Grupo de agricultores do Assentamento de Sumaré participou de projeto de extensão rural que implantou o sistema Caxambu de proteção de nascentes.
A atividade foi realizada entre os meses de fevereiro e abril deste ano, envolvendo palestras de conteúdo teórico e mutirões de trabalho em campo. A ação foi conduzida pelo Eng.º Agr.º Osmar Mosca Diz, da Coordenaria de Assistência Técnica Integra (CATI/SAA), em parceria com a Fundação Itesp e a Cooperativa de Produção Agropecuária e Comercialização dos Assentamentos de Sumaré (Coopasul).
O sistema Caxambu é uma tecnologia social que utiliza materiais simples, como pedras, terra, lona e um pequeno tubo de concreto e permite conciliar a proteção da nascente com a possibilidade de os agricultores utilizarem a água para as necessidades da família na propriedade rural, sem interferir no percurso natural do corpo d’água. “Esse é o desafio do trabalho de extensão rural: conciliar a conservação dos bens naturais e a satisfação das necessidades dos agricultores”, afirma Osmar.
Foto: Fundação Itesp
César Pereira, diretor da Cooperativa, explica que a nascente sempre foi usada palas famílias, porém sem qualquer tipo de proteção, situação que apresentava risco de contaminação da água. Segundo César, “com o sistema Caxambu as famílias vão sentir mais segurança para utilizar esse bem natural tão importante. Além disso, temos a consciência que não estamos interferindo no percurso natural da água, muito menos prejudicando o ecossistema local. Todos ganham com esse projeto”. A área onde está situada a nascente foi reflorestada pelos próprios assentados, há mais de uma década, e hoje tem a vegetação de entorno protegida.
Fátima dos Santos, presidente da Cooperativa, conta que a nascente tem um valor simbólico muito grande para as famílias, pois era a principal fonte de abastecimento de água no início do assentamento. “Com esse projeto a nascente se transformou numa verdadeira “mina de ouro”, pois permite que os jovens agricultores se sintam incentivados a preservar esse recurso e o próprio histórico do assentamento. Nosso sonho é transformar aquele local num ponto turístico e de compartilhamento de saberes, sobre o valor da água, do meio ambiente e do nosso trabalho”.