprietários Ernesto Parreiras de Oliveira e sua esposa Ester de Jesus Maria Oliveira.
O senhor Ernesto Parreiras de Oliveira, nascido no meio rural de Bonfim, no povoado conhecido como Campinho, estudou até a 4° série e trabalhava na roça com os pais. Quando atingiu 18 anos, obteve a habilitação de direção e trabalhou com caminhão conhecendo diversas fábricas de alimentos, onde teve a ideia de montar a sua própria agroindústria.
Ester de Jesus Maria Oliveira, nascida na cidade de Bonfim, se tornou professora, por anos exerceu sua profissão, entretanto, se aposentou e decidiu trabalhar com artesanato e, em seguida, com floricultura, sendo a primeira floricultura da cidade a qual ainda está trabalhando com a venda de flores. Ernesto e Ester são casados há 37 anos e durante esse período tiveram três filhos, Érica Rosalia de Jesus Parreiras, Hércules Estevo Augusto Parreiras e Eriadne Flávia de Jesus Parreiras.
Foto: Casal Ernesto e Ester
PRINCIPAL ATIVIDADE ECONÔMICA DA FAMÍLIA
Segundo Ernesto, produzir alimentos é uma arte e um dom de Deus, pois o alimento sustenta as pessoas e sacia a fome de quem está no campo de batalha. Diante desse pensamento, em 1992, começou-se a montar a estrutura para a produção do fubá de angu, de forma tradicional, o chamado fubá de moinho d’água, que é feito em moinho de pedra e que se iniciou com apenas um moinho e realizava todo o processo de limpeza manual. Essa limpeza manual era extremamente trabalhosa, pois retirava os pedaços de sabugo do milho, milho estragado, peneirava e assoprava para retirar os cabelos e plumas do sabugo, o que demandava muito tempo e não era de qualidade.
Com o passar dos anos foi equipando e aumentando a estrutura. Atualmente são 4 moinhos de pedra, 3 chopinhos, 3 peneiras, 1 batedeira, 1 sopro livre e 1 empacotadeira, 1 forno, 2 descanjicadeira. Todos esses equipamentos são essenciais para a limpeza do milho e moagem até a obtenção do produto final.
Para se obter o fubá, o milho passa por diversos processos de limpezas, onde se retiram as sujeiras. No primeiro processo de limpeza são extraídos 4 tipos de impureza, entres elas estão os pedaços de sabugos, cascas e impurezas. Após esse processo, o milho passa pela etapa da descascagem, onde se separa o milho do “miolo”. A partir disso, o milho é conduzido para o moinho e passa pela moagem. Esse processo é fundamental para a obtenção do fubá que, posteriormente, irá passar por uma peneira, separando as casas e deixando o fubá ainda mais fino. Em seguida, será empacotado, estando pronto para ser comercializado e distribuído nos comércios locais da cidade.
Durante esse processo, em uma saca de 50 kg de milho, se retira 14kg de “sujeiras”, ou seja, esse procedimento é importante para se obter uma melhor qualidade do fubá. Além disso, no sítio das Paineiras, é produzido também a canjiquinha fina e farinha de fubá torrado. Na propriedade também existe a criação de alguns animais para dispensa, e com a limpeza do milho para o fubá, aproveita-se para alimentar os animais como galinhas, porcos e vacas. Portanto, o subproduto do fubá, a partir do milho, além da alimentação da família de forma direta, consegue-se alimentar os animais, sendo um produto para o autoconsumo e as sobras para a comercialização, garantindo a reprodução econômica da propriedade.
Foto: Eriadne Parreiras
A IMPORTÂNCIA DA MÃO DE OBRA FAMILIAR
A filha mais velha, Érica Rosalia de Jesus Parreiras, atualmente com 35 anos, é formada em História pela PUC e, sempre que possível, visita o sítio Paineiras e ajuda nas atividades.
O filho, Hércules Estevo Augusto Parreiras, atualmente com 31 anos, é formado em Agronomia pela UFVJM. Antes de se graduar, Hércules trabalhava diretamente com fubá, sendo assim, usa seus conhecimentos para auxiliar a produção, além de estar sempre orientando sobre as melhores medidas a serem realizadas na propriedade.
A filha mais nova, Eriadne Flávia de Jesus Parreiras, atualmente com 23 anos, auxilia nas atividades realizadas na fazenda. Em 2019, mudou-se para Unaí para cursar o ensino superior, sendo que hoje está matriculada no curso de Medicina Veterinária.
O FUTURO DO SÍTIO PAINEIRAS
A família Parreiras tem grandes expectativas para o crescimento da propriedade, principalmente, por contarem com o conhecimento dos filhos para auxiliá-los na tomada de decisão sobre novas atividades no sítio.
Atualmente o principal objetivo da família é ampliar a estrutura, para que assim possam produzir mais derivados do milho, como por exemplo, farinha de beiju, farinha de pilão e canjica amarela. Além de aumentar a produção de farinha de mandioca e, consequentemente, ampliar as vendas dos produtos. Com isso, todos os membros da família Parreira estão muito motivados e com grandes expectativas para o futuro.
Esta notícia foi criada com incentivo do Programa de Bolsas de Apoio à Cultura e à Arte (Procarte) da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).
Elaboração: Laura Rosa Corrêa (Bolsista)
Informações e revisão: Ernesto Parreiras de Oliveira e Eriadne Flávia de Jesus Parreiras
Fotos: Eriadne Flávia de Jesus Parreiras
Revisão final: Prof. Dr. Ezequiel Redin
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