CÂMARA DOS DEPUTADOS APROVA PROJETO QUE PREVÊ MELHORIA DA CONECTIVIDADE RURAL

O projeto prevê que recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) sejam destinados para o desenvolvimento de novas tecnologias de conectividade nas regiões rurais com baixo IDH.

O acesso à tecnologia e inovação é uma das principais variáveis que influenciam a competitividade e a sustentabilidade do produtor rural, que tem o desafio de produzir maior quantidade, com mais qualidade, menos custo e de forma cada vez mais sustentável.  

O projeto 4061/2019 de Conectividade Rural aprovado pelo plenário da Câmara dos Deputados pode beneficiar milhares de agricultores e trazer novas possibilidades ao campo. Apensado ao PL 1481/07, do Senado, o projeto muda a lei de criação do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) para permitir a aplicação de seus recursos inclusive na área de telefonia móvel. Atualmente, a lei permite a aplicação dos recursos apenas para a expansão da telefonia fixa. A proposta segue agora para análise do Senado.

De acordo com o deputado Zé Silva (SD-MG), relator do projeto, a medida vai permitir que os recursos do Fust sejam utilizados para financiar políticas governamentais de telecomunicações e para o desenvolvimento de novas tecnologias de conectividade, ampliando o acesso à internet entre as famílias de baixa renda na cidade e no campo. “Agora vamos trabalhar o texto no Senado para que em 2020 a modernidade da internet das coisas (IoT) e a cobertura 5G cheguem ao campo. Seguramente, quem ganha é o Brasil.”

De acordo com o deputado, desde a criação do Fust, prevista na Lei Geral de Telecomunicações, editada em 1997, até sua efetiva implantação, houve uma lacuna de três anos, e a estratégia estabelecida na época foi democratizar o serviço de telecomunicações por meio da instalação de orelhões em todo o país.“Depois disso, os recursos não foram utilizados e o volume que o fundo tem hoje, cerca de R$ 22 bilhões, será empregado para reduzir o volume do déficit público do Tesouro Nacional”, completa.

O Fust arrecada R$ 1 bilhão anualmente e já tem acumulados R$ 21,8 bilhões, mas praticamente não foi utilizado. Conforme o texto aprovado pela Câmara, os recursos do fundo serão destinados para expansão e melhoria das redes e serviços de telecomunicações, reduzir as desigualdades regionais e para o desenvolvimento de novas tecnologias de conectividade nas regiões rurais com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), sendo as políticas para inovação tecnológica para o meio rural coordenadas pela Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), conforme previsto na lei nº 12.897/2013. Para o presidente da Anater, Ademar Silva Jr, o recurso será um reforço importante para a promoção da agricultura digital, a chamada Agricultura 4.0. “O acesso às tecnologias traz novas possibilidades ao campo permitindo que o produtor rural possa tomar melhores decisões para produzir mais e com mais qualidade. Mas para isso é preciso que ele tenha conectividade, para que possa ter a acesso a informações em tempo real, como previsão do tempo por exemplo, que possa monitorar a lavoura a distância, e ter mais agilidade e efetividade na operação do dia a dia na fazenda”.

Em coletiva à imprensa, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Alceu Moreira, disse que um dos maiores desafios do agro em 2020 é de melhorar a imagem do campo mundo a fora e garantir acesso à renda, tecnologia e assistência técnica para os produtores rurais no país. E para isso o campo precisa da conectividade. “A agricultura de precisão é uma plataforma tecnológica fundamental para garantir a competitividade e sustentabilidade do agronegócio brasileiro. E só podemos viabilizá-la com acesso à Internet, e de qualidade. Sem falar que a conectividade no campo representa inclusão social e é a oportunidade de homogeneizar o agro brasileiro”, avalia.

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Esta notícia foi autorizada para publicação. 

Créditos: Jerúsia Arruda da Assessoria de Comunicação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater)



Representantes do Agro se unem para promover a conectividade no campo

A proposta é implementar um grande projeto e aumentar a competitividade do setor agropecuário brasileiro

Levar a internet ao campo e promover a conectividade do setor agropecuário se configuram como o grande desafio para que o Brasil chegue, efetivamente, à agricultura digital – ou Agricultura 4.0. Para vencer esse desafio, um grupo de trabalho sobre conectividade no meio rural vem promovendo discussões para implementar um grande projeto e aumentar a competitividade do agronegócio brasileiro.

O grupo, liderado pela Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), reúne representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa); Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações; Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater); Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); empresas de telecomunicação; empresas privadas do setor de insumos agropecuários, instituições parceiras como Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Sistema OCB, entre outros.

Para o presidente Ademar Silva Jr, a conectividade no campo é fundamental para o resultado eficaz do trabalho da Anater. “A Anater tem o papel chave de levar conhecimento, inovação e tecnologia para o homem do campo, de forma efetiva. Essa lógica de conectividade da Agricultura 4.0 vai contribuir para elevar a assistência técnica e extensão rural a um novo patamar, com mais acessibilidade e segurança”, avalia.

PARCERIA

Em reunião realizada nesta quinta-feira (4), o grupo avançou na discussão sobre o ponto que considera o principal elemento desse projeto, que é a infraestrutura para promover a conexão, seja 4G, 5G, satélite, fibra óptica ou torre.

O coordenador do grupo de trabalho e da Comissão de Comunicação da FPA, deputado federal Zé Silva destaca que a agricultura precisa acompanhar a transformação digital que vem ocorrendo em todas as áreas. “A automatização dos processos impacta a produção no campo de forma sustentável. Como extensionista rural e engenheiro agrônomo acredito no avanço da produção agrícola por meio da conectividade”, afiança.

Fernando Camargo, secretário de Inovação do Mapa, explica que o grande desafio é fazer com a internet chegue efetivamente ao campo e finalmente o Brasil consiga fazer a chamada Agricultura Digital 4.0. “É uma necessidade do produtor e temos a intenção de atender e colocar o Brasil não apenas como usuário de tecnologia, mas também de exportação de inovação. E para isso é preciso conectar ao máximo o campo, para sair na vanguarda dos produtos brasileiros na exportação do agro”, projeta

Segundo o secretário, a Anater tem tudo a ver com esse processo. “A assistência técnica do futuro é a agricultura digital, ou seja, a agricultura a longa distância, por dispositivos móveis, por vídeo, a Internet das Coisas, que tem infinitas possibilidades para o setor agrícola. E o papel da Anater é levar aos rincões e aos produtores que têm menos acesso tecnologia e conhecimento para que todos cheguemos ao mesmo patamar de excelência que o Brasil precisa e merece”, ressalta

CONECTIVIDADE

De acordo com o Departamento de Inovação para a Agropecuária do MAPA, somente de 6% a 9% da agricultura brasileira possui algum tipo de conectividade e há muito a ser trabalhado para mudar essa realidade, inclusive na área urbana. “Hoje, o Brasil tem em torno de 90 mil torres de conectividade na área urbana. Os Estados Unidos têm cinco vezes esse número, algo em torno de 500 mil torres. A China tem dois milhões de torres”, aponta o diretor Luís Cláudio França.

Cleber Soares, diretor da Embrapa, explica que o grupo de trabalho fez a primeira rodada de ideias de como sobrepor camadas de infraestrutura para a conectividade no campo. “O projeto está em fase de construção e nossa expectativa é que ainda em 2019 já tenhamos disponíveis alguns pontos de conexão”, finaliza.

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Esta notícia foi autorizada para publicação. Créditos à Jerúsia Arruda da Assessoria de Comunicação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater).